O CEO da Lojas Marisa, Edson Garcia, dedica-se agora a uma dupla missão. De um lado, aperta fornecedores nas negociações para pagamento dos estoques de Natal; de outro, ele que é apertado pelos bancos nas tratativas para a repactuação das dívidas da rede varejista.
Mais: o passivo de curto prazo é de R$ 90 milhões contra mais de R$ 450 milhões há 12 meses. O valor só desabou porque a família Goldfarb, acionista controladora, aportou R$ 620 milhões do próprio bolso na Marisa. Ainda assim, a rede varejista segue queimando caixa com o pagamento de fornecedores e bancos.
Agenda cheia
A atriz e modelo Camila Queiroz, ficará fora da continuação da novela Etâ mundo bom!, assim como seu marido (eles começaram o relacionamento nesta novela) Klebber Toledo. Sua personagem Mafalda fez muito sucesso na trama original, mas por estar com uma agenda cheia de trabalho ela teve que recusar o convite. Camila e Klebber continuarão na apresentação do Casamento às cegas Brasil, que terá sua quinta temporada no ano que vem. Além disso a atriz poderá ser vista no filme Uma Mulher Sem Filtro, uma produção da Conspiração (ainda sem data de lançamento). E em breve poderá ser vista na primeira novela produzida pela plataforma de streaming Max, Beleza Fatal, que estreará dia 27 de janeiro. Sobre sua personagem Sofia, que buscará vingança após turbilhão de injustiças, incluindo a prisão e a morte de sua mãe (Vanessa Giácomo) contra sua tia Lola (Camila Pitanga), a atriz é direta: “Eu não sei se posso dizer que ela é mocinha. A Sofia é a protagonista. A Sofia tem a sua história pra contar. Então, isso vale pro bem e pro mal. A Sofia tem o objetivo dela e corre atrás dele. Vai ter capítulos em que ela vai ser amada. Vai ter capítulos em que vão torcer contra ela. Espero que amem, trabalho para que ela seja amada pelo público. Mas é uma personagem que te faz questionar”. Mais: Camila continua à frente da publicidade como garota-propaganda e embaixadora da grife italiana de lingerie Intimissimi, além de estrelar entre tantas as campanhas para C&A e Beira Rio.
iFood e Rappi, muito gulosos
A saída do supermercado digital Justo do Brasil coloca o iFood e o Rappi na mira do Cade. A desistência da startup mexicana em operar no país aumenta a percepção de que existe um duopólio praticamente instransponível no setor de delivery de alimentos. Um a um, quase todos os principais concorrentes da calórica dupla ou deixaram o Brasil, caso também da UberEats e da 99 Food, ou foram engolidos, como a Box Delivery, adquirida pelo Rappi no ano passado e a Pedido Já e SiteMercado, comprados pelo iFood. Juntos, iFood e Rappi já detém mais de 80% dos pedidos a restaurantes e mercados no país, um negócio que movimenta cerca de R$ 140 bilhões por ano. É muita comida no prato de poucos. E, a julgar por movimentos já em curso, no mercado, essa concentração tende a se acentuar, sobretudo em relação ao iFood. No mês passado, a empresa anunciou a compra de participação minoritárias no aplicativo de supermercados online Shopper. Essa dissimulada expansão se aplicaria também a outro negócio. Em fevereiro, o iFood firmou acordo com o Daki, aplicativo de compras com presença em São Paulo e Belo Horizonte. Para essa parceria ganhar forma de M&A seria um triscar de dedos. São dois unicórnios, mas um com protuberância córnea bem maior do que o outro. O Daki foi precificado em US$ 1,3 bilhão – ainda que sua mais recente capitalização, em janeiro, o valuation tenha caído para US$ 850 milhões, o que o transforma num unicórnio. O iFood vale mais de US$ 5 bilhões.
“Barreiras artificiais”
Mais: o UberEats é um caso emblemático. O gigante global do mercado de delivery, com atuação em mais de seis mil cidades de 45 países, deixou o Brasil em 2022, dizendo ser impossível competir “com as barreiras artificiais impostas pelo iFood com sua conduta exclusionária”. Era uma referência aos contratos de exclusividade mantidos pela concorrente com restaurantes. A prática foi alvo de investigação do próprio Cade e o iFood firmou um termo de compromisso com cláusulas para limitar acordos de exclusividade.
