Cidades

CHUVA

Após tempestade, Campo Grande amanhece com sujeira, árvores caídas e crateras

Capital registrou 134,8 milímetros em 14 horas; é o maior volume de chuva, em curto intervalo de tempo, registrado na história

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Após a tempestade desta terça-feira (4), Campo Grande amanheceu com lixo, entulho, barro, sujeira, poças d’água, buracos, árvores caídas, galhos espalhados, crateras em ruas não pavimentadas, semáforos desligados, pistas interditadas e asfalto cedido.

Os 13,48 mm de chuvas acumulados em 14 horas inundou casas, alagou ruas, transbordou córregos, e transformou avenidas em rios e ruas não pavimentadas em cachoeiras.

A reportagem do Correio do Estado percorreu diversas regiões de Campo Grande atrás dos estragos causados pela chuva. 

Uma cratera gigante se abriu na calçada do Lago do Amor, localizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), bairro Pioneiros, em Campo Grande. O trânsito de pessoas e carros no local é perigoso e arriscado.

O vendedor de água de coco, José Carlos presenciou o momento em que a calçada desabou. “Só escutei o estralo, achei que era árvore que tinha caído, mas era o paredão, Larguei as coisas e fui ali me esconder. A água chegou até a rotatória do peixe”, contou.

Calçada no Lago do AmorCalçada no Lago do Amor

O cruzamento das avenidas Ernesto Geisel com Richad Neder amanheceu com sujeira, muitos galhos espalhados, folhas, plástico e garrafas. A via virou um verdadeiro rio na tarde de ontem (4). Não era possível distinguir o que era córrego e o que era asfalto.

O comerciante, Felipe Figueiredo, de 20 anos, trabalha em uma floricultura em frente a rotatória da Ernesto Geisel com Richad Neder e afirmou que a chuva atrapalhou as vendas e que a água invadiu seu carro.

“Fiquei preocupado. Meu carro estava lá fora, quase cobriu meu carro todo de água, água entrou no assoalho”, contou.

Rotatória Rachid Neder com Ernesto GeiselRotatória Rachid Neder com Ernesto Geisel - Marcelo Victor

Na via park, há resquícios do transbordamento do lago do Parque das Nações Indígenas, como poças d’água e galhos quebrados.

A avenida Lúdio Martins Coelho, no bairro Bonança, está com meia pista interditada e com fila de carros esperando para passar, pois máquinas da prefeitura estão retirando galhos e barro deixados pela chuva.

Avenida Lúdio Martins Coellho - Marcelo Victor

No bairro Noroeste, uma mini “cachoeira” se formou em ruas não pavimentadas e castigou moradores da região. O trânsito de carros na região se tornou impossível, o que fez com que moradores se deslocassem a pé ou de bicicleta.

bairro noroesteBairro Noroeste - Alison Silva

Moradores que enfrentam problemas relacionados à chuva, devem entrar em contato com a Prefeitura, através do número 156 ou 3314-3600.

Reparos

De acordo com a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG), os reparos começaram na quarta-feira (4) e cerca de 200 trabalhadores da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) estão nas ruas, executando limpeza de bocas de lobo, barragens e tapa buraco.

Ruas não pavimentadas receberão reparos quando as condições climáticas permitirem. Segundo o secretário da Sisep, Rudi Fiorese, a solução para a rotátoria da Rachid Neder é a construção de barragens para evitar alagementos. 

"Está sendo feito o projeto e depois vem a fase de captação de recursos para execução das barragens. Elas fazem uma regulação de vazão, então no pico da chuva, essas barragens retém a água e vão soltando aos poucos, aí você não tem esse pico de enchente como tem quando você não tem essa regulação de vazar", explicou.

Para amenizar os efeitos e tempestades na região da Via Parque, uma bacia de contenção está sendo construída, de acordo com Fiorese. 

"Lembrando que nessa questão de drenagem, a gente sempre tem que tomar cuidado em falar de solução do problema, porque pode ver uma chuva totalmente atípica como foi essa de ontem, de chover mais de sessenta por cento do volume do mês em doze horas, né? E aí não tem sistema que que suporte tanta água em tão pouco tempo", detalhou. 

De acordo com o responsável pelas obras da Sisep, Moacir Lima da Silva, equipes estão em dez pontos da cidade para desobstruir vias, recolher sedimentos e entulhos, raspar e lavar o pavimento. Alguns dos pontos estão concentrados na Ernesto Geisel, Lúdio Martins Coelho, Guaicurus, Canguru e Zé Pereira.

Chuva

Campo Grande registrou 134,8 milímetros, em 14 horas de chuva. O valor é o maior volume de chuva, em curto intervalo de tempo, registrado na história.

Em 24 horas (entre 16h10min de terça-feira e 16h10min de quarta-feira), 165,2 milímetros foram contabilizados. Com isso, em um dia, choveu 71% do esperado para o mês.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Coxim (68 mm), Amambaí (59,4 mm) e Ponta Porã (51,6 mm) estão entre as 20 cidades que registraram maior acumulado de chuva do País nesta quarta-feira (4). 

No ranking das cidades mais chuvosas do Brasil, Coxim ficou em 2º, Amambaí em 8º e Ponta Porã em 15º lugar. 

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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