O cenário atual no mundo, o qual já vem sendo deveras afetado, há tempos inspira redobrados cuidados de que a sociedade e o Estado, em geral, devem se munir em todas as áreas, especialmente no belicoso terreno das relações entre as superpotências. Com a segunda ascensão de Donald Trump ao cargo de presidente dos EUA, todo passo em direção às relações diplomáticas entre países deve-se precaver dos solavancos que um movimento em falso pode causar.
Desde o início do seu novo mandato, Trump vem deixando claro que pretende pôr em execução o seu projeto de governo, adotando medidas e posturas que dele já eram esperadas, principalmente as que mais atinam com a sua ideologia econômico-social. As severas restrições e taxações impostas ao mercado internacional, a começar pelos vizinhos México e Canadá, não só reacenderam as preocupações com os riscos de uma crise diplomática global, como também podem tornar árduo o binômio indispensável à saúde econômica dos demais países, em termos de importação/exportação.
Mas não é só isso. O desastre envolvendo um avião e um helicóptero na capital Washington que atingiu 67 pessoas desencadeou mais uma (má) sorte de infelizes declarações dadas por Trump, quando relacionou o acidente aéreo às políticas de diversidade, sem eira nem beira. Sabe-se que o local do acidente é propenso a desastres. Coincidência ou não, em 1984, o cinema pareceu antever a tragédia com o filme “Desastre no Rio Potomac”, que retrata a história do voo Air Florida 90, que caiu nas águas do mesmo tormentoso rio também em janeiro (no caos, de 1982).
Enquanto isso, os demais países, a exemplo do Brasil, que tem entre seus princípios regentes em suas relações internacionais a defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos, são automaticamente convidados a se posicionarem, tendo em vista o resguardo não só da soberania nacional, mas da própria sobrevivência das relações na comunidade internacional. Olhando profundamente para o nosso umbigo, devemos admitir que não andamos nada bem das pernas, para não dizer que estamos quase à deriva, uma vez que findamos 1/12 avos de 2025 sem pisar na “terra prometida” pelo atual governo, sem que jorre “picanha” na mesa de todos.
A realidade de agora está bem aquém das esperanças de outrora, pois se em 2003 a esperança teria vencido o medo, atualmente o medo voltou a aterrorizar de tal forma que alguns já perderam as esperanças. Nada de partidarismo aqui, não, só uma dura constatação de nossa indesejável realidade. Porém, apesar dos pesares, ainda há tempo de se recompor e não deixar que a peteca caia de vez, desde que haja um mínimo de boa vontade política de se reerguer.
Em tema de retomada do crescimento, o governo tem de encontrar uma fórmula que não seja somente por meio do aumento da exação fiscal e do corte de gastos, a fim de que se retome o status que tínhamos. Claro que não podemos nos comparar com os EUA, que ainda lá pelo início dos anos de 1900 já tinham a mesma quantidade de aço que a Inglaterra e a Alemanha juntas e também já detinham um terço de todas as vias férreas do mundo. Mas nós somos um país com grandes reservas, e são nelas que podemos encontrar subsídios para o desejável crescimento, mesmo que a duras penas.