Celso Amorim (chanceler nos primeiros mandatos de Lula) virou novo assessor internacional do presidente, acaba de ganhar outra cadeira consultiva: será um dos integrantes do conselho de administração do BNDES.
Mais: Amorim é um dos entusiastas do banco emprestar dinheiro aos amigos do PT. Aloízio Mercadante (Presidente do BNDES), o elogiou em seu discurso de posse e o diplomata também estava contente: vai reforçar o orçamento doméstico.
In – Piso de bambu
Out – Carpete
Algo em comum
Durante muito tempo, Lula bateu em quem estava na presidência da Petrobras acusando-o de ser o responsável pelos aumentos do combustível.
Conseguiu tirar de lá todos seus desafetos, mas não conseguiu mexer na política de preço dos combustíveis. Agora, Lula procura achar uma brecha para colocar para fora do Banco Central o presidente Roberto Campos Neto, que responsabiliza pelos juros altos (Selic).
Contudo, o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) garante que ele não mexerá na condição de autonomia do BC (o custo seria muito alto). E ainda tem a “bandidagem” da privatização da Eletrobras que Lula quer reverter – e que não acontecerá.
Palestra
Há dias, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, fez palestra nos Estados Unidos e explicou que a independência do órgão serve para desatrelar os tempos da política e da economia. As projeções com que trabalha mostram tendência inflacionária que não pode ser detida com uma queda inédita nos juros. Quanto antes o governo apresentar sua regra de contenção da dívida pública, mais contribuirá para a queda da taxa de juros seja antecipada. Para Campos, é o que pode fazer de melhor.
He-man
Aliados e até ministros não entendem por que Lula tem usado diariamente sua metralhadora giratória em guerra (ele prometera paz na campanha) contra algumas heranças de Bolsonaro. Em governos anteriores, o presidente ouvia assessores mais chegados e até continha sua fúria (daí, o slogan “Lulinha paz e amor”).
Agora, aos 77 anos e em seu terceiro mandato, acha que não tem de se conter para agradar quem quer que seja. Alguém que poderia soprar “calma” a seus ouvidos é Janja – só que ela não faz isso. E o marido vira He-man, aquele herói que dizia “Eu tenho a força”.
Reunião
Na semana que vem, acontece a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) com “pauta ainda não definida”, segundo o ministro Fernando Haddad (Fazenda). O conselho é formado por ele, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alvo diário de Lula nas últimas semanas. Haddad avisa que teve uma primeira conversa com Simone Tebet sobre mudanças das metas de inflação e que isso vai ser discutido pelo governo “para adotar os próximos passos”.
Dose extra
Alexandre de Moraes, ministro do TSE, vai intimar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e desta vez, o processo não tem nada a ver com atos golpistas. Ele terá de comprovar que a quantia de R$ 1,1 milhão liberada pelo PL em dezembro foi efetivamente aplicada no pagamento dos salários dos funcionários da legenda.
O TSE recebeu denúncias que os contratados pela CLT não estão sendo integralmente remunerados. No ano passado, o TSE já bloqueou R$ 22,9 milhões das contas do PL por litigância de má fé (pedido de auditoria de urnas eletrônicas sem justificativa).
Workaholic assumida
A apresentadora, ex-BBB e agora jurada do The Masked Singer Brasil, Sabrina Sato assumiu em entrevista à revista Glamour Brasil, no qual é capa que é viciada em trabalho e que gostaria de fazer muito mais. “Para mim, este fim de 2022 e começo de 23 foi muito difícil porque, se eu pudesse, eu faria tudo. Eu continuava no Saia Justa chegaria ao The Masked Singer Brasil, seguiria no Desapegue Se For Capaz, aceitaria mais dois, mas não posso.
Eu faço análise, hoje tive que desmarcar, mas foi ali que aprendi sobre minha tendência a ser viciada em trabalho. Eu não posso romantizar isso. Eu tenho que ter tempo para mim, para minha filha, para me divertir. A vida está aí acontecendo.
