Política

SEGUNDO TURNO

Adriane e Rose disputam os votos dos evangélicos em Campo Grande

Evangélicas, as duas candidatas a prefeita estão disputando o apoio desse segmento para conseguir a vitória no dia 27

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A importância dos evangélicos no segundo turno das eleições municipais em Campo Grande aumentou exponencialmente com a definição da atual prefeita, Adriane Lopes (PP), e da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) como as duas candidatas que vão disputar a preferência do eleitorado campo-grandense para saber quem administrará o município pelos próximos quatro anos.

Afinal, enquanto Adriane Lopes é missionária há 20 anos da Assembleia de Deus Missões, Rose Modesto é da “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo” há 32 anos, ou seja, ambas são evangélicas e contam com os votos desse segmento religioso para continuar na cadeira de chefe do Executivo municipal, no caso da primeira, ou assumir o cargo, no caso da segunda.

Atualmente, conforme levantamento realizado pelo Correio do Estado, 36% do eleitorado campo-grandense é evangélico. Ou seja, dos 481.399 eleitores que compareceram às urnas no domingo, 173.303 são evangélicos. Portanto, esse segmento deve ser o fiel da balança neste segundo turno.

A quantidade de evangélicos é muito maior do que os votos que Adriane Lopes e Rose Modesto fizeram no primeiro turno, já que a primeira teve 140.913 votos, enquanto a segunda somou 131.525 votos.

Por isso, as duas já começaram a disputa pela preferência desse eleitorado e, dessa forma, pavimentar a vitória no dia 27, quando será realizado o segundo turno das eleições municipais.

Em conversa com Adriane Lopes, ela revelou à reportagem que já formou uma comissão dentro da sua coordenação de campanha eleitoral para conservar com os pastores. “Nessas reuniões, estamos demonstrando as nossas propostas para eles e convidando a todos para fazer parte do nosso grupo neste segundo turno”, explicou.

A prefeita não sabe a quantidade de votos de evangélicos que teve no primeiro turno, mas já trabalha para que seja muito maior neste segundo turno.

“É difícil mensurar quantos evangélicos votaram em mim no primeiro turno, pois há um conselho de pastores das igrejas maiores, mas tem ainda um grupo de igrejas menores que não fazem parte desse conselho. No entanto, posso assegurar que recebemos o apoio de vários grupos, e agora o desafio é tentar ampliar esses votos”, assegurou.

Já Rose Modesto disse ao Correio do Estado que sempre esteve inserida na sua congregação, na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“O evangélico é um eleitor mais conservador, que defende pautas em prol da vida e dos princípios cristãos. Tenho uma história de vida como evangélica e costumo me posicionar politicamente indo ao encontro do que os evangélicos defendem”, garantiu.
A candidata recordou que a lei municipal que tornou a música gospel como manifestação cultural em Campo Grande foi de sua autoria quando foi vereadora.

“Na primeira Marcha para Jesus realizada em Campo Grande, há 29 anos, eu ajudei na organização, e até trouxemos o cantor e compositor de música gospel, o pastor David Martin Quinlan, que nasceu em Belfast, na Irlanda do Norte, e é naturalizado brasileiro”, enfatizou.

Ela completou que, apesar de ser evangélica, não significa que todos os evangélicos estão lhe apoiando. “Há lideranças comigo e outras com a minha adversária. Porém, minha vida foi pautada a favor da vida, a favor das crianças e contra a corrupção. É um processo natural para mim, tenho um trabalho político que vai ao encontro das pautas evangélicas”, argumentou. 

COBIÇADOS

O vereador Silvio Pitu (PSDB), que foi reeleito com 6.409 votos e tornou-se o candidato evangélico reeleito para a Câmara Municipal de Campo Grande com a maior quantidade de votos no pleito deste ano, informou à reportagem que representantes das duas candidatas já procuraram a Igreja Sara Nossa Terra, da qual ele faz parte e é um dos líderes políticos da congregação no município.

“O deputado estadual Professor Rinaldo [Podemos], que é irmão da candidata Rose Modesto, já foi procurar o bispo da Sara Nossa Terra, mas recebeu a informação que quem definirá qual das duas candidatas a igreja vai apoiar seria eu e o bispo Vinícius”, revelou o parlamentar. 

