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Mercado pecuário e as novas regras do jogo da rastreabilidade

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No mês passado, o Ministério da Agricultura e Pecuária lançou o Plano Nacional de Rastreabilidade na Pecuária (PNRP), uma iniciativa que promete transformar o setor pecuário brasileiro. Essa ferramenta representa muito mais que um avanço tecnológico: é um marco que fortalece a sanidade do rebanho nacional, abre portas para novos mercados e aproxima a sociedade dos desafios enfrentados pelo campo.

A rastreabilidade foi desenvolvida com a participação de entidades representativas do setor produtivo, da indústria e do comércio. Em sua essência, trata-se da criação de ferramentas que permitem aos produtores acessar mercados exigentes, como o europeu, que a partir de 2021 passou a demandar carne bovina proveniente de áreas livres de desmatamento ou supressão vegetal.

Com a rastreabilidade básica anunciada pelo governo federal, temos um alicerce para comprovar a qualidade e a sustentabilidade do nosso sistema produtivo.

Entretanto, é importante destacar que a rastreabilidade não é obrigatória, mas sim uma ferramenta voluntária. Isso significa que o mercado é quem vai definir as regras do jogo: indústrias e compradores dispostos a remunerar melhor pelos produtos rastreados incentivarão os produtores a aderirem a protocolos privados e a atenderem às exigências de nichos específicos.

Mato Grosso do Sul está à frente no que diz respeito à rastreabilidade. O Programa Precoce MS, que incentiva a produção de qualidade, é um exemplo de organização e visão de futuro. Ele considera não apenas a idade e as características dos animais, mas também o processo produtivo como um todo.

A certificação das propriedades é uma prova disso: classificam-se as fazendas em níveis básico, intermediário e avançado, incentivando os produtores a melhorarem continuamente.

Com a rastreabilidade federal, temos uma oportunidade única de integrar essas iniciativas estaduais em um sistema mais robusto. Em MS, trabalharemos para implementar uma rastreabilidade avançada, adaptada às demandas de diferentes mercados. Dessa forma, conseguiremos agregar valor à produção, ampliando a competitividade do nosso estado no cenário nacional e internacional.

A rastreabilidade também desempenha um papel fundamental na comunicação entre o campo e a cidade. Essa é uma oportunidade de estreitar laços com os consumidores, valorizando o trabalho dos produtores e reforçando a confiança no produto brasileiro.

É tempo de unir esforços, aproveitar essa nova ferramenta e abrir caminhos para um futuro promissor em que a pecuária brasileira esteja cada vez mais alinhada às demandas globais e às expectativas dos consumidores.

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Efeitos das mudanças para o descredenciamento de hospitais em planos de saúde

07/01/2025 07h45

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Os consumidores que têm contratos válidos com operadoras de saúde tiveram uma boa notícia nessa virada de ano. Desde o dia 31/12/2024, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou novas regras sobre alterações na rede hospitalar de planos de saúde no Brasil.

As mudanças, estabelecidas pela Resolução Normativa nº 585/2023, trouxeram avanços significativos para os brasileiros que sofrem com a falta de comunicação e transparência das empresas que retiram hospitais de suas redes credenciadas sem dar nenhuma motivação nem justificativa.

No Brasil, são inúmeros os casos de pessoas que são informadas pelo descredenciamento de instituições de saúde e centros hospitalares apenas no momento da busca de um atendimento, muitas vezes de urgência ou emergência.

As novas normas devem estabelecer um equilíbrio maior na relação consumidor-operadoras. Isso porque, atualmente, não existe nenhum tipo de comunicação prévia nem mesmo posterior das operadoras sobre as mudanças na lista da rede credenciada contratada.

Os usuários de planos de saúde raramente conseguem manter a mesma lista de hospitais e médicos credenciados ao longo da duração de seus contratos. E as operadoras nem sequer explicam os possíveis motivos do descredenciamento. Isso deve e terá que mudar de acordo com a nova resolução.

As novas diretrizes afetam diretamente situações de exclusão ou substituição de hospitais e serviços de urgência e emergência.

Entre as principais mudanças está a exigência da comunicação antecipada aos beneficiários dos planos de saúde, de forma individual, sobre qualquer exclusão ou substituição na rede credenciada, com pelo menos 30 dias de antecedência.

Essa medida é louvável, pois hoje o consumidor, no máximo, fica sabendo do descredenciamento ao consultar o aplicativo digital de seu plano. Infelizmente, muitos são surpreendidos 
no balcão de atendimento dos estabelecimentos de saúde em um momento de emergência.

E isso resulta em problemas graves, pois em muitos casos hospitais deixam de cobrir o atendimento da área de pediatria de determinado plano e os pais que levam a criança para um atendimento de urgência, além de enfrentar uma fila no atendimento, precisam se deslocar para outro hospital, após serem informados pelo atendente que o estabelecimento não faz mais parte da rede se seu plano.

