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Tacape e borduna, as armas dos aspirantes

Por Antonio Carlos Siufi Hindo - Promotor de Justiça aposentado

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A nossa caminhada terrena está sempre repleta dos enredos que a nossa imaginação e a criatividade podem nos contemplar para exteriorizarmos os melhores espetáculos a nortear a vida dos nossos iguais. As oportunidades, sempre benfazejas, surgem para todos nos momentos certos, nas ocasiões adequadas, mas sempre de forma surpreendente.

Não temos como negar essa verdade que flui como a luminosidade das palavras que produzem os livros, as novelas, os artigos e os fatos todos que são noticiados pela imprensa no dia a dia. Essas oportunidades, tem uma vertente singular. Deve vir acompanhada dos melhores propósitos para ser contemplada e conquistada. Não podem ser desperdiçadas de forma irresponsável. Os fatos recentes são o seu retrato. Uma tentativa de assassinato e a desistência da corrida presidencial por um presidente no exercício do cargo traçam os contornos perfeitos para essa realidade concreta e palpável. Está ao lado dos beneficiários dessa oportunidade única. 

No campo político, quando isso acontece, cresce esse compromisso, aumenta ainda mais a responsabilidade daqueles que receberam essa graça divina. Ninguém chega a essa posição de aspirante à presidência sem uma folha de serviços prestados a sua nação. Muitos, tem essa qualificação e gostariam de se privilegiar dessa posição, mas a oportunidade é tinhosa, atrevida, marcante e só reserva o seu sorriso largo e rotundo para alguns. Os dois fatos merecem uma reflexão profunda. Aqui não se trata de qualquer oportunidade, mas da oportunidade sem igual de poder conduzir os destinos políticos, econômicos, sociais e militares da maior potência do planeta - os Estados Unidos da América do Norte. 

O mundo civilizado aguarda o pronunciamento do eleitor americano. Ele vai mexer com a geografia política, econômica, política e militar nos continentes. Até os adversários não descartam essa oportunidade sempre renovada para uma boa conversa com o candidato eleito. Mas parece que, nos primeiros discursos, os agraciados não escolheram a mensagem elegante para os agradecimentos que sempre se fazem necessários nesse contexto. Nem brindaram os seus patrícios com as propostas para pacificarem o país e dar outros rumos de paz e prosperidade para o mundo civilizado.

Procuraram, em outras vertentes, buscar com as armas dos nossos habitantes originários, o tacape e a borduna, transformadas em palavras verbais e também escritas, sempre ásperas e afiadas para desfecharem os vitupérios e outras ofensas contra a honra, a dignidade pessoal e o legado que produziram. Algo horroroso! 

O discurso em razão da entrada de uma nova personagem na corrida presidencial já está pronta e afiada para ser disparada pela artilharia republicana. A falha na imigração patrocinada pelo silêncio do atual mandatário e uma missão frustrada da sua indicada faz parte desse arsenal. As evidências de condutas criminosas daquele que pretende voltar à Casa Branca podem indicar a força da metralhadora dos democratas.

Para esse espetáculo de horror explícito, fica ainda mais acirrada a disputa quando entra em cena a dinheirama desenfreada.

Não refletem as evidências sempre santas de amor à pátria, não tem nada de caridade nem se aproxima da decência dos propósitos elevados elegantes. São interesses explícitos, sórdidos, rasteiros.

Aqui um fato mostra esse entendimento. Quando Nixon concorreu à presidência dos Estados Unidos pela primeira vez e foi derrotado, embarcou para Las Vegas para convidar o cantor Frank Sinatra para ser o seu vice. Sinatra não aceitou. A conclusão foi lógica. Não precisa de maiores comentários. 

A toda evidência, com essas coincidências maravilhosas e sempre pavimentadas pelas circunstâncias, propícias, os aspirantes marcarão o tom sempre marcante dos seus encontros diante dos holofotes e com o testemunho dos seus patrícios e do mundo inteiro. O desafio já foi feito pelo republicano. Vamos aguardar o seu desenrolar. O julgamento dessas linhas será prolatado segundo os ditames dos nossos leitores. Capazes e esclarecidos. Por mais ninguém!

