Cidades

LENTIDÃO

Desembargador recebeu R$ 5,12 milhões do TJ desde que soltou mega-traficante

Ele foi afastado porque ministra do STJ temia que estivesse fazendo um "pé de meia" antes da aposentadoria. Seu salário médio de 2023 foi de R$ 131 mil

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Afastado do cargo no último dia 8 por conta da suspeita de ter recebido propina para conceder prisão domiciliar a um dos maiores e mais conhecidos narcotraficantes de Mato Grosso do Sul, o desembargador Divoncir Schreiner Maran recebeu R$ 5,12 milhões em salários do Tribunal de Justiça desde o mês em que concedeu a liminar, em abril de 2020. Isso representa R$ 111,3 mil ao longo dos 46 meses desde então. 

O montante supera inclusive os cerca de R$ 3 milhões sem comprovação de origem que teriam sido movimentados nas contas de familiares depois da suposta venda da sentença, conforme investigação da Polícia Federal. 

O despacho da ministra Maria Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, que determinou o afastamento do desembargador, deixa claro que tanto o sigilo fiscal e bancário do desembargador quanto do advogado que defende Gerson Palermo sofreram devassa da Receita Federal e da Polícia Federal.  

Porém, como não foi constatado nada que pudesse fundamentar a suspeita de recebimento de propina para liberação do traficante, a investigação foi estendida para três filhos e a esposa do magistrado, além de outras quatro pessoas do círculo profissional de Divoncir Maran. E foi nestas quebras de sigilo que foram encontradas as movimentações consideradas suspeitas. 

E nestas movimentações financeiras já estão excluídos os valores que o desembargador recebeu do Tribunal de Justiça. Somente em 2023, conforme dados informados na transparência do TJ, o desembargador recebeu salário bruto da ordem de R$ 1.572.725,00.

Isso equivale a uma média de R$ 131 mil mensais, embora o teto do funcionalismo público fosse de R$ 37.589,95. Em novembro, por exemplo, o salário chegou a R$ 224 mil. Valores semelhantes aos de Divoncir foram pagos a praticamente todos os demais 36 desebargadores. 

No ano anterior, ainda de acordo com os dados disponíveis no TJ, o salário bruto chegou a R$ 1.419.695,00, o equivalente a R$ 118,3 mil mensais. E assim como em 2023, o recorde dos pagamentos ocorreu em novembro, com R$ 197.348,00. Em 2022, o salário fixo (teto) estava em R$ 35.462,22. 

A devassa feita pela Receita Federal também deve ter constatado que em 2021 os rendimentos brutos do magistrado somaram R$ 1.147.895, uma média mensal de R$ 95,65 mil. Diferentemente que nos dois outros anos, o recorde de pagamentos aconteceu em agosto, com R$ 218.850. 

No mês em que concedeu a liminar, em abril de 2020, o salário de Dinvoncir Maran foi R$ 102,846,00, o que deixa claro que certamente não seria a falta de dinheiro o motivo para que supostamente recebesse pagamentos indevidos para atender ao pedido de soltura do homem que é apontado como chefão do PCC. Somando os outros oito meses daquele ano, recebeu um total de R$ 864.878,00.

A ministra Maria Isabel Gallotti suspeita que "supostamente, a liminar teria sido dada a troco de vantagem indevida, para aproveitar o período final do desembargador antes de sua aposentadoria. Pode ser vista como uma forma de 'juntar dinheiro' enquanto ainda é titular do cargo. Logo, há concreto risco, diante do comportamento adotado, de que a conduta se repita", escreveu a ministra.

Mas, se era essa realmente a intenção do magistrado, o afastamento do último dia 8 chegou tarde. No próximo dia 6 de abril ele completa 75 anos e vai se aposentar compulsoriamente. Quer, dizer, a ministra teme que nestes dois meses ele pudesse “praticar outros crimes”. 

Mas, no dia seguinte à soltura, em 22 de abril de 2020, a liminar já foi revista pelo desembargador Jonas Hass, deixando claro que imediatamente as autoridades perceberam que algo estranho havia ocorrido. Mas apesar da revisão da liminar, Gerson Palermo havia desaparecido e até hoje não foi encontrado. 

Alem disso, algumas semanas depois da libertação, um dossiê com mais de 60 páginas foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que somente em setembro do ano passado decidiu investigar o caso. E em decorrência dessa investigação, nos dias 3 e 4 de abril, às vésperas da aposentadoria, promete tomar depoimento de testemunhas e do próprio desembargador. 


PALERMO

Gerson Palermo, preso pela última vez em 2017 econdenado a 126 anos de prisão, é piloto experiente de aeronaves e já sequestrou um avião de carreeira que seguia de Foz do Iguaçu a Curitiba, em agosto de 2000, do qual ajudou a roubar R$ 5,5 milhões.
Ele é apontado como um dos chefões da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Em maio de 2002 teria sido um dos organizadores da série de rebeliões em presídios de Mato Grosso do Sul. Sete internos acabaram sendo executados no complexo penitenciário de Campo Grande.
 