De repente, eu fiz 500 coisas e não fiz nada”. E ainda brinca que começou a pôr a Zoe, de 4 anos no mesmo ritmo. Sua saída do programa Saia Justa tem um motivo.
A Globo está preparando um novo programa para ela ao lado de Marcelo Adnet que será sobre relacionamentos, mas ainda sem data de estreia nem nome definido. Apesar da correria ela garante que tudo sempre está bom para ela. “Vejo tudo pelo lado positivo, sempre estou querendo mudar.
Eu tenho certeza mesmo é desta vida. Então, preciso fazer tudo que tenho vontade de fazer ainda nela mesmo”. Mais: ela ainda está divulgando a nova campanha da Colcci e sua coleção de roupas fitness da Alto Giro.
18.565 km é muito longe
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) está tentando convencer o diplomata Marcos Troyjo, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia de Paulo Guedes e presidente desde 2020 do Banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a renunciar à atual posição.
O mandato de Troyjo, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro, vai até 2025. Ele está um tanto relutante, mas acabará cedendo. É que o presidente Lula, numa fase de muito carinho com Dilma Rousseff, depois de passar anos criticando seu período na Presidência (resolveu agora chamar o impeachment de ‘golpe’, o que não procede), procura um posto para a ex-presidente.
Problema: a sede do Banco dos Brics é em Xangai e ela acha “muito distante”. Apenas 18.565 km e 23 horas de voo. Além de tentar encontrar um lugar para Dilma Rousseff, a vontade de Lula de tirar Marcos Troyjo da presidência do Banco dos Brics também tem seu lado político.
O diplomata nunca escondeu sua proximidade com Jair Bolsonaro e, há algum tempo, num programa da Jovem Pan, referiu-se o tempo todo ao presidente petista como “presidiário”. Traduzindo: está na lista negra de Lula. Se topa a renúncia, Troyjo já tem um lugar reservado no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. Poderá ser assessor para negócios internacionais.
Festa de 100 anos
O famoso, luxuoso e tradicional hotel Copacabana Palace irá completar 100 anos em agosto. Só que a festa para comemorar o feito já começa agora no Carnaval. O habitual Baile do Copa deste ano tem como tema ‘Túnel do Tempo’ e acontecerá no próximo dia 18.
Para ajudar na divulgação (não que seja preciso) o hotel convidou a super modelo Alessandra Ambrósio e a drag queen Pabllo Vittar. A modelo dá conselho para quem quer aproveitar o Carnaval: “Meu conselho para quem nunca veio para cá no Carnaval é estar aberto a viver o melhor momento da sua vida.
Você realmente consegue sentir o som do samba dentro da sua alma, acho que essa é a parte mais importante e incrível do samba, é parte da nossa cultura”. E completa: “A fantasia perfeita para o Carnaval é colorida, brilhante e sexy”.
Antigo
O ministro Luis Marinho (Trabalho), que exerceu a mesma função em governos anteriores de Lula, e até mesmo alguns de seus seguidores, continua “com a cabeça dos anos 80”. Agora, numa entrevista, disse não se preocupar com a iminente saída do Brasil dos aplicativos de transporte. Não quer nem saber com o que pode acontecer com Uber que garante trabalho para 1,5 milhão de brasileiros.
Mapa da poluição
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) está empenhada na realização de um inventário nacional de emissões atmosféricas, uma espécie de Mapa da poluição do Brasil. Há algumas regiões que causam apreensão extra no Ministério.
A Amazônia é hors concours, nem conta e um dos estados que mais causa preocupação é o Maranhão. São Luiz é praticamente a capital do efeito estufa: na média, joga por dia na atmosfera cerca de 800 microgramas de dióxido de carbono por metro cúbico (o padrão máximo tolerado é de 125 microgramas).
