Imagens gravadas na região da Lagoa, em Campo Grande, mostram o pesadelo vivido por moradores do bairro Portal Caiobá nas "mãos" - ou melhor, patas - de um casal de "pit bulls", que ficam soltos quando os donos saem para trabalhar e acabam atacando outros cães e forçando a população local a se proteger como podem.
As gravações, enviadas de forma anônima à equipe do Correio do Estado, deixam claro ambas as situações que ocorrem na rua Antônio Garcia dos Santos Medeiros, número 107.
Neste endereço que, conforme a denúncia, possui um salão na frente, os vizinhos costumam "se mudar e reaparecer", indo e voltando da residência com certa frequência.
Entretanto, o problema dos "pit bulls"em específico teria começado há alguns poucos meses, o suficiente para vitimar pelo menos outros cinco outros cachorros, pelo o que os locais puderam contar.
Recentemente, imagens gravadas na altura do número 107 da rua Antônio Garcia dos Santos Medeiros mostram a dinâmica de ataque desse casal de "pit bulls", que juntos abocanham diversas vezes um cachorro menor e o arrastam para uma área de mato alto.
No vídeo é possível notar que, nem mesmo a interferência de um veículo, que se aproximou e passou a buzinar para os "pit bulls", foi suficiente para fazer o casal largar o cão menor. Confira:
Medo constante
Como é possível notar nas gravações, aqueles moradores que precisam passar em frente à casa não se sentem nada seguros, com o vídeo mostrando três pessoas, dois homens e uma mulher, cada qual com um item nas mãos para tentar se defender, que vão de pedaços de madeiras e barras de ferro.
Conforme repassado pela pessoa denunciante à equipe do Correio do Estado, o cachorro visto sendo atacado nas gravações não chegou a morrer de imediato e foi socorrido, porém, devido à gravidade das lesões se encontra em estado grave e pode não sobreviver apesar do resgate.
Como a Antônio Garcia dos Santos Medeiros trata-se de uma rua curta, os moradores se encontram à deriva e as crianças já não podem sequer brincar no trecho, o que costumava ser rotineiro há alguns meses.
Tendo a realidade cotidiana alterada para uma espécie de pesadelo, os locais relembram inclusive uma noite de tristeza, quando ao apagar das luzes os "pit bulls" arrastaram um cachorro menor para o mato para mais um ataque.
Nesta noite, devido à falta de visibilidade, o resgate ao animal em questão foi inviável, restando aos moradores deitar a cabeça no travesseiro enquanto escutavam os gritos do animal que estava sendo morto pelos dois cachorros.
Na região do Lagoa, que fica no limite do perímetro urbano ao sudoeste de Campo Grande, os denunciantes apontam que "mesmo o Caiobá sendo periferia sempre foi muito tranquilo".
Classificando a situação como "insustentável", os vizinhos que se organizam em um grupo do bairro se dizem todos "aterrorizados", esperando que uma situação para o problema apareça o quanto antes.
Porém, ainda segundo denúncia, a situação desses cachorros que são muito agressivos já foi denunciada à polícia, que por sua vez repassou aos moradores que não poderia fazer nada, enquanto o próprio Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) afirma que não pode levar os "pit bulls" sem um flagrante desses animais soltos.
Importante frisar que, conforme a legislação brasileira, tutores são responsabilizados caso não cumpram com suas obrigações de cuidado e vigilância, como previsto no artigo 32 da Lei nº 9.605/98.
Esse texto específico trata dos crimes ambientais e tipifica como crime maus-tratos contra animais, prevendo pena de detenção que varia de 3 meses a 1 ano e multa, além de prever agravantes em caso de morte do animal.
Além disso, o artigo 936 do Código Civil também estabelece que o proprietário do animal é responsável pelos danos causados por ele, quando não tomados os cuidados necessários.
Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista, a Decat, que atende casos de maus-tratos com animais, fica localizada na rua 07 de setembro nº 2.421, atendendo pelos telefones (67) 99626-4741 / 99940-4644 / 3325-2567 / 3382-9271


