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"A troca foi muito rápida, mas nós tínhamos que fazer o que foi feito"

de JOSÉ MÚCIO MONTEIRO (Defesa) // sobre a troca de comandantes do Exército

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O livro do príncipe Harry, que deve embolsar mais de US$ 100 milhões pela obra, é o maior lançamento já feito em janeiro em todo o mundo. São quase dois milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos e 50 mil no Brasil.

Mais: o livro entrou para o Guinness Book de não ficção mais vendido de todos os tempos, vendeu 1,43 milhão de cópias no primeiro dia. A edição nacional de O que sobra (tradução livre) é da Objetiva, do grupo Cia. Das Letras.


In – Drinque Skylab
Out – Drinque Yellowhammer

 

Novos rounds

Depois de trocar o comando do Exército com apenas três semanas de governo, o presidente Lula já está preparado para enfrentar novos rounds de atritos com os militares nos próximos meses. Aliados do petista, diante dos envolvimentos de militares na quebradeira de 8 de janeiro, defendem mais mudança em postos de comando nas Forças Armadas (seria também uma forma de agir entre militares sem e de menor patente, em grande volume entre bolsonaristas). Além disso, em fevereiro, acontece a promoção de generais para o Alto Comando do Exército e o Planalto se preocupa com a ascensão de oficiais ligados ao bolsonarismo.

À DISTÂNCIA

Nas conversas entre os empresários que resolveram socorrer Jair Bolsonaro em Orlando e o interlocutor do ex-presidente, Valdemar Costa Neto, alguns sugeriram que o ex-chefe do governo reiniciasse suas lives à distância, para manter seus seguidores. Poderia até ter a seu lado alguma figura conhecida (e apoiadora dele) que estivesse passando por Orlando. As lives seriam gravadas (os empresários pagariam o equipamento), com apoio do filho Carlos. Bolsonaro ainda não se entusiasmou.

Motivo 1

O ex-comandante do Exército, general Júlio César de Arruda havia dito que necessitaria de “um impedimento legal” para que o tenente-coronel Mauro Cid não assumisse o comando do 1º Batalhão de Ações de Comandos, de Goiânia (foi nomeado no dia 30 de dezembro do ano passado e era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro). Aí, logo surgiu um dos “impedimentos” de Cid: ele estava indiciado em inquérito pela PM por ter participado de uma live em que documentos foram revelados por Bolsonaro – e foi ele mesmo que preparou os documentos para o ex-presidente apresentar.

MOTIVO 2

Outro motivo para transferir Cid: há outra investigação de caráter sigiloso, para analisar indícios de que ele coordenava os gastos do cartão corporativo de Jair Bolsonaro, fazendo uma espécie de “rachadinha” com os recursos, favorecendo inclusive à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela foi acusada de pagar com recursos do cartão corporativo o cartão de crédito que usava com nome de uma amiga. Militares mais lúcidos, diante dos dois motivos, acham ser suficiente para que a nomeação de Cid seja barrada.

Teste de convivência

No pacote de medidas que os primeiros 100 dias de gestão que o ministro Renan Filho (Transportes) pretende anunciar, uma deve ser o compromisso de duplicar a BR-101, no trecho que corta o Nordeste. O projeto vai exigir muita conversa com sua colega Sônia Guajajara (Povos Indígenas) porque as obras de ampliação cortariam as terras de diversas etnias. Será o primeiro teste de convivência no governo sobre interesses indígenas e de outros grupos.

Mulheres inspiradoras

Com mais de 7 anos de carreira, Phabullo Rodrigues da Silva, ou melhor, Pabllo Vittar, 29 anos, se prepara para lançar seu 5º álbum. Duas músicas já foram lançadas no ano passado: Descontrolada, com a participação de MC Carol, e Ameianoite com Gloria Groove. Há alguns dias ela postou em suas redes sociais, um pequeno vídeo e na legenda “A Nova Era chegou, vem comigo?”, sem falar mais nada. Capa da revista Claudia a drag queen contou que sua mãe e suas irmãs são suas fontes inspiradoras: “Fui uma criança criada por uma mulher, sozinha, com duas irmãs.

