Política

ELEIÇÕES 2024

Adriane Lopes deve receber apoio do governador no 2º turno das eleições

A prefeita da Capital e a senadora Tereza Cristina se reuniram no fim da tarde de ontem com o governador Eduardo Riedel

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Após mais de uma hora de reunião a portas fechadas, realizada no fim da tarde de ontem entre o governador Eduardo Riedel (PSDB), a senadora Tereza Cristina (PP) e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), o apoio do tucano à reeleição da candidata progressista no segundo turno das eleições municipais deste ano está praticamente sacramentado.

Apesar de Riedel bater na tecla de que a decisão oficial de o PSDB apoiar ou não Adriane será definida e anunciada no fim da tarde de hoje pelo presidente municipal da sigla, o deputado federal Beto Pereira – que foi o candidato do partido à prefeitura, mas que não conseguiu chegar ao segundo turno –, fontes tucanas e progressistas ouvidas pelo Correio do Estado dão como certa que as duas legendas caminharão unidas mais uma vez.

Em 2022, no segundo turno das eleições gerais, Adriane declarou apoio à candidatura de Riedel ao governo do Estado, enquanto a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) – então candidata derrotada ao cargo no pleito daquele ano – bateu o martelo a favor da candidatura do deputado estadual Capitão Contar (PRTB).

Agora, conforme as fontes ouvidas pela reportagem, chegou a vez de o governador retribuir o favor da prefeita e, neste segundo turno, declarar apoio à reeleição dela.

Afinal, Adriane é indicação de Tereza Cristina, amiga de longa data de Riedel desde o tempo em que ele era presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul).

E é essa reciprocidade que fez com que a senadora fosse procurar o governador para pedir o apoio dele à prefeita neste segundo turno.

Ao Correio do Estado, Tereza Cristina afirmou que a reunião com Riedel foi muito produtiva, mas que ele disse que a definição sobre esse apoio a Adriane sairá do encontro das lideranças municipais do PSDB com Beto Pereira.

“A conversa foi muito boa, mas o Eduardo deixou essa decisão nas mãos do Beto. Ele foi muito receptivo, e agora só nos resta esperar”, declarou, reforçando que o apoio tem de ser pedido, pois ele “não cai do céu”. Tereza Cristina disse à reportagem que estava embarcando para Brasília (DF), onde terá votações importantes no Senado.

Contudo, ela revelou que vai aproveitar a estadia na capital federal para conversar com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), a fim de alinhar o apoio da sigla à candidata Adriane Lopes neste segundo turno.

DIRETÓRIO MUNICIPAL

A reportagem apurou que Beto Pereira não deverá declarar apoio a nenhuma de suas adversárias que estão no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Campo Grande.

Entretanto, o deputado federal agendou uma entrevista coletiva para a tarde de hoje, quando anunciará o seu posicionamento e o do PSDB para o segundo turno do pleito, que será disputado entre Adriane Lopes e Rose Modesto no dia 27.
A tendência é de que o parlamentar libere o partido para apoiar quem desejar.

Porém, a maioria das lideranças tucanas já trata como “inevitável” uma aliança com Adriane, pois a legenda mantém relações muito próximas com o PP, diferentemente de Rose Modesto, cuja relação foi truculenta durante a campanha eleitoral.

E é nesse contexto de “feridas abertas” que empurra o PSDB em direção a Adriane e que deve afastá-lo de Rose neste segundo turno.

O Correio do Estado procurou o ex-governador Reinaldo Azambuja, que é o presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul. Ele confirmou a reunião de hoje à tarde para definir essa questão.

“A decisão cabe ao diretório municipal do PSDB, do qual o Beto é o presidente. Portanto, esse assunto cabe a ele resolver”, frisou.

Fontes de dentro do partido cravaram que a tendência é de que o deputado federal fique neutro, pois durante sua campanha ele combateu as duas candidatas, falando que ambos não seriam boas gestoras para Campo Grande.

No entanto, o restante do ninho tucano deverá embarcar no projeto de reeleição de Adriane Lopes.

RECONHECIMENTO

Conselheiro Jerson Domingos recebe reconhecimento por sua liderança no TCE-MS

Durante seu mandato, o ex-presidente consolidou um modelo de gestão pautado na transparência, responsabilidade e eficiência

27/03/2025 08h49

O conselheiro Jerson Domingos foi presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) até o início deste ano

O conselheiro Jerson Domingos foi presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) até o início deste ano Divulgação

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A atuação do conselheiro Jerson Domingos à frente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) recebeu um importante reconhecimento da Associação Nacional dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon). Em ofício encaminhado pela entidade, foi exaltada a gestão eficiente e comprometida de Domingos, que fortaleceu o controle externo e promoveu avanços significativos na fiscalização da administração pública.

Durante seu mandato, Jerson Domingos consolidou um modelo de gestão pautado na transparência, responsabilidade e eficiência, destacando-se pela proximidade com os gestores públicos e pelo compromisso com a orientação técnica. Sua liderança foi fundamental para impulsionar iniciativas que aprimoraram a prestação de contas e estimularam a boa governança no estado.

O documento ressalta que a parceria institucional mantida com a Atricon e outras entidades foi crucial para a modernização e aprimoramento dos tribunais de contas, consolidando boas práticas e fortalecendo a fiscalização dos recursos públicos. E que o legado de Jerson Domingos reflete-se não apenas na gestão pública mais eficiente, mas também na melhoria das condições de vida da população sul-mato-grossense.

Primeira Infância

Dentre os feitos da administração do conselheiro Jerson Domingos, merece destaque especial o trabalho voltado para a primeira infância. Sob sua gestão, o TCE-MS criou o Programa Integrado pela Garantia dos Direitos da Primeira Infância – PPI, intensificou a fiscalização das políticas públicas destinadas às crianças na primeira fase da vida, garantindo que investimentos e programas voltados à educação infantil, saúde e assistência social fossem devidamente aplicados.