Outro exemplo que acontece é sobre o acompanhamento médico realizado em determinado hospital e o mesmo acaba descredenciado, sem nenhuma justificativa, e o paciente fica sem o atendimento da noite para o dia.

Imagine um paciente que está fazendo um tratamento para uma doença grave em determinado hospital com um médico que já está fazendo todo o acompanhamento e que, ao chegar para mais um dia de consulta ou intervenção, é surpreendido ao entregar a sua carteirinha que aquela rede hospitalar não faz mais parte da lista de credenciados de seu plano.

Além da óbvia frustração, a situação pode virar um grande pesadelo, pois até encontrar um novo atendimento, o problema de saúde pode se agravar.

Então, essa comunicação antecipada, mesmo que não justificada, vai auxiliar o paciente a se programar para buscar uma alternativa para o seu tratamento. E nesse ponto, uma outra mudança anunciada pela ANS pode ser útil: de acordo com a nova norma, a operadora deve manter a qualidade de sua rede credenciada, pois caso um hospital excluído seja responsável por até 80% das internações na região, a empresa deve substituí-lo por outro de qualificação equivalente ou superior.

O consumidor também ganhou mais uma alternativa, caso não esteja contente com o descredenciamento do hospital nem com a sua substituição – a nova norma estabelece a ampliação da portabilidade. Ou seja, desde 31/12/2024, os beneficiários que se sentirem prejudicados pela retirada de um hospital ou de um serviço de urgência poderão realizar a portabilidade sem precisar cumprir os prazos mínimos de permanência no plano, que variam de um a três anos. Além disso, não será necessário que o novo plano seja da mesma faixa de preço do anterior.

É muito importante que o consumidor sempre busque todas as informações claras e completas sobre as mudanças realizadas em sua rede credenciada. Sempre que possível, consulte os aplicativos digitais das empresas.

E caso não sejam informados sobre as eventuais mudanças, devem registrar reclamações junto à ANS e aos órgãos de defesa do consumidor. E em caso de qualquer problema de abuso ou descumprimento contratual por parte da empresa, é possível ingressar com uma ação no Poder Judiciário para garantir a defesa de todos os seus direitos.

Portanto, as novas regras oferecem aos beneficiários uma ferramenta poderosa para garantir a continuidade e a qualidade do atendimento. Além de promoverem maior transparência, elas fortalecem a relação de confiança entre consumidores e operadoras de saúde.

Agora, cabe às empresas cumprirem as determinações da ANS, agindo com responsabilidade e respeito às normas estabelecidas. Somente assim será possível evitar surpresas desagradáveis e garantir que o atendimento em saúde suplementar atenda às necessidades dos consumidores.

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Corumbá transpira o Carnaval

07/01/2025 07h30

Arquivo

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A Capital do Pantanal já vive os festejos de Momo, uma tradição enraizada na cultura de um povo que se esmera na preparação de suas agremiações para brilharem no desfile da Avenida General Rondon, 
o ponto alto da exposição pública dessa monumental festa que empolga e emociona com o maravilhoso espetáculo.

Os hotéis, as pousadas e os barcos-hotéis já se preparam em um ritmo impressionante para receber os turistas que comparecem à cidade ano a ano e em número cada vez maior. Os meios de comunicação, as empresas de turismo e a corrente de foliões arrastam amigos e parentes para participar do melhor Carnaval do Centro-Oeste. Em uma ocasião como essa, o velho trem da NOB, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, faz muita falta.

Dirigentes e simpatizantes dos cordões carnavalescos, dos blocos e das escolas de samba se unem e formam grupos de trabalho com a participação ativa dos moradores dos bairros-sede das agremiações. 

Nesses encontros, são discutidas a organização e a administração de todas as fases de preparação das agremiações, em que os mínimos detalhes não são deixados de lado. Tudo é levado muito a sério.

Porém, isso não acontece por acaso. Os corumbaenses sempre tiveram uma estreita ligação com os carnavalescos cariocas, gerando um intercâmbio muito positivo no aprimoramento das instituições, no tocante às fantasias, às baterias, aos sambas-enredo, entre outros.

Tudo começou com a construção da Base Fluvial de Ladário e a chegada dos militares da Marinha de Guerra que fixaram residência em Corumbá e em Ladário, incentivando e fortalecendo o nosso Carnaval.

Convém salientar que o profissionalismo é a mola mestra na administração do Carnaval de Corumbá. Tais agremiações são verdadeiras joias e relíquias, transmitidas de pais para filhos por várias gerações, sendo muito respeitadas pela população, que se orgulha e se motiva a participar desses festejos, os quais atraem multidões e contribuem para incrementar a economia da Cidade Branca.

A Cidade Branca não conta com nenhum deputado federal, e talvez, por estarmos saindo de um período eleitoral e entrando em outro ciclo, nossos políticos avaliem melhor a Capital do Pantanal. Junto ao município de Ladário, a região representa mais de 110 mil habitantes, portanto, merece um tratamento diferenciado.

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