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Um bom momento para turbinar Corumbá

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A globalização da economia, a ligação bioceânica com o Pacífico, a guerra pela taxação de mercadorias e produtos imposta pelos EUA – e que já afeta a economia mundial – e o possível surgimento de novos blocos e parcerias para as importações e exportações de produtos e serviços entre os países devem abrir as portas para que as nações negociem em condições aceitáveis, como prevê a Organização Mundial do Comércio (OMC). Deve-se ressaltar que Corumbá faz fronteira com a Bolívia.

A estagnação de Corumbá teve início na metade da década de 1960, quando duas grandes empresas estatais do ramo dos transportes foram sumariamente desativadas como estratégia do governo militar que comandava o País: o Serviço de Navegação da Bacia do Prata e a Rede Ferroviária Federal. Os navios da empresa transportavam tanto o ferro-manganês extraído das minas do Urucum quanto o cimento produzido pela Cia. de Cimento Itaú, além de outros tipos de materiais oriundos de São Paulo e que eram transportados pelos trens da NOB.

Com a desativação dessas duas empresas, tanto o minério quanto o cimento reduziram suas produções, pois não havia logística suficiente para o transporte, fato esse que obrigou ambas a reduzir drasticamente o número de trabalhadores, gerando uma terrível situação de desemprego. Duas estatais desativadas, duas empresas produtoras com redução de produção – onde alocar tantos trabalhadores desempregados?

Corumbá sempre foi considerada a segunda maior e mais importante cidade do Mato Grosso uno, tanto política quanto economicamente. O município sempre contou com três a quatro deputados estaduais, dois deputados federais e um senador. Hoje, sua representação política é zero. Tal fato provocou um êxodo populacional, e muitos habitantes tiveram que se mudar para recomeçar a vida em outras plagas, inclusive nos países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai. A população sofreu uma terrível redução, ocupando hoje 
a quarta colocação.

Torna-se necessário um choque de motivação na classe política local, bem como na população, para que novas ações e atitudes sejam tomadas, visando um recomeço, tal qual a fênix – a ave que ressurgiu das cinzas, como conta a mitologia grega. A água mineral poderá ser exportada facilmente para os países árabes; as empresas de mineração e de cimento triplicariam suas produções, gerando riquezas e oportunidades para quem quiser trabalhar.

O Pantanal começa a chamar atenção do mundo exterior. Temos o Rio Paraguai, e algo que poderá surpreender: a pesquisa e a prospecção de petróleo em Porto Esperança. 

É preciso sonhar, porém, é necessário ter ações e atitudes que tornem esses sonhos realidade. Que a motivação da população siga o exemplo do belo Carnaval.

EDITORIAL

O que é preciso para dizer não?

De nada adianta criar núcleos de integridade ou controladorias se, na prática, o poder público segue premiando quem está sob investigação ou já responde a processos por atos ilícitos

22/04/2025 07h15

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Algumas perguntas parecem tão óbvias que nos constrangem justamente por não serem respondidas. Não por falta de respostas, mas porque parece haver um esforço deliberado para ignorá-las. Nesta edição, trazemos o caso de uma empresa do empreiteiro André Patrola, que mesmo após denúncias de corrupção em 2023, continua a firmar contratos com a Prefeitura de Campo Grande e com outros entes governamentais. Com o governo do Estado, por exemplo, tem contratos. A pergunta que se impõe – por que isso continua acontecendo? – é fácil de responder. Mas, ao que parece, não interessa a quem deveria respondê-la.

O Brasil tem, desde 2013, uma Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846), criada justamente para coibir práticas ilícitas no âmbito da administração pública e responsabilizar empresas por atos contra o patrimônio público. Contudo, são raras as vezes em que vemos essa legislação ser aplicada com o rigor necessário. Ainda assim, quando ela é utilizada, como recentemente se viu em alguns casos isolados, é quase um alívio saber que há quem se disponha a cumprir o papel que a lei determina.

A permanência de empresas e empresários sob suspeita – como André Patrola –, firmando contratos com o poder público, revela um cenário lamentável. Um sistema que se diz legalista, ético e comprometido com a moralidade pública, mas que fecha os olhos diante de indícios claros de má conduta. A repetição desses casos sem qualquer consequência prática para os envolvidos indica uma conivência institucionalizada, disfarçada de burocracia ou suposto “respeito ao devido processo”.

O mínimo que se espera de um gestor público é integridade. É espantoso que tantos ainda não compreendam que contratos com empresas suspeitas de corrupção são, no mínimo, um sinal de negligência administrativa.

E, no máximo, um indício de algo mais grave: cumplicidade. É difícil aceitar que se possa manter relações institucionais e comerciais com pessoas e empresas envolvidas em investigações de desvios, fraudes e corrupção sem que isso levante questionamentos éticos profundos.    

Vivemos uma era em que se fala muito sobre boas práticas, governança e compliance. São conceitos bonitos, que preenchem relatórios e discursos oficiais, mas que pouco valem se não forem seguidos de ações concretas. De nada adianta criar núcleos de integridade ou comissões de ética se, na prática, o poder público segue premiando quem está sob investigação ou já responde a processos por atos ilícitos.

Não se trata aqui de prejulgar ou ignorar o direito à ampla defesa. Trata-se de adotar critérios mínimos de cautela e responsabilidade na gestão dos recursos públicos. A simples existência de suspeitas robustas deveria bastar para suspender relações contratuais com determinados agentes, até que tudo seja esclarecido. É uma medida de proteção ao interesse coletivo, não uma punição antecipada.

