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O primeiro-ministro da Alemanha se queixou de ter ido ao Pará mas voltou logo porque gosta de Berlim

"[...]Deveria ter ido a um boteco de Belém, deveria ter dançado, deveria ter comido maniçoba, porque perceberia que Berlim não oferece a ele 10% do que oferece o Pará", de Lula, sobre a arrogância de Friedrich Merz

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O Carrefour Brasil vai destinar integralmente ao pagamento de dívidas os recursos captados com a nova rodada de venda de ativos e não vai parar por aí. A companhia planeja colocar à venda um novo pacote de lojas e centros de distribuição no início de 2026.

MAIS: o modelo adotado é o de ‘sale and leaseback’ :os imóveis são vendidos, mas continuam operando normalmente sob contratos de locação de longo prazo. O Carrefour Brasil está no meio de um processo de repactuação de seu passivo, da ordem de R$ 9,8 bilhões.

Comemorando 30 anos

A cantora e compositora Fernanda Abreu, que começou sua carreira na Banda Blitz, em 1982 e depois seguiu carreira solo após a pausa da banda, por assim dizer em 1986. Em seu terceiro álbum solo, em 1995  Da Lata, venho meio que tardio o reconhecimento de sua carreira e talento. Neste ano em comemoração deste marco Fernanda lançou um vinil, um livro, show e um documentário para consagrar a data.

Ela conta que a vontade de revisitar o disco venho depois que seu amigo e diretor do documentário Paulo Severo encontrou 40 horas de arquivo (gravação do disco, sessão de fotos e making of de dois videoclipes) tudo em VHS. Ela conta que o documentário levou seis meses para ficar pronto. 

O filme documental "Da Lata - 30 Anos", que realizou exibições de estreia no Rio de Janeiro e em São Paulo entre o final de outubro e o início de novembro, será apresentado novamente no circuito de festivais de cinema do Brasil no ano que vem, ressaltando a magnitude da trajetória de Fernanda. Numa das passagens do documentário, Fernanda revela os detalhes por trás da famosa imagem, tirada por Walther Carvalho para capa do disco, que foi realizada "de forma improvisada".

Inicialmente, posar sem roupa não estava nos seus planos. Aliás posar nua  nunca fez parte de seus planos, tanto que ela rejeitou várias propostas da "Playboy" durante sua trajetória, desde a época da Blitz. "A escolha de fazer a foto foi algo espontâneo, naquele instante". Exaltando o documentário ela confessa: “Mesmo sendo dirigido pelo Paulo Severo, o filme tem a minha cara.

Tem uma contação de história aí que é da pessoa, e que as outras estão ali meio psicanaliticamente interpretando e entendendo.” Ela se envolveu em cada etapa do processo do documentário, desde a captura de imagens,  o vestuário, sugestões de arranjos sonoros, composições para os vídeos e batida. Cada elemento foi avaliado pelo seu olhar criativo.

Curto-circuito na energia renovável

Há uma tempestade se formando sobre o setor elétrico. A combinação simultânea entre o iminente veto de Lula aos dispositivos de indenização por ‘curtailment’ (redução ou corte forçada de geração de energia) e a proposta da diretora da Aneel, Agnes da Costa, para limitar a compensação a usinas eólicas e solares deve levar a uma enxurrada de ações na Justiça. Grandes grupos, como Casa dos Ventos, EDP e Auren, já se movimentam nessa direção.

Alguns executivos do setor classificam o momento como o cenário regulatório mais explosivo desde a judicialização do risco hidrológico há quase uma década. O estopim é duplo. O governo já sinalizou a intenção de vetar trecho de MP que assegura às empresas ressarcimento por cortes compulsórios de geração. E a indenização pode gerar um custo adicional de até R$ 7 bilhões nas contas de luz.

Curto-circuito 2

Do outro lado, há a forte insatisfação das empresas de geração que, só neste ano, perderam mais de R$ 3 bilhões com as interrupções de produção determinadas pela ONS (Operador Nacional do Sistema) Essa insatisfação ganha voltagem adicional com a medida em estudo na Aneel, que prevê o rateio contábil dos cortes obrigatórios de geração entre as fontes hidrelétrica, solar e eólica. As companhias de energia renovável se insurgem com a justificativa de que terão, pelos cortes não só de suas próprias usinas, mas também das hidrelétricas.

