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Bolsonaro diz que alegações de fraude nas urnas foram 'desabafo' e se desculpa com Moraes

Ex-presidente responde a perguntas do ministro do STF no processo em que é acusado de articular um plano de golpe após a derrota nas eleições de 2022

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O interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o mais aguardado na ação da trama golpista. Bolsonaro foi denunciado como líder do plano de golpe. Nesta terça-feira, 10, ele está frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) para responder às perguntas sobre o processo.

O primeiro questionamento de Moraes foi sobre as urnas eletrônicas. O ministro quis saber “qual era concretamente o fundamento” do ex-presidente para alegar que havia fraudes nas eleições e nas urnas e que os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estavam direcionando as eleições.

Bolsonaro afirmou que essa sempre foi sua “retórica” e que defende o voto impresso desde que foi deputado federal. “A questão da desconfiança, suspeição ou crítica às urnas não é algo privativo meu.”

Ao abordar a reunião ministerial de 5 de julho de 2022, em que questionou a segurança do sistema de votação e cobrou ministros a agirem antes das eleições, o ex-presidente afirmou que foi um “desabafo”.

“Não tinha prova de nada no tocante a isso daí. Um desabafo meu, com toda certeza”, justificou.

“A minha retórica me levou a falar dessa maneira. Essa reunião não era para ter sido gravada. Era algo reservado. Alguém gravou, no meu entender, de má-fé. Essa foi a minha retórica que usei muito enquanto deputado e depois como presidente buscando o voto impresso.”

Pedido de desculpas

Em sua primeira resposta, o ex-presidente pediu desculpas aos ministros Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, por acusá-los de terem recebido entre US$ 30 e US$ 50 milhões para fraudar as eleições.

Bolsonaro fez as declarações na reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022. Ao explicar as suas falas nesta terça-feira, 10, o ex-presidente minimizou o episódio.

“Era uma retórica. Se fossem outros três ocupantes (do Tribunal Superior Eleitoral) eu teria a mesma conduta. Me desculpe. Não tinha intenção”, explicou.

Em outro momento, Bolsonaro disse que para ele era “bastante desagradável” estar frente a frente com Moraes.

Live sobre as urnas

Questionado sobre a transmissão ao vivo feita no dia 29 de julho de 2021, no Palácio da Alvorada, que segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) marca o início da trama golpista, Bolsonaro insistiu na narrativa de fraude.

“Acredito que, dado o que vinha acontecendo, de reclamações por ocasião das eleições, para o bem da democracia seria bom que algo fosse aperfeiçoado para que não pudesse haver qualquer dúvida sobre o sistema eletrônico. Se não houvesse essa dúvida, com toda certeza nós não estaríamos aqui hoje”, afirmou.

Moraes rebateu o ex-presidente e saiu em defesa do sistema de votação: “Na verdade não há nenhuma dúvida sobre o sistema eletrônico.”

Reunião com embaixadores

Moraes também questionou sobre a reunião convocada por Bolsonaro, então presidente, com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022, para disseminar mentiras sobre o sistema de votação brasileiro e as urnas eletrônicas. As falas do presidente foram transmitidas pela TV Brasil.

O ex-presidente justificou que a reunião com diplomatas é “uma política privativa do chefe do Executivo” e que pode ter “exagerado na forma, na entonação”, mas mantém o posicionamento. “A intenção minha não é desacreditar, sempre foi alertar.”

Por causa do encontro, Bolsonaro foi condenado pelo TSE à inelegibilidade até 2030.

Comissão de transparência eleitoral

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o ex-presidente tentou interferir no relatório produzido pela comissão eleitoral do Ministério da Defesa sobre as eleições de 2022. Segundo a PGR, Bolsonaro queria que o texto sugerisse a possibilidade de fraude, embora nenhuma irregularidade tenha sido encontrado.

O ex-presidente negou ter pressionado o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para alterar o relatório.

“Não houve pressão em cima dele para fazer isso ou aquilo. Nós conversávamos sobre o ocorrido. O relatório dele contou com o meu acordo”, declarou.

“O meu relacionamento com qualquer ministro nunca foi sob pressão ou autoritarismo. Em especial, eu posso dizer até os chefes militares, aí incluídos os comandantes, era uma relação bastante fraternal entre nós. Jamais pressionei seja o ministro que for.”

Derrota em 2022

Bolsonaro afirmou que não participou da cerimônia de transmissão da faixa presidencial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 1º de janeiro de 2023, porque não ia se “submeter à maior vaia da história do Brasil”.

