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Procuradoria dos EUA investiga laços de Epstein com opositores de Trump

Investigação, que deve incluir o ex-presidente Clinton, é uma exigência de Trump e surge em meio ao agravamento da crise sobre o caso

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A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, anunciou na sexta-feira, 14, que pediu que um procurador federal investigasse os laços do empresário Jeffrey Epstein com opositores políticos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como o ex-presidente americano Bill Clinton.

Bondi postou na rede social X que estava designando o procurador dos EUA em Manhattan, Jay Clayton, para liderar a investigação, encerrando uma semana agitada na qual republicanos do congresso divulgaram quase 23 mil páginas de documentos sobre Epstein e os democratas da Câmara evidenciaram conversas em que Epstein cita Trump.

O presidente americano, que foi amigo de Epstein por anos, não explicou quais supostos crimes ele queria que o Departamento de Justiça investigasse. Nenhum dos homens que ele mencionou em uma publicação na rede social Truth Social exigindo a investigação foi acusado de má conduta sexual pelas vítimas de Epstein.

Trump exige investigação

Horas antes do anúncio de Bondi, Trump postou em sua plataforma Truth Social que pediria ao Departamento de Justiça e ao FBI para investigar o "envolvimento e relação" de Epstein com Clinton e outros, incluindo o ex-secretário do Tesouro Larry Summers e o fundador do LinkedIn e doador democrata Reid Hoffman

Trump apontou que "a farsa Epstein envolve democratas e não republicanos" e que a investigação também deveria incluir o banco JP Morgan, que forneceu serviços bancários para Epstein, e "muitas outras pessoas e instituições".

Em um memorando de julho sobre a investigação de Epstein, o FBI disse: "Não descobrimos evidências que pudessem fundamentar uma investigação contra terceiros não acusados".

A demanda do presidente por uma investigação - e a rápida concordância de Bondi - é o último exemplo da erosão da independência tradicional do Departamento de Justiça da Casa Branca desde que Trump assumiu o cargo.

Desvio de foco

A investigação também é uma tentativa de desvio de foco. Por décadas, o próprio Trump foi escrutinado por sua proximidade com Epstein - embora, como as pessoas que ele agora quer investigar, não tenha sido acusado de má conduta sexual pelas vítimas de Epstein.

Uma porta-voz da JPMorgan Chase, Patricia Wexler, disse que a empresa lamentava a associação com Epstein "mas não o ajudou a cometer seus atos hediondos".

"O governo tinha informações condenatórias sobre seus crimes e falhou em compartilhá-las conosco ou com outros bancos", disse ela. A empresa concordou anteriormente em pagar milhões de dólares às vítimas de Epstein, que processaram argumentando que o banco ignorou sinais de alerta sobre atividade criminosa.

Já o ex-presidente americano Bill Clinton reconheceu que viajou no jato particular de Epstein, mas disse por meio de um porta-voz que não tinha conhecimento dos crimes do falecido financista. Ele também nunca foi acusado de má conduta pelas vítimas conhecidas de Epstein.

Epstein cita Trump

Deputados do Partido Democrata divulgaram na quarta-feira, 12, uma série de e-mails nos quais o empresário Jeffrey Epstein afirmou que o presidente americano sabia dos crimes cometidos pelo magnata e "passou horas" com uma das vítimas de Epstein.

Após a divulgação dos e-mails, a Casa Branca acusou os democratas de tentarem difamar o presidente. "O fato é que o presidente Trump expulsou Jeffrey Epstein de seu clube. Essas histórias não passam de tentativas de má-fé para desviar a atenção das conquistas históricas do presidente Trump", disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt em nota.

Por outro lado, os democratas do Comitê de Fiscalização da Câmara disseram que os e-mails levantaram novas questões sobre o relacionamento entre Epstein e Trump. Os documentos chegaram às mãos da oposição após o comitê intimar o espólio do empresário na Justiça a entregá-los.

Em um dos e-mail Epstein faz uma alusão a Trump ter sido um dos únicos membros de seu círculo pessoal a não se pronunciar sobre as acusações contra ele e emenda: "Ela (uma vítima) passou horas na minha casa com ele (Trump), e ele nunca foi mencionado (nos processos) uma única vez."

Em outro e-mail, este endereçado ao jornalista Michael Wolff, biógrafo de Trump, já quando o republicano estava na Casa Branca, Epstein diz que Trump "sabia sobre as meninas" que ele abusava, "tanto que ele (Trump) pediu que Ghislaine (sua sócia, condenada por tráfico de menores) parasse"./com AP
 

RESERVA DE PETRÓLEO

Trump diz em rede social que espaço aéreo da Venezuela está fechado

Esse tipo de declaração se constitui um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do Direito Internacional, disse governo venezuelano

29/11/2025 21h30

Anúncio foi feito nas redes sociais de Trump e pegou de surpresa até mesmo integrantes de seu governo

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “fechado em sua totalidade” por companhias aéreas. A declaração foi dada a Truth Social, rede social criada pelo próprio Trump. “O espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela está fechado em sua totalidade”, postou e estendeu o aviso a traficantes de drogas e de pessoas.

Segundo a agência Reuters, autoridades norte-americanas ficaram surpresas com o anúncio de Trump e não tinham conhecimento de nenhuma operação militar dos EUA em andamento para impor o fechamento do espaço aéreo venezuelano.

Horas depois, o governo da Venezuela se manifestou em comunicado, condenando a afirmação de Trump. Em nota, classificou os comentários de Trump de “ameaça colonialista” contra a soberania do país e incompatível com o direito internacional. Chamou a atitude de Trump de “ilegal e injustificada” contra o povo da Venezuela.

