Política

SEGUNDO TURNO

Com Bolsonaro e Riedel, Adriane deve concentrar os votos de centro-direita

Se no 1º turno houve uma divisão dessa vertente da política na Capital, agora a candidata do PP é a única representante

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Neste segundo turno das eleições municipais, a oficialização dos apoios do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e do governador Eduardo Riedel (PSDB) à reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), praticamente deve concentrar os votos de centro-direita na atual gestora.

Afinal, no primeiro turno, em razão da aliança entre o PL e PSDB em prol da candidatura do deputado federal Beto Pereira, os votos da ala centro-direita em Campo Grande acabaram ficando divididos entre o tucano e a progressista – fato que não deve ocorrer neste segundo turno do pleito.

No MDB, que a exemplo do PSDB liberou os filiados para votarem, os três deputados estaduais do partido – Marcio Fernandes, Júnior Mochi e Renato Câmara – já definiram que vão acompanhar Riedel neste segundo turno e apoiar a reeleição de Adriane.

“Nós três decidimos caminhar ao lado da prefeita. Eu, particularmente, acredito que o apoio da ala centro-direita da política para a Adriane Lopes é em virtude dos princípios que ela defende e, principalmente, do apoio declarado do nosso governador. No meu caso, isso foi fundamental para a minha decisão, pois sou do time do Eduardo Riedel e seguirei o seu caminho”, reforçou Fernandes.

Conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a tendência é de que os filiados aos demais partidos de centro-direita também sigam nesse mesmo caminho, pelo fato de a candidatura da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) estar mais próxima dos partidos de esquerda, pois já conta com o apoio do PDT – e o PT caminha no mesmo rumo.

Por isso, o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande caminha para a polarização registrada 
no pleito de 2022, quando os filiados aos partidos de centro-direita defenderam a reeleição de Bolsonaro e a militância da esquerda ficou ao lado do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Vídeos

A manhã de ontem foi marcada pela divulgação de dois vídeos gravados pela senadora Tereza Cristina (PP) com Bolsonaro e Riedel. O primeiro foi realizado no fim da tarde desta quarta-feira, em Brasília (DF), enquanto o segundo foi feito ontem, na Capital.

Em ambos, as duas importantes figuras políticas estadual e nacional declararam apoio à reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) neste segundo turno, conforme o Correio do Estado já havia adiantado.

“Olá, amigos de Campo Grande! Estou com a Tereza Cristina aqui, minha eterna ministra, sensacional, da Agricultura. Que saudades do pessoal do agro tem dela, hein?

E nós, de vez em quando, bem de vez em quando, temos um pequeno desentendimento, mas a gente volta realmente com todo o gás, né?

Campo Grande, tudo acertado, segundo turno, página virada, vamos em frente. A Adriane, do PP, é a nossa candidata à reeleição por essa capital”, disse Bolsonaro.

Ele ainda complementou que o PP e o PL estão novamente juntos e que outros partidos também farão parte desta ampla aliança.

“O que mais é importante? É o entendimento da população como um todo pela Adriane na reeleição por mais quatro anos à frente [da Prefeitura] de Campo Grande. Desejo do coração que ela tenha sucesso e, obviamente, entendo também ser o melhor do momento para Campo Grande. É isso mesmo, Tereza?”, perguntou.

27/10

Dia do segundo turno das eleições municipais

Na Capital, 646.198 eleitores estão aptos a votar, mas só 481.399 votaram no 1º turno.Na Capital, 646.198 eleitores estão aptos a votar, mas só 481.399 votaram no 1º turno.

Já a senadora agradeceu o apoio do ex-presidente em ficar ao lado de Adriane na campanha pela sua reeleição.

“Vim aqui pedir o apoio do presidente Bolsonaro, que é muito importante para a reeleição da prefeita Adriane Lopes. Fico muito agradecida, presidente, em dizer para o senhor o seguinte: estamos juntos de novo, né? No caminho natural, que é a direita unida por Mato Grosso do Sul”, ressaltou.

No outro vídeo, o governador também oficializou o apoio dele à reeleição da prefeita.

“Estou aqui conversando com a senadora Tereza Cristina e falando sobre Mato Grosso do Sul, sobre Campo Grande, e o futuro de ambos. Estamos conversando sobre política, e quero declarar o meu voto e o meu apoio a Adriane neste segundo turno, por entender que será o melhor para Campo Grande. Ela reúne as condições para poder avançar em uma transformação que a gente quer ver”, destacou Riedel.

