Cidades

MALHA RODOVIÁRIA

Dinheiro do BNDES vai asfaltar mais 600 km e recuperar 300 km de rodovias em MS

Em reunião com deputados, Riedel detalhou onde será usado empréstimo de R$ 2,3 bilhões

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), se reuniu com deputados estaduais de Mato Grosso do Sul para detalhar onde serão empregados os R$ 2,3 bilhões que o governo deve contratar em empréstimo com o BNDES para investimento na malha rodoviária, com obras em 900 km de rodovias estaduais.

O projeto de lei foi encaminhado a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul na semana passada, mas ainda não passou por votação no plenário. A aprovação pelos deputados é necessária para que o governo contrate o empréstimo.

A reunião entre Riedel e os deputados ocorreu a portas fechadas e, logo após o encerramento, o governador não falou com a imprensa, pois precisava embarcar para os Estados Unidos, onde cumprirá agenda.

Conforme o deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD), vice-líder do governo na Assembleia, Riedel apresentou dados que demonstram que o Estado está crescendo em um ritmo econômico elevado e, como consequência, as rodovias tem sofrido com o tráfego elevado de caminhões, treminhões e automóveis.

Dessa forma, o recurso deve ser empregado para pavimentar e recuperar as estradas, melhorando o tráfego e o escoamento da produção.

“O que está sendo colocado é a pavimentação de cerca de  600 km de novas rodovias que hoje são cascalhadas, e também a pavimentação e mais 300 km de recuperação das estradas já existentes”, explicou.

Além disso, segundo o deputado, o governador também apresentou uma inovação no material que será usado, garantindo melhor qualidade do asfalto.

“Vai ser colocado um teor maior de concreto, então com esse aumento do teor de concreto, aumenta muito a sua durabilidade, tal como são as estradas nos países desenvolvidos, como por exemplo, nos Estados Unidos, na Europa”, disse.

“Naturalmente que tem um investimento um pouco mais elevado, cerca de 20% a 25% no aumento do custo por quilômetro. Por outro lado, nós vamos aumentar a durabilidade para cerca de trinta anos com um asfalto com maior teor de concreto”, acrescentou.

Com relação ao impacto da dívida, o deputado conta que Riedel esclareceu que não irá comprometer as finanças do Então.

“Hoje o estado encontra-se numa situação bastante favorável pela sua avaliação na Secretaria do Tesouro Nacional. Existe um indicador chamado Capag que mostra a capacidade de pagamento do Governo do Estado, nós temos a capacidade A, a nota máxima. Nos últimos anos, o Estado tinha um endividamento superior a 90% da receita corrente líquida e hoje é um endividamento de cerca de 47%, então mesmo com essa nova dívida desse novo financiamento, a nossa capacidade de endividamento ainda estaria em níveis razoáveis para o nosso Estado.

Pedrossian Neto ressalta ainda que o governador não detalhou todas as rodovias receberão os investimentos, mas entre as obras previstas está a pavimentação da MS-134, no trecho que fica entre a MS-040 e a BR-267, no distrito de Casa Verde, e a restauração da MS-276, que vai do distrito de Indápolis ao município de Deodápolis.

Conforme antecipado pelo Correio do Estado, ao todo, serão pavimentadas 11 rodovias, e outras 5 serão recuperadas com os recursos do empréstimo. 

O recurso vai preparar vias estaduais para um grande projeto para conceder à iniciativa privada duas rodovias federais e uma rodovia estadual que ligam Campo Grande ao estado de São Paulo: as BRs 262 e 267 e a MS-040. Com isso, o Estado deve ter mais três rodovias com praças de pedágio, além da BR-163.

Empréstimo

O valor total pleiteado é de R$ 2.370.000.000,00, “para investimento em projetos de infraestrutura e de logística do transporte rodoviário, oportunizando o aumento da malha rodoviária e o escoamento de cargas da região”.

Em justificativa enviada com o projeto de lei, o governador Eduardo Riedel afirma que a operação de crédito é de baixo risco, pois tem condições facilitadas, juros reduzidos e prazo de amortização consideravelmente maior em relação às outras instituições financeiras nacionais, "sendo realizado em moeda nacional, o que imuniza o Estado do risco cambial inerente às operações de crédito internacionais". 

O agente financeiro com o qual será contratada é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através da linha Finem, de baixo risco, condições facilitadas, juros reduzidos e prazo de amortização maior em relação a outras instituições financeiras nacionais.

Segundo afirma o governador na mensagem, o empréstimo “mostra-se possível diante das condições fiscais favoráveis ao Estado, especialmente na sua capacidade de pagamento”.

“A operação de crédito sobre a qual se requer autorização confere ao Estado a possibilidade de destinar e equalizar os gastos e investimentos públicos com mais dinamismo e celeridade, dentro dos limites legais, resultando em um gerenciamento que se reflete em benefícios à população sul-mato-grossense”, afirma o Executivo.

O projeto foi protocolado no dia 23 de agosto na Assembleia Legislativa e ainda não passou por votação. 

Povos indígenas

MS pode iniciar o tombamento de 7 línguas indígenas como patrimônio cultural

O projeto aguarda votação na Assembleia e tem como objetivo a preservação das línguas dos povos indígenas do estado.

16/04/2025 15h22

POVOS INDÍGENAS

POVOS INDÍGENAS Divulgação

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A deputada Gleice Jane (PT) protocolou hoje (16) na Assembleia Legislativa (ALEMS) o Projeto de Decreto Legislativo 05/2025, que pode tornar as línguas indígenas faladas em Mato Grosso do Sul patrimônio cultural imaterial. 

