Economia

GIGANTE DA CELULOSE

Paper Excellence vence arbitragem e deve ficar com 100% da Eldorado Celulose

J&F, dos irmãos Batista, deve perder os direitos sobre indústria de celulose em Três Lagoas

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A Paper Excellence ganhou o processo de arbitragem contra a J&F e passará a ter 100% das ações da Eldorado Brasil Celulose, empresa com sede em São Paulo, cuja única unidade industrial está localizada em Três Lagoas, cidade distante 326 quilômetros de Campo Grande.  

A Paper Excellence pertence ao bilionário indonésio Jackson Widjaja e, embora tenha unidades em todo o planeta, tem seu quartel-general na Holanda.  

A Eldorado Brasil Celulose, antes da decisão, era controlada pela J&F, holding que pertence aos irmãos Wesley e Joesley Batista, que também são donos, dentre outras empresas, dos frigoríficos JBS.  

Antes da decisão, a J&F tinha 51% do capital, e a Paper Excellence, 49%.  

 

Judicialização

A disputa acionária entre as duas empresas foi foi judicializada pela Paper Excellence em 2019 na Câmara de Comércio Internacional, de arbitragem, após divergências entre as empresas.

A J&F acertou a venda da Eldorado para a Paper Excellence por R$ 15 bilhões, incluindo R$ 7,5 bilhões em dívidas. A transação ocorreu em setembro de 2017.  

A empresa do bilionário indonésio teria um ano para levantar todo o financiamento e concluir o negócio, em um contrato que também obrigava a companhia a renegociar a dívida da Eldorado com os bancos, o que liberaria as garantias patrimoniais e financeiras oferecidas pelos Batistas.  

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A alavancagem deveria ser decidida até 3 de setembro de 2018. O contrato de compra e venda previa que, se até dia 3 de setembro de 2018 não houvesse solução para a questão, a empresa do bilionário da Indonésia ficaria como minoritária.  

Nesse intervalo, mudanças do câmbio e do preço da celulose melhoraram o valor patrimonial da Eldorado e a Paper Excellence afirma que os Batista passaram a dificultar a quitação das dívidas.

Em entrevista à Folha, Claudio Cotrim, diretor-presidente da Paper Excellence no Brasil, acusou a família Batista de ter solicitado R$ 6 bilhões a mais do que teria direito em contrato para finalizar a venda da fábrica de celulose Eldorado.

“Achávamos que nosso contrato era forte, mas não há contrato que se defenda de má-fé”, disse Cotrim à Folha em sua primeira entrevista após o início da disputa.

A Paper Excellence acusa os Batistas de terem agido de má fé e não cooperarem para a liberar as garantias. Também diz que a J&F quer elevar o valor acertado. Já assessores dos Batista afirmaram na época que a liberação das garantias era uma obrigação da Paper Excellence.

Disputa em Mato Grosso do Sul

Entre 2019 e 2020, a disputa pelo controle acionário da Eldorado Brasil Celulose também chegou a Mato Grosso do Sul. O empresário Mário Celso Lopes, ingressou com ação no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, exigindo 8,28% de participação acionária da empresa.  

Mário Celso Lopes, por meio de sua empresa, o MCL, chegou a obter liminar lhe garantindo esta participação sobre a fatia da J&F na Eldorado. A tutela foi dada, na ocasião, em agravo do desembargador Nelio Stabile.  

Em abril de 2020, porém, a ministra do STJ, Nancy Andrighi, decidiu que o foro para discutir essa questão de controle acionária era a Justiça paulista, e não a sul-mato-grossense.  

No Tribunal de Justiça de São Paulo, Mário Celso Lopes não teve sua participação pleiteada, de 8,28% reconhecida. (Com agências)

BRASIL

Rendimento mensal do trabalhador bate recorde e chega a R$ 3.378

Ganho foi influenciado por aumento da formalidade e do salário mínimo

28/03/2025 22h00

Rendimento mensal do trabalhador bate recorde e chega a R$ 3.378

Rendimento mensal do trabalhador bate recorde e chega a R$ 3.378 Arquivo / Agência Brasil

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O rendimento médio do trabalhador brasileiro chegou a R$ 3.378, o valor mais alto já registrado desde 2012, quando começou a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28), e mostram que, em um ano, a alta na renda dos trabalhadores foi de 3,6%. O recorde anterior era do trimestre encerrado em janeiro de 2025, com R$ 3.365.

Os valores são deflacionados, ou seja, levam em conta a inflação acumulada no período, fazendo com que a comparação reflita o real poder de compra do trabalhador.

A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. O levantamento apontou que, no trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego foi de 6,8%.

Formalidade aumenta renda

A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, frisa que parte do recorde do rendimento médio pode ser explicada pela redução da informalidade no mercado de trabalho.

A taxa de informalidade trabalhadores que não têm garantidos direitos como férias, contribuição para a Previdência Social e 13º salário teve “ligeira redução”, caindo a 38,1% da população ocupada. No trimestre terminado em novembro de 2024, estava em 38,7%.

