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Polêmica

Escola na Inglaterra proíbe músicas de 'Guerreiras do K-Pop' para proteger 'ethos cristão'

Filme de maior sucesso da história da Netflix e detentor de um disco de platina por sua trilha sonora, Guerreiras do K-Pop teve suas músicas banidas de uma escola inglesa.

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Localizada no condado de Dorset, no sudoeste da Inglaterra, a Lilliput Church of England Infant School enviou, na última sexta-feira, 14, um comunicado às famílias dos alunos orientando os responsáveis que falem para as crianças "não cantarem essas canções na escola em respeito àqueles que acham que os temas entram em conflito com sua fé".

De acordo com a BBC, a escola afirmou ainda que as músicas, compostas por Marcelo Zarvos em parceria com Ian Eisendrath, EJae e outros artistas, não correspondem ao "ethos cristão" pregado pela instituição. De acordo com a direção do colégio religioso, as composições tinham "incomodado membros da comunidade [cristã]", que afirmaram ter associado suas letras com "forças espirituais opostas a Deus e à bondade".

Embora muitos pais e responsáveis tenham reclamado e reforçado que as letras de canções como Golden e What It Sounds Like trazem mensagens positivas para os jovens, a direção manteve o banimento. Na segunda-feira, a escola emitiu novo comunicado, afirmando que está apoiando aqueles que consideram os temas levantados nas composições "desafiadores".

Em contato com a emissora britânica, o pai de uma das alunas da escola afirmou que a decisão da direção é "ridícula" e, muito provavelmente, resultado de uma pressão exercida por pais mais conservadores.

"Minha filha é fã de k-pop e ela e suas amiguinhas amam [Guerreiras do K-Pop]." De acordo com ele, sua filha costuma reproduzir momentos do filme com as amigas, o que ele, ateu, vê como "algo inofensivo para elas fazerem e que reforça sua autoconfiança".

Líder do corpo docente da Lilliput Church of England Infant School, Lloyd Allington afirmou ter recebido grande feedback dos pais e responsáveis de seus alunos, mas que o banimento será mantido para respeitar "a diversidade de crenças dentro de nossa comunidade escolar". "Para alguns cristãos, referências a demônios podem ser extremamente desconfortáveis", disse o professor.

"Não estamos pedindo aos pais para dizer a seus filhos que há algo errado em gostar do filme ou de suas músicas se eles estiverem alinhados com suas próprias crenças", seguiu Allington.

"Nosso papel é simplesmente ajudar as crianças a entender que alguns de seus colegas talvez tenham visões diferentes e a explorar como eles podem respeitar e apoiar tais colegas a defenderem suas crenças."

O curioso é que a trama de Guerreiras de K-Pop não exalta demônios, pelo contrário: o trio protagonista enfrenta essas ameaças nefastas, com suas músicas sendo sua principal arma nesta luta. Além disso, as letras das canções do grupo principal, as Huntr/x, versam sobre união, autoconfiança e trabalho em grupo.

Disponível desde junho de 2025 na Netflix, Guerreiras do K-Pop acumula mais de 325 milhões de visualizações na plataforma. A animação ainda foi levada aos cinemas em sessões especiais para cantar junto meses após a sua estreia, sendo sucesso de bilheteria e arrecadando mais de US$ 25 milhões ao redor do mundo.

A trilha sonora da animação também foi sucesso de vendas, liderando paradas do mundo inteiro e adquirindo o certificado de disco de platina nos Estados Unidos, dado a artistas cujas vendas superaram 1 milhão de unidades ou 150 reproduções no streaming. Principal hit do longa, Golden já acumula mais de 1 bilhão de reproduções só no Spotify.
 

RESERVA DE PETRÓLEO

Trump diz em rede social que espaço aéreo da Venezuela está fechado

Esse tipo de declaração se constitui um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do Direito Internacional, disse governo venezuelano

29/11/2025 21h30

Anúncio foi feito nas redes sociais de Trump e pegou de surpresa até mesmo integrantes de seu governo

Anúncio foi feito nas redes sociais de Trump e pegou de surpresa até mesmo integrantes de seu governo

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “fechado em sua totalidade” por companhias aéreas. A declaração foi dada a Truth Social, rede social criada pelo próprio Trump. “O espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela está fechado em sua totalidade”, postou e estendeu o aviso a traficantes de drogas e de pessoas.

Segundo a agência Reuters, autoridades norte-americanas ficaram surpresas com o anúncio de Trump e não tinham conhecimento de nenhuma operação militar dos EUA em andamento para impor o fechamento do espaço aéreo venezuelano.

Horas depois, o governo da Venezuela se manifestou em comunicado, condenando a afirmação de Trump. Em nota, classificou os comentários de Trump de “ameaça colonialista” contra a soberania do país e incompatível com o direito internacional. Chamou a atitude de Trump de “ilegal e injustificada” contra o povo da Venezuela.

“Esse tipo de declaração se constitui um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do Direito Internacional e que se insere em uma política permanente de agressão contra o nosso país, com pretensões coloniais sobre a nossa região da América Latina e Caribe, negando o Direito Internacional”, afirmou o governo venezuelano.