EDITORIAL

Carne de primeira, conduta de terceira

A carne que alimenta o mundo não pode sair de frigoríficos sustentados por estruturas frágeis e comportamentos questionáveis, como o que mostramos nesta edição

14/04/2025 07h15

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A exportação de carne bovina é um dos pilares mais sólidos da economia brasileira. Ano após ano, ela contribui significativamente para o superavit da balança comercial, reforçando o papel do País como uma potência mundial na produção de proteína animal. Com mercados exigentes como a China, os Estados Unidos e a União Europeia entre os destinos dos nossos produtos, o Brasil ocupa lugar de destaque na cadeia global de abastecimento alimentar.

Mato Grosso do Sul é parte essencial dessa engrenagem. Boa parte da carne bovina produzida e exportada pelo País é abatida em frigoríficos do Estado, os quais há décadas consolidam uma expertise no setor agroindustrial. A pujança do campo sul-mato-grossense está nos números e também na modernização do setor, que investe em qualidade, sanidade e tecnologia.

Entretanto, nem tudo nesse cenário é motivo de aplauso. Embora o setor frigorífico tenha, nos últimos anos, melhorado consideravelmente a sua imagem, ainda há práticas que resistem ao tempo e comprometem a reputação da indústria. É o caso, por exemplo, de empresas que acumulam dívidas milionárias, entram em recuperação judicial, deixam uma fila de credores à espera e, logo adiante, ressurgem sob uma nova razão social – ou com um novo CNPJ, mas no mesmo endereço, e muitas vezes com os mesmos controladores.

Aqui em Mato Grosso do Sul, essa prática é recorrente. Esta edição escancara um exemplo desse paradoxo: um frigorífico que deve milhões a produtores, ex-funcionários e à União, dividindo o mesmo espaço físico com uma empresa que se apresenta ao mercado como uma das três maiores do Brasil em volume de abates.
Essa lógica é insustentável em tempos de consumidores cada vez mais atentos e exigentes. 

A rastreabilidade da carne, a sustentabilidade da produção e, sobretudo, a ética dos agentes envolvidos são aspectos que ganham crescente importância. É inaceitável que, enquanto o Brasil exporta carne de qualidade, ainda importemos práticas empresariais que flertam com a fraude e a impunidade.

O agronegócio brasileiro é, sem dúvida, um motivo de orgulho. A ascensão do setor é merecida e deve ser louvada, por seu impacto econômico, social e tecnológico. Mas é preciso dizer: a grandeza de um segmento também se mede por sua capacidade de corrigir falhas, abandonar velhas práticas e assumir responsabilidades. Não basta ser gigante na produção, é necessário ser íntegro na conduta.

A carne que alimenta o mundo não pode sair de frigoríficos sustentados por estruturas frágeis e comportamentos questionáveis. O Brasil que queremos exportar precisa também refletir o Brasil que queremos construir internamente – ético, justo e comprometido com as regras do jogo.

cláudio humberto

"É um absurdo atrás do outro"

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reage à abertura de processo contra o ex-presidente

14/04/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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“É um absurdo atrás do outro”
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reage à abertura de processo contra o ex-presidente

Calote no plano de saúde pode parar os Correios
Na base da pressão, a pelegada sindical dos Correios conseguiu marcar reunião com o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, para cobrar solução sobre o plano de saúde dos servidores.

A coluna obteve o áudio de um dirigente sindical da Fentec que detalha a situação crítica: “Desde novembro que os Correios não repassam os valores para a Postal Saúde [operadora do plano de saúde da empresa]”. A reunião será quarta (16), em Brasília. Se não resolver, ameaçam fazer greve.

Calculadora
O sindicalista diz que o débito da Postal Saúde é de R$178 milhões. Fontes dos Correios acham essa conta conservadora, o rombo é maior.

