Política

CRISE NO CONGRESSO

Andamento de impeachment de Moraes no Senado é irreversível, avisa Nelsinho

O presidente da Casa de Leis concordou em analisar pedido, que já alcançou as 41 assinaturas necessárias para ser protocolado

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O senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD), nesta sexta-feira, informou o Correio do Estado de que o andamento do pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado é  irreversível.

Ele explicou que o presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já recuou da declaração dada na quinta-feira, quando afirmou que não pautaria o pedido mesmo que alcançasse 81 assinaturas.

“O Alcolumbre já admitiu, na sexta-feira, que poderá analisar os pedidos de impeachment contra o ministro, mas destacou que a decisão não será tomada com base apenas na quantidade de assinaturas, porém, por meio de uma avaliação de caráter jurídico-político”, explicou o parlamentar.

Apesar disso, Nelsinho lembrou que a oposição já conseguiu as 41 assinaturas necessárias para fazer o pedido ao presidente da Casa de Leis.  “O presidente do Senado deseja que fatores como justa causa, provas, adequação legal e viabilidade sejam essenciais para fundamentar a análise”, revelou.

No entanto, o senador sul-mato-grossense ressaltou que a oposição entendeu que a fala de Alcolumbre marca um leve recuo, após declarações anteriores em que se mostrou mais resistente. “Ele sabe que o colegiado de líderes dos partidos pode fazer pressão, obrigando que o pedido de impeachment seja pautado impreterivelmente”, avisou.

Até o momento, a oposição já reuniu 41 assinaturas – número mínimo para pleitear a criação da comissão especial responsável por analisar o impeachment de Moraes –, mas a admissibilidade do processo é uma prerrogativa exclusiva do presidente do Senado, não sendo vinculada apenas ao apoio quantitativo.

A decisão de Alcolumbre ocorre em meio à crescente tensão institucional: protestos de senadores oposicionistas, ocupação das Mesas Diretoras e ameaças de retaliações, conforme sugere a possibilidade de Alcolumbre se tornar alvo da Lei Magnitsky por bloquear a tramitação do impeachment.

Em Mato Grosso do Sul, apenas os senadores Nelsinho Trad e Tereza Cristina (PP) assinaram o pedido de impedimento. A senadora Soraya Thronicke (Podemos) declinou.

GOTA D’ÁGUA

Para Nelsinho, a gota d’água para a oposição atingir o número mínimo de assinaturas foram as cautelares impostas por Moraes ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). “Todos nós entendemos que houve abuso de poder por parte do ministro do STF, pois, com as cautelares, ele praticamente impede que Marcos do Val possa exercer seu mandato parlamentar”, reclamou.

Entre as cautelares em vigor contra Marcos do Val estão multa de R$ 50 milhões e demais multas relacionadas ao uso das redes sociais, bloqueio de 100% do salário, bloqueio, pelo Banco Central do Brasil, de todas as contas bancárias, cartões de crédito, Pix e demais transações financeiras, bloqueio da verba indenizatória e retenção dos valores correspondentes e bloqueio dos recursos da conta pessoal e dos valores registrados no Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud).

Moraes ainda determinou que o senador do Espírito Santo entregasse o passaporte e todos os bens e itens apreendidos, incluindo celulares, laptops, HDs, pendrives e demais dispositivos eletrônicos. Outra medida foi o bloqueio e a proibição de utilização de redes sociais por terceiros.

Marcos do Val também está proibido de se ausentar de Brasília (DF), ainda que não seja seu domicílio eleitoral, bem como uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, prisão domiciliar aos fins de semana e feriados e cancelamento do plano de saúde do titular e de seus dependentes (filha e mãe).

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Política

Preço para desistir de candidatura é 'Bolsonaro livre, nas urnas', diz Flávio Bolsonaro

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível

08/12/2025 14h26

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse em entrevista à TV Record que o preço para desistir de ser candidato a presidente em 2026 é ter o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "livre, nas urnas". Flávio afirmou, de acordo com a TV Record, na entrevista que foi exibida neste domingo, 7, que o "preço é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com Jair Messias Bolsonaro".

