Política

Entrevista

"A migração do eSaj para o sistema eProc vai dar mais agilidade aos processos"

Presidente do TJMS, Dorival Pavan anuncia, em primeira mão, a migração do eSaj, atual sistema, para o eProc, que usa inteligência artificial; ele também diz como vai reforçar o combate à violência doméstica

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) está passando por uma fase de transformação tecnológica e administrativa. Uma das principais mudanças é a substituição do sistema eSAJ pelo sistema eProc, que promete otimizar a tramitação processual e tornar o trabalho dos magistrados e dos advogados mais eficiente.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o presidente da Corte, desembargador Dorival Renato Pavan, fala desta mudança que promete mais agilidade e do fim do que ele chama de “tempo morto” na tramitação de um processo. 

Além das inovações tecnológicas, Pavan também destaca convênios estratégicos com o governo para ampliar a proteção às vítimas de violência doméstica. Essas parcerias visam tornar o atendimento mais ágil e eficaz, proporcionando um suporte mais estruturado e acessível às vítimas.

Paralelamente, temas como benefícios financeiros concedidos a magistrados e investigações em andamento no Judiciário, que têm gerado debates, também são comentados pelo presidente do TJMS. 

O senhor chega em um momento em que a sociedade tem elevado suas cobranças ao Judiciário. Qual a resposta que é possível dar à sociedade neste período em que a comunicação é quase instantânea?

Primeiro, eu cheguei em um momento em que eu realmente não esperava, minha pretensão era de ser presidente daqui a dois anos. Então, foi antecipado, por uma série de fatores, mas, enfim, eu assumo a presidência do Tribunal de Justiça nesse momento de grandes atribulações, inclusive em termos nacionais. 
E eu gostaria de destacar que o Judiciário, nessa interlocução com a sociedade, sempre foi lento. O Judiciário trabalha de uma maneira mais lenta que o natural, porque é típico do juiz examinar e decidir mais pausadamente. 

Mas penso que essa comunicação lenta do Judiciário com o cidadão não pode existir. Tem de haver meios mais rápidos de resposta. Como se fosse abrir as portas para dizer: “Nós estamos fazendo isso de bom, aquilo de bom. Isso é ruim, vamos tentar mudar”.

Por isso, devemos fazer esse tipo de interlocução de uma forma mais rápida, porque, hoje, com as redes sociais em plena evolução, uma notícia em 5 minutos pode se atrasar porque tem uma mais nova em cima dela. 

Nos últimos anos também tem havido um escrutínio maior do Poder Judiciário? Qual deve ser a resposta para essas questões, como as críticas a respeito da remuneração dos juízes?

A imprensa trata a questão de renda do magistrado como penduricalho. Eu repudio essa afirmação. Por quê? Porque não se trata de penduricalhos, são direitos adquiridos pelos magistrados que eram devidos e não foram pagos em tempo oportuno.

Em face dos valores [a que se tem direito] reconhecidos, paga-se parceladamente, agrega-se ao valor que é pago como subsídio. Por isso são valores indenizatórios.

Há algumas semanas, a imprensa noticiou um fato de um trabalhador que ganhou R$ 832 mil na Justiça do Trabalho, em face do empregador, em face dos valores não pagos. Isso veio a público porque o advogado dele teria supostamente se apropriado desses valores.

Isso me chamou a atenção, e esse valor corrigido já passava de R$ 1 milhão. O trabalhador comum também tem isso. Se ele não tem verba trabalhista, ele vai à Justiça, que reconhece o direito, e ele recebe.

Agora, eu lhe pergunto: por que deveria ser diferente com o juiz ou o magistrado? Se ele também trabalhou e fez jus a certas verbas, que não foram pagas e foram reconhecidas como devidas, elas devem ser pagas com juros e correção. Onde está o penduricalho nisso?

Isso está, na realidade, no tratamento pejorativo que a imprensa dá. Indevidamente, porque deixa de falar que são direitos expressamente reconhecidos como devidos a cada juiz, tanto se fosse o caso por reconhecimento judicial, quanto pelo fato de que o Conselho Nacional de Justiça entendeu que esses valores são devidos e mandou pagar. Por isso, esses valores têm de ser pagos mesmo, sob pena de enriquecimento indevido da administração em detrimento de um magistrado que prestou serviço e não recebeu. É simples assim.

Sobre as investigações contra magistrados, não só aqui em Mato Grosso do Sul, mas no Brasil, como você vê esse olhar mais atento da sociedade?