Tereza Cristina agradeceu Riedel pela decisão. “Obrigada, governador. Fico muito feliz pela sua declaração de voto e apoio a Adriane. Estamos juntos, nunca estivemos separados, fomos adversários na eleição no primeiro turno, mas agora esse é o caminho natural. E eu fico muito feliz pela coerência que nós dois temos na política”, finalizou.

 

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Política

Sóstenes quer barrar apreensão de passaporte de deputados para livrar Eduardo Bolsonaro

Deputado protocolou um projeto que lei que busca barrar a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão a congressistas

06/03/2025 23h00

Deputado Sóstenes Cavalcante

Deputado Sóstenes Cavalcante Reprodução

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O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou nesta quinta-feira, 6, um projeto que lei que busca barrar a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão a congressistas. O texto foi apresentado após deputados petistas pedirem a apreensão do passaporte do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por "crimes contra a soberania nacional".

Na proposta, Sóstenes estabelece que medidas cautelares diferentes da prisão, como apreensão do passaporte, proibição de se comunicar com investigados de determinado processo e uso de tornozeleira eletrônica seriam impostas apenas se a maioria da Câmara ou do Senado - a depender da Casa para a qual o alvo da Justiça foi eleito - aprovasse os despachos judiciais em até 24 horas.

Sem citar o nome de Eduardo, Sóstenes afirmou na justificativa do projeto que a "liberdade de locomoção" é um "direito inerente à atividade parlamentar".

"O presente projeto de lei visa reforçar a proteção das prerrogativas parlamentares e garantir o equilíbrio entre os Poderes da República. A liberdade de locomoção e outros direitos inerentes à atividade parlamentar são direitos fundamentais assegurados pela Constituição e não podem ser restringidos sem o devido processo legal e sem condenação definitiva", afirmou Sóstenes.

O líder do PL afirmou que a possibilidade de apreensão do passaporte do filho de Bolsonaro não foi o único motivo para o início da tramitação do projeto, mas uma gota d'água que classificou como "chegada ao cúmulo do absurdo". Sóstenes citou ainda o caso do deputado Zé Trovão (PL-SC), que no início de 2023, teve que usar tornozeleira eletrônica por determinação de Moraes ao ser investigado no inquérito dos atos antidemocráticos

"Tivemos até deputado com tornozeleira eletrônica, no caso do Zé Trovão, são abusos em cima de abusos, o Parlamento é um Poder", afirmou Sóstenes. O deputado disse ainda que vai conversar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a tramitação do projeto.

No último sábado, 1.º, Moraes pediu que a Procuradoria-Geral da Rpública (PGR) se manifeste sobre pedido de parlamentares do PT para que Eduardo tenha o passaporte apreendido e seja investigado criminalmente por articular reações ao STF com políticos americanos.

Os petistas alegam que, desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro, o parlamentar esteve no país em três ocasiões para articular, com congressistas norte-americanos, um projeto de lei que visa atacar e constranger o STF.

Nas redes sociais, Eduardo afirmou que a atividade dele nos Estados Unidos é para "denunciar os fatos que acontecem no Brasil". "Querem atropelar a imunidade parlamentar, querem acabar com a liberdade de expressão", afirmou em vídeo publicado no sábado.

No domingo, 2, em entrevista ao Programa 4 por 4, no YouTube, Eduardo afirmou que acredita que vai ter o passaporte apreendido e citou um suposto "jogo combinado" entre Moraes, PT e a PGR.

"Os deputados do PT fazem a narrativa, o Alexandre de Moraes puxa para ele dizendo que trata-se de mais um caso do 8 de Janeiro, manda para a Procuradoria-Geral da República, depois manda um recado ou fala diretamente com o Paulo Gonet e diz 'olha, aceita aí para não ficar tão feio parecendo que sou só eu perseguindo o Eduardo", afirmou.