"Se hoje, na minha população ocupada, eu tenho uma maior proporção de trabalhadores formais do que havia anteriormente, é esperado que essa média [de rendimento] aumente, dado que, de modo geral, os trabalhadores formais têm um rendimento maior que os não formais", explica.

A pesquisadora contextualiza ainda que o número total de ocupados ficou em 102,7 milhões de pessoas, 1,2% menor que o do período terminado em novembro, sendo que o grupamento administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi responsável pela subtração de 468 mil ocupações.

Beringuy ressalta que esse número representa um comportamento sazonal da administração pública, que dispensa funcionários temporários no começo de ano.

“Foi o segmento do setor público com os menores rendimentos, que são aqueles dos contratos temporários”, afirmou ela, se referindo a trabalhadores da área da educação fundamental.

Dessa forma, com o corte de pessoas com menores salários, o rendimento médio tende a aumentar.

O reajuste do salário mínimo para R$ 1.518, no começo do ano, foi outro fator que contribuiu, em menor escala, para o recorde no rendimento do trabalhador.

Segundo Beringuy, o reajuste serve como referência de rendimento mesmo para quem não tem carteira assinada.

"O salário mínimo é um balizador importante no mercado de trabalho, principalmente entre os trabalhadores informais".

Massa de salários

Outro dado recorde apontado pelo IBGE é a massa salarial, que alcançou R$ 342 bilhões. O montante consiste na soma de todos os valores que os trabalhadores recebem e funciona como um motor da economia. Em um ano, esse total teve crescimento de 6,2% (mais R$ 20 bilhões).

Contribuição para a previdência

De acordo com o IBGE, o trimestre encerrado em fevereiro de 2025 teve 67,6 milhões de trabalhadores que contribuíam para a previdência social. Esse numero não inclui apenas trabalhador com carteira assinada. “Pode ter um trabalhador por conta própria que contribui para o instituto de previdência”, exemplifica Beringuy.

Esse contingente representa que 65,9% dos ocupados contribuíam para institutos de previdência, maior percentual desde o trimestre encerrado em julho de 2020 (66,1%).

“O recuo da informalidade e, consequentemente, o aumento da proporção do trabalho formal contribuiu para essa expansão de cobertura previdenciária”, explica a coordenadora do IBGE.

O ponto mais alto de contribuição para a previdência foi em junho de 2020 (66,5%).

AUMENTO

Governo reajusta salário base de militares em 9%, em 2025 e 2026

Sem adicionais, soldos vão variar de R$ 1.127 a R$ 14.711

28/03/2025 20h00

Governo reajusta salário base de militares em 9%, em 2025 e 2026

Governo reajusta salário base de militares em 9%, em 2025 e 2026 Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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O governo federal reajustou os salários pagos aos militares das Forças Armadas. A nova tabela de soldos foi publicada nesta sexta-feira (28) no Diário Oficial da União e tem validade a partir de 1º de abril, com valores que chegam a R$ 14,7 mil.

A medida provisória (MP) assinada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, prevê um reajuste de 9%, dividido em 4,5% para 2025 e igual percentual para 2026. O pagamento dos valores está condicionado à entrada em vigor da Lei Orçamentária Anual de 2025, que ainda aguarda sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O orçamento deste ano prevê um limite de R$ 3 bilhões para aumentos de remuneração de cargos, funções e gratificações, no âmbito das Forças Armadas.

O soldo dos militares se refere aos vencimentos básicos, e os valores variam conforme a graduação e o posto ocupado. A maior remuneração é paga aos almirantes de esquadra, aos generais de Exército e aos tenentes-brigadeiro do ar.

O salário dessas patentes passará de R$ 13.471 para R$ 14.077 em 1º de abril. Com a previsão de mais 4,5%, a partir de 1º de janeiro de 2026, eles passarão a receber R$ 14.711.

Já na base da tabela de soldo, aparecem marinheiro-recruta, recruta, soldado, soldado-recruta, soldado de segunda classe (não engajado) e soldado-clarim ou corneteiro de terceira classe. Para esse grupo, a atual remuneração de R$ 1.078 passará a R$ 1.127 em abril deste ano e a R$ 1.177 em janeiro de 2026.

Entretanto, os vencimentos totais que eles recebem podem incluir outros benefícios e gratificações. Em 2019, o governo do então presidente Jair Bolsonaro fez uma reestruturação nas carreiras de militares, com a criação e aumento de adicionais. A lei aprovada na ocasião previu, por exemplo, reajustes anuais, até 2023, nos percentuais do Adicional de Habilitação, que foram incorporados aos soldos. 

O prazo de vigência da MP publicada hoje é de 60 dias, prorrogável uma vez por igual período. Para se converter definitivamente em lei, terá de passar pela análise do Congresso Nacional, que poderá modificar o texto.

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