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GIBA UM

"O orçamento malfadado que chamam de secreto ele é municipalista, ele é amplo, ele é democrático"

de ARTHUR LIRA // presidente da Câmara, defendendo que as emendas do relator sejam impositivas.

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Desligados do Mais Médicos, que foi esvaziado por Jair Bolsonaro, médicos cubanos que permaneceram no Brasil estão pleiteando junto à equipe de transição do governo que Lula retome o programa. 

Mais: eles querem também ser reintegrados na estrutura do SUS. São cerca de 2.500 médicos cubanos que perderam o emprego e ainda moram por aqui, muitos trabalhando como ambulantes ou motoristas de app.

In – Treinamento com Personal Trainer
Out – Treinamento por conta própria

Fotos: Renam Christofoletti // Reprodução

Assunto difícil

A atriz e apresentadora Luana Piovani, 46 anos, revelou que foi pega de surpresa com a menopausa precoce. E como sempre resolveu se manifestar nas suas redes sociais e explica por que decidiu tocar no assunto. “Primeiro, porque é verdade. Segundo porque, mais uma vez, eu passo por uma situação pela qual 80% das mulheres passam e ninguém fala muito a respeito. Então, mais uma vez, eu liguei meu microfone, coloquei nos assuntos uma coisa relevante, que as pessoas ficam com medinho de falar”.  Um de seus primeiros sintomas (no qual identificou que poderia ser menopausa precoce) foi as ondas de calor. “Tomo testosterona, entre outras milhões de vitaminas e coisas que a minha médica me dá. Mas faço anualmente exames para saber como andam todos esses hormônios. Foram esses exames, inclusive, que me mostraram que eu estava na menopausa, porque menopausa aos 45 anos não é uma coisa muito comum”. Mais: ela está lançando mais uma coleção de moda praia em parceria com a grife De Chelles onde  também posa para a campanha. Morando em Cascais, Portugal desde 2018, não parou de trabalhar e agora encara sua primeira vilã em terras portuguesas na novela Sangue Oculto.

Pulando do barco

Os comandantes militares querem sair do governo antes da posse de Lula, em janeiro. O presidente eleito Lula ainda não foi consultado, mas a ideia é que Jair Bolsonaro nomeie antes do Natal três novos nomes que comandarão Exército, Marinha e Aeronáutica, mais o civil que assumirá o Ministério da Defesa, no governo petista. Até aliados não conseguiram entender até agora qual é o objetivo real da manobra. Há quem aposte que os comandantes militares atuais, bem como o titular da Defesa, não queiram estará no governo quando Lula assumir. Preferem sair antes numa espécie de solidariedade ao presidente que os escolheu para os cargos, quando demitiu seus antecessores. É uma novidade nas Forças Armadas. Os mais irônicos, contudo, lembram Hamlet: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.

Lembrando a infância

A supermodelo Claudia Schiffer, uma das mais requisitadas nos anos 90, está de volta ao mundo fashion, mas desta vez do outro lado, está assinando uma linha  de inverno com a grife Frame. A coleção engloba calças jeans e suéter. Claudia disse que o ponto de partida para a inspiração foi uma calça e um suéter que não parava de usar e que lembrava muito sua infância. “Era tão lindo e macio, e lembrava as malhas tradicionais que eu usava quando crescia na Alemanha.” A coleção inclui um jeans “Le Hardy” desbotado de pernas largas que lembra os anos 70 com botões expostos, um suéter vermelho cereja e um suéter listrado inspirado no estilo francês de Jane Birkin e Sylvie Vartan.

Colaboradores

Há um grupo de militares da ativa e da reserva que preferiram não participar da transição, mas estão dispostos a colaborar com o futuro governo. Entre outros, o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, o ex-comandantes do Exército Edson Pujol e os tenentes-brigadeiros Juniti Saito e Nivaldo Luiz Rosato, que lideraram a Força Aérea Brasileira (FAB). Saito tem dito a interlocutores do PT que está disposto a colaborar “no momento em que o país precisa de paz”.
 

Reforço

O TRE da Bahia reforçou o esquema de segurança por conta da presença do ministro Luís Roberto Barroso (STF), que foi fazer uma palestra na sede da instituição durante o seminário I Fórum de Cidadania Política. Mais:  quatro agentes se juntaram à escolta que costuma acompanhar os ministros da Alta Corte. Um dia antes, a área do Supremo captou troca de mensagens de bolsonaristas que pretendiam protestar em frente ao tribunal. Tudo ainda por conta do “Perdeu, mané! Não amola!”.

Imagem

Não chega ser surpresa para ninguém do bloco central da transição do governo que o presidente eleito pretende viajar – e muito – por vários países, a fim de restabelecer a boa imagem que o Brasil tinha na época de seus governos e que foi muito abalada na gestão de Jair Bolsonaro, incluindo episódios desagradáveis com governantes no exterior. No tempo de José Alencar, o vice assumia; agora, ele tem a certeza de que com Geraldo Alckmin, a administração seguirá sendo tocada.

QUEM PAGA

Depois do PL pedir anulação de 279.336 urnas no segundo turno, Alexandre de Moraes, presidente do TSE condenou o partido de Jair Bolsonaro a pagar uma multa de quase R$ 23 milhões. O ainda deputado federal (não se elegeu), Alexandre Frota (PSDB-SP), que deixou a equipe de transição, argumentando sofrer preconceito, não deixou por menos: “A brincadeira saiu cara Valdemar. Faz o Bolsonaro pagar, foi ele que inventou essa”. 