Estragos

Ventania deixou o interior e 40 bairros sem energia na Capital; saiba o que fazer

Conforme a concessionária de energia, os bairros estão parcialmente sem luz, e várias equipes trabalham desde ontem (20) para restabelecer o serviço, tanto em Campo Grande quanto no interior do Estado

21/09/2024 14h30

Divulgação Energisa

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Com ventos que ultrapassaram 60 km/h, vários municípios de Mato Grosso do Sul registraram estragos e, consequentemente, falta de luz em decorrência da queda de árvores. Em Campo Grande, 40 bairros estão parcialmente sem energia elétrica.

A Energisa informou que, desde a sexta-feira (20), iniciou o plano de contingência para agilizar os reparos causados pela chuva que trouxe alívio, mas gerou dor de cabeça  ao consumidor. A concessionária também relatou queda de postes e até rompimento de cabos.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), houve registro de ventos de mais de 82 km/h.

No total, foram contabilizadas 655.438 descargas atmosféricas.

Municípios com maior índice de ventos:

  • Dourados: 51,1 km/h;
  • Camapuã: 51,1 km/h;
  • Nova Andradina: 58,3 km/h;
  • Três Lagoas: 62 km/h.
Crédito: Nova News

Em Nova Andradina, um galpão teve a cobertura de alumínio arrancada, e a estrutura caiu em cima de uma residência, assim como quedas de árvores na região central.

Enquanto isso, em Dourados e Anaurilândia, moradores registraram a queda de granizo. Em decorrência dos ventos fortes, vários municípios estão sofrendo com a queda de energia.

Entre os municípios que foram afetados pela queda de energia estão:

  • Campo Grande;
  • Jaraguari;
  • Bandeirantes;
  • Camapuã;
  • Sidrolândia;
  • Terenos;
  • Nova Andradina;
  • Bataguassu;
  • Ivinhema;
  • Dourados;
  • Caarapó;
  • Laguna Caarapã;
  • Jardim;
  • Bonito;
  • Nioaque;
  • Bela Vista;
  • Ponta Porã;
  • Antônio João;
  • Aquidauana;
  • Maracaju;
  • Rio Brilhante;
  • Itaquiraí;
  • Iguatemi.

Enquanto isso, em Campo Grande, os bairros parcialmente afetados são:

  • Jardim Centro Oeste;
  • Vila Nasser;
  • Parque do Lageado;
  • Santo Amaro;
  • Mata do Segredo;
  • Jardim dos Estados;
  • Moreninhas;
  • Parque dos Novos Estados;
  • Vila Popular;
  • Tiradentes;
  • Universitário;
  • Jardim Centenário;
  • Guanandi;
  • Conjunto Aero Rancho;
  • Jardim São Conrado;
  • Vila Carvalho;
  • Vila Bandeirantes;
  • Coronel Antonino;
  • Jardim Tijuca;
  • Parque Residencial Rita Vieira;
  • Pioneiros;
  • Maria Aparecida Pedrossian;
  • Carandá Bosque;
  • Jardim Tarumã;
  • Santa Fé;
  • Jardim Batistão;
  • Vila Taquarussu;
  • Jardim Seminário;
  • Parque Residencial União;
  • Vila Planalto;
  • Cabreúva;
  • Vila Sobrinho;
  • Amambai;
  • Cruzeiro;
  • Vila Taveirópolis;
  • Jardim Los Angeles;
  • Jardim São Lourenço;
  • Chácara dos Poderes;
  • São Francisco;
  • Jardim Jockey Club;
  • Vilas Boas;
  • Portal Caiobá;
  • Jardim Veraneio;
  • Chácara Cachoeira.

Saiba o que fazer

Em caso de queda de fio de energia, a orientação da concessionária é que a população mantenha distância e não mexa em poda de árvores enquanto a rede não for desligada.

Outros canais de contato foram disponibilizados para que a população busque auxílio, como o canal de WhatsApp: Gisa: (67) 99980-0698 Aplicativo Energisa On (disponível no Google Play ou App Store do celular).

“A Energisa segue atendendo como prioridade hospitais, unidades de saúde e situações que coloquem a segurança da comunidade em risco, como presídios. Além disso, é priorizado o atendimento ao cliente sobrevida, ou seja, a pessoa que necessita de algum equipamento vital para sobrevivência. Cabe destacar que todo o trabalho é realizado dentro dos protocolos de segurança.”

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Decisão

STF tem maioria para rejeitar revisão da vida toda do INSS

Decisão mantém entendimento da Corte sobre aposentadorias

21/09/2024 12h30

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) Divulgação/ Agência Brasil

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A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta sexta-feira (20) dois recursos contra a decisão da própria Corte que derrubou a possibilidade de revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é julgado pelo plenário virtual.

O placar da votação é de 7 votos a 1 pela rejeição dos recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).

Além do relator, ministro Nunes Marques, os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso votaram para negar os recursos.

O único voto favorável aos aposentados foi proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu que o STF já decidiu validar a revisão da vida toda. Faltam três votos. 

O julgamento virtual será finalizado na sexta-feira (27).

Entenda


Em março deste ano, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo do benefício. O placar do julgamento foi de 7 votos a 4.

A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.

Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados.

Antes da nova decisão, o beneficiário poderia optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar ou não o benefício.

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