O magistrado também é um trabalhador e, como a maioria dos trabalhadores do Brasil, também pode ter um problema ou outro. É natural este escrutínio da sociedade em relação ao trabalho do magistrado. 

Eu digo para você o seguinte: é a forma de controle que a sociedade tem e está em um dispositivo da Constituição, que diz que as decisões devem ser fundamentadas. A fundamentação da decisão é a prestação de contas à sociedade. 

Mas, enquanto o magistrado está atuando de forma natural em seu trabalho, o escrutínio sobre o trabalho não é colocado em discussão. Ele só vem à discussão quando há um entrave, um deslize, e isso por conta das investigações que acontecem. 

Eu sempre digo que deslizes podem acontecer em qualquer ambiente. E a magistratura não está infensa a isso, lamentavelmente. Só que nós não devemos julgar e condenar imediatamente. Nós devemos esperar o devido processo legal, a manifestação dos réus, dos indiciados no processo respectivo, a resposta que ele dá, a documentação que ele entrega... E, depois de julgado, nós vamos então fazer nosso juízo de valor. Porque o que acontece até agora é que a imprensa noticia e a condenação já existiu. 

Temos de trabalhar com a presunção de inocência. O Judiciário só trabalha com a presunção de inocência. O que não podemos, além de julgar antecipadamente, é colocar como se todo o Judiciário fosse isso. Não é. 
O Judiciário não pode ser prejudicado em sua função institucional pelo fato de que surgem, aqui ou acolá, algumas denúncias em relação a fatos denunciados. 

O que vem sendo feito para dar mais agilidade à Central de Processamento Eletrônico (CPE)?

O problema hoje da CPE é o advogado não ter meios para saber onde está o seu processo, em que fase está e quanto tempo vai demorar para fazer o cumprimento de uma medida judicial. Porque a CPE é uma coisa que ficou fechada, os processos vão todos para esta central, que tem mais de 700 servidores trabalhando lá, atendendo o Estado inteiro. 

É direito do advogado saber como está o seu processo. Ele tem o direito para poder informar seu cliente, mas ele não consegue chegar a ter essa informação. O que nós conversamos com a OAB? Que nós vamos melhorar o canal de comunicação. 

Estamos instalando um balcão virtual, que é uma forma de melhorar a comunicação entre o advogado e a CPE, para que ele tenha uma resposta rápida sobre em que pé está o processo dele. Se ele tiver uma reforma, informa ao cliente. 

Mas outro ponto que eu considero muito importante destacar no caso da CPE é que ela absorveu praticamente todo o trabalho do Estado inteiro. Por isso, uma de nossas propostas é fazer uma radiografia sobre se realmente devemos manter o mesmo número de processos sendo despachados pela CPE ou se podemos desvincular alguns juízos que têm mais problemas na CPE para que sejam cumpridos na própria comarca. 

Estamos discutindo esta proposta ainda, temos de saber se ela é viável e se temos número suficiente de servidores na comarca para atender a essa demanda. Um movimento desse gera despesa e impacta o orçamento, por isso, temos de equilibrar. 

O que está sendo feito para se dar mais agilidade à prestação jurisdicional?

Uma outra solução que vai ajudar muito é a migração de sistema do atual eSaj para o eProc. O eProc é um sistema criado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região [TRF4] e é gratuito. Teremos uma apresentação dele no dia 19 [de março]. 

Temos o eSaj, que está em grande parte dos tribunais do Brasil desde antigamente. Hoje, todos estão saindo deste sistema e migrando para o eProc. São poucos os tribunais brasileiros que continuam com o eSaj. Nós seremos um dos últimos a sair. 

Como é, na prática, o eProc?

Ele é gratuito e tem acoplado nele a inteligência artificial [IA]. Ele aprende com o próprio andamento do sistema [machine learning] e vai eliminar o que chamamos de “tempo morto” do processo. Porque o juiz dá o despacho inicial na ação: “Cite-se, para contestar, querendo, em 15 dias”. Ou seja, um despacho inicial de uma ação comum. O sistema vai fazer com que esta citação seja feita. Feita a citação, imediatamente ele aguarda o tempo da resposta do réu. Tudo isso eletronicamente. Se vier a resposta do réu, ela não volta para o juiz, já vai para o autor contrariar, impugnar a contestação.

O processo só volta para o juiz quando estiver pronto para sentenciar, ou para promover o julgamento antecipado da lide, ou para deferir provas, ou para realizar uma audiência de instrução e julgamento.