Não gosta

Após 20 anos de contrato fixo na Globo, Marjorie Estiano, que começou sua carreira em Malhação, como Natasha é mais uma com contrato por obra, com isso agora tem mais liberdade para outras aventuras cinematográficas, principalmente no streaming. E Já de largada vive a protagonista da série "Ângela Diniz: Assassinada e Condenada", da HBO.

Uma mulher a frente de seu tempo e principalmente livre. Por conta desta atuação a atriz fez uma revelação: “Não gosto de usar sutiã, é uma necessidade que não tenho. Me sinto muito mais à vontade sem, mas é comum que eu o use em certas situações para não me sentir exposta aos olhos do outro”. Bem ao contrário de Ângela, Marjorie procura ser mais discreta possível.

Através de relatos de indivíduos que tiveram o privilégio de conhecer Ângela Diniz em seus dias e de matérias em colunas sociais, é evidente que a socialite não se preocupava com os julgamentos, sejam eles de natureza negativa ou positiva. “Esse estudo da personagem me fez voltar às origens e me questionar o que é da minha natureza e no que fui condicionada a ser como sou. Desfazer os mecanismos do patriarcado é um processo para a vida inteira”.

Valente, de repente

O presidente da Câmara, Hugo Motta, ficou valente, de repente e desafiou o governo Lula pautando a votação do projeto de lei antifacção até elogiando o relator Guilherme Derrite campeão de versões do PL (algumas, surrealistas). Para Motta, caiu a ficha que o problema de "Lula é político, uma tentativa de vetar relator que não é governista, Especialista em segurança (?), Derrite relatou a extinção da "saidinha" de presidiário, que continua valendo para quem já era detento. Lula não esquece que Derrite liderou a rejeição de seu veto ao fim da "saidinha".

Janja, polêmica

Lula está preparando as malas para um rápido giro na África do Sul e aproveita para respirar dos problemas (de todos os tipos até governante com banheiro entupido) da CP30 em Belém. Ele sabe que o resultado não significou efetivamente uma mega ação conjunta na área climática e, pior do que isso, não conseguiu transformar o grande evento em vitrine eleitoral. O falatório oficial, contudo, agradou aos convertidos, mas o que mais repercutiu mal foram as polêmicas de Janja e os gastos colocados em sigilo. No caso dela, dancinhas e discursos errados ajudaram o mau resultado.

Pérola

"O primeiro-ministro da Alemanha se queixou de ter ido ao Pará mas voltou logo porque gosta mesmo é de Berlim. Deveria ter ido a um boteco de Belém, deveria ter dançado, deveria ter comido maniçoba, porque perceberia que Berlim não oferece a ele 10% do que oferece o Pará", 
de Lula, sobre a arrogância de Friedrich Merz.  

Só em 2026

Nada de novo: o PL de Jair Bolsonaro também só irá definir candidatos do partido para disputar o Senado pelo Rio de Janeiro no ano que vem. Dois eventos travaram tudo: a megaoperação policial no Rio e a decisão final de Flávio Bolsonaro sobre enfrentar ou não Lula na corrida pelo Planalto.

Ele não quer: sua reeleição para o Senado é mais do que certa e ele preferiria passar mais oito anos lá do que disputar um Planalto incerto. O PL tem outros nomes na fila para o Senado. Até março, Flávio decide e o PL apura a consistência de Claudio Castro. Para o governo carioca, Eduardo Paes (PSD) é considerado imbatível.

Marqueteiros contratados

Governadores considerados pré-presidenciais já contratam marqueteiros para ir colocando nas ruas campanhas de olho no Planalto (mesmo que ainda não tenham suas candidaturas oficializadas). O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) fechou  contrato  com a Triton Consultoria do marqueteiro Renato Pereira, que já cuidou de campanhas no Rio e na América Latina.

O contrato é de R$ 5,7 milhões (atende Zema e seu vice Mateus Simões, que pode ser candidato ao governo de Minas). Prevê serviços até agosto do ano que vem. Agora, também o governador Ronaldo Caiado, de Goiás, contratou seu marqueteiro: é o mineiro Paulo Vasconcelos. O contrato com a União Brasil prevê cinco parcelas de R$ 150 mil até março.

