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"Essa PEC não é para o governo Lula. Essa PEC é para fazer o reparo no orçamento do presidente"

de LULA // presidente eleito ao anunciar seus primeiros cincos futuros ministros.

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O Brasil deverá bater o recorde de mortes por dengue este ano e pode ultrapassar, pela primeira vez, o número de mil óbitos anuais. Até  19 de novembro, o Ministério da Saúde registrou 974 óbitos. 

Mais:  próximo das 986 mortes ocorridas em 2015, o maior índice desde que a doença ressurgiu no país, na década de 80. O número já é quase quatro vezes maior do que o total de 246 mortes no ano passado.

“Essa PEC não é para o governo Lula. Essa PEC é para fazer o reparo no orçamento do presidente Bolsonaro”, 

de LULA // presidente eleito ao anunciar seus primeiros cincos futuros ministros.

In – Série: Wandinha (Wednesday) - Netflix
Out – Série: Resident Evil - Netflix

Fotos: Thaís Vandanezi // Reprodução

Mãe liberal

A super modelo Shirley Mallmann, 45 anos, que vive há anos nos Estados Unidos, está na capa da revista Marie Claire Brasil. Em entrevista, conta como é difícil criar os dois filhos Axil, de 20 anos e Ziggy, de 14 no mundo de hoje. “É uma batalha criar meninos porque tem as influências externas. Os amigos, os Tik Tokers que eles assistem. Então às vezes parece que eu estou remando contra a maré. Mas falo sempre com eles sobre respeito à mulher, que é muito, muito, muito importante para mim. Sou conhecida como a mãe liberal, feminista”. E fala dos planos para o futuro. “A carreira da modelo tem essa coisa: os trabalhos vão diminuindo, você vai ter mais tempo, vai começar a fazer coisas pessoais, realizar sonhos antigos ou então voltar a estudar. Tenho mil ideias para realizar. Uma coisa relacionada ao fashion seria o mais óbvio e talvez o mais fácil. Enfim, as opções são muitas. A única certeza que tenho é que quero passar mais tempo com a minha família no Brasil”. Praticante de boxe, ela conta que o esporte foi apresentado por uma amiga, porque estava com preguiça de ir para academia e voltar a mesma rotina, depois que elas abriram. Mais: ela garante que é uma consumidora com consciência. Sou uma consumidora de moda consciente. Gosto de peças básicas de qualidade, mas também não fujo de um vestido incrível com um saltão”.

Motociata paralela

Se outras tantas figuras da cena política nacional deixaram seus governos prometendo ficar de olho nos sucessores e em suas gestões e montar um “governo paralelo” – o que não é sempre que dá certo – também Jair Bolsonaro, do alto de seu futuro escritório e de sua mansão na Ville de Montagne, não deixará de tentar a mesma coisa. E suas observações – e críticas especialmente – alimentarão as lives semanais que pretende continuar a fazer. Bolsonaro tem conversado muito com Valdemar Costa Neto, cujo partido (PL) sustentará a nova fase da carreira do Capitão e com ele desenha projetos de ação de seus próximos quatro anos. E isso inclui participação em eventos evangélicos, manutenção de conteúdo para suas redes sociais e até mesmo motociatas.

Uma diva em apuros

Uma das maiores cantoras do mundo, Celine Dion, 54 anos, considerada uma das divas das atualidades está passando por um período difícil em sua vida. Na quinta-feira (8) foi até suas redes sociais anunciar que a turnê “Courage World Tour” que já havia sido adiada para o ano que vem, terá um novo adiamento, por causa de recomendações médicas e só acontecerá em 2024. Ela foi diagnosticada com a síndrome da pessoa rígida (SPR), uma doença neurológica rara e incurável, que  causa espasmos musculares graves e rigidez muscular no tronco e membros e uma sensibilidade aumentada a estímulos como ruído, toque e estresse emocional, que  pode deixar as pessoas incapacitadas para andar ou se mover. O tratamento consiste aliviar os sintomas com o uso de Diazepam,  que na maioria dos casos, ajuda a aliviar a rigidez muscular.

