Ao participar na manhã de ontem de uma reunião na Câmara Municipal de Campo Grande com os vereadores, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, revelou que foi convidado para um encontro – marcado para ocorrer no dia 21, em Brasília (DF) – com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, a fim de juntos discutirem sobre uma aliança para as eleições gerais do próximo ano.
Questionado pelo Correio do Estado se essa agenda poderia ser o indicativo de que ele bateria o martelo se vai ou não assumir o partido em Mato Grosso do Sul, Azambuja foi bem direto, respondendo que, no momento, a reunião será para fechar o apoio do PL à reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB) e à sua eleição ao Senado.
“O senador Rogério Marinho [PL-RN] me telefonou ontem [segunda-feira] e perguntou sobre a possibilidade de uma reunião comigo e o Riedel com o Valdemar lá em Brasília. Falei que sim, e marcamos para o dia 21. Na pauta, vamos tentar fechar uma aliança para as eleições de 2026”, declarou.
Azambuja explicou que só vai definir sobre o seu futuro partidário – isto é, se continuará no PSDB após a fusão com o Podemos ou se assumirá a presidência estadual do PL – depois que estiver tudo acertado entre as executivas nacionais dos tucanos e do Podemos.
“Portanto, na reunião que terei com o Valdemar, vou tentar assegurar o apoio do PL e do ex-presidente Jair Bolsonaro ao nosso projeto de reeleger o Riedel governador e eu senador no próximo ano”, reforçou, completando que o convite para ele e o atual governador de MS se filiarem ao PL ainda está de pé, mas que ambos vão aguardar os próximos capítulos da fusão entre PSDB e Podemos.
Com isso, quem tinha a expectativa de que Azambuja e Riedel definiriam sobre a mudança do PSDB para o PL em virtude do convite feito por Bolsonaro durante as eleições municipais do ano passado pode esquecer. A princípio, essa decisão ficará para o segundo semestre, isso sendo o mais otimista possível.
SENADO
Ainda durante a reunião com os vereadores de Campo Grande, o presidente estadual do PSDB também tratou da disputa pelas duas vagas ao Senado nas eleições de 2026. Azambuja descartou categoricamente que, após a oficialização da fusão, os dois candidatos serão de chapa pura. “Seria falta de visão política fazer uma coisa dessa”, frisou.
“Precisamos fortalecer a chapa nas proporcionais, ou seja, para o Senado, a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. Então, uma das vagas para senador será de um partido aliado, e para isso, vamos utilizar pesquisas qualitativas e quantitativas. Hoje, não se pode lançar candidaturas no achismo”, disse.
A declaração de Azambuja acaba com a possibilidade de que, caso ele não deixe o PSDB após a fusão com o Podemos, a nova composição partidária lance dois candidatos ao Senado – no caso, ele e a senadora Soraya Thronicke (Podemos), a qual já anunciou a intenção de buscar a reeleição.
No mesmo cenário, se o ex-governador continuar no ninho tucano depois da fusão, está descartada a possibilidade de o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) sair candidato ao Senado pelo partido.
“Na política, você tem um candidato de um lado e abre a possibilidade de uma candidatura para trazer para o outro lado. Eu acho muito difícil ter duas candidaturas do mesmo lugar”, reforçou.
Azambuja ainda salientou que a escolha será pautada pela popularidade dos pré-candidatos, pois, de acordo com ele, não se faz eleição sem analisar as probabilidades.
“Querer todo mundo quer, mas será candidato ao Senado quem realmente tiver chances e estiver bem nas pesquisas”, avisou.
CÂMARA MUNICIPAL
Na Câmara, Azambuja disse que foi à Casa para trocar experiências e dialogar sobre o papel do Poder Legislativo de Campo Grande na representação das demandas da população, visando explorar as potencialidades e promover o desenvolvimento da Capital.
Durante o encontro, ele apresentou as perspectivas de desenvolvimento para Campo Grande e Mato Grosso do Sul e celebrou a oportunidade de interagir com os vereadores da Casa de Leis.
“Feliz de receber esse convite do presidente Papy [PSDB] para vir à Câmara Municipal e discutir as potencialidades do Estado e, em especial, de Campo Grande. A Capital tem um papel estratégico e conta com grandes desafios. É um ponto central o modal que Campo Grande tem com o retorno da ferrovia e com o porto seco que vai levar as riquezas produzidas por Mato Grosso do Sul para o Brasil e o mundo”, pontuou.
Além da experiência como governador do Estado, Azambuja também foi prefeito de Maracaju, além de ter exercido o cargo de deputado estadual e federal.
Presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Papy afirmou que a agenda foi produtiva no sentido de fortalecer a atuação dos parlamentares. “Tivemos uma reunião importante, em que foram apresentadas soluções”, elogiou.
“Detalhamos vários problemas da cidade com o ex-governador Azambuja, que nos ouviu e compartilhou conosco a sua experiência. Isso nos subsidia enquanto parlamentares, para buscarmos soluções para o município”, disse.
Acompanhado de Sérgio de Paula, ex-secretário da Casa Civil, Azambuja compartilhou com os vereadores da Capital as projeções de desenvolvimento do Estado, com a instalação de novas indústrias, o impulsionamento da produção e o fortalecimento do setor logístico, integrando Mato Grosso do Sul a outros países da América do Sul.
“A Rota Bioceânica se consolida no ano que vem com a finalização da ponte [sobre o rio Paraguai, em Porto Murtinho]. O grande desafio é nós sermos mais competitivos, levando aos demais países os produtos aqui fabricados, em especial os de Campo Grande”, falou.
O ex-governador ainda adicionou que a reunião foi bastante proveitosa, uma vez que houve a discussão sobre a cidade, ou seja, as possibilidades e os desafios importantes para os campo-grandenses.
“A Câmara Municipal está de parabéns, pois ela abre um debate em favor da cidade. Sei que soluções vão aparecer e que teremos progresso e desenvolvimento para toda essa região”, finalizou o presidente do PSDB em MS.