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Giba Um

"Muitas vezes, as pessoas falam que eu devo falar grosso. Não vou falar grosso. Sou mulher",

uma mulher pode ser firme sem falar grosso. Quero respeito ao meu modo de ser",   de NÍSIA TRINDADE // ministra da Saúde, que está fazendo uma limpeza na Pasta.

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O pagamento de R$ 533 milhões em dividendos extraordinários anunciados pela Cemig há dias é só a ponta do iceberg. A estatal mineira poderá aumentar esse valor em distribuição de recursos adicionais antes da assembleia dos acionistas, marcada para abril. 

MAIS:   o  gordo dividendo seria uma espécie de “bolsa Zema”. Traduzindo: o acionista controlador, o governo de Minas Gerais, estaria raspando o tacho e aumentando repasses para o Tesouro do estado antes de uma federalização da companhia. 


 


Sem comemoração


A eterna ‘rainha dos baixinhos’ Xuxa Meneghel completou ontem 61 anos e revelou que não gosta de comemorar aniversários. “Eu não gosto de comemorar aniversário. Fiz nos meus 60 anos porque é uma coisa emblemática, um número forte. Eu prefiro e gostaria de comemorar, no máximo, com um bolinho vegano, minha filha Sasha, o Junno, a Doralice (sua cachorrinha) e algumas pessoas de que gosto. Não gosto de festa, não gosto de receber presente. Gosto de demonstração de carinho de quem eu gosto. É gostoso receber todos os dias, não numa data específica”. Também aconselhou as pessoas sempre se colocarem em primeiro lugar. E para chegar à idade dela com sua excelente forma dá uma dica “As futuras sessentonas deveriam alimentar o corpo e a alma com pensamentos bons, com coisas que elas acreditam. Existem certas coisas que parecem piegas falar, mas uma boa alimentação, ter bons pensamentos, ter fé, acreditar em Deus, você tentar dar o seu melhor, não tem como dar errado. E se alguma coisa der errado, continue dando o melhor de si para os outros. Não tem como não receber isso do universo de volta”.

“Cripto” vem do grego “escondido”


Banco Central e CVM batem cabeça sobre a regulação das criptomoedas e não saem do lugar. Não conseguem chegar a um conjunto de regras para a medida de ativos digitais no Brasil. E muito menos têm se mostrado capazes de fiscalizar a movimentação dessas moedas e rastrear os passos dos agentes que atuam no segmento. Há duas semanas, o BC divulgou sua lista de prioridades para a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional em 2024 e citou “Estudo sobre a necessidade de regulação nos processos de emissão/ escrituração e negociação de ativos tokenizados” e “Ajustar o arcabouço prudencial para incorporar o tratamento da exposição a ativos virtuais”. Quer dizer muito pouco, quase nada. O diretor de regulação da entidade, Otávio Damaso, diz que a regulação sai no primeiro semestre. Não dá datas, nem detalhes. O prefixo “cripto” vem do “Kruptos” – escondido, secreto.

Festival de crimes


No fim de 2022, Jair Bolsonaro sancionou o marco legal das criptomoedas, que entrou em vigor no ano passado. Sem as devidas regulações, não server para nada. O Banco Central informa que o tema já passou por “consulta pública”, agora passará por “análise” e não dá prazo algum. Enquanto isso, as criptomoedas viraram mistura de cassino e pseudomoeda. Plataformas operam sem preocupação com a fiscalização e punições de eventuais fraudes. Mais de 20 empresas estão sob investigação acusadas de montagem de pirâmides com criptoativos que teriam movimentado perto de R$ 100 bilhões. 


Grandes fortunas

A revista Forbes brasileira acaba de lançar uma lista dos Top Creators Brasil, ou seja, os maiores criadores de conteúdo do Brasil.  Na lista dos 10 maiores influenciadores brasileiros a publicação também destaca a fortuna deles. Entre eles Virgínia Fonseca, que foi alçada a apresentadora pelo SBT, que tem uma fortuna estimada em R$ 168 milhões; Bianca Andrade, também conhecida como Boca Rosa, que alavancou ainda mais sua fortuna depois de participar do Big Brother Brasil, com uma fortuna perto dos R$ 50 milhões; a atriz, cantora e apresentadora Maísa Silva, que ainda está esperando sua oportunidade na Globo, que teria cerca de R$ 30 milhões; e Larissa Manoela, apontada como uma das artistas mais completas da sua geração e que teve que recomeçar depois da briga com os pais, hoje sua fortuna está estimada entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões. 


In –  Decoração: baú puff
Out – Decoração: baú de madeira


Novas viagens

Passada a visita do presidente Emmanuel Macron ao Brasil, o presidente Lula vai concentrar suas atenções de sua política externa no cenário regional. Suas próximas viagens serão para Colômbia e Chile, países governados por presidentes de esquerda com os quais Lula já teve algum atrito nesse terceiro mandato. Depois, deve ir a Bolívia. A primeira parada em 16 de abril será na Colômbia, para uma agenda de apenas dois dias. Deverá se reunir com o presidente Gustavo Petro e participar da Feira Internacional do Livro, que terá o Brasil como homenageado. Petro já criticou muito o presidente brasileiro por defender a Rússia no conflito contra a Ucrânia.