“Esse tipo de declaração se constitui um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do Direito Internacional e que se insere em uma política permanente de agressão contra o nosso país, com pretensões coloniais sobre a nossa região da América Latina e Caribe, negando o Direito Internacional”, afirmou o governo venezuelano.

A escalada de Trump em ações e discursos contra a Venezuela do presidente Nicolás Maduro vem trazendo novos episódios nos últimos meses. Os Estados Unidos já posicionaram navios de guerra no Mar do Caribe, próximo ao país sul-americano, sob o pretexto de combater o tráfico internacional de drogas. Já abateram pequenas embarcações e provocaram mortes.

Há cerca de duas semanas, Trump disse que poderia iniciar conversas com Maduro, mas não deu detalhes. Na última sexta-feira (28), no entanto, afirmou que poderá ordenar ações terrestres contra os narcotraficantes que diz combater. Em resposta, Maduro pediu aos integrantes da Força Aérea que estejam em “alerta, prontos e dispostos” a defender os direitos da Venezuela.

RESERVA DE PETRÓLEO

Trump anuncia operações terrestres contra Venezuela "em breve"

Anúncio foi feito durante videoconferência para militares no Dia de Ação de Graças, uma data emblemática para os norte-americanos

28/11/2025 08h06

Donal Trump diz que intervenção seria para acabar com o narcotráfico e nem menciona as reservas de petróleo já confirmadas na Venezuela

Donal Trump diz que intervenção seria para acabar com o narcotráfico e nem menciona as reservas de petróleo já confirmadas na Venezuela

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (28) que operações militares terrestres contra supostos “traficantes venezuelanos” começarão “em breve”.

A ameaça ao país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo foi feita durante discurso a militares estadunidenses no Dia de Ação de Graças em sua residência em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, em videoconferência com unidades militares, incluindo a 7ª Ala de Bombardeio da Força Aérea na Base Dyess.

“Estamos começando a detê-los por terra também. A terra é mais fácil, mas isso vai começar muito em breve. Nós os avisamos: parem de enviar veneno para nosso país”, disse Trump aos militares, comandados pelo Coronel Seth W. Spanier.

O presidente republicano afirmou que as ações navais já teriam reduzido em 85% a entrada de drogas por mar. “Vocês provavelmente notaram que as pessoas não querem mais fazer entregas por mar”, disse. Trump não forneceu detalhes operacionais sobre como seriam conduzidas as ações terrestres anunciadas.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (28), em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, foi questionada por jornalista da Hubei Broadcasting sobre a classificação estadunidense do suposto “Cartel de Los Soles” como organização terrorista e as sanções impostas contra autoridades venezuelanas, incluindo o presidente Nicolás Maduro.

“A China sempre se opôs a sanções unilaterais sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU e sem fundamento no direito internacional, opõe-se à interferência de forças externas nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto e insta os Estados Unidos a suspenderem as sanções unilaterais ilegais e a tomarem mais medidas que contribuam para o desenvolvimento pacífico e estável da América Latina e do Caribe”, declarou Mao Ning.

A porta-voz chinesa reafirmou o posicionamento de Pequim em defesa da soberania venezuelana e do princípio de não-intervenção.

Escalada militar no Caribe

O governo estadunidense intensificou nos últimos meses sua presença militar no Caribe sob alegação de combate ao narcotráfico. Os ataques a embarcações já deixaram mais de 80 mortos na região desde o início das operações.

A administração Trump classificou em novembro como organização terrorista o suposto “Cartel de Los Soles“, que Washington afirma ser liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.

A designação foi publicada no Registro Federal estadunidense pelo secretário de Estado, Marco Rubio, sem apresentar documentação que comprove a existência do grupo. A medida ampliou o escopo de sanções diplomáticas e atuação de agências de inteligência dos Estados Unidos.

O governo venezuelano rejeitou a classificação. Em comunicado divulgado pelo ministro de Relações Exteriores, Yván Gil, Caracas qualificou a designação como manobra para justificar uma intervenção no país. “A Venezuela rejeita de maneira categórica, firme e absoluta” a decisão do secretário Marco Rubio, afirmou o comunicado, definindo o suposto cartel como “inexistente”.

A operação militar no Caribe mobilizou oito navios e um submarino desde maio, quando o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Peter Hegseth, anunciou a “Operação Lança do Sul”. Os Estados Unidos também realizaram treinamentos militares em Trinidad e Tobago, arquipélago localizado a 10 quilômetros da costa venezuelana, provocando crise diplomática com Caracas.

O presidente venezuelano suspendeu acordos energéticos com o país e mobilizou as Forças Armadas venezuelanas, além de convocar alistamento na Milícia Nacional Bolivariana.

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) emitiu declaração em sua 4ª Cúpula conjunta com a União Europeia, realizada em Santa Marta, na Colômbia, rechaçando “a ameaça ou uso da força” na região, sem mencionar diretamente os Estados Unidos. Segundo Kaja Kallas, vice-presidente da Comissão Europeia, não houve consenso entre os países para citar o governo Trump no documento.

O governo venezuelano estuda acionar o “estado de comoção exterior“, instrumento constitucional previsto no artigo 338 da Constituição de 1999 que permite ao presidente tomar medidas excepcionais para garantir a defesa territorial. A medida pode durar até 180 dias e autoriza restrições temporárias de garantias, exceto direitos fundamentais como vida, devido processo legal e proibição de tortura.

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