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GIBA UM

"A esquerda brasileira permaneceu estagnada no tempo, ficou presa a um tempo que mudou",

de PEPE MUJICA // ex-presidente uruguaio e antigo líder tupamaro ao presidente Lula, no sítio do ícone da esquerda latino-americana.

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, quer abrir mais um mercado para a proteína brasileira. Está mantendo tratativas com autoridades peruanas para garantir o credenciamento de mais frigoríficos para a venda da carne suína.

Mais: de olho na venda da proteína, JBS e BRF querem exportar o produto para o país vizinho. Em janeiro, o frigorifico Dom Porquito, do Acre, foi autorizado a fazer o primeiro embarque do produto, mas é apenas um aperitivo.

IN: Milkshake de Café

OUT: Milkshake de figo

Salário alto

Na segunda-feira (30), Michelle Bolsonaro foi a atração de um jantar que reuniu parlamentares em apoio à candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado. Atendeu a pedidos de fotos e colocou o marido para falar no viva-voz do celular.

O partido comandado por Valdemar Costa Neto está alugando um escritório para ela em Brasília (ainda não sabe como vai pagar), onde ela assumirá o PL Mulher e receberá o salário mensal de R$ 39 mil.

Com receio de ser preso, Jair Bolsonaro chegou a fazer um apelo a Valdemar no ano passado, que não deixasse sua mulher desamparada financeiramente.

AUTOESTIMA

Desde que foi anunciada a primeira mulher nordestina a presidir a Fundação Nacional das Artes (Funarte), Maria Marighella diz que está disposta “a recuperar a autoestima dos artistas”.

Ela é neta do guerrilheiro Carlos Marighella, fundador da Aliança Libertadores Nacional, assassinado pela ditadura militar em 1969 e filha de Augusto, preso pela Operação Radar, comandada por Carlos Alberto Ustra, único militar declarado torturados pela Justiça – e o favorito de Bolsonaro.

Memória

Fernando Collor de Mello nomeou para o STF seu primo Marco Aurélio Mello. FHC nomeou Gilmar Mendes e Lula nomeou Dias Toffoli, advogado do PT que nunca fizera concurso para juiz. Dilma Rousseff nomeou Luiz Fux, que ajudou na nomeação de mulher de 35 anos a desembargadora do TJ-RJ: sua filha.

O primo de Collor deu telefonemas a desembargadores para que votassem numa mulher para o TRF (também era sua filha). Agora, a possível nomeação de Cristiano Zanin, advogado de Lula, para o STF, vem ganhando uma campanha contra nas redes sociais (seria para o lugar de Ricardo Lewandowski).

CHANCE PERDIDA

Depois da visita de Lula ao Uruguai, quando se encontrou com o presidente Luis Alberto Lacalle Pou, o jornal El País, o primeiro de lá, estampou, em meio a uma análise: “Na Celac, o presidente Lula perdeu a chance de levantar a voz para eleições livres na Venezuela, por abertura política em Cuba e pelo fim da repressão na Nicarágua”.

E mais adiante: “O presidente brasileiro fala desses países usando a palavra soberania e não democracia”.

Olho no sangue

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, quer revitalizar e ampliar a Hemobrás, fabricante de derivados de sangue criado no primeiro mandato de Lula, em 2004. A prioridade é concluir as obras de construção dos 17 prédios previstos no projeto original do complexo fabril da empresa, em Goiania (Pernambuco).

O governo planeja ainda aumentar a capacidade instalada da estatal: no caso de plasma, por exemplo, a produção de 500 mil litros para 700 mil litros por ano.

Fazer o melhor

De férias (mas nem tanto) após o final da novela Cara e Coragem, Paolla Oliveira, aproveita os dias de folga para descansar, namorar (com cantor Diogo Nogueira que está há quase dois anos) e também ensaiar à frente da bateria da Acadêmicos do Grande Rio pelo 5º ano (o 3º consecutivo).