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível. "Óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente", declarou.

Mais cedo, Flávio afirmou que tinha "um preço" para retirar a candidatura e que a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 fazia parte da negociação. O senador do PL, no entanto, disse na ocasião que não era apenas a anistia, sem divulgar quais outras eventuais reivindicações".

Flávio revelou a nova condição para retirar sua candidatura - "Bolsonaro livre e nas urnas" -, ao ser perguntado se a anistia já seria o suficiente para desistir. O senador rejeitou a possibilidade de renunciar à pré-candidatura em favor de outra chapa neste momento. "O nome Flávio Bolsonaro está colocado e não sai", declarou. Jair Bolsonaro cumpre pena após condenação de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

violência política de gênero

Gleice Jane recebe ameaça de morte e registra boletim de ocorrência

Caso foi registrado como "ameaça" na Depac-Cepol

08/12/2025 08h55

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane Reprodução Instagram Gleice Jane

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Deputada estadual de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane (PT), compartilhou em suas redes sociais que recebeu ameaça de morte, motivada por violência política de gênero, neste domingo (7), em um aplicativo de mensagens.

A identidade da pessoa que lhe enviou as mensagens não foi revelada.

Com isso, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL), em Campo Grande. O caso foi identificado como “ameaça”.

“Acabei de registrar um boletim de ocorrência contra uma ameaça que eu recebi no meu WhatsApp, no meu número pessoal, de uma pessoa que me chama de vários nomes que não vou falar aqui e por último diz “você vai morrer”. Dentre as mensagens ele também me manda vários links de pessoas de perfis relacionados a pessoas do PL e dentre as mensagens questionando a minha posição política, pela minha condição de ser mulher e de ser política. Portanto, é uma violência política de gênero", disse.

"Esse movimento da extrema direita de querer negar a nossa existência, de não querer dialogar, de querer impedir que a gente faça parte da política, é esse movimento também que gera violência contra as mulheres e que também é responsável pelo alto índice de violência e de feminicídio aqui no nosso país", complementou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) emiti nota de repúdio sobre a ameaça de morte que a deputada recebeu.

“O Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, através do presidente, Vítor Alegre, vem a público repudiar veementemente as ameaças de morte e a violência política de gênero sofridas pela nossa companheira Deputada Estadual Gleice Jane. A intimidação e o machismo usados para tentar silenciar mulheres na política são um ataque direto à nossa democracia. É inaceitável que uma parlamentar eleita, que representa a voz popular, seja alvo de tamanha covardia. Exigimos: Rápida e rigorosa investigação das autoridades para identificar e punir os agressores e garantia de segurança para a Deputada Gleice Jane. Estamos em luta contra o ódio e o machismo. Nossa solidariedade é total!”, afirmou, por meio de nota.

O vereador de Campo Grande, Landmark Rios, prestou solidariedade à deputada, por meio das redes sociais.

“Nossa total solidariedade à Deputada Gleice Jane, que foi covardemente ameaçada pelo WhatsApp.
Ataques, intimidações e violência não podem fazer parte da política, nem da convivência na nossa sociedade. Quem luta por justiça social, por direitos e por dignidade não pode ser silenciado pelo medo. Seguiremos firmes, lado a lado, defendendo a democracia, a vida e a liberdade de fazer política com coragem. Gleice não está sozinha”, disse o vereador, em suas redes sociais.

A vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro, repudiou o ataque à colega.

"Inaceitável a violência política sofrida pela deputada Gleice Jane! Nossa Gleice Jane sofreu violência política de gênero e outras graves ameaças tudo em razão de sua atuação política! Exigimos toda atenção dos órgãos de segurança para rápida apuração e que garantam toda segurança a ela!", compartilhou, em tom de revolta, em suas redes sociais.

Violência política de gênero abrange atos, condutas ou omissões destinados a excluir mulheres do espaço político, ou a impedir/restringir sua participação e atuação. A legislação define essa violência como ações que visam obstaculizar o exercício de direitos políticos por mulheres.

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