O compromisso com a proteção e o desenvolvimento das crianças resultou em ações concretas para assegurar condições mais justas e equitativas para a população infantil do estado. Dentre as ações, destaca-se o trabalho de orientação aos 79 municípios de Mato Grosso do Sul para elaboração do Plano Municipal da Primeira Infância (PMPI), com especial destaque ao portal criado na internet para monitoramento das etapas dos planos.

Com uma trajetória marcada pela dedicação e pelo compromisso com o bem comum, Jerson Domingos deixa um exemplo inspirador para as futuras gerações de gestores públicos. Seu trabalho no TCE-MS reafirma a importância de uma gestão transparente e voltada para a promoção de políticas públicas eficazes, especialmente para aqueles que mais necessitam de atenção: as crianças em sua primeira infância.

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GOLPE DE ESTADO

Decisão histórica do STF põe no banco dos réus 4 generais

Desde a Proclamação da República, em 1889, nenhum oficial general das Forças Armadas foi indiciado nem condenado pelo crime de tentativa de golpe de Estado

27/03/2025 08h00

Primeira Turma do STF durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e os 4 oficiais generais

Primeira Turma do STF durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e os 4 oficiais generais Foto: Antonio Augusto/STF

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Pela primeira vez na história do Brasil, uma investigação contra quatro oficiais generais das Forças Armadas por tentativa de golpe de Estado avança a ponto de torná-los réus.

Trata-se do almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil; o general de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI); o general de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa; e o general de Exército Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro.

Eles passarão a responder a um processo penal, o que pode levar à prisão, a depender da pena. A decisão foi proferida ontem pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Desde a Proclamação da República, em 1889, nenhum militar de alta patente foi indiciado nem condenado pelo crime de tentativa de golpe de Estado.

Conforme o professor de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Fico, em 1922, o então presidente Hermes da Fonseca foi preso por supostamente estar envolvido na tentativa de deposição do presidente Epitácio Pessoa.

Segundo o professor, houve somente o “início de um inquérito”, que não foi concluído, uma vez que Fonseca morreu antes disso. Então, apesar da prisão que durou seis meses, ele não foi julgado formalmente.
Também, no caso dos oficiais generais que planejaram a tentativa de golpe de Estado, uma investigação como essa nunca foi tão longe, com a possibilidade de condenar à prisão os responsáveis na esfera penal.

“Em todos os casos de tentativas de golpe e pronunciamentos militares contra presidentes, nunca houve a efetiva punição de militares golpistas. Mesmo nos casos em que houve o início de alguma investigação, uma anistia acabou sendo aprovada”, diz Fico.

O historiador ressalta que, no contexto da última ditadura que o Brasil viveu, de 1964 a 1985, a Lei da Anistia, de 1979, impediu a punição de “qualquer pessoa”, inclusive dos militares.

De acordo com Fico, crimes graves de violação de direitos humanos não foram julgados em função dessa legislação, episódio que ficou conhecido como “perdão aos torturadores”.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV), que funcionou de 2012 a 2014, reconheceu a responsabilidade de diversos militares, mas não tinha poder para julgar nem punir.

DEFESAS DOS RÉUS

As defesas dos quatro oficiais de alta patente das Forças Armadas avaliaram que o acolhimento da denúncia pelo STF era esperado. Os advogados, porém, salientaram que o processo ainda está na fase inicial.

Ao aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo tornou os denunciados réus. Assim, eles passarão a responder a um processo judicial. 

No fim da ação, eles serão absolvidos ou condenados, com penas a serem definidas pelos magistrados.

O advogado e ex-senador Demóstenes Torres, que representa o ex-comandante Garnier, avaliou que “cumpriu-se a previsão” do julgamento.

“Agora, abre-se o leque para que nós possamos fazer o contraditório e a ampla defesa”, declarou.

Segundo José Luis Oliveira Lima, o Juca, advogado que defende o general Braga Netto, o “jogo está começando”. Ele também reafirmou que durante a instrução provará a inocência do ex-ministro.

“Estamos em uma fase inicial, como todos os ministros fizeram questão de pontuar. É uma fase preliminar em que verificaram indícios de autoria, prova da materialidade. O jogo está começando. Temos ainda uma instrução criminal pela frente, a oitiva das testemunhas de acusação, a oitiva das testemunhas de defesa, ao fim os interrogatórios dos denunciados e toda a prova escrita que as defesas vão apresentar”, afirmou.

A defesa de Garnier indicou que deve questionar ao longo do processo a delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que serviu para parte da obtenção de provas da PGR.

SAIBA

Principais argumentos de Alexandre de Moraes

1) “Indícios fortes de autoria”: O ministro Alexandre de Moraes sustentou que há elementos robustos para justificar o recebimento da denúncia e a abertura do processo criminal. Segundo ele, a denúncia apresentada pela PGR é “detalhada, compreensível e coerente” e oferece aos acusados todas as condições necessárias para exercerem 
seu direito de defesa.

2) Ataques do 8 de Janeiro: Moraes exibiu vídeos da invasão às sedes dos Três Poderes, ocorrida em 8/1/2023, para contextualizar a denúncia e reforçar a ligação entre os acusados e os atos violentos. Ele classificou o episódio como uma “guerra campal” e “tentativa de golpe violentíssimo”.

3) Ataques às instituições: Ao longo do voto, o ministro destacou que Bolsonaro 
adotou uma postura sistemática de descredibilização das instituições, em especial 
o STF e o sistema eleitoral.

*Com informações de agências

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