Este ano a escola de samba carioca irá homenagear Zeca Pagodinho. Amante do Carnaval se sente muito feliz ser mais uma vez a rainha da bateria da escola: “Eles tinham essa coisa de trocar de dois em dois anos... Era uma logística deles. O que eu acho que me faz ter essa relação tão bacana com a Grande Rio é: eu gosto de Carnaval, gosto de estar ali. Acho que isso faz diferença. Sou muito grata a essa comunidade. Eu sou paulista, e ser acolhida por uma escola do Rio de Janeiro para estar nesse posto é tão importante!”.

E sobre o segredo de quebrar esta tradição de troca de rainha é direta: “Não tem nada que a gente segure por muito tempo se não gostar muito, se não fizer com o coração. Nem novela, nem Grande Rio, nem relacionamento... Você não sustenta a máscara. Me sinto linda, feliz e animada para o Carnaval desse ano. Minha única preocupação é fazer o meu melhor sempre”.

Para quem quiser acompanhar Paolla no carnaval, a grande campeã de 2023, será a segunda escola a entrar na Marques de Sapucaí, no domingo (19) por volta das 23 horas.

Sem doce de leite

Com a volta da mulher Michelle (veio ajudar a campanha de Rogério Marinho) e da filha Laura ao Brasil, Jair Bolsonaro atravessa nova fase de solidão na casa de Kissimmee. Também para ajudar Marinho, deu poucos telefonemas a senadores. Aparece cada vez menos para selfies e autógrafos para raros seguidores que aparecem.

Quando perguntam, um segurança diz que “ele está descansando”. De aliados, nem sombra: as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis estiveram em Miami e não foram visitá-lo, bem como o ex-vice- -presidente e atual senador Hamilton Mourão (estão rompidos).

Também Ciro Nogueira e o apresentador Ratinho (tem casa no mesmo condomínio) não deram o ar da graça. E pior: acabou o doce de leite e ele ainda não se aninou a ir comprar.

Quem é Pietra?

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, está processando a comentarista e ex- -DJ Pietra Bertolazzi, por ela dizer que “ela usava drogas ilícitas e é apoiadora de ‘artistas maconhistas’”.

E esta não é primeira vez que a filha do empresário Alberto Bertolazzi (falecido em 2021) e da Cristina Ferreira Lopes, e meia-irmã do Chef Carlos Bertolazzi entra em atrito com uma primeira-dama. Em 2020 bateu boca com Bia Doria, na ocasião a primeira-dama paulista.

Bolsonarista de carteirinha Pietra já participou do reality-show Power Couple, em 2016 na época com seu namorado Mário Velloso. Ela já namorou também Caio Coppolla e Tato Malzoni. Há pouco mais de um mês ao lado do comentarista político, advogado e palestrante Marco Antônio Costa criaram o videocast “Fio Diário”.

Nem nos planos

O anúncio de Lula de que o BNDES financiaria um gasoduto entre Brasil e Argentina pegou de surpresa o próprio Banco e o Ministério do Meio Ambiente, que faz restrições ao gás de xisto, muito poluente.

Lembra 2014 quando Dilma Rousseff anunciou que o banco de fomento bancaria o aeroporto de Havana, sem projeto e sem avisar o BNDES. Quase um ano e meio depois, o BNDES enterraria em Havana US$ 150 milhões. Quanto ao gasoduto, BNDES, Ministério do Meio Ambiente e TCU estão garantindo que não há planos para as obras.

Contra Simone

O economista Uallace Moreira, anunciado por Geraldo Alckmin como secretário do Desenvolvimento Industrial, não tolera a agora ministra Simone Tebet, que criticou já na campanha. Agora, diz que ela tem “o apoio dos viúvos simpatizantes de Aécio Neves e Sérgio Moro” e que, no passado, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff, que prefere chamar de “golpe”. Ele permanece no ministério de Alckmin.