Conselho particular
A primeira-dama Janja está empenhada em criar uma espécie de conselho particular ao presidente Lula – e composto apenas de mulheres. Acha que o conselho poderia participar de decisões palacianas e até infernizar a vida de alguns ministros. Ela seria a conselheira-chefe, com espaços para Esther Dweck, ministra de Gestão e Inovação, Simone Tebet, ministra do Planejamento e a ex-presidente Dilma Rousseff (Janja foi funcionária de Itaipu por indicação dela). As duas tricotam diariamente. Já Esther e Simone protagonizam rounds: a primeira andou tirando funcionários da segunda. Num conselho, a paz estaria feita.
Outra derrapada
Carlucho Bolsonaro, que não tolera a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, vibrou quando seu pai enquadrou a mulher diante das notícias de suas possíveis candidatura em 2026.
Já o outro filho, o senador Flávio Bolsonaro resolveu dizer que considera a possibilidade dela se candidatar a algum cargo daqui quatro anos. Acha Michelle um bom nome para o PL, o que conseguiu irritar, de novo, o ex-presidente. Na vitória de Lula no segundo turno, Flávio foi um dos primeiros a reconhecer a derrota do pai, o que o Capitão nunca fez (ficou duas semanas sem falar com o filho).
MISTURA FINA
O EX-senador Roberto Requião (PT-PR) está preparando um livro sobre sua trajetória política e sua relação de longa data com o Partido dos Trabalhadores. Deverá se chamar “Eu e o PT – Erros e Acertos” e a ideia de Requião é não esconder nenhum dos mais complicados episódios que ele já viveu em relação ao partido. E também já avisou que “não vai poupar ninguém”, nem chegados e especialmente os inimigos.
MUITA coisa do encontro Lula-Biden poderá ser contada pela porta-voz Karine Jean Pierre, primeira negra a ocupar esse cargo em Washington. Em governos passados, Lula também teve em André Singer seu porta-voz (durou algum tempo). Agora, não quer ter ninguém na posição. Repete Jair Bolsonaro, que exonerou o general Otávio Rêgo Barros da função em agosto de 2020. Achava que ele falava num tom muito afável e ameno.
O MINISTÉRIO do Planejamento acaba de liberar R$ 74,6 milhões em verbas para o pagamento de bolsas de estudo em mestrado e doutorado no Orçamento deste ano. A portaria, assinada pela ministra Simone Tebet, faz um remanejamento das contas do Ministério da Educação e tira verbas do Bolsa Permanência de Indígenas e Quilombolas, assim como de residência médica.
O PLANALTO afastou o coronel do Exército Gustavo Suarez da Silva, diretor do Departamento de Segurança Presidencial e segurança privado de Jair Bolsonaro. Ele já se metera em posição de combate contra jornalistas em 2021, quando o então presidente participava de agenda no interior da Bahia. Quando um veículo da imprensa encostou no segurança, ele ameaçou: “Se bater de novo, vou enfiar a mão na sua cara”. Jornalistas, na ocasião, foram agredidos e imobilizados com um mata-leão.
A ÁREA de inteligência da Polícia Federal identificou a atuação de grandes facções criminosas no roubo e na venda clandestina de ferro gusa no país. O problema é particularmente grave em Minas Gerais, que reúne cerca de 300 usinas de ferro gusa e concentra quase 80% da produção nacional. Os bandidos estariam atacando trens utilizados no transporte do produto. Lá a Polícia Civil tem registrado um furto ou ao menos uma tentativa de roubo a cada dois dias.
ENQUANTO o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, tenta se colar ao governador Tarcísio de Freitas pensando em sua sonhada reeleição em 2024, integrantes e aliados do governo paulista já mencionam o nome do vice-governador Felício Ramuth (PSD) como possível alternativa para a prefeitura da capital. Apostam que ele será bem-sucedido no projeto de recuperação da cracolândia, o que deixaria Ramuth com boa imagem. Ele foi prefeito de São José dos Campos – e saiu bem aprovado.