Eu não conheço nada mais inspirador. As pessoas têm tanto medo do feminino que quando um homem coloca feminilidade em si, elas querem diminuir. Óbvio que eu amo ser homem, sou um menino gay, drag, mas a minha força vem do lado feminino”. Seu maior desejo é que haja mais liberdade para a expressão, sem haver retaliação por suas opções na vida. “Estou mais livre para experimentar musicalidades que nunca tinha trabalhado. É muito bom quando você começa a entender o propósito: eu faço música para as pessoas ficarem felizes”

Conferências de Bolsonaro

Com dinheiro curto em sua estada em Orlando e sem o cartão corporativo à mão para gastar, o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu a Valdemar Costa Neto, dono do PL, um adiantamento do salário de R$ 39 mil que receberá na condição de “presidente honorário” do partido. Valdemar recusou, alegando falta de dinheiro em caixa por conta da multa de R$ 22 milhões impostas à legenda pelo TSE. Disse, contudo, que iria recorrer a empresários bolsonaristas em busca de doações para reforçar o orçamento de Bolsonaro. Alguns (sem se identificarem) fizeram uma proposta, que o ex-presidente aceitou.

Terá de fazer 6 palestras a US$ 10 mil cada uma (o que significa mais de R$ 300 mil no total) sobre política e um livro a ser publicado. Os mais lúcidos que souberam do acordo acham que fazer palestras é a última coisa que Bolsonaro pensou em fazer na vida. Bolsonaro receberá logo uma parte do total a ser pago pelas palestras. Os empresários poderão fazer transferências via banco para Orlando, o que vai suavizar o aperto do ex-presidente. A casa onde ele, a mulher Michelle e a filha Laura estão hospedados na Flórida é uma generosidade do ex-lutador José Aldo. Há despesas de comida, cozinheira, lavanderia e transportes, só para começar. Não haverá recibos pedidos pelos empresários, o que fará o dinheiro entrar sem deduções de IR. Michelle também poderá fazer algumas compras e todos poderão ir à Disneyworld.

Sonhos realizados

O estilista italiano Giambattista Valli tinha um sonho: fazer um vestido de noiva diferenciado. E na Semana de Alta-Costura de Paris, simplesmente, fascinou ao fechar o desfile da grife com a criação. “A ideia é como uma noiva independente. Com uma atitude. Tipo uma princesa”. E a escolhida para  brilhar junto com o estilista foi a atriz e empresária Marina Ruy Barbosa, que resumiu a sensação da responsabilidade: “Assistir a um desfile de moda internacional é sempre muito especial, mas desfilar na semana de Alta Costura é inesquecível. Me senti honrada com o convite e grata pela oportunidade. Tive o grande privilégio de poder trabalhar com a moda desde o início da minha carreira; amo e respiro esse universo, genuinamente. Fazer parte desse importante momento na história de uma grande maison francesa é um grande sonho realizado!”.

Volta adiada

Bolsonaro não está com pressa de voltar ao Brasil. O retorno deve ficar para fevereiro. Agora, estuda mudar seu visto para turismo, o que lhe garante mais seis meses nos Estados Unidos. Os aliados pressionam por sua volta, especialmente para apoiar a campanha de Rogério Marinho, ao Senado. Dentro do PL, seu partido, a estimativa é que Bolsonaro, quando voltar, assuma projetos para fortalecer a legenda. E quer viajar muito ao lado de Michelle Bolsonaro.

Procura-se

O governo Lula ainda procura uma posição executiva para Izabella Teixeira, que chegou a ser cogitada para o Meio Ambiente. Agora, uma das hipóteses é indicá-la como representante permanente do Brasil no Programa de Meio Ambiente da ONU. Acumularia a função com a cadeira no Conselho de Administração do BNDES. Assessores já pensaram para Izabella o comando do Ibama ou para o Conselho da Amazônia. Não dá: ela e a ministra Marina Silva falam línguas diferentes.

