Cidades

JULGAMENTO

"Até agora não conseguimos viver nosso luto", afirma o pai de Sophia

A partir de hoje, mãe e padrasto da menina serão julgados em júri popular pelo assassinato da criança de 2 anos; familiares pedem pena máxima

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Lutando por justiça para Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, Jean Carlos Ocampo, pai da menina morta no dia 26 de janeiro de 2023, pede pena máxima para os réus acusados de agredi-la até a morte e relata seu sentimento de perda.

“Até agora nós não conseguimos viver o nosso luto, eu quero poder viver com a saudade da minha filha”. 

Hoje, os réus Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, e Christian Campoçano Leitheim, de 26 anos, mãe e padrasto de Sophia, serão julgados em júri popular pelo assassinato da criança, crime enquadrado como homicídio qualificado contra vítima menor de 14 anos.

Em entrevista ao Correio do Estado, Jean Carlos, pai de Sophia, e seu esposo, Igor de Andrade, falaram sobre o que esperam da Justiça no julgamento do caso de Sophia.

“Eu espero a pena máxima para os dois [réus], que eles sejam condenados e que paguem pelo que eles fizeram com a Sophia”, disse Jean.

Caso o entendimento do júri popular decida que os réus são culpados pela morte de Sophia e, assim, os condenem, Jean entende que isso trará a possibilidade de o casal viver o luto e a saudade de sua filha.

“Queremos fechar o caixão para vivermos com a nossa saudade, até agora nós não conseguimos viver o nosso luto, eu quero poder viver com a saudade da minha filha. É uma sensação que já me acompanha e creio que [se houver a condenação] vai acalmar o nosso coração um pouco, de perceber que justiça está sendo feita”, descreveu o pai da criança. 

O casal informou à reportagem que vai acompanhar o julgamento no Fórum de Campo Grande como público presente, mas não será ouvido como testemunha de acusação do caso.

O CASO

No dia 26 de janeiro de 2023, Stephanie de Jesus da Silva levou a pequena Sophia para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande. As enfermeiras que realizaram o primeiro atendimento constataram que a menina já estava morta quando chegou à unidade. 

Após o ocorrido, um laudo da perícia constatou que a criança havia morrido sete horas antes de chegar à UPA, em razão de um traumatismo na coluna causado por agressão física. Além das diversas lesões no corpo, a criança apresentava, ainda, sinais de estupro.

Conforme o andamento da apuração do caso, foi constatado que, em 2 anos e 7 meses de vida, Sophia já havia passado por 30 atendimentos em unidades de saúde.

Além da busca pela condenação dos assassinos de Sophia, os pais da criança também foram à Justiça para processar o Estado – em outro julgamento que está em andamento – por omissão diante dos indícios e das provas que demonstravam lesões físicas no corpo de Sophia causadas por agressões.

DIREITO DAS CRIANÇAS

A repercussão da morte de Sophia impactou a sociedade, que pressionou o poder público para o melhoramento do sistema de proteção à criança e ao adolescente em Campo Grande e no Estado.

Na Capital, por exemplo, a decisão de aumentar o número de Conselhos Tutelares e de conselheiros e o recorde de eleitores que compareceram para votar no pleito (gestão 2024-2027), mostraram que o caso Sophia teve repercussão, ao denunciar a ineficiência de aparato público. 

“Por um lado, me doi [a repercussão], porque a Sophia é minha filha e o que aconteceu com ela infelizmente não tem como voltar atrás, por outro, é importante para não acontecer [com] outras Sophias. O que a gente espera é que a rede de proteção funcione de verdade e que não fique só no papel”, falou Jean.

“É nítido que o Estado foi omisso, o que aconteceu com a nossa filha infelizmente serviu de alerta para que eles trabalhem com prevenção, sem esperar chegar no nível que aconteceu com a Sophia”, declarou Igor de Andrade.

JÚRI POPULAR

Após o julgamento ser adiado três vezes, Stephanie e Christian, mãe e padrasto de Sophia, serão julgados em júri popular que terá o mesmo aparato do “júri do século” de Jamil Name Filho.

O julgamento começa hoje, a partir das 8h, e termina amanhã, no Tribunal do Júri. Stephanie e Christian foram enquadrados no crime de homicídio qualificado contra menor de 14 anos. 

O padrasto da vítima também foi denunciado por estupro de vulnerável, a partir de exame necroscópico que constatou a violência.

Christian Campoçano, que está preso no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), e Stephanie, detida no Estabelecimento Penal Feminino de São Gabriel do Oeste, serão escoltados pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) ao Tribunal do Júri, pois foram intimados a comparecer presencialmente.

Segundo a programação estabelecida pela Justiça, devem comparecer ao Tribunal do Júri nesta quarta-feira duas testemunhas de acusação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que atua no caso por meio da Vara da Infância e Juventude, e cinco testemunhas de defesa de Stephanie, além de outras cinco testemunhas de defesa de Christian.

Na mesma data, será feito o interrogatório dos réus, que serão questionados pela acusação e a defesa sobre a morte da Sophia de Jesus Ocampo.

Amanhã, a partir das 8h, vão acontecer os debates dos advogados de defesa e de acusação, que seguirão até a decisão do júri popular, que deverá ser anunciada pelo juiz responsável do caso, Aluízio Pereira dos Santos.

