Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Um tumultuador contumaz"

Deputado Bibo Nunes (PL-RS), sobre o barraqueiro Glauber Braga (Psol-RJ) na Câmara

Continue lendo...

Governo escala Otto para atrasar dosimetria na CCJ

Já começou a entrar água no acordo dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), e Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), fechados com a oposição, para as Casas votarem o projeto da dosimetria, que reduz pena de presos pelo 8 de janeiro. Na Câmara, foi vendido aos deputados que a proposta seria imediatamente votada pelos senadores no plenário, mas não foi o que aconteceu. Aliado de Lula, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), criou dificuldades.

Caminho

Otto cobrou de Alcolumbre que o texto passasse pela CCJ, atrasando a tramitação do projeto, que tem tudo para ficar para 2026.

Volta da anistia

Para consolar a oposição, Otto designou relator o senador Esperidião Amin (PP-SC), que anda falando até em substituir dosimetria por anistia.

Sessão relâmpago

O governo teme derrota no plenário e quer resolver na CCJ. O plano é abrir reunião com quórum mínimo governista e aplicar o rolo compressor.

Mata no início

Nesse plano, que dificilmente consegue prosperar, o Planalto precisa de 14 senadores para abrir a sessão e apenas 7 votos pela rejeição.

Lula gasta mais que candidatos no DF nas redes

Entre setembro e dezembro, o governo Lula (PT) torrou R$230 mil com “impulsionamentos” no Facebook e Instagram direcionados a internautas do Distrito Federal, onde sempre perde nas eleições. Ranking do Meta Ads dos maiores gastadores aponta que o Planalto gastou quatro vezes mais que o governo do DF (R$62 mil), que informa sobre escolas, obras e outros temas relevantes da comunidade. Despesas de pré-candidatos para 2026 também chamam atenção; José Roberto Arruda e Ricardo Cappelli gastaram mais de R$58 mil cada só em anúncios nas redes.

Gastador nº1

Arruda lidera entre indivíduos que mais gastam com anúncios da Meta (Facebook e Instagram) entre setembro e dezembro, no DF: R$58,7 mil.

Dados abertos

Cappelli (PSB), presidente de uma ABDI (Desenvolvimento Industrial), é o segundo que mais gasta com “impulsionamentos” no DF: R$58,5 mil.

Top five

O deputado federal Rafael Prudente (MDB) fecha o top 5 de maiores despesas com anúncios nas redes do grupo Meta, no DF: R$55,5 mil.

Nem adianta

Ao prometer veto à dosimetria, Lula (PT) nem sequer lembra que isso não tem a menor importância. Se a votação for expressiva no Senado como na Câmara, o veto seria derrubado com constrangedora facilidade.

Luzes, por favor

Se dependesse do governo paulista, Tarcísio de Freitas (Rep) já teria decretado intervenção na distribuidora de energia Enel. Mas a decisão é federal. “Intervenção funciona”, diz, “plano de contingência, não”.

Pressão política

Sóstenes Cavalcante (RJ) não escondeu o motivo de o projeto da anistia não andar no Congresso: pressão de ministros do Supremo Tribunal Federal. Ligam e mandam whatsapp, diz o líder do PL.

É do Brasil

Um brasileiro que vai comandar a gigante Coca-Cola. Henrique Braun tem 57 anos e será o CEO global da empresa a partir de 31 de março de 2026. Substituirá o empresário britânico James Quincey.

Tudo em paz

Nome do PL para disputar a Presidência, Flávio Bolsonaro avisou que não conseguirão cavar uma briga entre ele e Tarcísio de Freitas, sobre quem ressalta a lealdade e amizade com Jair Bolsonaro.

Tanto ódio faz mal

Impressiona a expressão de ódio que Lula fez ao afirmar que Bolsonaro “tem que pagar”. Aliados dizem que a prisão do ex-presidente que tanto o amedronta é a vingança pelos seus 500 dias de xilindró por corrupção.

Prejuízo só cresce

Além de capturar um navio tanqueiro, o governo Trump anunciou sanções a outros seis navios do país do ditador Nicolás Maduro. Cada um pode carregar mais de US$ 120 (R$660) milhões em petróleo.

