Política

Eleições 2024

Candidatos a prefeito de Campo Grande gastam R$ 18 milhões, o dobro de 2020

Mesmo com sete candidatos a menos que há quatro anos, as despensas deles cresceram mais de 90% no pleito deste ano

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Em quatro anos, os gastos dos candidatos a prefeito de Campo Grande praticamente dobraram no primeiro turno das eleições deste ano em relação às despesas dos postulantes ao mesmo cargo no primeiro turno do pleito de 2020.

Mesmo com sete candidatos a menos que nas eleições municipais de 2020, os oito políticos que estão na disputa pelo cargo de prefeito da Capital neste ano investiram R$ 18.361.989,18 na campanha eleitoral, enquanto os 15 postulantes de quatro anos atrás gastaram R$ 9.598.751,64 – ou seja, houve um crescimento de 91,2%.

Caso o valor total investido pelos candidatos à prefeitura da Capital nas eleições municipais de 2020 for corrigido pela inflação acumulada dos últimos quatro anos, o montante chega a R$ 11.998.438,00 – e ainda assim é 53% menor que os R$ 18.361.989,18 deste ano.

Conforme consulta feita pelo Correio do Estado ao site Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand) da Justiça Eleitoral, o candidato a prefeito de Campo Grande campeão de gastos é Beto Pereira (PSDB), uma vez que já utilizou R$ 8.911.808,21.

Na sequência, vem as candidatas Rose Modesto (União Brasil), com R$ 5.440.902,60; a prefeita Adriane Lopes (PP), com R$ 2.611.197,88; e Camila Jara (PT), com R$ 1.261.555,49.

Na comparação com os candidatos a prefeito da Capital campeões de gastos nas eleições de 2020, a diferença fica bem mais explícita, pois quem mais gastou à época – o candidato Dagoberto Nogueira (PDT), no caso, que utilizou R$ 1.825.476,19 na campanha eleitoral – quase foi igualado por Camila Jara, a quarta entre os candidatos campeões de “gastança” neste ano.

Para se ter uma ideia, o ex-prefeito Marquinhos Trad, candidato vitorioso em 2020, gastou R$ 1.373.661,72, enquanto os candidatos deste ano com chances reais de seguirem para o segundo turno – e, portanto, um deles podendo se tornar o futuro prefeito de Campo Grande – utilizaram no mínimo o dobro de Marquinhos e, no máximo, cinco vezes mais que ele.

PRINCIPAIS GASTOS

No caso dos quatro candidatos a prefeito que mais gastaram neste ano, o Correio do Estado identificou que os recursos foram mais aplicados na produção de programas de rádio e televisão ou vídeo, além de serviços advocatícios, despesas com pessoal, serviços contábeis e despesas com impulsionamento de conteúdo 
nas redes sociais.

A candidata Camila Jara usou R$ 501,696 mil na produção de programas de rádio/televisão ou vídeo, R$ 335 mil com serviços advocatícios, R$ 141,450 mil com pessoal, R$ 120 mil com serviços contábeis e R$ 61 mil com impulsionamento de conteúdo.

Já Adriane Lopes utilizou R$ 1.038.960,00 com pessoal, R$ 650 mil com serviços advocatícios, R$ 500 mil em serviços prestados por terceiros, R$ 95,650 mil com publicidade por adesivos e R$ 91,610 mil com impulsionamento de conteúdo.

Por sua vez, Rose Modesto destinou R$ 1.465.000,00 na produção de programas de rádio/TV ou vídeo, 
R$ 1.021.437,84 com pessoal, R$ 995,832 mil com diversidades a especificar, R$ 495 mil com serviços advocatícios e R$ 455,396 mil com cessão ou locação de veículos.

No caso do campeão de gastos, o candidato Beto Pereira reservou R$ 3.093.101,64 com a produção de programas de rádio/TV ou vídeo, R$ 1,2 milhão com serviços advocatícios, R$ 904,750 mil com atividades de militância e mobilização de rua, R$ 765,250 mil com publicidade por materiais impressos e R$ 578.073,26 com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.

Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o limite de gastos e contratação de pessoal para os candidatos à Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais deste ano é de R$ 9.883.449,19 
no primeiro turno e de R$ 3,953 milhões no segundo turno, enquanto no pleito de 2020 foram R$ 7.609.787,27 (1º turno) e R$ 3.043.921,83 (2º turno).

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Política

Gonet defende julgamento de Bolsonaro no STF

O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu neste sábado, 12, em evento nos Estados Unidos, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância certa para julgar o ex-presidente

12/04/2025 22h00

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu neste sábado, 12, em evento nos Estados Unidos, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância certa para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos supostos crimes cometidos por ele à frente do Executivo.