Sem balanços

O banco Safra, que tem cerca de R$ 2 bilhões a receber da Americanas, pediu na justiça suspensão da tramitação do processo de recuperação judicial da varejista. Seus advogados argumentam que seria necessária uma perícia nas reais condições financeiras da Americanas. E alegam que não foi cumprido um dos requisitos para a recuperação: a apresentação dos últimos balanços da varejista. Detalhe: por conservadorismo, o Safra já havia provisionado metade de sua exposição à Americanas no ano passado.

PATRIMÔNIO

Há alguns meses, chegava no Brasil dentro do avião de carga Beluga, um helicóptero modelo ACH160, com valor estimado de US$ 19,5 milhões (cerda de R$ 100 milhões), pertencente ao bilionário Carlos Alberto Sicupira, um dos principais acionistas da Americanas. Hoje, a aeronave já é um patrimônio mais valioso do que sua participação na rede varejista. Detalhe: quando Sicupira recebeu o helicóptero, a Americanas estava avaliada em cerca de R$ 11 bilhões.

MISTURA FINA

SEIS meses depois de ser eleito presidente, o cartão corporativo de Bolsonaro, já usado para comprar pastel de feira (e comer lá mesmo), foi também utilizado para comprar 6,3 kg de picanha maturada e; 15 kg de filé mignon sem cordão. As compras eram frequentes, às vezes mais do que uma vez por semana. No lugar do pastel, o ex-presidente abastecia a despensa de casa com picanha, filé mignon, camarão e bacalhau.

O GOVERNO de Alberto Fernández pediu a Lula um financiamento do BNDES (e o petista sinalizou possível apoio do banco) da ordem de US$ 700 milhões para construção de uma linha de gasoduto Nestor Kirchner, com cerca de 500km, entre Vaca Muerta, na Patagonia até a Provincia de Santa Fé, na região centro-leste. A partir daí, com outro aporte, o empreendimento traria o gás a Uruguaiana (RS) para em seguida abastecer Porto Alegre.

NA semana passada, com dirigentes sindicais, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, falou sobre a necessidade de investimentos internos na oferta de gás. Citou o gasoduto Rota 1 e Rota 2 na Petrobras (Rota 3 atrasou e tem previsão de entrada em operação em 2024), que levará o gás do pré-sal à  costa brasileira, com alguns trechos passando pelo mar. E Alckmin defendeu a construção da Rota 4 e já conversou com o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) sobre a importância de investimentos em gasodutos.

ESTUDOS da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a covid-19 (incluindo fatores de home office e retorno ao trabalho presencial) desencadeou um aumento de 25% de ansiedade e depressão em todo mundo, deteriorando uma situação que já era grave. Segundo a OMS, em 2019, cerca de 1 bilhão de pessoas (15% da população em idade ativa) sofria de depressão. A  pandemia deu lugar à crise de saúde mental e emocional que é invisível e não declarada.

A FABRICANTE de carrocerias de ônibus Marcopolo tem  planos para se tornar a número um global do setor. A empresa já opera a segunda maior fábrica do mundo, na Índia, em associação coma a Tata (é o maior grupo empresarial privado na Índia e tem sido reconhecida como uma das mais respeitadas do mundo). O projeto é buscar mais parcerias estratégicas e financiamento. Aloizio Mercadante no BNDES inspira combustível para os planos da companhia. A Marcopolo quer ser “A JBS das carrocerias” (cada um escolhe a comparação que lhe convém).

BOLSONARISTA, a atriz Cássia Kiss, a Cidália de Travessia, virou objeto de discussões nas redes sociais por suas posições conservadoras (e ataques de artistas, em sua maioria, lulistas). Miguel Falabella disse que ela “mostrou seu lado monstruoso” e ela ganhou de alguns colegas de trabalho o apelido de “pastora louca”. A Globo havia decidido não renovar seu contrato devido à polêmica, mas acabou preferindo conservá-la na casa por mais dois anos (e com suposto salário de R$ 120 mil).

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"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

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Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

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Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

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Out – Natal: sangria de saquê

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A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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