Prejuízo bilionário

A Fecomércio ainda finaliza as contas, mas já se sabe que os dois dias de apagão em São Paulo arrasaram com o setor de comércio e serviços. A estimativa é de prejuízo superior a R$1,5 bilhão.

Pensando bem...

...“agenda secreta” com ditador amigo é “soberania”.

PODER SEM PUDOR

Uma raposa em ação

Governador de Minas Gerais e já em campanha para presidente, Tancredo Neves fez um gesto de cortesia ao governo João Figueiredo: incluiu a ministra da Educação, Esther de Figueiredo Ferraz, entre os agraciados pela medalha da Inconfidência. No dia da solenidade, a ministra estranhou: “Não tenho qualquer das qualidades exigidas para merecer isso...” Em seu discurso, Tancredo justificou a reputação de raposa política: “A ministra está, realmente, fora do regime da medalha, ela tem muito mais virtudes que as exigidas...”

artigos

Provas digitais obtidas no exterior não são automaticamente válidas

11/12/2025 07h15

Continue Lendo...

A decisão do Tribunal Superior de Zurique de anular provas extraídas da plataforma criptografada Sky ECC, por violação de territorialidade, ausência de suspeita individualizada e inobservância das regras suíças de vigilância, marca um momento decisivo no debate global sobre admissibilidade e validade de evidências digitais. Trata-se de um precedente que reforça limites jurídicos em um contexto de investigações transnacionais cada vez mais dependentes de dados e cooperação policial internacional.

Proferida em 15 de agosto de 2025, a decisão examinou a admissibilidade de dados obtidos por autoridades francesas no âmbito de operações contra a Sky ECC, amplamente utilizada por grupos criminosos em diferentes países. A Corte acolheu integralmente a argumentação da defesa e declarou as provas inadmissíveis, afirmando que houve violação direta da soberania suíça. 

Isso ocorreu porque as autoridades francesas desencadearam uma manipulação da rede que levou dispositivos Sky ECC localizados em território suíço a transmitir suas chaves criptográficas para um servidor sob controle francês, sem nenhum pedido de cooperação ou autorização judicial da Suíça. O Tribunal classificou o procedimento como uma medida coercitiva estrangeira ilegal, determinando a exclusão absoluta das provas e rejeitando qualquer possibilidade de ponderação com base na gravidade dos fatos ou na utilidade investigativa.

O Tribunal também destacou que, no momento das medidas francesas, não havia suspeita concreta contra o réu, o que torna ilegítima qualquer forma de vigilância sob a legislação suíça, que exige suspeita individualizada para autorizar medidas secretas. As ordens emitidas na França eram tão abrangentes que geraram interpretações divergentes em toda a Europa: alguns tribunais entenderam que miravam operadores da plataforma, outros concluíram que o alvo eram todos os usuários ou até mesmo “pessoas desconhecidas”. Em nenhum desses casos, argumentou o Tribunal Superior de Zurique, o limiar mínimo de suspeita exigido pelo Direito suíço teria sido atingido. 

Em situações em que medidas recaem sobre pessoas indeterminadas, eventuais achados envolvendo terceiros configurariam meras descobertas incidentais, insuficientes para legitimar a vigilância. O Tribunal anotou ainda que algumas das condutas investigadas nem sequer constituiriam crimes aptos a justificar medidas de interceptação no país.

A decisão também enfrentou o debate sobre o direito da defesa de acessar dados brutos das comunicações interceptadas, tema que tem ganhado relevo nos tribunais europeus. Embora não tenha fixado uma tese, a Corte observou que o material fornecido no caso não corresponde ao conceito de “dados brutos” definido pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, apontando futuras discussões sobre transparência, cadeia de custódia e integridade da prova digital.

