O delegado-geral da Polícia Civil Adriano Garcia Geraldo pediu afastamento da posição que ocupa, na chefia da polícia judiciária de Mato Grosso do Sul.
O Correio do Estado adiantou, na manhã desta sexta-feira, em primeira mão, a queda de Adriano Garcia Geraldo.
Ele enviou carta ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) nesta sexta-feira (18).
“Por questões de cunho pessoal e familiar, opta por colocar à disposição de Vossa Excelência a função em apreço, cujos motivos que ensejaram a presente tomada de decisão serão esclarecidas pessoalmente em momento oportuno”, afirmou o chefe da Polícia Civil em carta endereçada ao governador.
Mais cedo, o Correio do Estado apurou que Adriano Garcia Geraldo seria afastado automaticamente pelas autoridades de segurança pública, pedindo ou não afastamento. O motivo seria garantir a isenção da investigação, e poupar a administração estadual de desgaste por causa do incidente.
Pela manhã a movimentação na cúpula do governo do Estado já era grande. A avaliação foi de que a versão dada na quinta-feira, de que o incidente envolvendo o chefe da Polícia Civil com a jovem seria investigado por um subordinado dele, não foi recebida na cúpula.
Na noite de quarta-feira, na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande, o delegado-geral de Mato Grosso do Sul perseguiu uma jovem de 24 anos no trânsito, depois de irritar-se primeiramente com o carro dela ter sido afogado por um longo tempo. O delegado estava atrás do carro dela, buzinando, e irritou-se ainda mais depois que a jovem, cansada das buzinas e tentando religar o carro, mostrou o dedo médio ao delegado.
Houve perseguição que terminou na calçada de uma escola de idiomas. Antes do fim da perseguição, porém, Adriano Garcia Geraldo, que estava em um Hyundai Elantra descaracterizado, furou - à bala - os três pneus do carro da jovem, apontou a arma para ela, e ainda mobilizou pelo menos cinco outros policiais civis e militares.
Acuada, a moça resistiu a sair do carro, enquanto o delegado gesticulava, demonstrando descontrole, mostram as imagens. Nem mesmo o conserto do veículo da moça, um Renault Kwid, o delegado pagou: ela teve de acionar a franquia de seu seguro.
“Acho que o delegado deveria passar por uma avaliação psicológica, ele é um desequilibrado”, disse a jovem ao Correio do Estado.