“O sentimento de todo mundo era de que não tinha mais do que fazer. Se tivesse que ser feita alguma coisa seria lá atrás, via Congresso Nacional, não foi feito. Então tínhamos que entubar o resultado da eleição.”

Interrogatórios

A audiência é a grande oportunidade para Bolsonaro exercer sua autodefesa. Ele poderá apresentar sua versão e tentará desqualificar a denúncia da PGR e a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens da Presidência e delatou o ex-presidente.

Em interrogatório na segunda, 8, Mauro Cid reafirmou que Bolsonaro recebeu, leu e pediu alterações em uma minuta golpista para anular o resultado das eleições e prender autoridades do STF e do Congresso.

Os réus estão sendo chamados por ordem alfabética. Bolsonaro é o penúltimo a depor. Depois dele, falará o ex-ministro Walter Braga Netto, que será ouvido por videoconferência do Comando da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro, onde está preso desde dezembro de 2024.

Quando chegou no STF, pela manhã, o ex-presidente prometeu falar por “horas” e disse que gostaria de exibir vídeos na audiência. No entanto, Moraes não autorizou a exibição das gravações. Em sua decisão, o ministro justificou que “não é o momento adequado para apresentação de provas novas”.

Veja os réus da trama golpista já foram interrogados no STF:

  • Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI.

TÁ POUCO

Quatro de MS votaram para "engordar" fundo partidário 

A decisão de derrubada do veto do presidente Lula incluem o aumento do fundo partidário e medidas que encarecem a conta de luz dos brasileiros.

19/06/2025 16h30

Beto Pereira, Geraldo Resende, Soraya Thronicke e Marcos Pollon foram favoráveis e aumentar dinheiro público na campanha

Beto Pereira, Geraldo Resende, Soraya Thronicke e Marcos Pollon foram favoráveis e aumentar dinheiro público na campanha Fotomontagem

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Os deputados sul-mato-grossenses Beto Pereira (PSBD), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL) e a senadora Soraya Thronicke (PODEMOS) votaram contra o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que diminuiria gastos públicos, incluindo a diminuição do valor repassado ao fundo partidário.

Camila Jara e Vander Loubet, ambos do PT, votaram a favor do veto. Rodolfo Nogueira (PL) e Tereza Cristina (PP) se abstiveram de votar. Dagoberto (PSDB), Nelsinho Trad (PSD) e Luiz Ovando (PP) não compareceram à votação. 

Um dos pontos derrubados foi um veto sobre a correção do fundo partidário, o que deve ampliar o valor da quantia que é repassada aos partidos políticos em R$164,8 milhões, de acordo com cálculos das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado. 

Inicialmente, os parlamentares acordaram que a correção desse fundo seria baseado na inflação acumulada desde o ano de 2016. No entanto, o governo vetou o acordo e estava usando o mesmo índice de reajuste, mas baseado a partir do ano de 2023, o que deixaria o reajuste com um valor menor. 

Uma das justificativas do Executivo para a derrubada era que a proposta não era adequada a um “regime fiscal sustentável”.

Com o veto aprovado no início da semana, volta a valer a correção a partir do ano de 2016, que deixa o gasto maior. 

Com a decisão, o valor total destinado aos partidos para este ano sobe de R$1,2 bilhão para R$1,368 bilhão.

O resultado da votação na Câmara dos Deputados foi de 334 votos a favor de derrubar o veto, 96 votos contrários e 20 abstenções. Já no Senado, 52 votaram para derrubar o veto, enquanto 5 se opuseram e 3 se absteram. 

Fundo Partidário

O Fundo Partidário é formado pela receita de multas eleitorais, recursos destinados em lei, doações e verbas orçamentárias.

Para ter acesso ao dinheiro, os partidos precisam cumprir a cláusula de barreira estipulada na lei:

  • obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou
  • tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação;

O Fundo Partidário se soma a outras fontes de financiamento público dos partidos, como o fundo eleitoral, usado exclusivamente em anos de eleição. Em 2024, o fundo eleitoral atingiu R$4,9 bilhões, o maior valor da história, destinado ao custeio das campanhas municipais.

Conta de luz mais cara

Com a derrubada do veto do presidente, também é derrubada a prorrogação do incentivo para fontes de energia renováveis, como biomassa, eólica e solar, o que obriga a contratação de pequenas centrais hidrelétricas, encarecendo o preço da energia. 

Entidades do setor calculam que a medida pode provocar um aumento de 3,5% na conta de luz dos brasileiros, causando um impacto de quase R$200 bilhões até 2050. Para os habitantes de Mato Grosso do Sul, o aumento pode girar em torno de R$18 a mais por mês, conforme apurado pelo Correio do Estado.

