Colunistas

Giba Um

"Toda vez que eu tiver uma dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu...

...telefone, eu tenho o telefone dele, nós vamos colocar as equipes para negociar", de Lula, feliz de ter sido chamado de "esse cara" (em inglês) por Trump na Malásia.

Continue lendo...

A cerca de um ano das eleições de 2026,  estarão em jogo 54 vagas para o Senado, o equivalente a dois terços da Casa Alta. Cada unidade da Federação elegerá dois senadores. Segundo pesquisa da Noekemp, pouco conhecida, há um favoritismo para parlamentares do PL na disputa de Santa Catarina.

MAIS: Carlos Bolsonaro (PL) alcança 32,5% é o grande favorito, seguido pela deputada federal Caroline de Toni (PL) com 18,1% e do ex-deputado Décio Lima (PT), depois o atual senador Esperidião Amin com 9,5%. A posição de Carlucho é resultado da indicação do pai dele, o condenado ex-presidente e do volume de bolsonaristas no estado.

Ameaça de miséria

Entre os primeiros recursos contra condenações impostas pelo Supremo, o apresentado pelos advogados do general Augusto Heleno surpreende. De cara, pedirá a redução da multa para um sexto do salário-mínimo por dia, em vez de um salário integral. Ele não tem outra fonte de renda. Está impossibilitado de exercer outra atividade por conta da idade e do estado da saúde e é o único responsável pelo sustento da mulher. "Tal pena o deixaria em situação de miséria"  R$ 126,6 mil estipulados como multa representariam cerca de seis meses de renda líquida de Heleno. Como aposentado das Forças Armadas, ele recebe R$ 23,9 mil mensais. Quando disse a famosa frase "Vamos para o pau", não pensou em nada disso.

Duas falas

Depois da reunião na Malásia, quando Trump voltou a elogiar o encontro com Lula, o presidente norte-americano resolveu ser mais cauteloso: "Não sei se algo vai acontecer". O grupo avançado já estará entrando em campo com Geraldo Alckmin, Mauro Vieira e Fernando Hadad, conforme havia se decidido anteriormente. Lula do seu lado, afirmava que "era óbvio que não seria impossível resolver tudo em sua só reunião". E emendava: "Não era possível, nem vocês acreditavam, que numa única conversa, a gente pudesse resolver todos os problemas". A tropa de choque brasileira acha que a próxima reunião acontece na semana que vem.

"Sanha arrecadatória"

Nem responsáveis por arrecadar tributos aguentam a fome por impostos do governo: técnicos da Receita Federal estão incomodados com o "aperto" promovido por Lula e Fernando Haddad contra pagadores de impostos brasileiros, enquanto "alimenta a confusão e a desinformação" com "comunicação desastrosa sobre supostas fake news", segundo relatos da ala profissional do setor. O governo toma "medidas apressadas para arrancar dinheiro dos brasileiros e tapar o buraco sem fim das contas"", dizem os técnicos. E a imagem da Receita "é que fica arranhada".

Currículo

O secretário da Defesa do governo Trump, Pete Hegseth, que comandou ataque aéreo no Pacífico, há dias, implodindo barcos que, supostamente, estariam a serviço do narcotráfico, virou ídolo do senador Flávio Bolsonaro que gostaria de ver ataques semelhantes a barcos brasileiros que transportam cocaína na Baía da Guanabara. Flávio integra o clã Bolsonaro, ninguém precisa dizer mais nada. Já Hegseth tem um currículo e tanto. Ele foi apresentador da Fox News e depois trocou a televisão pelo Pentágono. Viciado em promoção, comanda a maior força militar do planeta. Nos últimos dias, postou vídeos fazendo ginástica na praia e voando num caça F-18, fantasiado de Tom Cruise no filme "Top Gun".