Picado

O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em sua primeira campanha, bandeou-se mesmo contra seu partido para os lados de Jair Bolsonaro e foi vitorioso. Agora, no segundo turno, tentou ajudar o presidente a ter mais votos mineiros, não conseguiu e dias depois, criticou Bolsonaro dizendo que ele perdera por causa de sua “má comunicação”. Na semana passada, ninguém perguntou, mas ele mandou avisar que “não irá na posse de Lula”. Zema também já foi picado pelo inseto de 2026.

Pé atrás

Arthur Lira, presidente da Câmara e candidato à reeleição, e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tiveram, na semana passada, seu primeiro desentendimento. Lira recebeu informações de que o petista teria articulado junto a ministros do STF para derrubar o mecanismo de partilha de recursos da União sem transparências – e lhe cobrou explicações. Durante a campanha, Lula já havia chamado o “orçamento secreto” de “excrecência”. Desta vez, Lula estava inocente e negou ter tentado interferir no julgamento da Alta Corte. Mas, Lira ficou com um pé atrás.

Mais proteção

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso têm discutido com assessores do futuro governo e parlamentares ações para reforçar o aparato de segurança dos membros da Suprema Corte. Uma das medidas passa pelo Legislativo. Há uma articulação com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, para que o Congresso vote com urgência projeto de regulamentação das atividades da Polícia Judicial, que dará força à Resolução 344 do Conselho Nacional de Justiça, de 2022, assinada por Dias Toffoli.

MAIS AGENTES

Os mesmos ministros articulam com o novo governo a realização de concurso público para contratação de novos agentes. A interlocução em torno do tema se dá, notadamente, com Flávio Dino, futuro ministro da Justiça do governo Lula. mais: em novembro, o STF abriu licitação para a contratação de uma empresa de segurança privada para atuar na escolta dos ministros. Serão 42 agentes, que deverão usar pistolas calibre 380 e coletes à prova de balas, segundo o edital. Dependendo da ocasião, também ministros poderão usar coletes.

Para chocar

E nem poderia ter sido diferente: explodiram em várias áreas diante da nova truculência de Bolsonaro que quer extinguir a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada em 1995 por FHC. Orientado pela ex-ministra e senadora eleita Damares Alves, a comissão foi entregue a um advogado admirador do golpe e da ditadura militar, que poderá decretar esta semana o fim do colegiado. Mas, nem tudo está perdido: se for mesmo extinta, a comissão tende a ser recriada por Lula (já está avisado) no começo de janeiro.

NA GAVETA

A Proposta de Emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, aprovada na Câmara em 2015, continua na gaveta. Ou seja: não pune o adolescente que matou quatro pessoas, incluindo uma criança e feriu outras 12 em Aracruz (ES). Se não estivesse na gaveta do Senado, a PEC daria ao assassino de Aracruz até mesmo 120 anos de cadeia pelas quatro mortes. Só foi condenado a três anos de internação: quando sair terá ficha limpa e ninguém terá o direito de saber seu nome.

Saltitante

Há algum tempo, o ex-juiz Sérgio Moro, que agora se elegeu para o Senado, estava no Podemos e, de repente, saltou para o União Brasil onde saiu vitorioso e até superou Álvaro Dias, que estava em primeiro lugar nas pesquisas. Agora, Moro quer se aproximar mais de Jair Bolsonaro, ao qual apoiou no segundo turno e pretende que o presidente (ou futuro ex-presidente) lhe ajude a pular para o PL. Valdemar Costa Neto, meio dono da sigla, está processando Moro (quer impedi-lo de tomar posse) e garante que “ele jamais entrará no PL”.

Expressão do ano

Está no The New York Times: a Oxford languages, por trás do Oxford English Dictionary, acaba de eleger a gíria “globin mode” como a Expressão do Ano. Refere-se  a um “tipo de comportamento que é assumidamente autoindulgente, preguiçoso, desleixado ou ganancioso e que rejeita normas sociais”. Muitos acham que o “globin mode” também inclui a sensação de que a pandemia acabou – e ainda não acabou. No ano passado, o Oxford Dictionary elegeu “vax” (vacina).