Para tentar barrar a cobrança a mais, entidades de defesa dos consumidores estudam recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). 


 

articulações

Em reunião com prefeitos, Azambuja teria confirmado que vai assumir o PL

Presidente estadual do PSDB, o ex-governador também pregou a manutenção da união de todos pela reeleição de Riedel

19/06/2025 08h00

O ex-governador Reinaldo Azambuja durante reunião com os prefeitos tucanos, em Campo Grande

O ex-governador Reinaldo Azambuja durante reunião com os prefeitos tucanos, em Campo Grande DIVULGAÇÃO

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Durante reunião realizada nesta terça-feira, no diretório estadual do PSDB, em Campo Grande, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente da legenda em Mato Grosso do Sul, teria comunicado aos 39 prefeitos tucanos presentes que deve assumir o diretório estadual do PL.

Conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, depois que a união entre PSDB e Podemos foi cancelada, surgiu um certo receio entre os 44 prefeitos do partido em Mato Grosso do Sul com relação aos rumos que tomarão nas eleições de 2026 as duas principais lideranças da sigla no Estado: Azambuja e o governador Eduardo Riedel.

Afinal, na segunda-feira, o ex-governador amenizou para a reportagem os efeitos do rompimento do PSDB com o Podemos. 

“Vida que segue! Agora, vamos concentrar todos os nossos esforços para formar uma federação com o Republicanos”, declarou, explicando que é um consenso da executiva nacional do partido mirar essa nova federação, que ainda pode incluir o MDB e o Solidariedade.

“Quem sabe ainda até o próprio Podemos, já que, diferentemente de uma incorporação, haveria menos necessidade de disputa para o comando da nova estrutura”, analisou Azambuja, sem deixar claro a permanência ou saída do ninho tucano.

Diante disso, ele reuniu os prefeitos tucanos para dar uma espécie de satisfação e, nessa reunião, conforme apurou o Correio do Estado, teria reforçado que, independentemente da possível federação com o Republicanos e o MDB, tomaria um novo rumo.

Nas suas redes sociais, Azambuja também deixou subentendido que tomará esse caminho. “Reunião com as prefeitas e os prefeitos do PSDB para confirmar a unidade do grupo e a coerência de continuarmos juntos quando for o momento certo de definir o rumo – ou os rumos – partidários. Ainda tem muita água para passar debaixo da ponte até o prazo final das definições, em abril de 2026”, escreveu.

O ex-governador ainda postou que “a política é muito dinâmica e o mais importante está selado: a união das lideranças em torno do projeto principal, que é a reeleição do governador Eduardo Riedel”. “Assim teremos a certeza que Mato Grosso do Sul vai continuar crescendo sem deixar ninguém para trás!”, reforçou.
Procurado pela reportagem para comentar a informação de que teria encaminhado a saída do PSDB para assumir o PL em Mato Grosso do Sul, Azambuja foi categórico: “Não procede!”

“Eu disse aos prefeitos que ainda estamos analisando o nosso futuro partidário, pois temos convites do PL, PP, União Brasil, Republicanos e MDB”, afirmou.

Apesar dessa afirmação, o Correio do Estado recebeu a confirmação de que o ex-governador deixou bem claro para os prefeitos e também para os deputados federais e estaduais do PSDB, que também se reuniram com ele e Riedel, que “estava tudo encaminhado para comandar o PL em Mato Grosso do Sul”. 

Além disso, Azambuja teria ouvido tanto dos prefeitos quanto dos parlamentares que eles vão acompanhar a orientação dele e do governador Riedel quanto a uma possível mudança partidária. Já uma outra fonte garantiu ao Correio do Estado que estaria tudo certo para que ele assuma o PL já no mês de julho, para preparar o partido para o pleito de 2026.

Há um consenso de que os deputados federais e estaduais, os prefeitos e os vereadores do PSDB vão continuar fechados pela reeleição de Eduardo Riedel, independentemente do partido para o qual ele decida migrar, entretanto, não está alinhado se os 3 parlamentares federais e 6 estaduais, os 44 prefeitos e os 256 vereadores vão acompanhar o ex-governador e o atual governador para a mesma legenda.

No entanto, conforme as articulações políticas, a possibilidade é de que grande parte dos deputados federais e estaduais, bem como dos prefeitos e vereadores, acompanhe Azambuja, enquanto outras partes fiquem com Riedel ou ingressem em partido diferente.

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