A noiva da vez

A cantora e atriz Giulia Be, que estampa a capa e recheio da Vogue Noiva, deverá se casar no segundo semestre de 2026. A expectativa é que ocorram duas celebrações: uma no Brasil e outra nos Estados Unidos. Seu futuro marido é Conor Kennedy, um empresário e advogado americano, sobrinho-neto de John F. Kennedy, o 35º presidente dos Estados Unidos, e filho de Robert F. Kennedy Jr., atual Secretário de Saúde e Serviços Humanos. Giulia e Connor estão juntos desde 2021. O romance começou quando ambos começaram a se seguir no Instagram, após a cantora conhecer a irmã de Conor, Kyra, em uma viagem ao México. Giulia foi quem enviou a primeira mensagem, mas a resposta demorou meses para chegar. Quando finalmente começaram a trocar mensagens, não pararam mais. O primeiro encontro pessoalmente ocorreu em janeiro de 2022.  Conhecida por seu lado romântico, ela relembra o primeiro beijo no dia em que se encontraram. "Parecia Réveillon em Copacabana. Fogos de artifício na minha cabeça. É como se eu tivesse desbloqueado novos níveis de conexão". Apesar do design do vestido ainda não estar completamente decidido, ela já tem algumas "preferências": "casar com mangas compridas e gola alta". Giulia confessa que não esperava tanta repercussão em referência ao casamento. No entanto, ela acredita que, de alguma forma, essa exposição pode impulsionar sua carreira. "Se o meu casamento puder ajudar as pessoas a conhecerem o meu trabalho, é algo que eu estou super disposta a encarar e quero que aconteça". Giulia é filha de Paulo Marinho, empresário, executivo, e político Republicanos, ex-apoiador de Jair Bolsonaro, atual simpatizante de Lula.

Trégua Brasil-EUA: diplomacia em cena

Aos poucos, as tratativas entre Brasil e Estados Unidos avançam no conteúdo e na forma. Além das contrapartidas sobre a redução das sobretaxas imposta por Trump, as discussões contemplam o script mais adequado para as etapas decisivas  da negociação, seja a assinatura  de um protocolo de intenções ou  mesmo de anúncio do acordo definitivo. Uma das ideias é uma ampla reunião, por videoconferência , pilotada por Lula e Trump, com a participação do alto escalão dos dois governos, ou seja, o maior número de ministros lado a lado. Haverá a cerimônia presencial com os apertos de mãos de praxe, para a formalização do tratado. Seria uma demonstração a dimensão dada pelos dois países ao acordo. 

Negociação diplomática

Como em toda negociação diplomática, cada passo é medido meticulosamente, como aconteceu no encontro de domingo, na Malásia. Os dois governos vislumbram serventias e benefícios nesse roteiro. E ambos cantariam vitória para  as arquibancadas. Para Lula, a consagração de seu discurso sobre soberania. Para Trump, a exibição das valiosas moedas da troca obtidas pelo acordo. E a participação dos ministros traduziria uma nova gramática das relações internacionais: a diplomacia como espetáculo para os salões e para as redes.

Somos apagados

Descansando em Lisboa, onde mantém um apartamento desde 2018, a cantora Fafá de Belém, usou seu prestígio para criticar a COP30 no qual não participará, desde que foi anunciada. "Sempre fomos apagados. Não adianta fazer um espetáculo para o mundo e tirar os ribeirinhos de casa, para eles não participarem. Não existe Amazônia sem nós. E quando somos proibidos de fazer parte do espetáculo, atenção, algo está errado. Estive nas aberturas de outras COPs, mas na do Pará não fui convidada. Farei um espetáculo no Theatro da Paz, no dia 14,  com o maestro João Carlos Martins, com ingressos populares e renda revertida para o povo de Santo Antônio. É o meu presente, a minha forma de entregar a COP para o povo do Pará". Sobre a política é direta e garante que não tem pretensão nenhuma de se envolver, diretamente nela. "Não poderia ter partido. Sou uma pessoa livre. Prefiro um palanque livre. Sempre serei uma voz pela democracia".

