Cidades

"COMUNICADO GERAL"

Texto viral sugere 'paz' entre PCC e Comando Vermelho

Com suposta trégua entre Marcola e Marcinho VP, preso em Campo Grande, mensagem cita que vidas perdidas na guerra entre facções pesou para união em busca de um ideal "o crime fortalecer o crime"

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Com data marcada, de terça-feira 25 de fevereiro, texto que circula por aplicativos de mensagem sugere que as duas maiores organizações criminosas do Brasil, o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), selaram a paz. 

Recentemente veio à tona o relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais, que já indicava esse possível acordo entre as organizações criminosas, união essa que, agora, a mensagem atribui também ao peso das vidas perdidas na guerra entre as facções. 

Em um blocado característico de "status" de rede social, a mensagem traz o título: "COMANDO GERAL - 25/02/2025 PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL E COMANDO VERMELHO", iniciando o texto com "forte, sincero e leal abraço a todos na geral".  

As supostas chefias dessas facções são colocadas sobre Marcos "Marcola" Willians Herbas Camacho (PCC) e Márcio Nepomuceno (CV), o Marcinho VP, esse cumprindo a condenação na Penitenciária Federal de Campo Grande.

Pai do rapper Oruam, Márcio Nepomuceno está preso desde 1996 e em penitenciárias federais desde 2010, condenado a mais de 40 anos por crimes relacionados ao tráfico de drogas e homicídio. 

Em Campo Grande, o suposto líder do CV chegou a dizer inclusive que passa fome na cadeia, segundo o Correio do Estado em outubro do ano passado. 

Já Marcos Camacho, suposto chefe do PCC, condenado por crimes ligados ao tráfico, além de homicídios e roubo a banco, está em prisão federal desde 2019 e foi transferido em janeiro de 2023, indo do presídio de Rondônia para o de Brasília. 

Possível união

O teor da mensagem começa com uma frase em respeito, principalmente aos que perderam as vidas na guerra travada entre as facções ao longo dos anos, bem como aos seus entes queridos, complementando que "graças aos esforços de muitos e a uma longa negociação" o confronto pode ter chegado ao fim. 

"Frisamos que o que de fato mais pesou, sem dúvida alguma, foi o bem maior que se chama vida, vidas essas de gerações presentes e futuras que serão preservadas", segue. 

A mensagem continua dizendo que, a partir de 25 de fevereiro, data descrita como "histórica",  o CV e o PCC não somente estariam dando trégua na guerra, como também refazendo uma aliança, em uma expressão que mimetiza o lema da Revolução Francesa: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" (do francês livre "Liberté, égalité, fraternité"). 

"Refazendo uma nova aliança de PAZ, JUSTIÇA, LIBERDADE, LEALDADE E FRATERNIDADE, pelo bem comum, que é a busca pela paz onde ambas as siglas estiverem". 

Importante explicar que a busca por "paz, justiça, igualdade e união" citada, compõe há tempos o chamado estatuto do PCC, originalmente escrito em 1997. 

Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, a Agepen esclarece que há uma separação dos detentos de cada facção, feita pela própria administração. 

Isso acontece após levantamento, feito pelo respectivo setor de inteligência, bem como pela Diretoria de Operações (DOP) da Agência. 

Também a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) foi acionada, para manifestação a respeito da possível "paz entre facções", porém não foi obtido retorno até o fechamento da matéria, sendo que o espaço segue aberto. 

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Cidades

Em meio à crise do transporte, comércio antecipa folga de funcionários

Na falta de clientes nas lojas da região central, empresas liberam colaboradores enquanto aguardam a resolução da greve de ônibus

16/12/2025 16h45

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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O comércio da região central, que esperava aumentar o volume de vendas a oito dias do Natal, está tendo de antecipar a folga dos funcionários devido ao esvaziamento da região em decorrência da greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande.

A reportagem percorreu o entorno da Praça Ary Coelho, onde os pontos de ônibus estão servindo de local de espera para trabalhadores ou consumidores que se aventuraram e aguardavam um veículo por aplicativo.

Na Rua 14 de Julho, vendedores de lojas se ocupam organizando o estoque, formando filas à espera de um ou outro cliente, mas o cenário de incerteza marca a época do ano em que os lojistas esperam faturar mais.

Alguns estabelecimentos estão optando por antecipar a folga dos funcionários, já que, com a ausência da população que acessa o centro por meio do transporte coletivo, o movimento praticamente desapareceu.

É o caso de uma loja de calçados Anita, cuja gerente da unidade, Rayssa Dias dos Santos, relatou à reportagem que, na segunda-feira (15), quando a greve teve início, a loja ainda manteve um movimento tímido.

“Hoje a gente antecipou algumas folgas, primeiro porque o movimento fica mais calmo e, segundo, por ser menos um gasto para ter que trazer o funcionário de Uber.”