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O governo Lula ampliou a verba destinada à comunicação institucional, utilizada para divulgar slogans e programas de gestão como "Brasil Soberano" e "Gás do Povo". Essa área concentra agora 57% da verba federal de publicidade, enquanto ações de utilidade pública representam 43%. O orçamento total para 2025 é de R$ 1,54 bilhão, sendo R$ 876,8 milhões para peças institucionais da Presidência e R$ 661,6 milhões destinados às campanhas informativas dos ministérios.

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A gestão de Sidônio Palmeira intensificou o foco na comunicação digital, com previsão de R$ 100 milhões por ano em um novo contrato pana produção de conteúdo para redes sociais, podcasts e videocasts. O plano inclui 3.000 vídeos anuais, sendo 576 com apresentador, o que deve custar R$ 12,3 milhões por ano. Entre os temas que devem ser promovidos digitalmente estão Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Pé-de-Meia. E o Ministério da Fazenda poderá ganhar R$ 120 milhões para reforçar a divulgação de suas ações.

Vida de luxo

Antes mesmo do Banco Master se envolver em polêmicas, o mineiro Daniel Vorcaro, 42 anos, já era conhecido por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais. Comprou o Fasano Itaim como pessoa física (venderia depois do BTG), investiu no Clube Atlético Mineiro e fez uma festa de debutante estimada em R$ 15 milhões para sua filha, que também viralizoų nas redes.

Aos vizinhos foi oferecido cestas e diárias no Fasano Belo Horizonte, caso se incomodassem com a celebração. Em 2002, sua família teria comprado a mansão mais cara de Orlando, na Flórida, por US$ 37 milhões e mais uma mansão em Trancoso, na Bahia.

Amigo de Ciro

Está nas redes sociais: Daniel Vorcaro, agora ex-banqueiro, gostava de se apresentar como um outsider na Faria Lima. E também se dedicava a alianças políticas. Fazia dobradinha, segundo muitos, com o senador Ciro Nogueira, presidente do PP e bolsonarista.

No ano passado, o senador tentou aumentar a cobertura do FGC - Fundo Garantidor de Créditos de R$ 250 mil para R$ 1 milhão. A proposta era chamada de "Emenda Master". Foi torpedeado pelos grandes bancos, que temiam pagar a conta das extravagâncias do amigo de Ciro Nogueira(seu sonho é ser vice de algum candidato da direita ao Planalto, no ano que vem).

Mistura Fina

Não era apenas Ciro Nogueira que fazia parte dos rol dos amigos de Daniel Vorcaro: Antônio Rueda (União Brasil) também participava do bloco; Michel Temer foi procurado para tentar preservar ao menos parte da decisão do BC de vetar a venda do Master  ao BRB (ele não topou a incumbência); Guido Mantega foi contratado para atuar pela aprovação da compra do Master pelo BRB; e Ricardo Lewandowski, antes de integrar o governo Lula, fez parte do comitê consultivo estratégico do banco.

"Se, por um lado, caiu a desigualdade de consumo entre famílias pobres e ricas apontando uma convergência no padrão de consumo de fogão, geladeira, televisão, máquina de lavar, celular e computador, ainda existe disparidade de renda muito grande". É o que garante a matéria "Desigualdade: Entre o otimismo e a indignação", na nova edição da "Problemas Brasileiros", editada pela Fecomércio.
 
E continua: “As 2 milhões de pessoas mais ricas, entre 1% e 2% da população, concentram uma proporção de rendimento praticamente sem igual no mundo. No Brasil, moram algumas das pessoas mais ricas e mais pobres do mundo; o país é uma síntese nesse sentido”. E mais adiante: "Ainda não contamos com um plano nacional que integre educação, saúde e assistência para famílias na primeira infância, que é onde a pobreza está concentrada e impacta de forma duradoura “.

Daqui a menos de seis meses, Fernando Haddad deve deixar o Ministério da Fazenda. Para ser candidato a um cargo majoritário em São Paulo ou para, como ele quer, coordenar a campanha de Lula à reeleição. Resultado: alguns elementos de sua equipe econômica já estão circulando pela Faria Lima pedindo emprego. No caso de Haddad, se Lula ganha, ele permanece na Fazenda, se perde volta ao magistério - ou quem sabe debuta na mesma, Faria Lima (antes, 60 dias de ‘dolce far niente’ para “recuperar").