DOCE DE LEITE

Depois do jogo do Brasil contra a Coréia do Sul, o jogador Richarlison degustava um chup-chup de doce de leite, também colocado à disposição dos demais atletas. E brincava: “É só para quem marca gol” (era o seu caso). Muita gente nem imagina que jogadores de futebol avancem, logo depois das partidas, para guloseimas à base de doce de leite, ou seja, carboidrato para repor as energias. Não há dosagem especial para degustar, mesmo porque nutricionistas acham que essas quantidades pós-jogo “não emagreçam, nem engordem”. Bolsonaro também é adepto ao doce de leite no café da manhã; chup-chup ainda não.

MISTURA FINA

MICHELLE Bolsonaro também terá direito a uma (pequena) sala no futuro escritório do marido em Brasília, de onde tocará sua vida política. E deverá ter uma assessora para auxiliá-la em seus planos de manter um trabalho na defesa das mulheres e de deficientes, especialmente autistas.

DIFERENTEMENTE dos atuais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, seus sucessores já escolhidos por Lula, com base no critério de antiguidade, que define a hierarquia da vida militar, tem perfil discreto, não usam redes sociais e evitam assumir posições políticas publicamente. O presidente eleito, por outro lado, assume a partir de janeiro o posto Comandante-em-chefe das Forças Armadas.

A SENADORA Kátia Abreu (PP-TO), que defendeu via redes sociais a eleição de Lula, está cotada para assumir a embaixada do Brasil em Buenos Aires. Ex-ministra da Agricultura de Dilma Rousseff teria papel, relevante no âmbito do Mercosul e nas discussões para costura do acordo com a União Europeia. O agronegócio é um dos pilares do tratado com a UE e Kátia tem handicap para função.

UM dos fortes do segmento imobiliário nacional, Meyer Nigri, não pode ter queixa dos quatro anos de Jair Bolsonaro (mesmo fora de cena seis meses por conta da covid): acaba de ver seu apadrinhado Messod Azulay ser apontado pelo presidente para uma das cadeiras vagas no STJ. Na comida do tribunal, Azulay, judeu ortodoxo, ganhará pratos especiais, só da cozinha kosher.

NO final da semana passada, Alexandre de Moraes,  presidente do TSE, atendeu pedido de Arthur Lira, presidente da Câmara e desbloqueou contas nas redes sociais de deputados bolsonaristas, incluindo novos eleitos. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) teve pedido de reativação dos perfis rejeitado porque ela, mesmo depois do bloqueio das contas, continuou atacando em mensagens a Justiça Eleitoral e as instituições democráticas.

A ESCOLHA dos novos comandantes das Forças Armadas, os preparativos para Jair Bolsonaro fora do governo e a recusa dele em mandar uma mensagem aos bolsonaristas ainda concentrados e querendo intervenção militar, conforme relato de Carla Zambelli, provocaram decepções nos seguidores do Capitão. Nas concentrações, sempre há uma figura de alto-falante nas mãos tentando incentivá-lo e dizendo que “a hora vai chegar”. No geral, são contratados de empresários golpistas.

O NOME de Fernando Haddad na pasta da Fazenda já havia sido aprovado antes mesmo de ser anunciado, segundo uma pesquisa feita pela Genial/Quaest. O levantamento mostrou que 60% dos entrevistados consideraram Haddad um bom nome para chefiar a pasta;  26% que não seria um bom nome  e  14% afirmaram não saber ou não responderam.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Governos com cabeça vazia produzem pratos vazios"

Senador Ciro Nogueira (PP-PI) em momento reflexão sobre a situação do País

14/02/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Montadoras ainda não se recuperaram de Dilma

A mais grave crise do setor automobilístico brasileiro não foi a pandemia da covid e sim o governo Dilma (PT). É o que apontam dados Federação da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em 2011, primeiro ano da petista no Planalto, vendas bateram recorde com 5,7 milhões de veículos leves e comerciais emplacados. Mas, até o impeachment, em 2016, as vendas caíram à metade após cinco anos seguidos de retração e atingiram o pior nível dos últimos 15 anos: 3,2 milhões de veículos.

