Cidades

SAÚDE MENTAL

Estado tem o maior índice de tentatíva de suícidio em 10 anos

Casos de internações por lesões autoprovocadas chegou a 237 no ano passado em Mato Grosso do Sul, no Brasil, diariamente são registrados mais de 30 casos

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Dados do Ministério da Saúde, disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), apontam que os casos de internações por tentativas de suícidio em Mato Grosso do Sul é o maior em 10 anos, saltando de 65 em 2014, para 237 no ano passado.

O índice foi apresentado no Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência, que está acontecendo em Campo Grande, e discute os atendimentos emergênciais de diversos casos. A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) também informa que no Brasil, são registradas mais de 30 internações por dia, por lesões autoprovocadas voluntariamente.

A presidente da Abramede, Maria Camila Lunardi, relatou que o aumento de casos de tentativas de autoextermínio tem sido uma realidade não só no Estado, mas em todo o país, por uma série de fatores, que envolvem desde as redes sociais às relações sócio-afetivas.

“As mídias sociais, começam a mudar um pouquinho aquela visão da pessoa, e as pessoas tentam uma vida que parece mais fantástica, diferente do que na verdade elas vivem, e com isso, elas passam a se deprimir mais, e elas passam a não aceitar a situação delas”, comenta Camila Lunardi.

As situações de burnout, principalmente para as pessoas mais jovens e até mesmo em crianças, também são citadas; e a presidente da Abramede expõe que a população idosa está passando por um aumento de casos de internações por lesões autoprovocadas propositalmente, principalmente após o período de pandemia.

“Está tendo um aumento entre a população idosa, que muitas vezes era uma população que a gente não dava muito valor em relação a isso, mas o isolamento social, principalmente depois da pandemia, fez com que essas pessoas não estivessem muitas vezes em contato com outras ou elas não tendo uma vida mais ativa, faz com que elas entrem mais vezes em depressão”, pontua a presidente da Abramede.

ATENDIMENTO

Os casos de internações por tentativas de suícidio passam primeiramente pela equipe de atendimento de emergência, que são os primeiros médicos e enfermeiros que vão atender as pessoas que estão em uma situação de risco de vida. Alguns desses casos, depois precisam ser transferidos para outros serviços, devido ou à gravidade dos ferimentos, ou do quadro psicológico.

No entanto, no geral, essa primeira equipe que atende pessoas que tentaram contra a própria vida não possui médicos psiquiatras em sua composição. O psiquiatra e professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Augusto Bittencourt, informa que o problema é ainda maior, já que muitas cidades não possuem psiquiatras e há uma necessidade de investimento na saúde mental em todo o país.

“Se a gente fosse pensar em algumas doenças, um grupo de doenças que precisaria de mais investimento, por conta do impacto negativo que ela traz na nossa sociedade, com certeza as doenças que precisariam de maior investimento seriam as doenças mentais, mas infelizmente o que a gente se depara é com uma grande dificuldade de acesso ao serviço de saúde mental. As pessoas não conseguem serviço de saúde mental”, esclarece o médico.

Augusto Bittencourt relata ainda que o Brasil está indo na contramão do mundo, com um aumento dos casos se suícidio e de tentativas, além de um aumento nos quadros graves de depressão, de resistência ao tratamento e de transtornos por usos de substâncias.

“A gente está vendo que as pessoas estão sofrendo mais, e eu acredito muito que as pessoas estão sofrendo mais porque está tendo uma desconexão muito grande das pessoas com a vida delas, com as pessoas que elas gostam. A gente vive hoje em dia com uma rotina muito grande de demanda de trabalho, de exigência muito grande consigo mesmo, com grandes cobranças por resultados e cada vez mais difícil ter esses resultados”, expõe o psiquiatra.

Além do aumento de tentativas, os casos de suícidio em Mato Grosso do Sul também é alarmante, principalmente no período pós pandemia. Em 2021, segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 236 pessoas tiraram a própria vida, e só até a última terça-feira (24), 115 pessoas foram vítimas de suícidio em MS.
 

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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