Saia Justa

A Frente Parlamentar da Agricultura, com 250 deputados e senadores, será recebida pelo ministro Carlos Fávaro no próximo dia 6 em Brasília. Será a primeira semana do Legislativo. Não será uma conversa relaxada. Integrantes da Frente vão cobrar do ministro seus ataques a entidades do agronegócio com acusações de apoio a atos democráticos.

No passado, o clima entre as partes era melhor. Fávaro foi homenageado pelo bloco há seis anos, quando parlamentar, reconheceu o papel da FPA para o desenvolvimento do agronegócio nacional.

CARAS MULATAS

A Advocacia-Geral da União fez um pedido à Justiça Federal para elevar para R$ 18,5 milhões o bloqueio de bens dos acusados de financiar atos golpistas de 8 de janeiro.

O Ministro da Cultura convocou especialistas e calculou o custo para restauro das obras de arte do Palácio do Planalto, incluindo a pintura “As mulatas”, de Di Cavalcanti. Para essa, os restauros devem consumir R$ 6,5 milhões.

MISTURA FINA

O PRESIDENTE do TCU, Bruno Dantas, em parceria com a CGU, mandou investigar a efetividade dos gastos do governo anterior em ações de atendimento aos Yanomami. Dantas afirma que foi empenhado R$ 1,5 bilhão na saúde indígena em 2021 e R$ 1,43 bilhão foi pago – e ninguém sabe onde foi parar. Os indígenas já passavam fome naquela época e não foram auxiliados e tratados.

LULA acaba de derrubar 18 indicações feitas por Jair Bolsonaro (após a derrota das eleições em outubro) para diretores de órgãos públicos, agências reguladoras e para o comando de embaixadas do Brasil. As indicações aguardavam aprovação do Legislativo, embora o Senado tivesse aprovado indicações para embaixadores, agora invalidadas.

A AMERICANAS está pedindo na Justiça que fornecedores de energia e de internet não possam cortar os serviços em suas operações por falta de pagamento. O grupo já foi notificado pela Enel que os estabelecimentos da marca Hortifruti seriam interrompidas a partir do próximo dia 8, tendo em vista inadimplência das faturas. Também foram enviados avisos da Light. Outras notificações de empresas do segmento poderão chegar.

O RIO de Janeiro não chega ser o primo pobre da novela, já que há estados carregando maiores passivos da rede varejistas. Não escapou, contudo, da mordida de R$ 215 milhões dos R$ 43 bilhões confessados que a Americanas tem em dívidas. E esse número podem aumentar – e muito. A Secretaria Estadual da Fazenda está atualizando as cifras, com levantamento dos autos de infração ainda não contabilizados na dívida ativa fluminense.

JORGE Paulo Lemann e Marcel Telles participavam do comando da Americanas e resolveram pular fora, há anos. Carlos Alberto Sicupira ficou até pouco tempo na presidência do conselho administrativo da rede varejista. Mesmo afastado, continua dando ordens. Agora, está contratando um esquadrão de criminalistas com o objetivo de se defender de ações criminais que deverão pipocar em curto prazo. Sua filha Cecília também foi conselheira até dois anos atrás.

A COMISSÁRIA europeia de Assuntos Internos, Yiva Johansson, vem ao Brasil em março. Entre suas atribuições, a política sueca é responsável por questões de segurança e combate ao terrorismo dentro da União Europeia. Sua vinda ao país ganha maior dimensão em razão do timing: a visita se dará dois meses após os atos criminosos em Brasília e, sobretudo, os ataques às torres de transmissão de energia.

NO ano passado, a Globo conseguiu vender apenas uma cota da cobertura do Carnaval. Este ano, até agora, nenhuma cota de publicidade conseguiu ser vendida. Pesquisas feitas por agências revelou que o consumidor, devido especialmente às tempestades golpistas das últimas semanas, não está muito interessado nesse tipo de transmissão.

Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

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Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

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Out – Natal: sangria de saquê

artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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