Segundo a proposta da deputada, as línguas indígenas a serem incluídas no processo de tombamento são Guarani, Kaiowá, Terena, Kinikinau, Kadiwéu, Guató e Ofayé. O objetivo do tombamento dessas línguas como patrimônio cultural imaterial é a sua proteção e preservação. 

A deputada Gleice Jane justifica a inclusão das línguas mencionadas no projeto como “uma representação não apenas da expressão viva de saberes ancestrais, mas também como peças centrais para a continuidade das tradições, cosmovisões e conhecimentos desses povos”. 

A parlamentar acrescenta dizendo que, mesmo tendo a importância que têm, muitas dessas línguas estão em risco de desaparecimento, “com um número reduzido de falantes, como é o caso do Ofayé, que já possui uma quantidade crítica de pessoas que a utilizam fluentemente”. 

“A iniciativa de tombamento dessas línguas vem ao encontro das necessidades de preservação e valorização do patrimônio cultural imaterial dos povos indígenas, conforme os estudos realizados no âmbito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que destacam a importância do reconhecimento formal dessas línguas para garantir sua preservação e revitalização”, reforça Gleice Jane. 

Caso o projeto seja aprovado, caberá ao presidente da ALEMS decretar o processo de tombamento. A proposta deve ser apresentada na próxima terça-feira (22), em sessão ordinária, e segue para o período de pauta, onde poderá receber emendas. 

Línguas dos povos indígenas

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), as línguas dos povos indígenas representam quase 75% de todas as que se estima existir, com mais de 5 mil tipos em mais de 70 países em seis continentes. 

Especialmente, a cultura sul-mato-grossense contempla uma multiplicidade cultural e destaca-se por ser berço da terceira maior população indígena do país.

Diante deste contexto, o Decreto Federal nº 6.861 de 2009 ordena a educação escolar indígena na forma de Territórios Etnoeducacionais. Os povos no Mato Grosso do Sul estão representados pelo Cone Sul (Guarani e Kaiowá) e Povos do Pantanal (Terena, Kinikinau, Kadiwéu, Atikum, Ofaié e Guató). 
 

INTERIOR

Licença para fábrica da Bracell deve sair até final do ano

Audiência pública no fim de maio subsidiará a decisão quanto ao licenciamento ambiental da planta em Bataguassu

16/04/2025 12h59

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses Reprodução/Internet

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Pelas reuniões planejadas pelo chamado Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA), a expectativa é que o esperado licenciamento ambiental para a fábrica de celulose da Bracell em Bataguassu, que fica longe cerca de 309,9 km de Campo Grande, saia até o último mês deste 2025. 

O fato veio à tona com o anúncio da audiência pública de apresentação de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), marcada para o dia 29 de maio, referente ao licenciamento ambiental para a implantação da unidade pela MSFC FLorestal já protocolado no Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). 

Esse mesmo estudo, como abordou recentemente o Correio do Estado, revela que o investimento atualizado previsto é cerca de 30% menor que o esperado, saindo da ordem de R$ 23 bilhões - quando a fábrica ainda era prometida para Água Clara - para atuais R$ 16 bilhões

Com o Conselho presidido pelo também secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck cita que a próxima audiência pública é considerada fundamental para o processo de licenciamento. 

"Após a realização da audiência, o Imasul dá sequência ao processo e encaminha a solicitação para que o Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) aprecie o pedido", afirmou o titular da Semadesc, Jaime Verruck.

De olho no calendário de reuniões do Ceca, há a previsão de análise do pedido de licenciamento da Bracell até um mês após a audiência, para entrega da Licença Prévia ainda este ano, até dezembro. 

Após apresentação e posterior intervalo, a audiência pública de 29 de maio será aberta para resposta de perguntas previamente cadastradas, para as quais os interessados já podem se inscrever CLICANDO AQUI

Feita no ginásio de esportes do Centro Educacional Juventude do Amanhã (CEJA), em Bataguassu, a audiência terá transmissão ao vivo e poderá ser acompanhada pelo canal da Imasul no Youtube. 

Bracell em Bataguassu

Loge cerca de 9 km da área urbana, a instalação neste ponto do município irá facilitar a captação de água - onze milhões de litros de água por hora - diretamente do Rio Paraná, distante cerca de quatro quilômetros da fábrica, o que dispensará a construção de barragens para benefício da unidade. 

Estimando consumir 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto por ano, a capacidade anual de produção da chamada celulose kraft é calculada em torno de 2,92 milhões de toneladas, em caso de trabalho sem parada geral. 

Há ainda a possibilidade de operar em modelo combinado, com 1,46 milhão de toneladas de celulose kraft e 1,14 milhão do tipo solúvel, um total aproximado de 2,6 milhões de toneladas ao ano. 

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses, sendo quatro para os trabalhos de terraplanagem e 34 para a construção da fábrica propriamente dita. 

Conforme a previsão, a celulose deve ser escoada por caminhões, pela MS-395 e a BR-158, margeando o Rio Paraná, até a ferrovia que passa em Aparecida do Taboado. De lá, seguirá por ferrovia até o porto de Santos.

O titular da Semadesc, em nota, destacou o desenvolvimento estadual atual, marcado pela chegada da quinta fábrica da Arauco, no município de Inocência, longe cerca de 337 km de Campo Grande, além de apontar o reconhecimento "pelo excelente ambiente de negócios e segurança jurídica"

"Detemos 24% da produção brasileira, temos a segunda maior área de eucalipto cultivado e lideramos a produção de madeira para a indústria de papel e celulose. Tudo isso torna o Estado um terreno fértil para investimentos globais", concluiu Verruck. 

 

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