Cidades

soltura de megatraficante

Lentidão do CNJ tende a resultar na impunidade de desembargador

Divoncir Maran completa 75 anos daqui a sete meses e se aposentar. Com isso, o caso deve ser arquivado

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A demora de quase 41 meses para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidir se abriria ou não processo administrativo para investigar a conduta do desembargador Divoncir Schreiner Maran, o que aconteceu nesta terça-feira (5), tende a resultar na impunidade do magistrado, caso a investigação aponte que ele cometeu alguma irregularidade ou crime ao conceder prisão domiciliar a um traficante condenado a 126 anos de prisão.

Isso porque o magistrado chegou nesta sexta-feira (6) a 74 anos e cinco meses de idade. E, ao completar 75, em 6 de abril de 2024, terá de se aposentar compulsoriamente. E quando isso ocorrer, o processo no CNJ será automaticamente arquivado, conforme entendimento de um advogado ouvido pelo Correio do Estado que pediu anonimato. 

E, conforme acredita este advogado, o julgamento do processo no CNJ dificilmente será concluído em sete meses, ainda mais levando em consideração que a decisão sobre a abertura da investigação demorou mais de 40 meses. 

A investigação aberta terça-feira pelo CNJ, por 11 a 4, pode resultar na absolvição, advertência ou até mesmo na “demissão” (aposentadoria compulsória) de Divoncir Maran, que já presidiu o Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal de Justiça e Mato Grosso do Sul. Ele está na magistratura desde 1981. 

Mas, mesmo que seja demitido, terá direito ao salário de qualquer outro magistrado aposentado, da ordem de R$ 40 mil (além de alguns penduricalhos) já que juízes têm cargo vitalício no Brasil. 

SUSPEITAS

No dia 21 de abril de 2020, o desembargador transferiu o megatraficante Gerson Palermo, que estava preso desde 2017, para prisão domiciliar com uso de tornozeleira. No dia seguinte, porém, a decisão foi revista por outro desembargador. Mas, antes de voltar à prisão, Palermo rompeu a tornozeleira e fugiu. Até hoje não foi recapturado.

Entre os principais argumentos acatados pelos conselheiros que votaram contra o desembargador estão o fato de ele não ter ouvido o Ministério Público, ter tomado a decisão em um plantão em meio a um feriado prolongado, o fato de o réu ter condenação de 126 anos e ter menosprezado a informação de que ele é piloto aéreo e teria facilidade para fugir do país.

Os quatro conselheiros que votaram a favor de Divoncir levaram em consideração principalmente o fato de a soltura ter ocorrido por conta da pandemia da covid. Mas, o corregedor do CNJ, Luis Felipe Salomão, lembra que a defesa não apresentou nenhum atestado médico apontando que ele fazia parte de algum grupo de risco. 

Entre os que votaram pela abertura da investigação está a presidente do Conselho, a ministra do STF Rosa Weber, que também está prestes a se aposentar. No seu entendimento, o argumento da pandemia é frágil demais para justificar a soltura de um traficante de tamanha periculosidade.

O caso somente foi desengavetado no CNJ porque o juiz Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, insistiu em apontar supostas irregularidades da soltura do traficante. Ele chegou a elaborar um dossiê com supostas irregularidades e o enviou ao CNJ.

Na denúncia que o juiz de Três Lagoas levou ao CNJ, ele insinua que o pedido de liminar foi feito exatamente naquele dia porque os advogados de Palermo sabiam que Divoncir Maran estava de plantão. 

Prova disso, segundo ele, é que outros três plantonistas já haviam trabalhado depois que o juiz de primeira instância negou o pedido de relaxamento da prisão e mesmo assim o recurso não fora impetrado. 

O denunciante também estranhou o fato de o desembargar ter assinado a liminar logo no começo da manhã do dia 21 de abril, às 08:11 e, 40 minutos depois já mandou cumprir a decisão. As outras liminares concedidas por ele naquele dia, conforme o corregedor do CNJ, só foram assinadas bem mais tarde. 

Preso pela última vez em 2017 pela Polícia Federal,  Palermo tem uma série de passagens pela polícia por envolvimento com o tráfico de cocaína desde 1991. Ele participou, também, do sequestrou de um avião que levava malotes com R$ 5,5 milhões do Banco do Brasil no ano de 2000. 

Só dois “demitidos”

O juiz Rodrigo Pedrini foi um dos principais responsáveis pela “demissão” da desembargador Tânia Garcia de Freitas Borges, em fevereiro de 2021.

Assim, como no caso de Divoncir, ele estranhou o fato de a desembargadora ter ido pessoalmente liberar o filho no presídio em Três Lagoas, onde estava depois de ter sido flagrado traficando maconha e munições. 
Conforme a denúncia apresentado por ele ao CNJ, ela usou do cargo para beneficiar ilegalmente o filho e por isso acabou sendo "demitida".

A aposentadoria compulsória, ou demissão, de magistrados é fato raríssimo. Além de Tânia Borges, outro juiz demitido em Mato Grosso do Sul foi Aldo Ferreira da Silva Júnior, em julho de 2022.

Ele estava afastado do cargo havia cerca de quatro anos por suspeita de envolvimento em um esquema, junto com a esposa, de cobrança de propina para liberação de precatórios, que são créditos concedidos para quem venceu ações na Justiça contra o poder público e que não cabem mais recurso. 

