Colunistas

Cláudio Humberto

"Um circo para um monte de comunista se promover"

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre a COP30 de Lula, Janja e cia

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80% dos que ganham até R$5 mil já não pagam IR

O governo Lula (PT) não divulga o número exato de pessoas que serão de fato beneficiadas pela tão alardeada “isenção do imposto de renda até R$5 mil por mês”. A conta é simples. A projeção do governo é que existem 10 milhões de pessoas na faixa de renda (R$3.001 a R$5.000) a beneficiadas pelo projeto de Lula e cia. Entretanto, o governo petista não revela quantas já têm deduções suficientes para já possuírem a “isenção na prática”. Especialistas como o Dr. Gabriel Vieira, advogado tributarista sócio do Grupo GSV, estimam que o número deve superar os 80%.

Para inglês ver

O tributarista Vieira estima que a maior parte dos que ganham até R$5 mil “de forma efetiva não sentirão financeiramente essa alteração”.

Muitas categorias

Deduções incluem contribuição previdenciária, dependentes, despesas médicas, odontológicas, planos de saúde, com instrução, entre outras.

Maioria se encaixa

A taxa real em renda de R$5 mil, sem deduções, é 6,7% (R$335,15), segundo a Receita. Dois dependentes, por exemplo, deduzem R$379,18.

Outro exemplo

Quem ganha R$5 mil/mês e paga pensão alimentícia de R$350 já tem, na prática, a isenção do IR; 100% da pensão é descontada do imposto.

Até oposição não bolsonarista bate o PT nas redes

O aumento de gastos de Lula com as redes sociais tenta reverter a aversão desse ambiente ao PT. Até líderes da oposição sem sobrenome Bolsonaro já são mais relevantes que Lula et caterva. Sozinho, Nikolas Ferreira (PL-MG) já ganha de Lula. Somando-se a Tarcísio, Zema, Caiado, Ratinho Jr e Ciro Gomes, são 68 milhões de seguidores contra 61,4 milhões de Lula os petistas Janja, Rui Costa, Haddad, Jaques Wagner, Camilo Santana e Gleisi, que têm 29 perfis e 25,8 milhões.

Tá difícil

Tarcísio de Freitas (Rep-SP) tem 11,7 milhões de seguidores, mais que Haddad, o petista de maior sucesso (8,15 milhões), sem contar Lula.

Perda importante

Recém-filiado ao PSDB-CE, Ciro Gomes tem 6,2 milhões de seguidores e volta a engordar a oposição a Lula, com promessa de aliança ao PL.

Levantamento

O Diário do Poder analisou 137 perfis de políticos nas seis principais redes sociais; YouTube, X, TikTok, Threads, Facebook e Instagram.

Objetivo simples

Ao criticar os custos exorbitantes até de lanchinhos na Conferência do Clima em Belém (PA), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) concluiu: “a COP 30 é só um circo para um monte de comunista se promover”.

Legisladores pré-férias

A partir desta segunda-feira (10) faltam apenas 30 dias úteis (20 dias no Congresso) até o início oficial do recesso parlamentar, em 23 de dezembro. Mas deve começar mesmo na quinta-feira anterior, dia 18.

Grosseria

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), virou piada do dia no X após interromper discurso do presidente francês Emmanuel Macron, tentando inclusive tomar-lhe o microfone.

Muita fé

O levantamento é da Nexus, que apurou que 43% dos brasileiros veem a Seleção Brasileira como favorita ao título mundial no próximo ano. Outros 23% são mais modestos, acreditam que o time é “competitivo”.

Bye, bye

Está marcada para esta segunda-feira (10), às 15h, a deliberação do Conselho de Ética do União Brasil para expulsar Celso Sabino do partido por se recusar a largar a boquinha no Ministério do Turismo.

Apenas picaretagem

Lobby inescrupuloso dos cartórios impôs envio, para protesto, de contas de água, luz e celular até com poucos dias de atraso. A picaretagem é desnecessária porque a ameaça de ficar sem os serviços é mais forte que o protesto, mas a medida garantiu fatura milionária aos cartórios.

Na nossa conta

Messias Donato (Rep-ES) foi claro: “Lula mentiu de novo! Disse que ia dormir em barco simples, mas foi flagrado num iate de luxo com Janja”. A diária média é R$2,7 mil, o preço da suíte presidencial não foi revelado.

Deu em nada

Damares Alves (Rep-DF) analisou os documentos da CPMI do INSS e checou que nada leva a Onyx Lorenzoni, ex-ministro da Previdência de Jair Bolsonaro. “A montanha pariu um rato”, concluiu a senadora.

Pensando bem...

...alegar “segurança nacional” para esconder gastos em iate de luxo deve ser o que o governo Lula entende por “defesa da democracia”.

