As empresas têm seus quadros de empregados – os chamados colaboradores – para poder oferecer serviços e produzir as mais diferentes mercadorias. Nos vários tipos de contratação, existem as leis que regem as atividades trabalhistas, as quais devem ser respeitadas.
E entre elas estão as vagas para pessoas com deficiência (PCDs), que demandam especializações e o respeito aos limites de atuação profissional, educacional e acadêmica por parte dos candidatos. Por isso, o processo de seleção é a fase que garante que ambas as partes estejam satisfeitas.
Um ponto importante, de reparação histórica, é que a Lei de Cotas para PCDs, de 1991, obriga as empresas com mais de 100 funcionários a admitirem pessoas que comprovadamente se enquadram nesse grupo social. Porém, o porcentual progressivo é bastante ínfimo e pode apresentar problemas de desmerecimento das qualidades e da formação dos candidatos.
Por exemplo, 1% de 100 significa que apenas uma única PCD será contratada por uma empresa desse porte. Caso ela seja uma colaboradora e queira se desligar da empresa, é preciso que imediatamente outra pessoa também com deficiência seja admitida, para que uma multa não seja gerada.
A questão salarial deve ser igualitária para todos os empregados e deve respeitar a hierarquia das funções e dos ganhos. O tratamento social do mesmo modo. Todas as dificuldades se apresentam nesse caminho para que as ações sejam justas. Isso pode ser constatado pela existência de empresas que prestam serviços de recrutamento e acompanhamento de PCDs.
Estou enquadrada nesse cenário e tenho enfrentado barreiras para mostrar minhas potencialidades profissionais para colaborar com as empresas. Entre elas está o preconceito e o desmerecimento por parte dos colegas, que não consideram o meu potencial intelectual para contribuir no desenvolvimento das atividades. “Por mais que você faça um processo seletivo assertivo e adeque o seu ambiente de trabalho para a PCD, de nada adianta esse processo se você não garantir a integração desse profissional à nova equipe e rotina de trabalho”.
Creio que haja sempre um despreparo cultural organizacional que estabelece padrões de difícil alcance para todos e todas. É preciso que haja colaboração para a existência de uma gestão humanizada e o crescimento profissional. A diplomação, que poderia ser um degrau na hierarquia, acaba sendo colocada de lado, dada à variedade de exigências de cada função e de cargos do universo corporativo, ao despreparo para um treinamento adequado e à falta de gestão de benefícios.
Atualmente, tenho me dedicado ao tema da acessibilidade com o desenvolvimento de um projeto voltado à Língua Brasileira de Sinais (Libras), para engrandecer minha formação e poder oferecer mais uma possibilidade de ser contratada por uma organização corporativa. Recém-saída de uma empresa na qual pude adquirir experiência na área da saúde, me encontro aberta para evoluir em minha carreira adquirindo novos conhecimentos, procurando construir bons relacionamentos e estreitando os laços entre mim e a nova organização que trabalharei conjuntamente.