De nossa parte, seguiremos atentos e confiantes de que há, sim, órgãos dispostos a agir. Esperamos que as autoridades policiais e o Ministério Público mantenham seu olhar atento e crítico sobre contratos suspeitos e gestores negligentes. Porque a sociedade não pode mais tolerar que perguntas simples continuem sendo deixadas sem resposta, especialmente quando essa omissão custa tão caro aos cofres públicos e à confiança do cidadão.

CLÁUDIO HUMBERTO

"A maioria lá [no Congresso] é frouxo"

Carlos Jordy (PL-RJ), ao podcast Diário do Poder, cobra ação do Legislativo contra interferências do STF

22/04/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Sem apoio, ‘autoridade climática’ mofa na Câmara

A sete meses da COP-30, Lula (PT) tem tudo para chegar ao evento com mais uma promessa não cumprida: “autoridade climática”, geringonça destinada a dividir o poder com o Ministério do Meio Ambiente e Ibama, não corre o risco de sair do papel. Sua criação exige a figura jurídica da emergência climática, como diz a ministra Marina Silva, mas, com o desinteresse do próprio governo, o projeto mofa. O texto de 2020 dormita desde 2021 na Comissão do Meio Ambiente da Câmara.

 

Projeto ioiô

Entre idas e vindas, a relatoria precisou ser escolhida três vezes, até que parou na deputada Socorro Neri (PP-AC), mas só em 2023.

 

Sono profundo

Em junho do ano passado, a deputada até apresentou relatório pela aprovação, mas pediu de volta quatro dias depois e a tramitação morreu.

 

Ativista da lorota

Lula prometeu criar o cargo na eleição de 2022, reforçou a lorota na posse de Marina e reiterou em Manaus, na seca do Amazonas (2024).

 

Ideia de jerico

No início do governo, Lula ensaiou nomear Simone Tebet a autoridade climática, à revelia de Marina Silva, que não gostou. Nem ninguém.

 

Mercado não endossa otimismo oficial para 2026

Quase uma peça de ficção, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 não inspira confiança entre agentes do mercado financeiro, como atesta o Boletim Focus, do Banco Central. No texto que o governo Lula mandou ao Congresso Nacional, a previsão é de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que mostra o crescimento de um país, em 2,5% para o próximo ano. No Focus, a expectativa é bem pior, um aguado 1,61%. A inflação projetada de 3,5% vai a 4,5%, segundo o Boletim Focus.

 

Só no interesse

Felipe Vasconcellos, da Equus Capital, vê mais realismo no Focus, já que as previsões do governo “podem ter interesse político por trás”.

 

Faz de conta

Gestor da Armada Investimentos, Juliano Fernandes avalia que os dados dependem de um crescimento que não é factível.

 

Cadê o precatório?

Fernandes cita ainda questões que podem alterar os dados da economia, como a obrigação de pagamento dos precatórios.

 

Deixou de ser útil

Fontes do Planalto dão como certa a demissão de Anielle Franco na próxima mexida ministerial. “Deixou de ser útil”, dizem com crueldade própria do pragmatismo de Lula. Marielle já não é uma causa após a PF apontar que um aliado do PT, Chiquinho Brazão, foi o mandante.

 

Vitima tem culpa?

A presença de Anielle também é um incômodo porque faz lembrar o assedio sexual do ex-ministro de Direitos Humanos, do qual foi uma das vítimas. O escândalo continua desgastando fortemente o governo Lula.

 

Tarcísio é plano B

Mantida a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a avaliação no PP e no União Brasil é de que o candidato ideal seria o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

 

Desemprego em massa

Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais aponta que o fim da escala 6x1, proposta estúpida em tramitação na Câmara, pode eliminar até 18 milhões de empregos no Brasil.

 

Dia da Amizade

Lula receberá nesta terça (22) o presidente do Chile, Gabriel Boric, em visita de Estado. Retribui a ida do petista a Santiago, onde foi xingado nas ruas. A visita é pela primeira celebração do “Dia da Amizade”.

 

Mais um documento

A Comissão de Educação do Senado vota nesta terça (22) o projeto que cria uma carteira destinada a identificar professores da rede pública e privada. Se aprovado sem recurso, seguirá direto para a Câmara.

 

Nem a data

A defesa do ex-ministro Braga Netto recorreu ao STF contestando o uso de vídeo apresentado por Alexandre de Moraes como prova para torná-lo réu: “Vídeo inclui imagens de datas fora do escopo da acusação”, diz.

 

Crédito ao STF

Lula acatou pedido do amigo e presidente do STF, Luís Roberto Barroso e liberou mais de R$27 milhões para reforço na segurança da Corte. A medida foi publicada no Diário Oficial da União.

 

Pensando bem...

...o tarifaço no Brasil começou em 2023.

 

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Resposta a cavalgadura

Deputado oito vezes, o general gaúcho Flores da Cunha era muito culto e, grande tribuno, era dono de admirada rapidez de raciocínio. Certa vez, discursava na Câmara, presidida por Ulysses Guimarães, e tentava ignorar os pedidos de aparte de um deputado do baixo clero, que gritava: “Vossa excelência foge ao debate! É incoerente! Dá uma no cravo, outra na ferradura!” Flores da Cunha se impacientou e demoliu o provocador: “Vossa excelência é o culpado! Por que se mexe tanto? Assim não posso ferrá-lo...” O plenário desabou em demorada gargalhada.

 

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