Conversa curta

O livro Poder Camuflado, do jornalista Fábio Victor, mostra que o general Hamilton Mourão, nunca desfrutou como vice-presidente. Ele e Jair Bolsonaro nunca se entenderam. No livro, a escolha de Mourão para ser candidato a vice com o Capitão em 2018, é mais ilustrativa. “Em cindo de agosto, último dia para definição das chapas, o celular do general tocou às seis e meia da manhã. Era Bolsonaro. ‘Ele me disse: é você tá okay?’ e eu respondi: ‘Tô pronto, vamos lá pô’. E acabou a conversa”.

VAI DEPENDER

Interlocutores de Lula dão como certo que o presidente eleito deverá dar novo dinamismo à agenda internacional elaborada a partir do Planalto. Essa agenda sempre dependeu e continuará dependendo, segundo analistas, da estrutura do Itamaraty e das viagens preparatória realizadas pelo chanceler. Acham que o perfil do ministro deverá sinalizar se Lula pretende colocar a pasta a serviço do Estado, de sua própria reputação ou do PT.

De volta

O ex-governador mineiro Fernando Pimentel (PT) está cotado para presidir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão (andou minguando nos governos de Dilma Rousseff), que Lula vai recriar. Pimentel foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (também no governo Dilma) e tem bom trânsito junto ao empresariado, entidades da sociedade civil e movimentos sindicais. Por conta da Lava Jato, foi condenado a dez anos. Depois a justiça anulou a condenação.

Mais leitura

A 26ª Bienal do Livro de São Paulo bateu um recorde com cerca de 660 mil visitantes em nove dias e registrou um ticket médio de R$ 226,24 com cada pessoa levando pelo menos sete livros para casa. São dados do Observatório do Turismo, da SPTuris. A revista Drummond, da livraria homônima, diz na capa “A vingança de Gutenberg”, uma matéria que garante que livros são os únicos tipos de mídia física cujas vendas estão crescendo. Hoje, o brasileiro lê, em média, cinco livros por ano (2,4 livros em parte e 2,4 inteiros). E 48% da população se declara não leitora de livros.

“POMBO”

O jogador Richarlison, que fez dois gols para o Brasil contra a Sérvia, é conhecido como “pombo”. O apelido não é de hoje e surgiu após o atacante fazer a “Dança do Pombo” ao comemorar um gol, em 2018. Na época, era atleta do Everton, da Inglaterra. Os fãs pediram que ele fizesse a coreografia do MC Faísca. Ele atendeu e afirmou que faria a “Dança do Pombo”, assim que marcasse o primeiro gol pelo Everton. E marcou duas vezes contra o Wolverhampton.

MISTURA FINA

OS bolsonaristas carentes que se espalham às portas dos quartéis brasileiros não ficaram muito felizes com a vitória do Brasil sobre a Sérvia e menos ainda pelos gols de Richarlison. No mesmo dia, trataram de postar nas redes: “Diga não à Copa: o verdadeiro Jogo é contra o comunismo. Todos em frente aos quartéis”.

LULA deverá restabelecer os contatos políticos de alto nível com a Venezuela e indicar um diplomata experiente para a embaixada do Brasil em Caracas. Com a retomada do diálogo com Maduro, Maria Teresa Belandria, representante do oposicionista e presidente autodeclarado Juan Guaidó, deixaria de ser reconhecida pelo Itamaraty como embaixadora de fato do país em Brasília.

TER declarado apoio a Lula ou a Jair Bolsonaro contra a orientação de partidos nas eleições gerou ao menos 59 processos de expulsão em legendas. Ocorrências foram verificadas em Pernambuco, Minas Gerais, Acre, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. Um dos casos mais conhecidos é o de João Amoêdo, um dos fundadores do Novo, que declarou voto em Lula contrariando a sigla.

LULA reconhece que a adesão de Geraldo Alckmin pode ter garantido, uma mínima margem, em sua vitória no segundo turno. Já veteranos petistas ainda disputam o poder com o ex-governador paulista. Entre eles, Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante, que disputam o poder e se revezam em iniciativa e reuniões até agora inúteis. Eles esquecem que Alckmin é eleito e indemissível. 

ONYX Lorenzoni, derrotado na eleição para governador no Rio Grande do Sul, está em baixa: vai ser substituído no comando do PL no estado pelo deputado federal Giovani Chenni. E tem dito aos chegados que vai deixar a vida pública e se dedicar aos negócios da família, incluindo um hospital em Porto Alegre. Muitos acham que é conversa: vai tentar digerir a derrota e depois, valorizar seu passe dentro do PL.

UM dos deputados veteranos da Assembleia Legislativa de São Paulo, Campos Machado deverá se mudar para o PSD de Gilberto Kassab. Durante muito tempo ele foi o principal líder do PTB no estado e estava agora no Avante (o PTB, com os episódios de Roberto Jefferson virou farelo).

O GOVERNADOR eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas não quer se envolver na votação do reajuste do próprio salário (50%) e quer deixar que os deputados aprovem a medida este ano, antes do início de seu mandato. O que Tarcísio quer é o que o desgaste fique mesmo com o ainda governador Rodrigo Garcia (PSDB), que garante que o governo tem “cinco folhas de pagamento do funcionalismo” em caixa.

 

Colaboração: Paula Rodrigues

Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

Giba Um

Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

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artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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