Ameaçado de morte

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre é alvo de ameaças de morte por barrar as investidas bolsonaristas contra o STF na Casa. Um desconhecido demonstrou e até mesmo em áudios e vídeos logo apagados que monitora os passos de Alcolumbre em Brasília e até no Amapá. O chefe do Senado já tratou de reforçar sua segurança e tem observadores até no plenário e nos corredores da Casa. Mais: Alcolumbre tem 41 processos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes parados no Senado e engavetados. E é radicalmente contra anistiar golpistas. 

Excesso de faltas

Há dias, o Conselho de Ética da Câmara arquivou o processo que pretendia a cassação de Eduardo Bolsonaro, há oito meses escondido nos Estados Unidos, por quebra de decoro. Bananinha escapou graças a um deputado seu amigo que já trabalhou na última campanha de Bolsonaro pai. Eduardo nem se importou pelo arquivo do processo, não indicou advogado e ignorou participação na reunião por chamada de vídeo. Irritado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, resolveu cassá-lo por excesso de faltas. Equivale a um prêmio por mau comportamento. E ainda é capaz de tentar recorrer à Presidência, se escapar do ministro Alexandre de Moraes.

Farra dos cartões

Em apenas nove meses, a conta dos cartões de pagamento do governo Lula, os "cartões corporativos", já passou de R$ 77,2 milhões. Apenas 11 cartões da Presidência torraram mais de R$ 4,8 milhões este ano. Já os 924 cartões corporativos no Ministério do Planejamento, por exemplo, gastaram cerca de R$ 7 milhões no mesmo período. Uma conta de R$ 24,5 mil foi paga, mês passado, com um dos cartões do Gabinete da Segurança Institucional de Lula. As despesas dos cartões da Presidência são protegidos por sigilo.

Mistura Fina

Presente no Fórum Esfera, em Belém, o chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, revelou que cerca de setenta chefes de Estado devem viajar ao Pará na COP30. Edson Fachin e outros ministros do STF estarão em Belém, para a Conferência. Fachin vai no dia 13 de novembro Dia da Justiça, à Conferência do Clima. E mais: nos primeiros dez dias de funcionamento , após a inauguração, o Museu das Amazônias, em Belém, já bateu a marca dos 20 mil visitantes. 

O PSD acaba de filiar o vice-governador mineiro Mateus Simões e indicou apoiá-lo à sucessão estadual em 2026. O principal nome do partido, Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, não estava no evento de  filiação e com essa porta fechada da própria legenda terá de mudar de sigla se quiser concorrer ao governo (ele é o nome favorito de Lula). Gilberto Kassab, dono do PSD, disse , no evento, que o governador Romeu Zema (Novo) e que dará "voz de comando" na montagem da chapa do governo.

O PL se mobiliza para colocar na pauta de votação na Câmara, na primeira semana de novembro, a votação da proposta de anistia, sob relatoria de Paulinho da Força. A ideia é que o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (RJ) apresente a demanda na reunião de líderes no próximo encontro. Paulinho insiste em uma proposta que altere a dosimetria, mas a oposição rechaça a ideia e prepara destaque próprio para que proposta volte a tratar sobre anistia. Detalhe: Davi Alcolumbre, presidente do Senado, nem liga: já avisou que não pauta a proposta.

Em seu estilo "sem noção", Lula fez uma declaração envolvendo e depois, tratou de dizer que "foi mal interpretado" traficantes de drogas considerando-os "vítimas dos usuários", durante coletiva na Indonésia, que mantém uma das legislações antidrogas mais severas do mundo. Lá, dois brasileiros já foram condenados e fuzilados e mais um está na fila. Na Indonésia, "tolerância zero" contra drogas é aplicável a indonésios e estrangeiros.

In Cinema: Enterre Seus Mortos
Out Cinema: Amor Apocalipse

Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

Continue Lendo...

Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

Giba Um

Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

In – Natal: coquetel de pêssego            
Out – Natal: sangria de saquê

artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

Continue Lendo...

A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).