Permanece abaixo

Em 2024, o mercado comemorou 4,7 milhões de veículos vendidos, mas o resultado é quase 20% menor que o recorde de 2011.

Recuperar demora

Após o “tsunami Dilma” na economia brasileira, veículos novos emplacados voltaram a superar a marca de 4 milhões apenas em 2019.

Sem respiro

Com a pandemia da covid e lockdowns em 2020, vendas de veículos despencaram para 3,2 milhões. Mas voltaram a crescer em 2021.

Observe e compare

Em 2020, ano da pandemia, vendas caíram 21,63%. Em 2015, último ano cheio de Dilma, a queda foi de 21,85%. Em 2016, tombaram 20,3%.

Lula mal disfarça perda de autoridade sobre Ibama

Na visita ao Amapá, nesta quarta (13), o petista Lula deixou claro que seu discurso envelheceu com ele, recorrendo a velhos chavões, tentando jogar pobres contra ricos, para tentar se reconectar com o eleitor que o rejeita, e esconder sua falência de autoridade na área de meio ambiente do próprio governo. Hoje, o Brasil tem governo oficial, chefiado por Lula, e outro paralelo, no qual ele não manda, segundo resumiu o ex-ministro Aldo Rebelo no Jornal Gente, da rádio Bandeirantes e TV BandNews.

Lula quem?

O Ibama dá banana a Lula e não autoriza nem mesmo estudos sobre as fantástica reserva 10 bilhões de barris de petróleo na Margem Equatorial.

Lesa-Pátria

O Brasil e seu presidente estão reféns dos ambientalóides, ignorando a riqueza inexplorada que poderia garantir a prosperidade da população.

Hipocrisia

Rebelo lembrou que o burocrata nomeado presidente do Ibama diz defender o “paraíso da Amazônia”, mas nem sequer conhece a região.

Sentou na cadeira

Com Lula fragilizado, o ministro Flávio Dino age como se tivesse assumido o poder supremo. Intimou AGU, PGR, TCU e ministérios para uma audiência no próprio STF para discutir emendas e Orçamento, antes mesmo do início das discussões no Congresso.

Aqui, não

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) avisou o juiz Carlos Villareal, da Corte Interamericana de Direitos Humanos , que investiga o STF por violar liberdade de expressão no Brasil: “Democracia aqui não é”.

Lotou

Faltou vaga para estacionar no centro de Brasília nesta quinta (13). A sede do PL fica na região e ficou lotada com prefeitos em busca de uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Gastança sem controle

Já soma R$1,4 trilhão o total de despesas realizadas pelo governo Lula até 10 de fevereiro de 2025. Isso representa pouco mais de 27% de todo o orçamento público previsto para este ano.

Muito por fora dos autos

Em mais uma entrevista ao canal de notícias CNN, o ministro Gilmar Mendes (STF) voltou a comentar sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ainda sequer foi julgado pela Corte Suprema.

Otimismo de aço

Os produtores de aço não parecem muito preocupados com as ameaças de taxação de Trump. Acham que tudo se resolverá com negociação, como disse ontem Marco Pólo de Melo Lopes, do Instituto Aço Brasil

À espera de um milagre

Quem circulou por Brasília nos últimos dias foi o ex-candidato à Presidência da República Padre Kelmon. O padre rodou pela Câmara atrás de apoio para o projeto de anistia aos presos pelo 8 de Janeiro.

Nada de inelegibilidade

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse ontem que “quando eu voltar à presidência, transformarei a libertação do povo cubano em prioridade da política externa”, diz. “Tudo em cooperação com Donald Trump e Javier Milei”.

Pensando bem...

...VAR no campeonato carioca é como perfume em gente fedida: não serve para nada.