Cadê o dinheiro?
De tudo o que deve, os Correios só repassaram R$30 milhões, apesar do desconto no salário seguir religiosamente. O serviço acabou suspenso.

Como papagaios
Os Correios e a Postal Saúde repetem que estão empenhados “para regularizar a situação o mais breve possível”.

Noves fora, nada
A ANS, que fiscaliza o setor, disse à coluna que está de olho. Informou que a Postal Saúde estaria sob monitoramento “econômico-financeiro”.

Esquerda se cala sobre chantagem de Janones 
Cinco dias depois do vazamento da denúncia contra o deputado André Janones (Avante-MG), na Justiça de Minas Gerais, por ameaças e chantagem contra a prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes, sua ex-companheira, o PT e seus puxadinhos e os movimentos de mulheres que esses partidos controlam continuam a fazer vergonhoso silêncio.

Janones foi enquadrado na Lei Maria da Pedra e pode até ser preso, caso descumpra a medida protetiva decretada pela Justiça mineira.

Esconde o que é ruim
O silêncio de petistas et caterva repete o padrão de omissão de outros escândalos, como o caso do ex-ministro assediador de Lula.

Direito de assediar?
O caso do assédio do ex-ministro a Anielle Franco foi levado ao Planalto dois anos antes de vir a público. O governo não tomou qualquer atitude.

Cúmplices no abuso
Quem ganha votos e dinheiro “em defesa das mulheres” revela, com sua omissão, que autoriza abusos e assédio de correligionários e aliados.

Bate-cabeça
O clima entre Rui Costa e Jaques Wagner, já não era lá essas coisas, piorou. Costa soltou no PT que quer lançar candidatura ao Senado em 2026. Senador, Wagner está em fim de mandato e também quer a vaga.

Oi, sumida
Ressurge no Rio Grande do Sul a OAB velha de guerra, que orgulhava os brasileiros. Repercute artigo do seu presidente Leonardo Lamachia "Não à ditadura: a do fuzil e a do Judiciário", no site Diário do Poder.

Fake news
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) rechaçou qualquer desentendimento com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB). Há suspeita que a lorota foi plantada na imprensa governista para melar o projeto da anistia. 

Apoio do centro
A lista de apoiadores pela urgência do projeto que anistia os presos pelo 8 de janeiro teve assinatura de deputados de cinco partidos com ministros no governo Lula: MDB, PP, PSD, Republicanos e União Brasil.

Tem coisa aí
O Senado também reagiu a estatal Correios, tecnicamente falida, pagar patrocínios milionários a artistas como “cachê” pelo apoio na campanha de 2022. Eduardo Girão (Novo-CE) cobrou pente-fino nos contratos.

Era só fofoca
Sumiu a falante Simone Tebet (Planejamento) após dados do IBGE desmentirem a ministra, que prometeu queda no preço dos alimentos “nos próximos 60 dias”. IPCA mostrou o contrário: alta nos produtos.

Olho no oráculo
O Banco Central divulga o novo Boletim Focus, nesta segunda-feira (14). Há um ano, no segundo boletim de abril 2024, a pesquisa do BC previa o dólar a R$5 dali a um ano. Na sexta-feira (11) chegou a R$5,91.

Maré sobe?
A Fundação Getúlio Vargas divulga, nesta terça (15), o IGP-10 de abril, índice que mede a inflação dos primeiros dez dias do mês. Outro índice da inflação, o IPCA do IBGE já registrou alta de 0,56% em março.

Pensando bem…
…e a picanha?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Lados sempre a favor
A jornalista mineira Ângela Carrato conversava com Hélio Garcia, então prefeito de Belo Horizonte e governador indicado por Tancredo Neves. Na época, Tancredo articulava sua candidatura a presidente, no colégio eleitoral, e pregava o “entendimento”. Estava na moda a frase politicamente correta “ver as coisas sempre pelos dois lados”. Garcia, sempre sincerão, garantiu, solene: “Eu sempre vejo as coisas pelos dois lados: o meu e o dos meus amigos.”
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Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
www.diariodopoder.com.br
 

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