Então o sistema fará mais atividades-meio para liberar tempo para o magistrado realizar mais atividades-fim?

A atividade-meio é toda realizada pelo sistema, ele dá conta disso. Já a atividade-fim é do juiz. O juiz vem para decidir sobre uma preliminar, ou sobre a realização de uma audiência, ou para sentenciar. 

A inteligência artificial vai fazer uma leitura prévia do processo e dar para o juiz os pontos que foram debatidos, as provas que estão nos autos, já para o juiz fazer o relatório dele e ter todos os elementos necessários para poder fazer a sentença. Então, veja: será uma evolução muito grande, um passo gigantesco no andamento do processo, que vai fazer com que o “tempo morto” diminua. 

O que o Judiciário pode fazer, efetivamente, para reduzir a violência doméstica?

O feminicídio começa por uma questão cultural. O marido, dentro desta sociedade patriarcal que nós vivemos, comanda o lar e acredita que a mulher deve subserviência a ele, pratica a violência em função exatamente desta condição que ele tem de patriarca em relação à mulher, que ele acredita que lhe deveria obediência, e não é assim que tem que ser. 

A sociedade não é mais isso, não é mesmo? Essa transformação social ainda não está inserida em alguns meios familiares e gera esse tipo de violência, oriunda da sobreposição do homem em relação à mulher. É uma cultura que tem de mudar. 

A segunda coisa é a estrutura que o poder público oferece para a proteção da mulher, não é mesmo? Nós tínhamos, aqui, em Campo Grande, uma Vara da Violência Doméstica e resolvemos criar a 2ª Vara da Violência Doméstica. 

Com duas varas em operação, há uma maior divisão do trabalho, uma possibilidade maior de decisões mais rápidas e com maior qualidade. 

Estamos, inclusive, ampliando a possibilidade de o juiz examinar os fatos que vêm à mão dele para poder dar a decisão mais adequada ao caso. Firmamos um convênio com o governo do Estado para que o sistema Sigo, da Polícia Civil, possa ser integrado ao eSaj e o juiz ter condições de examinar imediatamente qual é o antecedente criminal deste indivíduo, para poder já dar a medida mais adequada. Porque, em alguns casos, uma simples ordem de afastamento não resolve.

No caso do agressor da jornalista [Vanessa Ricarte, assassinada em fevereiro pelo ex-noivo], pelo histórico dele, seria o caso de decretar a prisão já após o atendimento. 

Outro convênio que estamos firmando é com o estado de Mato Grosso do Sul, para a criação de um Batalhão da Lei Maria da Penha, com viaturas e homens e mulheres devidamente treinados para cumprir mandados expedidos nessas duas varas de defesa da mulher. 

O que mais lhe preocupada no momento atual do Poder Judiciário?

Eu estou preocupado com o estrangulamento da prestação jurisdicional, com o atraso dos processos. Nós temos 834 mil processos que estão aí há meses ou anos para serem decididos. Isso passa ao cidadão uma sensação de desconforto, de desconfiança do Judiciário, porque ele vai em juízo, espera ter um direito que ele sabe que tem, mas esse direito não é reconhecido ou demora para ser reconhecido. Isso gera insatisfação. Insatisfação jurídica, inclusive. 

Mas, para resolver isso, nós precisamos de juízes e precisamos de servidores. E nosso orçamento está estrangulado. Então, vou precisar passar por uma reestruturação de orçamento para poder fazer frente a este tipo de coisa, para eu poder atacar efetivamente os problemas que eu devo atacar. Isso, contudo, me angustia, porque tenho angústia com processo parado, porque eu sei que o cidadão está precisando de resposta. 

Mas nós já começamos a dar essa resposta. Fizemos uma primeira força-tarefa, pegamos uma das varas aqui de Campo Grande, que estava com 9 mil processos parados, remanejamos um juiz temporariamente para que a tarefa fosse feita e nós temos juízes com um volume menor de processos. Como tudo é virtual, este trabalho é feito pelo sistema. 

Por exemplo: pego de três a cinco juízes de comarcas do interior, nomeio estes juízes para atuarem temporariamente em processos daqui.

Perfil

Dorival Renato Pavan

Dorival Renato Pavan, atual presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), é natural de Mandaguari (PR) e ingressou na magistratura em 1985. É desembargador desde 2008. Foi vice-presidente do TJMS no biênio 2023-2024 e assumiu a presidência neste ano. 

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Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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