Ele também contou que o deputado estadual Lídio Lopes (sem partido), marido da candidata Adriane Lopes, também entrou em contato por telefone. “O Lívio me deu os parabéns pela minha reeleição, e expliquei para ele que ainda vamos definir o nosso apoio. Primeiro tenho de esperar a definição do meu partido, que é o PSDB, depois, vou tomar a minha decisão, o que deve acontecer até quinta-feira”, informou.

Silvio Pitu argumentou que a Sara Nossa Terra nunca tinha elegido um parlamentar com mais votos que os candidatos das outras igrejas evangélicas de Campo Grande.

“Neste pleito, além de ser o mais votado do PSDB, ainda fiquei na frente dos outros candidatos evangélicos Papy [PSDB], Neto Santos [Republicanos], Herculano Borges [Republicanos] e Clodoilson Pires [Podemos]”, comemorou, reforçando que os evangélicos estão em franco crescimento na Capital.

36% do eleitorado de campo grande é evangélico

Dos 481.399 que foram às urnas, 173.303 eram evangélicos.

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RECONHECIMENTO

Conselheiro Jerson Domingos recebe reconhecimento por sua liderança no TCE-MS

Durante seu mandato, o ex-presidente consolidou um modelo de gestão pautado na transparência, responsabilidade e eficiência

27/03/2025 08h49

O conselheiro Jerson Domingos foi presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) até o início deste ano

O conselheiro Jerson Domingos foi presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) até o início deste ano Divulgação

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A atuação do conselheiro Jerson Domingos à frente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) recebeu um importante reconhecimento da Associação Nacional dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon). Em ofício encaminhado pela entidade, foi exaltada a gestão eficiente e comprometida de Domingos, que fortaleceu o controle externo e promoveu avanços significativos na fiscalização da administração pública.

Durante seu mandato, Jerson Domingos consolidou um modelo de gestão pautado na transparência, responsabilidade e eficiência, destacando-se pela proximidade com os gestores públicos e pelo compromisso com a orientação técnica. Sua liderança foi fundamental para impulsionar iniciativas que aprimoraram a prestação de contas e estimularam a boa governança no estado.

O documento ressalta que a parceria institucional mantida com a Atricon e outras entidades foi crucial para a modernização e aprimoramento dos tribunais de contas, consolidando boas práticas e fortalecendo a fiscalização dos recursos públicos. E que o legado de Jerson Domingos reflete-se não apenas na gestão pública mais eficiente, mas também na melhoria das condições de vida da população sul-mato-grossense.

Primeira Infância

Dentre os feitos da administração do conselheiro Jerson Domingos, merece destaque especial o trabalho voltado para a primeira infância. Sob sua gestão, o TCE-MS criou o Programa Integrado pela Garantia dos Direitos da Primeira Infância – PPI, intensificou a fiscalização das políticas públicas destinadas às crianças na primeira fase da vida, garantindo que investimentos e programas voltados à educação infantil, saúde e assistência social fossem devidamente aplicados.

O compromisso com a proteção e o desenvolvimento das crianças resultou em ações concretas para assegurar condições mais justas e equitativas para a população infantil do estado. Dentre as ações, destaca-se o trabalho de orientação aos 79 municípios de Mato Grosso do Sul para elaboração do Plano Municipal da Primeira Infância (PMPI), com especial destaque ao portal criado na internet para monitoramento das etapas dos planos.

Com uma trajetória marcada pela dedicação e pelo compromisso com o bem comum, Jerson Domingos deixa um exemplo inspirador para as futuras gerações de gestores públicos. Seu trabalho no TCE-MS reafirma a importância de uma gestão transparente e voltada para a promoção de políticas públicas eficazes, especialmente para aqueles que mais necessitam de atenção: as crianças em sua primeira infância.

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GOLPE DE ESTADO

Decisão histórica do STF põe no banco dos réus 4 generais

Desde a Proclamação da República, em 1889, nenhum oficial general das Forças Armadas foi indiciado nem condenado pelo crime de tentativa de golpe de Estado

27/03/2025 08h00

Primeira Turma do STF durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e os 4 oficiais generais

Primeira Turma do STF durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e os 4 oficiais generais Foto: Antonio Augusto/STF

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Pela primeira vez na história do Brasil, uma investigação contra quatro oficiais generais das Forças Armadas por tentativa de golpe de Estado avança a ponto de torná-los réus.