PODER SEM PUDOR

Um ataque elogioso

Ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge cultivava o hábito da discrição, evitando declarações fortes desde a época de poder. Mas, certa vez, surpreendeu um interlocutor que queria saber sua opinião sobre o governo do PT. Ferrenho defensor da era FHC, de quem foi ministro, EJ surpreendeu: “Eles têm muitas ideias boas e novas...”, disse, referindo-se aos petistas. O interlocutor não se conteve: “Dr. Eduardo, o senhor ‘lulou’?” Com seu estilo de sempre, o ex-ministro esclareceu: “Não. O problema é que as ideias boas não são novas, e as ideias novas não são boas.”

artigo

A dor que cala e o silêncio de todos nós

13/02/2025 16h14

Arquivo

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Imagine. Era uma manhã como outra qualquer. Em algum lugar, uma mulher acordava com o coração acelerado, os olhos marejados de medo. Em algum lugar, uma mulher olhava para o homem ao seu lado e não via mais o companheiro, o pai de seus filhos, o amor de sua vida. Via um algoz. Em algum lugar, uma mulher respirava fundo, tentando encontrar coragem para mais um dia de sobrevivência. Em algum lugar uma mulher suspira fundo ao imaginar que pode ser agredida a qualquer momento. Em algum lugar uma mulher será próxima vítima.

Ela teme vir à público, denunciar. Teme por mais agressões antes que medidas se tornem efetivas. Alguém, não sem razão, fará a pergunta: Quantas vezes o sistema falhou em protegê-las? Pode invocar o argumento que a justiça, que deveria ser um porto seguro, muitas vezes se transforma em um labirinto burocrático, onde a vítima é revitimizada a cada depoimento, a cada julgamento adiado, a cada olhar de descrença.

O machismo brasileiro é um câncer enraizado. Ele está nas piadas que objetificam as mulheres, nas letras de música que as reduzem a corpos, nas igrejas que pregam a submissão, nas famílias que ensinam aos meninos que chorar é “coisa de menina” e que meninas devem ser “boazinhas” e “comportadas”. Está nas delegacias, onde policiais despreparados perguntam: “Por que você não se separou antes?” Está nos tribunais, onde juízes questionam: “Mas ela não provocou?” Está nas ruas, onde homens se sentem no direito de invadir o espaço das mulheres com assédios e ameaças.

E enquanto isso, os números não mentem: o Brasil é um dos países com mais feminicídios no mundo. O Estado do MS, infelizmente, também não fica atrás. São mulheres mortas por serem mulheres. Mortas porque ousaram dizer “não”. Mortas porque tentaram recomeçar. Mortas porque existiam. São assassinadas pelo simples fato de ser mulheres. E, muitas vezes, seus assassinos seguem impunes, protegidos por uma justiça lenta e por uma sociedade que ainda hesita em enxergar a gravidade do problema.

Onde está a luz no fim deste túnel de horrores?  Nas mulheres que se levantam, que denunciam, que apoiam umas às outras. Há homens que questionam o machismo, que educam seus filhos para o respeito, que entendem que a luta pela igualdade não é só das mulheres, mas de todos nós. Há leis que avançam, como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio (em MS já existe essa tipificação), mas que precisam ser aplicadas com rigor e eficácia. E há luz nas campanhas incisivas a exemplo da #TodosporElas, criada pela desembargadora Jaceguara Dantas, com chancela dos três Poderes.

É necessário se engajar. Protestar. Gritar se preciso for. E se unir a outras mulheres. Ninguém, em sã consciência, deve se calar, naturalizar, muito menos ignorar. Mais do que nunca é preciso alento. Para além das jovens, mulheres na meia idade e até idosas está em jogo o futuro das nossas crianças, meninas que sonham. Elas não precisam carregar esta culpa.

A dor que cala é a dor de milhares de mulheres silenciadas. A justiça que falta é a que deveria protegê-las. Enquanto houver uma mulher com medo, enquanto houver um agressor impune, enquanto houver um sistema que falha, a luta não pode parar. Porque nenhuma vida a menos é aceitável. Porque todas merecem viver sem medo. Porque o silêncio já foi demais.

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