PODER SEM PUDOR

O sumiço de Severino

Durante uma votação polêmica, com oposição e situação em pé de guerra, o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, sumiu do plenário de repente. Nem presidiu a sessão. Aos repórteres, ele explicaria depois, com a sutileza que nunca teve: “Fui fazer uma coisa que ninguém poderia fazer por mim... Vocês sabem.” Presidente da Câmara também faz xixi.

artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

artigos

Provas digitais obtidas no exterior não são automaticamente válidas

11/12/2025 07h15

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A decisão do Tribunal Superior de Zurique de anular provas extraídas da plataforma criptografada Sky ECC, por violação de territorialidade, ausência de suspeita individualizada e inobservância das regras suíças de vigilância, marca um momento decisivo no debate global sobre admissibilidade e validade de evidências digitais. Trata-se de um precedente que reforça limites jurídicos em um contexto de investigações transnacionais cada vez mais dependentes de dados e cooperação policial internacional.

Proferida em 15 de agosto de 2025, a decisão examinou a admissibilidade de dados obtidos por autoridades francesas no âmbito de operações contra a Sky ECC, amplamente utilizada por grupos criminosos em diferentes países. A Corte acolheu integralmente a argumentação da defesa e declarou as provas inadmissíveis, afirmando que houve violação direta da soberania suíça. 

Isso ocorreu porque as autoridades francesas desencadearam uma manipulação da rede que levou dispositivos Sky ECC localizados em território suíço a transmitir suas chaves criptográficas para um servidor sob controle francês, sem nenhum pedido de cooperação ou autorização judicial da Suíça. O Tribunal classificou o procedimento como uma medida coercitiva estrangeira ilegal, determinando a exclusão absoluta das provas e rejeitando qualquer possibilidade de ponderação com base na gravidade dos fatos ou na utilidade investigativa.

O Tribunal também destacou que, no momento das medidas francesas, não havia suspeita concreta contra o réu, o que torna ilegítima qualquer forma de vigilância sob a legislação suíça, que exige suspeita individualizada para autorizar medidas secretas. As ordens emitidas na França eram tão abrangentes que geraram interpretações divergentes em toda a Europa: alguns tribunais entenderam que miravam operadores da plataforma, outros concluíram que o alvo eram todos os usuários ou até mesmo “pessoas desconhecidas”. Em nenhum desses casos, argumentou o Tribunal Superior de Zurique, o limiar mínimo de suspeita exigido pelo Direito suíço teria sido atingido. 

Em situações em que medidas recaem sobre pessoas indeterminadas, eventuais achados envolvendo terceiros configurariam meras descobertas incidentais, insuficientes para legitimar a vigilância. O Tribunal anotou ainda que algumas das condutas investigadas nem sequer constituiriam crimes aptos a justificar medidas de interceptação no país.

A decisão também enfrentou o debate sobre o direito da defesa de acessar dados brutos das comunicações interceptadas, tema que tem ganhado relevo nos tribunais europeus. Embora não tenha fixado uma tese, a Corte observou que o material fornecido no caso não corresponde ao conceito de “dados brutos” definido pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, apontando futuras discussões sobre transparência, cadeia de custódia e integridade da prova digital.

O julgamento desencadeou uma forte reação pública e política na Suíça, acompanhada por esforços de comunicação destinados a sugerir que a decisão representaria ameaça à segurança nacional. Apesar dessa pressão, o Tribunal manteve o foco na legalidade estrita e na proteção das garantias processuais, afastando o argumento utilitarista de que a eficácia da investigação justificaria atropelos a limites territoriais e legais.
A decisão de Zurique projeta efeitos para além da Europa. Em um contexto no qual investigações criminais dependem cada vez mais da circulação de dados entre países, a Corte reforçou que cada Estado deve aferir, de forma autônoma, a validade da prova à luz de sua legislação interna, em consonância com orientação do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Provas digitais obtidas no exterior, portanto, não são automaticamente válidas: sua admissibilidade exige respeito às regras nacionais sobre interceptação, cadeia de custódia e limites territoriais.

Num cenário em que infraestruturas tecnológicas e plataformas criptografadas operam acima das fronteiras, a decisão evidencia o papel essencial da advocacia criminal internacional. A atuação técnica e coordenada entre defesa, peritos e especialistas em diferentes países se torna decisiva para expor violações, garantir acesso a material íntegro e assegurar que a prova digital cumpra os requisitos legais necessários.

O caso suíço demonstra que a prova digital não está imune ao devido processo legal e que, quando nasce de violações à soberania, ao Direito interno ou à falta de suspeita individualizada, sua exclusão é não apenas possível, mas obrigatória.

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