O julgamento desencadeou uma forte reação pública e política na Suíça, acompanhada por esforços de comunicação destinados a sugerir que a decisão representaria ameaça à segurança nacional. Apesar dessa pressão, o Tribunal manteve o foco na legalidade estrita e na proteção das garantias processuais, afastando o argumento utilitarista de que a eficácia da investigação justificaria atropelos a limites territoriais e legais.
A decisão de Zurique projeta efeitos para além da Europa. Em um contexto no qual investigações criminais dependem cada vez mais da circulação de dados entre países, a Corte reforçou que cada Estado deve aferir, de forma autônoma, a validade da prova à luz de sua legislação interna, em consonância com orientação do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Provas digitais obtidas no exterior, portanto, não são automaticamente válidas: sua admissibilidade exige respeito às regras nacionais sobre interceptação, cadeia de custódia e limites territoriais.

Num cenário em que infraestruturas tecnológicas e plataformas criptografadas operam acima das fronteiras, a decisão evidencia o papel essencial da advocacia criminal internacional. A atuação técnica e coordenada entre defesa, peritos e especialistas em diferentes países se torna decisiva para expor violações, garantir acesso a material íntegro e assegurar que a prova digital cumpra os requisitos legais necessários.

O caso suíço demonstra que a prova digital não está imune ao devido processo legal e que, quando nasce de violações à soberania, ao Direito interno ou à falta de suspeita individualizada, sua exclusão é não apenas possível, mas obrigatória.

editorial

Cortar gastos vai exigir disciplina

O futuro da Capital depende da capacidade de seus gestores de transformar disciplina fiscal em desenvolvimento real. Se conduzido com seriedade, o PEF poderá ser um divisor de águas

11/12/2025 07h00

Continue Lendo...

A decisão da prefeita Adriane Lopes de aderir ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF) merece destaque como uma das medidas mais acertadas de sua gestão. Em tempos de turbulência econômica e de desafios crescentes para os municípios brasileiros, a iniciativa sinaliza responsabilidade e compromisso com a boa administração das contas públicas.

O PEF não é um programa de fácil execução. Ele exige disciplina, cortes de gastos, ajustes de contas e, sobretudo, a renúncia a práticas que corroem a arrecadação, como benefícios fiscais concedidos sem critério. Em outras palavras, trata-se de colocar ordem na casa, fazer aquilo que deveria ser obrigação de qualquer gestor público: garantir que receitas e despesas caminhem em equilíbrio.

O leitor pode se perguntar: “Mas isso não é o básico?” Sim, é. O equilíbrio fiscal deveria ser regra, não exceção. No entanto, no Brasil dos últimos anos, a lógica se inverteu. A austeridade virou raridade e a irresponsabilidade fiscal, infelizmente, tornou-se prática comum. Nesse cenário, a adesão de Campo Grande ao PEF ganha relevância, pois demonstra que ainda há espaço para o cumprimento daquilo que deveria ser óbvio: gastar apenas o que se arrecada, planejar investimentos com responsabilidade e evitar aventuras financeiras que comprometam o futuro da cidade.

Mais do que um gesto administrativo, a medida abre portas para novas oportunidades. Ao aderir ao programa, o Município terá acesso a crédito, recurso que pode ser decisivo para destravar obras, modernizar serviços e investir em áreas estratégicas. Mas aqui cabe uma advertência: crédito não é sinônimo de cheque em branco. É preciso que cada centavo seja aplicado com rigor, transparência e foco em resultados concretos para a população.

O PEF, portanto, não deve ser visto apenas como um mecanismo de ajuste, mas como uma chance de reposicionar Campo Grande em um patamar de responsabilidade fiscal que inspire confiança. A cidade, que já enfrenta desafios de infraestrutura, mobilidade e serviços públicos, precisa de recursos bem administrados para avançar. O programa pode ser o caminho para isso, desde que não se perca de vista o princípio fundamental: equilíbrio.

Esperamos que a medida seja boa, que as contas se equilibrem e que o crédito conquistado seja utilizado de forma inteligente. O futuro de Campo Grande depende da capacidade de seus gestores de transformar disciplina fiscal em desenvolvimento real. Se a adesão ao PEF for conduzida com seriedade, poderá marcar um divisor de águas na administração municipal, mostrando que responsabilidade e crescimento podem, sim, andar de mãos dadas.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).