Trata-se do almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil; o general de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI); o general de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa; e o general de Exército Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro.

Eles passarão a responder a um processo penal, o que pode levar à prisão, a depender da pena. A decisão foi proferida ontem pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Desde a Proclamação da República, em 1889, nenhum militar de alta patente foi indiciado nem condenado pelo crime de tentativa de golpe de Estado.

Conforme o professor de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Fico, em 1922, o então presidente Hermes da Fonseca foi preso por supostamente estar envolvido na tentativa de deposição do presidente Epitácio Pessoa.

Segundo o professor, houve somente o “início de um inquérito”, que não foi concluído, uma vez que Fonseca morreu antes disso. Então, apesar da prisão que durou seis meses, ele não foi julgado formalmente.
Também, no caso dos oficiais generais que planejaram a tentativa de golpe de Estado, uma investigação como essa nunca foi tão longe, com a possibilidade de condenar à prisão os responsáveis na esfera penal.

“Em todos os casos de tentativas de golpe e pronunciamentos militares contra presidentes, nunca houve a efetiva punição de militares golpistas. Mesmo nos casos em que houve o início de alguma investigação, uma anistia acabou sendo aprovada”, diz Fico.

O historiador ressalta que, no contexto da última ditadura que o Brasil viveu, de 1964 a 1985, a Lei da Anistia, de 1979, impediu a punição de “qualquer pessoa”, inclusive dos militares.

De acordo com Fico, crimes graves de violação de direitos humanos não foram julgados em função dessa legislação, episódio que ficou conhecido como “perdão aos torturadores”.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV), que funcionou de 2012 a 2014, reconheceu a responsabilidade de diversos militares, mas não tinha poder para julgar nem punir.

DEFESAS DOS RÉUS

As defesas dos quatro oficiais de alta patente das Forças Armadas avaliaram que o acolhimento da denúncia pelo STF era esperado. Os advogados, porém, salientaram que o processo ainda está na fase inicial.

Ao aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo tornou os denunciados réus. Assim, eles passarão a responder a um processo judicial. 

No fim da ação, eles serão absolvidos ou condenados, com penas a serem definidas pelos magistrados.

O advogado e ex-senador Demóstenes Torres, que representa o ex-comandante Garnier, avaliou que “cumpriu-se a previsão” do julgamento.

“Agora, abre-se o leque para que nós possamos fazer o contraditório e a ampla defesa”, declarou.

Segundo José Luis Oliveira Lima, o Juca, advogado que defende o general Braga Netto, o “jogo está começando”. Ele também reafirmou que durante a instrução provará a inocência do ex-ministro.

“Estamos em uma fase inicial, como todos os ministros fizeram questão de pontuar. É uma fase preliminar em que verificaram indícios de autoria, prova da materialidade. O jogo está começando. Temos ainda uma instrução criminal pela frente, a oitiva das testemunhas de acusação, a oitiva das testemunhas de defesa, ao fim os interrogatórios dos denunciados e toda a prova escrita que as defesas vão apresentar”, afirmou.

A defesa de Garnier indicou que deve questionar ao longo do processo a delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que serviu para parte da obtenção de provas da PGR.

SAIBA

Principais argumentos de Alexandre de Moraes

1) “Indícios fortes de autoria”: O ministro Alexandre de Moraes sustentou que há elementos robustos para justificar o recebimento da denúncia e a abertura do processo criminal. Segundo ele, a denúncia apresentada pela PGR é “detalhada, compreensível e coerente” e oferece aos acusados todas as condições necessárias para exercerem 
seu direito de defesa.

2) Ataques do 8 de Janeiro: Moraes exibiu vídeos da invasão às sedes dos Três Poderes, ocorrida em 8/1/2023, para contextualizar a denúncia e reforçar a ligação entre os acusados e os atos violentos. Ele classificou o episódio como uma “guerra campal” e “tentativa de golpe violentíssimo”.

3) Ataques às instituições: Ao longo do voto, o ministro destacou que Bolsonaro 
adotou uma postura sistemática de descredibilização das instituições, em especial 
o STF e o sistema eleitoral.

*Com informações de agências

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