Colunistas

GIBA UM

"Não foi um raio em um céu sereno e azul. O que a gente lamenta é a falência de nossas instituições"

de RUBENS RICUPERO // embaixador e ex-ministro sobre a não prevenção aos atos de vandalismo em Brasília

Continue lendo...

Nas simulações do futuro se- 3 cretário de Política Econômica, Guilherme Mello, há um cenário de medidas arrecadadoras que poderia aumentar em R$ 130 bilhões a receita fiscal nos quatro anos do governo Lula. Mais: nos jogos, taxação de 17% por aposta (pode gerar R$ 20 bilhões por ano); na produção e uso de maconha (outros 8 bilhões no quatriênio); e agrobusiness (R$ 10 bilhões por ano). Mas teriam que passar pela aprovação do Congresso.

IN: Decoração: cores fortes   OUT: Decoração: cores neutras

Desligadas

Investigações sobre o terrorismo em Brasília estão revelando que 12 partidos têm alguma ligação com os detidos pela Polícia Federal. Até agora, PL, Patriota, Cidadania, PRTB, PROS, PTC, DEM (União Brasil), PPS, PSC e PP tiveram candidatos que estiveram na depredação da Praça dos Três Poderes.

Mais: a ausência de imagens de câmera de segurança em diversos prédios públicos tem provocado questionamentos de autoridades em Brasília. A maioria tem câmeras, mas não apareceu nenhuma imagem. Há quem aposte que estavam convenientemente desligadas.

MAIS COLORIDA

Analistas femininas acham que Brasília (apesar da destruição de domingo nos Três Poderes) ganhou uma feição mais colorida com vestidos, batas, pantalonas, terninhos e até cocares convivendo com ternos e gravatas.

O núcleo político do governo anterior abrigada 38% de militares e agora, entre os 37 integrantes do primeiro escalão do governo Lula, os militares representam apenas 2%. As mais entusiasmadas acham que só o afastamento do general Augusto Heleno (GSI, que poderá ser desativado) já deu um novo ar no Planalto.

Pela reeleição

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, tem trabalhado nos bastidores pela reeleição de Rodrigo Pacheco à presidência do Senado. Nesses dias, conversou com Arthur Lira com o objetivo de assegurar voto do PP. O partido tem seis senadores o que, na ponta do lápis, pode ser decisivo para evitar a vitória do bolsonarista Rogério Marinho (PL), ex-ministro do Desenvolvimento Regional. A moeda de troca é o apoio do PT à recondução de Lira à presidência da Câmara.

CONTRA LULA

O candidato de Jair Bolsonaro à presidência do Senado, o ex-ministro Rogério Marinho, quer propor um rodízio na indicação de ministros para o STJ e STF: o Congresso alternaria com a Presidência da República na nomeação de integrantes das duas Cortes, como acontece no TCU.

A PEC de Marinho, difícil de emplacar, teria como objetivo tirar de Lula duas indicações para o Supremo que terá o direito de fazer em seu mandato, com as aposentadorias de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.

Não é hora

Novo seminário do Lide, empresa de promoções do ex-governador de São Paulo João Doria, acontecerá em Lisboa, em fevereiro: vai discutir a divisão do país. Estão convidados Luiza Trajano (Magazine Luiza), Abílio Diniz (Carrefour) e Luiz Trabuco (Bradesco).

Também seria esperados os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, os mesmo que compareceram ao último seminário da empresa, em Nova York. Contudo, entre esses ministros, a opinião é de que “não é hora de se ausentar do país”.

Foto: Divulgação

Primeiro tapete

O primeiro tapete vermelho estendido em 2023 para o 80º Golden Globe Awards, que aconteceu no Hotel The Beverly Hilton realizado pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) tenta recuperar seu prestígio (era considerado o termômetro do Oscar) após série de críticas à entidade organizadora por falta de diversidade e transparência.

A premiação é dividida em 27 categorias e alguns dos ganhadores como Cate Blanchett (melhor atriz em filme) e Kevin Costner (Melhor ator em série de drama da televisão) não estiveram no palco para receber seus respectivos prêmios.

Entre indicados, vencedores, apresentadores e convidados passaram por lá, da esquerda para a direita, Jennifer Coolidge (melhor atriz coadjuvante de série Limitada ou Antológica ou Filme para Televisão) que aproveitou para tietar a modelo e apresentadora Heidi Klum; Jenna Ortega e Selena Gomez (ambas concorriam a melhor atriz de série de Televisão - Musical ou Comédia, vencido por Quinta Brunson); Rihanna, que concorria como melhor canção original de filme; e Lise Marie Presley, filha de Elvis e Priscila Presley, que está quase irreconhecível e que chorou ao lado da mãe, no discurso de Austin Butler (melhor ator de Filme – Drama), que interpretou o Rei do Rock and Roll e agradecendo o apoio das duas.

Vizinhos perigosos

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer transferir a sede do governo paulista do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, onde está há mais de cinco décadas, para a região central da cidade, nas imediações da avenida Rio Branco (a região vive uma degradação social e urbana, infestada de drogados e criminosos e é considerada uma zona perigosa).

Tarcísio quer promover um concurso público para definir o projeto. Na mesma avenida Rio Branco, está localizado o Palácio dos Campos Elíseos, construído entre 1890 e 1899 que, também durante décadas abrigou a sede do governo paulista.

Foi projetado para ser a residência do cafeicultor Elias Pacheco Chaves e seu último governador ocupante foi Adhemar de Barros. Hoje, abriga o Museu das Favelas – e Tarcísio não quer saber dele.