 

Fracasso

No final do ano passado, Lula dizia que o programa Desenrola era “genial” e “merecedor do Prêmio Nobel”. Contudo, os números obtidos transparecem baixa adesão ao programa, que muitos rotulam de “fracasso”. De acordo com o Censo Nacional do Desenrola, da estimativa inicial de 72 milhões de brasileiros endividados, somente 10 milhões efetivamente renegociaram suas dívidas. Desse contingente, 7 milhões se referiam a pessoas que tinham dívidas até R$ 100 e deixaram automaticamente de estar negativadas (ainda que as dívidas não tenham sido extintas). 


“Muitas vezes, as pessoas falam que eu devo falar grosso. Não vou falar grosso. Sou mulher, uma mulher pode ser firme sem falar grosso. Quero respeito ao meu modo de ser”,  
de NÍSIA TRINDADE // ministra da Saúde, que está fazendo uma limpeza na Pasta.

MUDANÇA

Taxa de emprego em alta, desemprego em baixa, PIB em ascensão, queda na insegurança alimentar, redução da carga de impostos, inflação declinando, superavit comercial recorde, reforma tributária aprovada, investimentos em economia verde e outros assuntos favoráveis ao governo – e nada de comunicação. Lula já reclamou na reunião ministerial, mas a ofensiva maior tem sido da primeira-dama Janja da Silva, que quer tirar o controle das redes sociais do maridão onde está e passar a uma pessoa de sua confiança. Mais: Paulo Pimenta poderá ser deslocado para outro cargo e Janja ganhará mais uma força na área. As declarações de Lula, fatalmente, não mudarão.

Outro conflito

Paulo Pimenta, ainda chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, não conta apenas com a artilharia de Janja nos bastidores do Planalto. Também Rui Costa, um dos menos queridos dos demais ministros, não gosta de Pimenta. O chefe da Secom conta com cerca de R$ 640 milhões previstos no Orçamento deste ano, mas vem pleiteando recursos adicionais para descarregar em publicidade nas redes sociais (onde a oposição pinta e borda). A maior resistência dentro do governo é de Rui Costa: acha que Paulo Pimenta está mais preocupado com sua imagem do que com a do governo. 

EMPODERAMENTO

Nos últimos tempos, a primeira-dama Janja da Silva, também está ligando para ministros cobrando resultados e dando sugestões (até para altos cargos no governo). Telefonou para Jorge Messias, chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), querendo explicações pelo apoio que deu à indicação (feita por Lula) do advogado Eduardo Martins para uma vaga no TRF-1. E também ligou para Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, querendo atualização sobre denúncias de supostos abusos sexuais de crianças e adolescentes na Ilha de Marajó.

Farra de viagens

O destino predileto dos servidores federais do governo de Lula é Paris. Segundo o Portal da Transparência, a capital da França lidera a lista de viagens paga pelos brasileiros, seguida das cidades de Washington, Lisboa, Buenos Aires, Nova York e Assunção. O total do levantamento não leva em conta os passeios de Lula, Janja e comitiva. As viagens presidenciais são a bordo do Airbus da FAB e o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministros de Estados e presidentes do Poder usam jatinhos. A Transparência registra mais de 2,1 mil viagens internacionais de servidores nos primeiros três meses de 2024.

TAMBÉM CRUCIFIXO

O ministro Flávio Dino tem mantido uma relação cordial com seus colegas de STF. Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes são os mais próximos (foram seus maiores apoiadores junto a Lula), mas ele também tem se aproximado de Cristiano Zanin. Recebe entidades jurídicas, associações e representantes associativos. Fotos institucionais sempre são feitas no interior de sua sala, ao lado de um grande crucifixo que está pendurado na estante de livros. É um presente de seu pai Salvio Dino, passou pelo Ministério da Justiça e o acompanha desde a época de governador do Maranhão. Segundo Lula, é “um comunista” – mesmo religioso.

MISTURA FINA

ALIADOS de Jair Bolsonaro avaliam como pouco provável que o ministro Alexandre de Moraes (STF) determine a prisão preventiva do ex-presidente depois da revelação que o ex-mandatário passou dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília. Acreditam, contudo, que o magistrado pode optar por uma tornozeleira eletrônica como medida cautelar autônoma, sem necessidade de prisão domiciliar. Alexandre “sacudiu os ombros”, quando leu sobre a visita de Bolsonaro (com direito a dormir lá) à embaixada da Hungria. 

UM dos políticos mais bem qualificados do país, o prefeito de Recife, João Campos ainda não escolheu seu vice na campanha de reeleição. Até pessoalmente, o presidente Lula tem batalhado para indicar quem estará na chapa ao lado de Campos. Especialmente porque ele, que deverá ser reeleito com facilidade, poderá se candidatar ao governo de Pernambuco em 2026. Vence e o vice assume por mais dois anos, com direito à reeleição. 

O PL de Jair Bolsonaro tem 96 deputados e 12 senadores, e candidatos à sucessão na presidência do Senado e da Câmara só ganham seu apoio se aceitaram acordo para levar à votação matérias ideológicas e conservadoras de direita. De quebra, o ex-presidente quer incluir no compromisso proposta de anistia para ele, caso seja condenado. Congressistas mais veteranos acham que, na hora de prometer tudo bem; depois, dependendo do futuro de Bolsonaro, a promessa pode mudar. 

O EX-ministro José Dirceu está em campo nas articulações para a sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara. ele tem conversado com Marcos Pereira, presidente do Republicanos e Elmar Nascimento, do União-Brasil, ambos tidos como fortes candidatos ao cargo. Nascimento faz acenos ao Planalto e no governo, há resistência a seu nome pela proximidade com Arthur Lira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

Giba Um

Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

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artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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