Soltando a voz
Aproveitando suas férias a atriz e modelo Sophie Charlotte, após o remake da novela Renascer (onde nasceu o romance com seu novo namorado o cantor e ator Xamã) ela poderá ser vista no próximo dia 20 no especial Roberto Carlos 50 anos soltando sua voz pela segunda vez com o Rei (a primeira foi em 2018) ao lado de Leticia Colin e Dira Paes. Ela também está nas campanhas de final de ano da Corello e Herô Skin Beauty. Sophie também soltou sua voz em participações em shows com Cézar Mendes e da cantora Céu. “O convite da Céu foi inesperado. Já a parceria com o Cézar é antiga: ele é meu professor de violão. Sou péssima aluna, mas amo fazer aula com ele”. Mais: a música também está presente nos planos para 2025: “Quero gravar um disco. Sempre quis trabalhar mais na música”. Vale lembrar que a atriz viveu Gal Costa nos cinemas.
Zambelli à perigo
O Tribunal Regional de São Paulo acaba de formar maioria pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de autoridade nas eleições de 2022. O placar está 4 a 0 contra a parlamentar (agora, foi suspenso pela juíza Claudia Bedotti, que pediu vista). A análise do processo será retomada no ano que vem. Pelo Ministério Público, o procurador eleitoral Paulo Taubemblat defendeu a condenação de Zambelli “porque colaborou com tramas assustadoras no pós-eleição”.
Olho no chapéu
Em repouso depois da alta hospitalar no domingo passado, Lula recebeu esta semana a visita de ministros em sua casa no Alto de Pinheiro, em São Paulo. A previsão é que ele volte ao Planalto amanhã. Tudo depende de novos exames. No próximo dia 20, ele planeja se reunir com todos os ministros (possivelmente por motivos natalinos, numa confraternização de final de ano). Detalhe: Lula não tira o chapéu, desde que saiu do hospital. Não quer exibir curativos numa região da cabeça. Quem foi visitá-lo, encontrou o presidente de camiseta e chapéu amarelo.
PÉROLA
“Temos gastado muita energia no combate ao crime organizado. Mas o que incomoda o cidadão? O assalto. O cidadão não quer ser assaltado”,
de Tarcísio de Freitas, assumindo deficiências na segurança de São Paulo.
Outro general
A prisão do ex-ministro Walter Braga Netto gerou preocupação no Exército com o futuro de outro general quatro estrelas, mais alta patente das Forças Armadas, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Ele foi indiciado no inquérito da Polícia Federal que investigou a participação de militares em uma tentativa de golpe de Estado e devido a seu grau de exposição no enredo deve ser um dos denunciados pela PF. Quem está envolvido não pode ser promovido, transferido, fazer cursos, ganhar medalhas e exercer cargo de comando. Já a punição para militares da reserva é a perda do posto e patente.
Maior “imposto único”
A confirmação do relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), de que o imposto único de 28,1% faz do Brasil o país com maior taxa do mundo. Para piorar, o “imposto único” não é único: foram aprovados o CBS, estadual, o IBS, federal e o IS, imposto seletivo, o “imposto do pecado”. A “alíquota padrão” de 28,1% põe o Brasil à frente da Hungria (27%), Finlândia (25,5%), Croácia, Dinamarca, Noruega e Suécia (25%). Na ditadura de Maduro na Venezuela, o IVA é VAT é de 16%. Na China, é de 6% a 13% e na Nigeria, com população quase igual à do Brasil, 75%. Paraguai tem imposto honesto: 10%.
Mudanças
Paulo Pimenta pode deixar a Secom ainda esta semana, quando Lula voltar ao batente. As mudanças da reforma devem começar pelas Pastas do PT. Pimenta, a quem Lula sempre disse que tem apreço, está cotado para a Secretaria-Geral. Marcio Macedo deve ir para a tesouraria do PT. O presidente ainda culpa Marcio pelo fiasco do Dia do Trabalhador. Petistas apostam na saída de Wellington Dias do Ministério do Desenvolvimento e entrada de Gleisi Hoffmann. Lula quer Wellington, que tem mandato, reforçando a bancada.
