Em entrevista ao Correio do Estado nesta segunda-feira (8), o presidente nacional do PSDB, deputado federal Aécio Neves, afirmou que os três deputados federais de Mato Grosso do Sul (Beto Pereira, Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira) seguem na legenda para disputar as eleições de 2026. A confirmação veio após reunião entre a direção nacional e os parlamentares, e foi reiterada pelo dirigente.
Segundo Aécio, a nova composição do diretório estadual só foi formalizada após o compromisso dos deputados de seguirem no ninho tucano. Ele destacou que Beto Pereira, atual presidente regional da sigla, já manifestou publicamente a intenção de reorganizar o partido e continuar no projeto tucano.
Cabe destacar que Beto Pereira e Dagoberto foram especulados no Republicanos, enquanto Geraldo Resende teve o nome ventilado no Partido Verde (PV).
A definição ocorre em meio à insatisfação do deputado estadual Pedro Caravina, que cogita deixar o PSDB após não ser escolhido como vice-presidente estadual.
Questionado sobre o risco de perda de deputados federais e estaduais no Mato Grosso do Sul, Aécio minimizou a possibilidade e disse acreditar na permanência da bancada, apesar de reconhecer decisões individuais.
"O PSDB tá passando por um processo de recuperação política e, obviamente, também nas suas estruturas estaduais. Eu assumo a presidência do partido com a responsabilidade de fazer o PSDB protagonista da política nacional, novamente", disse.
Conforme o deputado, o partido precisa se reestabelecer enquanto oposição histórica ao PT. "Eu não acredito que essa polarização sobreviva por muito tempo. Nós somos o único partido que não se curvou nem ao bolsonarismo nem ao lulipetismo nesses últimos anos, recuperar o nosso papel político contra essa polarização rasa, inculta, radical, que tanto mal vem fazendo ao país", declarou.
"Em conversas anteriores com Riedel - hoje no PP - nós chegamos ao entendimento que passa pela permanência dos três parlamentares federais no PSDB. Eu tenho confiança que todos ficarão", disse o deputado, que assegurou que os três sul-mato-grossenses seguirão no ninho tucano para 2026.
Mesmo com a desfiliação do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja que migrou ao PL, Aécio afirmou que o PSDB seguirá politicamente alinhado ao grupo no Mato Grosso do Sul. Ele classificou essa decisão como excepcional e justificou que a avaliação positiva da gestão estadual e a parceria histórica com o partido pesaram para manter o alinhamento.
Para o líder nacional tucano, o partido poderá eleger de três a quatro deputados federais no Estado nas próximas eleições.
Como já mencionado, no cenário nacional, afirmou que o PSDB será oposição ao governo Lula, mas com uma postura democrática e conceitual. Criticou o que chamou de "gastança, apadrinhamento político e falta de investimentos estruturantes".
Disse preferir apoiar uma candidatura de centro para 2026, mas não descartou lançar um nome próprio caso esse projeto não se consolide. Para ele, o país precisa de uma alternativa ao PT e ao bolsonarismo, e pesquisas recentes mostram que parte expressiva dos jovens já prefere o centro político.
*Colaborou Daniel Pedra