O caso dele nem mesmo chegou ao CNJ e foi demitido por decisão do próprio Tribunal de Justiça. Seus advogados, porém, ainda tentam reverter a punição. 
 

Estragos

Ventania deixou o interior e 40 bairros sem energia na Capital; saiba o que fazer

Conforme a concessionária de energia, os bairros estão parcialmente sem luz, e várias equipes trabalham desde ontem (20) para restabelecer o serviço, tanto em Campo Grande quanto no interior do Estado

21/09/2024 14h30

Divulgação Energisa

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Com ventos que ultrapassaram 60 km/h, vários municípios de Mato Grosso do Sul registraram estragos e, consequentemente, falta de luz em decorrência da queda de árvores. Em Campo Grande, 40 bairros estão parcialmente sem energia elétrica.

A Energisa informou que, desde a sexta-feira (20), iniciou o plano de contingência para agilizar os reparos causados pela chuva que trouxe alívio, mas gerou dor de cabeça  ao consumidor. A concessionária também relatou queda de postes e até rompimento de cabos.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), houve registro de ventos de mais de 82 km/h.

No total, foram contabilizadas 655.438 descargas atmosféricas.

Municípios com maior índice de ventos:

  • Dourados: 51,1 km/h;
  • Camapuã: 51,1 km/h;
  • Nova Andradina: 58,3 km/h;
  • Três Lagoas: 62 km/h.
Crédito: Nova News

Em Nova Andradina, um galpão teve a cobertura de alumínio arrancada, e a estrutura caiu em cima de uma residência, assim como quedas de árvores na região central.

Enquanto isso, em Dourados e Anaurilândia, moradores registraram a queda de granizo. Em decorrência dos ventos fortes, vários municípios estão sofrendo com a queda de energia.

Entre os municípios que foram afetados pela queda de energia estão:

  • Campo Grande;
  • Jaraguari;
  • Bandeirantes;
  • Camapuã;
  • Sidrolândia;
  • Terenos;
  • Nova Andradina;
  • Bataguassu;
  • Ivinhema;
  • Dourados;
  • Caarapó;
  • Laguna Caarapã;
  • Jardim;
  • Bonito;
  • Nioaque;
  • Bela Vista;
  • Ponta Porã;
  • Antônio João;
  • Aquidauana;
  • Maracaju;
  • Rio Brilhante;
  • Itaquiraí;
  • Iguatemi.

Enquanto isso, em Campo Grande, os bairros parcialmente afetados são:

  • Jardim Centro Oeste;
  • Vila Nasser;
  • Parque do Lageado;
  • Santo Amaro;
  • Mata do Segredo;
  • Jardim dos Estados;
  • Moreninhas;
  • Parque dos Novos Estados;
  • Vila Popular;
  • Tiradentes;
  • Universitário;
  • Jardim Centenário;
  • Guanandi;
  • Conjunto Aero Rancho;
  • Jardim São Conrado;
  • Vila Carvalho;
  • Vila Bandeirantes;
  • Coronel Antonino;
  • Jardim Tijuca;
  • Parque Residencial Rita Vieira;
  • Pioneiros;
  • Maria Aparecida Pedrossian;
  • Carandá Bosque;
  • Jardim Tarumã;
  • Santa Fé;
  • Jardim Batistão;
  • Vila Taquarussu;
  • Jardim Seminário;
  • Parque Residencial União;
  • Vila Planalto;
  • Cabreúva;
  • Vila Sobrinho;
  • Amambai;
  • Cruzeiro;
  • Vila Taveirópolis;
  • Jardim Los Angeles;
  • Jardim São Lourenço;
  • Chácara dos Poderes;
  • São Francisco;
  • Jardim Jockey Club;
  • Vilas Boas;
  • Portal Caiobá;
  • Jardim Veraneio;
  • Chácara Cachoeira.

Saiba o que fazer

Em caso de queda de fio de energia, a orientação da concessionária é que a população mantenha distância e não mexa em poda de árvores enquanto a rede não for desligada.

Outros canais de contato foram disponibilizados para que a população busque auxílio, como o canal de WhatsApp: Gisa: (67) 99980-0698 Aplicativo Energisa On (disponível no Google Play ou App Store do celular).

“A Energisa segue atendendo como prioridade hospitais, unidades de saúde e situações que coloquem a segurança da comunidade em risco, como presídios. Além disso, é priorizado o atendimento ao cliente sobrevida, ou seja, a pessoa que necessita de algum equipamento vital para sobrevivência. Cabe destacar que todo o trabalho é realizado dentro dos protocolos de segurança.”

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Decisão

STF tem maioria para rejeitar revisão da vida toda do INSS

Decisão mantém entendimento da Corte sobre aposentadorias

21/09/2024 12h30

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) Divulgação/ Agência Brasil

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A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta sexta-feira (20) dois recursos contra a decisão da própria Corte que derrubou a possibilidade de revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é julgado pelo plenário virtual.

O placar da votação é de 7 votos a 1 pela rejeição dos recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).

Além do relator, ministro Nunes Marques, os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso votaram para negar os recursos.

O único voto favorável aos aposentados foi proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu que o STF já decidiu validar a revisão da vida toda. Faltam três votos. 

O julgamento virtual será finalizado na sexta-feira (27).

Entenda


Em março deste ano, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo do benefício. O placar do julgamento foi de 7 votos a 4.

A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.

Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados.

Antes da nova decisão, o beneficiário poderia optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar ou não o benefício.

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