Analisado
O Ministério das Comunicações entrou na lista de desejos do PP, de Arthur Lira, para 2025. A cadeira ocupada pelo discutido Juscelino Filho (União-MA) tornou-se mais cobiçada ainda com a decisão de Lula de transferir para a Pasta o controle sobre os R$ 3,1 bilhões obtidos com leilões do 5G. antes, o repasse dependia da Anatel: agora, basta a assinatura do ministro. É dinheiro na veia para ser distribuído potencialmente a bases eleitorais.
Em família 1
Ao assinar o Contrato de Confissão de Dívida, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, acabou beneficiando a banca de advogados da mulher, o escritório Mollo e Silva. Com a assinatura, que sepultou o questionamento da dívida, o Mollo e Silva pode morder uma beirada da causa de mais de R$ 7,5 bilhões, por ter atuado na ação. Os Correios dizem que o Fabiano não tem vínculo familiar com sócios do escritório e nega conflito de interesse. Fabiano é ligado ao Grupo Prerrogativas e amigo pessoal de Zeca Dirceu (PT-PR).
Em família 2
Inscrição na Receita Federal mostra Renata Mollo dos Santos como “sócio administrador” do Mollo dos Santos Sociedade de Advogados. Renata é casada com Fabiano, como atesta certidão. Outro sócio é irmão do presidente dos Correios. A canetada pode custar o 13º dos trabalhadores. Alguns devem “dever” à estatal, após a admissão da dívida que terá de ser paga. Há servidores, pegos de surpresa, que vão ganhar no 13º a merreca de R$ 90.
MISTURA FINA
Cresce a desconfiança sobre dados do desemprego do IBGE, órgão presidido por Márcio Pochmann, que tem currículo de pesquisas furadas. A conta não fecha: para o IBGE são apenas 7,3 milhões de desempregados, mas não inclui os 37 milhões de adultos sem trabalho do Bolsa Família. O IBGE leva em conta só os que dizem que procuraram emprego em vão. Os demais são “desocupados”, como os quase 5 milhões de jovens adultos da “geração nem-nem”.
Os fundos acionistas da Inspira – um trio pesadíssimo formado pelo Advent, pela canadense CPPIB e pelo BTG – trabalham intramuros com metas ousadas para a holding da área de educação. Há quem aposte que a empresa pretende chegar a um Ebtida de R$ 1 bilhão em até três anos – em 2023, esse indicador ficou em R$ 300 milhões. Os investidores falam também em triplicar o faturamento em torno de R$ 1,1 bilhão no ano passado. De quebra, a Inspira vai partir para agressiva estratégia de aquisições.
Aspáscia, Flora Rica e Sagres e uma dúzia de municípios de São Paulo, o mais rico do país, gastam toda receita para sustentar suas câmaras municipais, só para o salário dos vereadores. A situação é mais cruel em quase 4 mil dos 5,5 mil municípios brasileiros, que tampouco arrecadam o suficiente, reforçando o clamor de acabar com salários de vereadores e assessores em cidades de até 50 mil habitantes. Era assim nos anos 70, quando Geisel resolveu fazer demagogia. Ele estendeu salários para vereadores de cidades pequenas, onde a Arena tinha chances contra o MDB, que arrasava em grandes cidades.
Enquanto demite muitos artistas de seu cast por motivos de contenção de despesas, o sucesso meteórico de Tati Machado já levou a robusta apresentadora a assinar um contrato de R$ 400 mil mensais. E ainda anda sendo cotada para substituir Patrícia Poeta no Encontro, antes comandado por Fátima Bernardes.
Nas colunas de TV sempre há novidades: agora, Nelson Piquet participa de um podcast em Brasília e diz que Ayrton Senna era “gay”, por isso trocava sempre de namoradas – todas muito bonitas. A família Senna quer processar, mesmo sabendo que Piquet sempre foi rival de Senna.
In – Livro: Não é como nos filmes
Out – Livro: O efeito Graham