"Quando se trata de alguma coisa de grande magnitude, não importa que o mandato tenha terminado ou não, é preciso que o presidente responda por aquilo que ele fez durante o seu mandato e faça isso perante a mais alta Corte do país. Acho que nós estamos vivendo esse instante", afirmou o procurador ao ser questionado sobre quais limites garantem que nem mesmo autoridades do País estejam acima da lei.

Ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, Gonet participou de um painel da 11ª edição da Brazil Conference, realizada em Harvard pela comunidade de estudantes brasileiros da instituição, nos Estados Unidos.

Além de defender o julgamento de Bolsonaro no STF, Gonet disse que existe uma ponderação entre as necessidades de um presidente "apresentar as suas razões com credibilidade" e a necessidade da Justiça em responsabilizar erros de integrantes do Executivo.

"O que existe aí é uma ponderação entre as necessidades de um chefe de governo, de um chefe de Estado forte e capaz de discutir, de apresentar as suas razões com credibilidade, e a necessidade de que todos sejam efetivamente responsabilizados por aquilo que tiver feito de errado", disse o procurador-geral da República.

Ao longo do processo da suposta tentativa de golpe de Estado, a defesa de Bolsonaro tentou tirar o caso do STF e transferir para a Justiça Federal alegando que, no dia 8 de Janeiro de 2023, ele não era mais presidente e não teria direito a foro privilegiado

Porém, em março deste ano, o Supremo ampliou o alcance do foro privilegiado e expandiu a competência da Corte para julgar crimes de políticos e autoridades que não estão mais no cargo. Em uma das recusas ao argumento da defesa de Bolsonaro, Gonet chegou a mencionar a mudança da jurisprudência.

"A tese fixada - que já contava com o voto da maioria dos ministros da Corte desde o ano passado - torna superada a alegação de incompetência trazida pelos denunciados", argumenta o procurador-geral.

Política

Inaceitável não punir crimes dessa envergadura, diz diretor-geral da PF sobre PL da anistia

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

12/04/2025 20h00

Jose Cruz / Agência Brasil

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o projeto de anistia aos condenados pelos Atos Golpistas de 8 de Janeiro. Para ele, é "inaceitável" deixar impunes crimes dessa gravidade.

Ao participar de um painel ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na 11ª edição da Brazil Conference neste sábado, 12, Andrei Rodrigues fez questão de ressaltar a gravidade dos fatos. "Havia um plano de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República e do presidente da nossa Corte Eleitoral. Isso, por si só, deveria chocar e espantar todos", disse ele, que continuou:

"Nós não estamos falando aqui da maquiagem de uma estátua. Nós estamos falando de planos de assassinato, ruptura da nossa democracia, vandalismo, depredação de patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições do Estado do Brasil que trariam consequências inimagináveis."

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

"Tenho o maior respeito e apreço pelo Congresso, que é o foro de debates e de proposituras legislativas, mas também tenho minha opinião muito consolidada", disse Andrei, mencionando a "primorosa denúncia" da Procuradoria-Geral da República à Suprema Corte. "Acho inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura."

Durante o painel, Andrei Rodrigues foi questionado sobre como sua proximidade com o governo poderia afetar a autonomia da Polícia Federal. Ele respondeu achar "engraçado" as suposições sobre sua relação pessoal com o presidente Lula, afirmando que a ligação é exclusivamente institucional.

"Esse é um cargo de confiança. E a confiança no trabalho das pessoas. Eu fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nessa função, então precisa ter a confiança", afirmou ele, destacando sua trajetória dentro da instituição. "Está na lei que é o presidente da República que nomeia. Eu acho que a gente tem que terminar de vez com isso, de que há essa relação pessoal, que eu não tenho. Minha relação com o presidente é institucional, é possível entre um servidor diretor de uma agência e o presidente da República."

Andrei destacou que a PF realiza seu trabalho com independência, sem levar em conta estatura política ou econômica. Ele acrescentou que, sob sua gestão, não há mais "espetáculos de operação" e fez diversas menções indiretas ao período da Lava-Jato.

"Vocês não vão ver presos algemados, sendo conduzidos, expostos à mídia. Não tem imprensa na porta de pessoa que está sendo investigada pela polícia. Não tem prisões espetaculosas na rua, no trânsito, expondo indevidamente as pessoas. Não há entrevista coletiva, powerpoint. Me digam vocês o nome de um delegado de Polícia Federal hoje. O "japonês da Federal", o "hipster da Federal"? Não tem. Porque nós recuperamos essa instabilidade, essa institucionalidade."

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