Nem a caravana de Natal da Coca-Cola deixa o setor confiante, uma vez que grande parte da população que costuma ir ao local, inclusive para aproveitar as atrações da Praça Ary Coelho, depende do transporte coletivo.

“Hoje vai ter a passeata da Coca-Cola, e eu acredito que muita gente precisa do ônibus para vir até o centro. Então, acredito que a paralisação do transporte público dá uma desequilibrada”, explicou Rayssa, e completou:

“A gente fica preocupada porque, querendo ou não, muita gente depende desse meio de transporte.”

Do outro lado da rua, na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira, de 31 anos, explicou que a alternativa para enfrentar a falta de clientes tem sido a entrega em domicílio, serviço oferecido pela rede.

Entretanto, a greve dos motoristas de ônibus diminuiu de forma significativa o número de clientes no estabelecimento.

14 de Julho vazia, em horário que costuma ter fluxo de pessoas / Crédito: Pagu / Correio do Estado

“Realmente, seria o dobro, porque esta semana e a próxima são decisivas. Estamos vendendo muito para quem possui veículo, porque os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.

Na loja de vestuário, o gerente da Damyller, Cesar de Araújo, de 23 anos, recebeu a reportagem em um espaço que normalmente teria fluxo intenso de clientes, mas que, devido à chuva e ao custo do transporte por aplicativo, acabou tendo o cenário alterado.

“A greve de ônibus está impactando bastante não só a gente, mas também os outros comerciantes. Por exemplo, fui pegar uma marmita e ouvi reclamações. Isso está afetando tanto a rotina dos funcionários quanto o movimento do centro, e a gente percebe claramente essa diferença no fluxo”, pontuou Cesar.

Além disso, os funcionários só não estão sendo mais afetados e conseguem ir trabalhar porque as empresas se comprometeram a custear o transporte por aplicativo.

“A empresa está dando todo o suporte. Os funcionários pedem Uber e a gente ressarce o valor”, explicou Cleber, iniciativa que outros estabelecimentos também tiveram de adotar para não perder o efetivo.

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Após oito anos

Justiça fixa pensão até 2075 para família de rapaz morto com mangueira de ar

Valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00 e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner

16/12/2025 16h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Dupla condenadada por introduzir uma mangueira de ar comprimido – equipamento automático para lavagem de carros –  no ânus de Wesner Moreira, por “brincadeira”, no lava-jato em que trabalhavam, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea terão de pagar pensão à família do jovem até 2075, ano em que o garoto completaria 75 anos. 

O valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00, conforme cálculo homologado nos autos, e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner, em fevereiro de 2017. A ação de perdas e danos tramita na 16ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande e engloba os danos morais, danos materiais e as pensões vencidas, valor que gira em torno de R$ 1,32 milhão.

A Justiça manteve a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 500 mil, além de danos materiais referentes às despesas de funeral, no valor de R$ 1.149,97, ambos acrescidos de correção monetária e juros legais.

Neste mês, a Justiça realiza o processo de intimações para pagamento de custas, expedição de ofícios e pedidos de informações patrimoniais, com o objetivo de localizar bens passíveis de penhora da dupla, para garantir o cumprimento da decisão judicial. 

Condenação

A dupla foi condenada a 12 anos de cadeia em júri popular realizado em 30 de março de 2023, mas recorrereu da decisão do juiz, e saiu em liberdade. 

Após o crime, ambos não ficaram presos um sequer dia, prestaram depoimentos e foram liberados.

Em fevereiro do ano passado, sete anos após a morte de Wesner, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los

Júri Popular 

Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena, dono do lava-jato e Willian Enrique Larrea, funcionáriodo estabelecimento, negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.

Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.

Segundo ele, todos eram amigos e nunca tiveram desavença. Ele afirma ainda que não era a primeira vez que brincavam com a mangueira, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo.

No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado.

Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.

"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu na ocasião.

"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.

Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.

"Eu nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu com ele, se eu soubesse jamais teria brincado com ele com o compressor", afirmou.

Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.

Ele confirmou a versão de Willian, de que todos eram amigos e estavam brincando quando a mangueira foi direcionada a Wesner.

Eles falaram ainda que as brincadeiras com o compressor de ar eram comuns, mas não com direcionamento para as partes íntimas e nunca na maldade.

Em juízo, os réus destacaram que os três estavam “brincando” com a mangueira de ar, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo, quando ambos pegaram Wesner no colo, o seguraram e apontaram o compressor em direção ao ânus do garoto. 

Wesner foi levado ao hospital, alegando dores na barriga, vômito e inchaço abdominal. Permaneceu internado por 11 dias no Hospital Santa Casa de Campo Grande e morreu em 14 de fevereiro de 2017.

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