A escalada de Trump em ações e discursos contra a Venezuela do presidente Nicolás Maduro vem trazendo novos episódios nos últimos meses. Os Estados Unidos já posicionaram navios de guerra no Mar do Caribe, próximo ao país sul-americano, sob o pretexto de combater o tráfico internacional de drogas. Já abateram pequenas embarcações e provocaram mortes.

Há cerca de duas semanas, Trump disse que poderia iniciar conversas com Maduro, mas não deu detalhes. Na última sexta-feira (28), no entanto, afirmou que poderá ordenar ações terrestres contra os narcotraficantes que diz combater. Em resposta, Maduro pediu aos integrantes da Força Aérea que estejam em “alerta, prontos e dispostos” a defender os direitos da Venezuela.

RESERVA DE PETRÓLEO

Trump anuncia operações terrestres contra Venezuela "em breve"

Anúncio foi feito durante videoconferência para militares no Dia de Ação de Graças, uma data emblemática para os norte-americanos

28/11/2025 08h06

Donal Trump diz que intervenção seria para acabar com o narcotráfico e nem menciona as reservas de petróleo já confirmadas na Venezuela

Donal Trump diz que intervenção seria para acabar com o narcotráfico e nem menciona as reservas de petróleo já confirmadas na Venezuela

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (28) que operações militares terrestres contra supostos “traficantes venezuelanos” começarão “em breve”.

A ameaça ao país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo foi feita durante discurso a militares estadunidenses no Dia de Ação de Graças em sua residência em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, em videoconferência com unidades militares, incluindo a 7ª Ala de Bombardeio da Força Aérea na Base Dyess.

“Estamos começando a detê-los por terra também. A terra é mais fácil, mas isso vai começar muito em breve. Nós os avisamos: parem de enviar veneno para nosso país”, disse Trump aos militares, comandados pelo Coronel Seth W. Spanier.

O presidente republicano afirmou que as ações navais já teriam reduzido em 85% a entrada de drogas por mar. “Vocês provavelmente notaram que as pessoas não querem mais fazer entregas por mar”, disse. Trump não forneceu detalhes operacionais sobre como seriam conduzidas as ações terrestres anunciadas.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (28), em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, foi questionada por jornalista da Hubei Broadcasting sobre a classificação estadunidense do suposto “Cartel de Los Soles” como organização terrorista e as sanções impostas contra autoridades venezuelanas, incluindo o presidente Nicolás Maduro.

“A China sempre se opôs a sanções unilaterais sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU e sem fundamento no direito internacional, opõe-se à interferência de forças externas nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto e insta os Estados Unidos a suspenderem as sanções unilaterais ilegais e a tomarem mais medidas que contribuam para o desenvolvimento pacífico e estável da América Latina e do Caribe”, declarou Mao Ning.

A porta-voz chinesa reafirmou o posicionamento de Pequim em defesa da soberania venezuelana e do princípio de não-intervenção.

Escalada militar no Caribe

O governo estadunidense intensificou nos últimos meses sua presença militar no Caribe sob alegação de combate ao narcotráfico. Os ataques a embarcações já deixaram mais de 80 mortos na região desde o início das operações.

A administração Trump classificou em novembro como organização terrorista o suposto “Cartel de Los Soles“, que Washington afirma ser liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.

A designação foi publicada no Registro Federal estadunidense pelo secretário de Estado, Marco Rubio, sem apresentar documentação que comprove a existência do grupo. A medida ampliou o escopo de sanções diplomáticas e atuação de agências de inteligência dos Estados Unidos.

O governo venezuelano rejeitou a classificação. Em comunicado divulgado pelo ministro de Relações Exteriores, Yván Gil, Caracas qualificou a designação como manobra para justificar uma intervenção no país. “A Venezuela rejeita de maneira categórica, firme e absoluta” a decisão do secretário Marco Rubio, afirmou o comunicado, definindo o suposto cartel como “inexistente”.

A operação militar no Caribe mobilizou oito navios e um submarino desde maio, quando o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Peter Hegseth, anunciou a “Operação Lança do Sul”. Os Estados Unidos também realizaram treinamentos militares em Trinidad e Tobago, arquipélago localizado a 10 quilômetros da costa venezuelana, provocando crise diplomática com Caracas.

O presidente venezuelano suspendeu acordos energéticos com o país e mobilizou as Forças Armadas venezuelanas, além de convocar alistamento na Milícia Nacional Bolivariana.

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) emitiu declaração em sua 4ª Cúpula conjunta com a União Europeia, realizada em Santa Marta, na Colômbia, rechaçando “a ameaça ou uso da força” na região, sem mencionar diretamente os Estados Unidos. Segundo Kaja Kallas, vice-presidente da Comissão Europeia, não houve consenso entre os países para citar o governo Trump no documento.

O governo venezuelano estuda acionar o “estado de comoção exterior“, instrumento constitucional previsto no artigo 338 da Constituição de 1999 que permite ao presidente tomar medidas excepcionais para garantir a defesa territorial. A medida pode durar até 180 dias e autoriza restrições temporárias de garantias, exceto direitos fundamentais como vida, devido processo legal e proibição de tortura.

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