Foto: Reprodução

Desconhecida no Brasil

Pouco conhecida no Brasil a modelo Mariana Santana, 29 anos, faz sucesso no Exterior e tem uma consolidada carreira internacional. Morando hoje na França, foi descoberta por um olheiro num shopping em Salvador aos 17 anos.

Com 1,79m de altura, 61cm de cintura e 88cm de quadril, já desfilou para grandes grifes como Vivienne Westwood, Issa London, Zuhair Murad, Christian Dior, Givenchy, entre outros. Dedicada ela não se importa de tingir seus cabelos ou descolorir as sobrancelhas para dar vida à beleza proposta para o desfile, capas ou campanhas.

Quem vai pagar

O fotógrafo oficial de Lula, Ricardo Stuckert, teve equipamentos seus roubados durante os ataques dos vândalos bolsonaristas nos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Ele colocou fotos da depredação no Twitter: “Nuca vi tanta barbárie. Levaram minhas máquinas fotográficas, lentes, drone. Levaram parte do meu trabalho. Não são apenas objetos subtraídos e outros depredados. É nossa história, nossa memória”.

O governo deverá auxiliá- -lo na reposição dos equipamentos e Alexandre de Moraes quer cobrar dos golpistas presos.

Imagem: Reprodução

Jesus junto

O presidente Lula mandou buscar no Museu da República uma imagem de Jesus Cristo, que o acompanhou em seus dois mandatos anteriores (demorou para encontrá-lo). Janja e Alexandre Padilha trataram de trazê-lo de volta.

E Lula: “Eu já voltei e agora você vai voltar. Vou colocar onde sempre ficou me ajudando a governar este país. E juntos, vamos mudar esse país” (conservando com a imagem).

Camisa da seleção

O vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, teria sido o articulador do repúdio do uso da camisa da seleção brasileira em “atos antidemocráticos e de vandalismo”. Ainda no domingo (8) ele alinhavou o manifesto e fez chegar a integrantes do governo o pronunciamento da CBF. A entidade, contudo, não explicou por que se calou nos últimos anos em que a amarelinha virou uniforme “quase” oficial dos pedidos de golpe e intervenção militar.

VALOR HISTÓRICO

Para Rogério Carvalho, diretor da Curadoria dos Palácios Presidenciais, considera o prejuízo mais grave, por conta do ataque terrorista de domingo aos Três Poderes, a completa destruição de um relógio de pêndulo do século XVII, presente da Corte Francesa para Dom João VI.

Martinot era o relojoeiro de Luis XIV e existem apenas dois relógios desse autor. O outro está exposto no Palácio de Versalhes, mas possui metade do tamanho da peça destruída no Planalto.

MISTURA FINA

A CONSELHITE tradicional do PT, como não poderia deixar de ser, foi incorporada pelo governo Lula. Na área econômica, são previstos dois conselhos: o primeiro, já anunciado pelo próprio presidente para assessorá-lo pessoalmente; e o segundo será criado pelo ministro Fernando Haddad com missão de auxiliá-lo na Fazenda. Agora, já se fala que o Ministério do Planejamento (Simone Tebet no comando) poderá ganhar mais um conselho.

O MINISTRO Flávio Dino (Justiça) gostaria de fazer um acordo com o governo de Joe Biden e prender Jair Bolsonaro ainda em solo americano. Quem aprova, acha que sem uma ação enérgica sobre o ex-presidente, o país vai acabar convivendo com o terrorista. Outros, mais precavidos, consideram a medida perigosa porque a prisão do representante máximo da direita poderia levar uma reação explosiva de seus grupos de apoio.

OS ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Daniela Carneiro (Turismo) foram aconselhadas pela cúpula do governo a se distanciarem da cena política nacional e menos ainda conversarem com jornalistas. Por enquanto, o governo não tem nenhum plano de afastá-los, mas até mesmo aliados fazem apostos de que um dos dois deverá ser o primeiro na nova administração do país a renunciar.

O MINISTRO Luiz Marinho (Trabalho) quer ir à Espanha conversar com sua congênere, Yolanda Diaz, sobre a revisão trabalhista brasileira. É uma das prioridades de Marinho – e não é prioridade alguma de Lula. Yolanda é uma referência no assunto. Foi ela que desmontou a reforma feita em 2012 pelo governo de centro-direita do então primeiro-ministro Mariano Rajoy.

OS bolsonaristas ainda presos no ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, em Brasília, receberam refeições servidas (são vendidas a R$ 1 mil) nos restaurantes comunitários da capital – e reclamaram do cardápio. Uma mulher reclamou de “ter de comer macarrão com linguiça” e no mesmo dia, 7 mil comeram a mesma coisa lá. No ano passado, nas 14 unidades dos restaurantes comunitários foram servidas juntas mais de 9 milhões de refeições.

EM abril, o presidente Lula fará uma visita oficial a Lisboa. O setor de infraestrutura será uma das pautas tratadas no encontro com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo e o primeiro-ministro, Antônio Costa. O governo luso já sinalizou interesse da Águas de Portugal de retornar ao setor de saneamento do Brasil. A empresa foi controladora da Porlagos, concessionária de água e esgoto da Região dos Lagos (RJ). Deixou o país em 2007 com prejuízos de 100 milhões de euros.

 

Colaboração: Paula Rodrigues

Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

Continue Lendo...

Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

Giba Um

Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

In – Natal: coquetel de pêssego            
Out – Natal: sangria de saquê

artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

Continue Lendo...

A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).