Saiba

Stephanie e Christian já sofreram uma condenação na Justiça por serem responsáveis pela morte do cachorro da família em 2022. O casal foi condenado a 2 anos de prisão. Em função desta condenação, o casal será julgado sem a prerrogativa do réu primário.

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Rede Limpa

Nova etapa de operação retira 24 mil metros de fios irregulares no Centro

Foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular e força-tarefa também deve ser expandida para bairros

07/12/2025 17h00

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande Foto: Divulgação / PMCG

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Em nova do Projeto Rede Limpa, cerca de 24 mil metros de cabos irregulares foram retirados de postes na região central de Campo Grande, neste domingo (7). Na primeira etapa da operação, realizada no dia 27 de novembro, foram retirados 15 mil metros de fios irregulares

Conforme a prefeitura, o foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular, sendo o quadrilátero central, formado pelas avenidas Mato Grosso e Afonso Pena e pelas ruas Calógeras e 13 de Maio.

A área foi escolhida após mapeamento técnico da concessionária de energia elétrica, a Energisa, que apontou que o local apresentou maior quantidade de instalações irregulares.

O ponto de partida da ação foi o cruzamento das ruas Treze de Maio e Barão do Rio Branco, às 7h. Os serviços se estenderam ao longo de todo o dia, com intervenções em 79 postes, sendo 28 na rua Treze de Maio, 35 na Calógeras e 16 na Afonso Pena.

A força-tarefa ainda terá outras etapas e deverá ser expandido para outros bairros de Campo Grande, embora ainda não haja cronograma definido.

Conforme a prefeitura, as ações ocorrerão de forma planejada, priorizando as áreas com maior concentração de irregularidades e risco à população.

Para o presidente do Conselho Regional do Centro, João Matos, a iniciativa atende a uma demanda histórica de comerciantes e moradores.

“O excesso de fios sempre foi uma preocupação no centro, tanto pela segurança quanto pelo impacto visual. Essa ação é muito bem-vinda e traz resultados concretos para quem vive e trabalha aqui”, afirmou.

A prefeita Adriane Lopes afirmou que o objetivo da retirada da fiação irregular não é apenas uma questão estética.

"O Rede Limpa é, sobretudo, uma ação de segurança e organização urbana. Estamos cuidando da cidade, prevenindo riscos e garantindo mais tranquilidade para quem circula pelo centro”, afirmou.

Adriana Ortiz, representante da Agência Estadual de Regulação (Agems), disse que a ação também tem caráter regulatório e de fiscalização.

“Essa operação é resultado de um trabalho técnico e integrado, que busca garantir que as normas sejam cumpridas e que os serviços prestados à população ocorram com segurança e qualidade”, declarou.

Já o gerente da Energisa, Moacir Costa, explicou que todas as operadoras foram previamente comunicadas com antecedência sobre a realização da ação deste domingo.

“As empresas credenciadas junto à Energisa foram notificadas antes da primeira etapa e novamente comunicadas nesta semana. O objetivo é corrigir irregularidades e organizar a ocupação dos postes de forma adequada e segura”, pontuou.

Primeira etapa

Na primeira etapa do projeto, foram vistoriados 43 postes, com a retirada de cerca de 15 mil metros de fios irregulares, um resultado considerado positivo.

A ação dessa fase teve início no quadrilátero formado pelas avenidas Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras. Também foram incluídas ruas internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.

Foram atendidos 21 postes na Rua 13 de Maio e 22 na Avenida Calógeras. Em média, foram removidos cabos de 12 pontos por poste. As equipes iniciaram os trabalhos às 22h, horário escolhido para minimizar impactos no trânsito e na circulação de pedestres.

Após a limpeza dos postes, haverá rondas preventivas pelas forças de segurança para evitar novas ligações clandestinas.

A operação contou com a participação da Agência Estadual de Regulação (Agems) e da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Especial de Articulação Regional (Sear), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semades), Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

boletim

Mortes por aids caem 4% no período de um ano em MS

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que há 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids no Estado

07/12/2025 14h30

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes Foto: Breno Esaki / Agência Saúde-DF

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O número de mortes por aids teve queda de 4,1% em Mato Grosso do Sul no comparativo entre 2023 e 2024. Boletim epidemiológico 2025, com ano-base 2024, foi divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde e aponta que em 2023 foram 172 óbitos pela doença no Estado, passando para 165 em 2024.

Ainda conforme a Pasta, o resultado acompanha a tendência nacional. O País reduziu 13% os óbitos por aids no período, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil, o menor número em três décadas.

Considerando o número de casos, foram registrados 788 em Mato Grosso do Sul no ano passado. O Estado contabiliza ainda 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o resultado reflete os avanços em prevenção e diagnóstico, com terapias de ponta que atualmente são capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível e que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.

Os casos de aids no Brasil também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano, conforme o boletim epidemiológico.

No componente materno-infantil, o País registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%.

Em todo o Brasil, há 68,4 mil pessoas que vivem com o vírus HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.

O País manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.

O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Prevenção, diagnóstico e tratamento

O Brasil adota a estratégia de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de infecção pelo HIV.

Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.

Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.

Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.

No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.

O SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo.

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