In – Liquidificador tradicional
Out -  Liquidificador portátil

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A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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Provas digitais obtidas no exterior não são automaticamente válidas

11/12/2025 07h15

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A decisão do Tribunal Superior de Zurique de anular provas extraídas da plataforma criptografada Sky ECC, por violação de territorialidade, ausência de suspeita individualizada e inobservância das regras suíças de vigilância, marca um momento decisivo no debate global sobre admissibilidade e validade de evidências digitais. Trata-se de um precedente que reforça limites jurídicos em um contexto de investigações transnacionais cada vez mais dependentes de dados e cooperação policial internacional.

Proferida em 15 de agosto de 2025, a decisão examinou a admissibilidade de dados obtidos por autoridades francesas no âmbito de operações contra a Sky ECC, amplamente utilizada por grupos criminosos em diferentes países. A Corte acolheu integralmente a argumentação da defesa e declarou as provas inadmissíveis, afirmando que houve violação direta da soberania suíça. 

Isso ocorreu porque as autoridades francesas desencadearam uma manipulação da rede que levou dispositivos Sky ECC localizados em território suíço a transmitir suas chaves criptográficas para um servidor sob controle francês, sem nenhum pedido de cooperação ou autorização judicial da Suíça. O Tribunal classificou o procedimento como uma medida coercitiva estrangeira ilegal, determinando a exclusão absoluta das provas e rejeitando qualquer possibilidade de ponderação com base na gravidade dos fatos ou na utilidade investigativa.

O Tribunal também destacou que, no momento das medidas francesas, não havia suspeita concreta contra o réu, o que torna ilegítima qualquer forma de vigilância sob a legislação suíça, que exige suspeita individualizada para autorizar medidas secretas. As ordens emitidas na França eram tão abrangentes que geraram interpretações divergentes em toda a Europa: alguns tribunais entenderam que miravam operadores da plataforma, outros concluíram que o alvo eram todos os usuários ou até mesmo “pessoas desconhecidas”. Em nenhum desses casos, argumentou o Tribunal Superior de Zurique, o limiar mínimo de suspeita exigido pelo Direito suíço teria sido atingido. 

Em situações em que medidas recaem sobre pessoas indeterminadas, eventuais achados envolvendo terceiros configurariam meras descobertas incidentais, insuficientes para legitimar a vigilância. O Tribunal anotou ainda que algumas das condutas investigadas nem sequer constituiriam crimes aptos a justificar medidas de interceptação no país.

A decisão também enfrentou o debate sobre o direito da defesa de acessar dados brutos das comunicações interceptadas, tema que tem ganhado relevo nos tribunais europeus. Embora não tenha fixado uma tese, a Corte observou que o material fornecido no caso não corresponde ao conceito de “dados brutos” definido pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, apontando futuras discussões sobre transparência, cadeia de custódia e integridade da prova digital.

O julgamento desencadeou uma forte reação pública e política na Suíça, acompanhada por esforços de comunicação destinados a sugerir que a decisão representaria ameaça à segurança nacional. Apesar dessa pressão, o Tribunal manteve o foco na legalidade estrita e na proteção das garantias processuais, afastando o argumento utilitarista de que a eficácia da investigação justificaria atropelos a limites territoriais e legais.
A decisão de Zurique projeta efeitos para além da Europa. Em um contexto no qual investigações criminais dependem cada vez mais da circulação de dados entre países, a Corte reforçou que cada Estado deve aferir, de forma autônoma, a validade da prova à luz de sua legislação interna, em consonância com orientação do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Provas digitais obtidas no exterior, portanto, não são automaticamente válidas: sua admissibilidade exige respeito às regras nacionais sobre interceptação, cadeia de custódia e limites territoriais.

Num cenário em que infraestruturas tecnológicas e plataformas criptografadas operam acima das fronteiras, a decisão evidencia o papel essencial da advocacia criminal internacional. A atuação técnica e coordenada entre defesa, peritos e especialistas em diferentes países se torna decisiva para expor violações, garantir acesso a material íntegro e assegurar que a prova digital cumpra os requisitos legais necessários.

O caso suíço demonstra que a prova digital não está imune ao devido processo legal e que, quando nasce de violações à soberania, ao Direito interno ou à falta de suspeita individualizada, sua exclusão é não apenas possível, mas obrigatória.

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