Corrupção

O que diz a denúncia da Transparência Internacional à OEA e quais são os próximos passos

Denúncia aponta "desmonte das políticas de combate à corrupção" no Brasil e em outros países da América Latina

06/03/2025 21h00

Organização dos Estados Americanos (OEA)

Organização dos Estados Americanos (OEA) Reprodução

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A Transparência Internacional denunciou nesta segunda-feira, 3, à Organização dos Estados Americanos (OEA) o que classificou como "desmonte das políticas de combate à corrupção" no Brasil e em outros países da América Latina. A organização diz que "os esforços recentes para desmantelar mecanismos legais e institucionais do combate à corrupção" no Brasil "promoveram um cenário de impunidade em relação a empresas, agentes públicos e privados cujo envolvimento em esquemas de corrupção transnacionais já haviam sido amplamente verificados".

"Pedimos que a comissão passe a considerar os riscos de corrupção e os impactos da corrupção de forma transversal no seus relatórios sobre Direitos Humanos e avaliação por países. Solicitamos que seja indicado um ponto focal para acompanhar o tema de corrupção na Comissão Interamericana. E solicitamos também que seja integrado uma abordagem de Direitos Humanos no mecanismo de verificação da implementação da Convenção Interamericana Anticorrupção", afirma o gerente de pesquisa e advocacy da Transparência Internacional, Guilherme France.

A Transparência Internacional apresentou o pedido de audiência na OEA com entidades de Colômbia, Guatemala, República Dominicana, Venezuela e Brasil. Na reunião, os representantes de organizações não governamentais de cada País apresentaram casos de violações à política de combate à corrupção e de defesa de direitos humanos. Entre os casos, France destacou as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli sobre o acordo de leniência da Odebrecht, atualmente Novonor.

O objetivo é fazer com que o tema do combate à corrupção seja debatido nas comissões da OEA para que possam se tornar recomendações da organização aos países citados.

"As organizações abaixo assinadas solicitam uma audiência temática regional. O objetivo é divulgar exemplos específicos de atos de corrupção ocorridos no Brasil, na Colômbia, na Guatemala, na República Dominicana e na Venezuela, e mostrar concretamente como esses eventos afetaram negativamente o gozo dos direitos humanos ou deram origem a violações dos mesmos. Em particular, referimo-nos a vários casos de violações dos direitos humanos ligados aos danos ambientais causados ??pelas empresas, aos ataques ao poder judicial e à sua falta de independência, à perseguição de jornalistas e defensores que denunciam a corrupção, à deterioração da democracia e à corrupção transnacional", dizem no pedido enviado à OEA.

De acordo com France, o próximo passo é submeter um relatório completo do que a Transparência Internacional considera como transgressões à política de combate à corrupção.

"O próximo passo vai ser a gente submeter um relatório completo, com todas informações compiladas para justamente subsidiar de forma mais detalhada o trabalho da comissão, que é avaliar os riscos e as violações aos direitos humanos por diferentes razões, inclusive, pela corrupção", detalhou.

Após analisar os casos denunciados pela Transparência, a organização pode emitir recomendações aos países membros. O objetivo é fazer com que as nações signatárias implementem medidas que fortaleçam a defesa dos direitos humanos e o combate à corrupção.

No mês passado, a Transparência Brasil já havia criticado a decisão de Toffoli que anulou as ações contra o ex-ministro Antonio Palocci. Em nota, a entidade classificou a medida como "mais um passo no desmonte do enfrentamento à macrocorrupção" no Brasil e alertou que tais decisões abalam a confiança da sociedade no STF.

"Os impactos das recentes decisões judiciais não se limitam ao território brasileiro, uma vez que evidências que serviram de base para investigações e processos em vários países da América Latina foram invalidadas irregularmente. No caso Lava Jato, um juiz do Supremo Federal anulou provas de confissões de executivos da Odebrecht considerando que são 'inutilizáveis' por 'qualquer jurisdição'. Esta impunidade implica esvaziando os esforços para promover a reparação dos direitos das vítimas difuso e individual desses esquemas de corrupção, com repercussões não só no Brasil mas também em toda a América Latina", diz a Transparência no relatório preliminar apresentado à OEA.

De acordo com a Transparência Internacional, a corrupção "produz violações de direitos humanos que devem ser abordados de forma estrutural".

"A corrupção aumenta a pressão sobre a decisão de realizar determinadas obras, apesar de riscos e impactos, possibilita interferência no licenciamento ambiental, agrava os impactos diretos e indiretos (incluindo aqueles sofridos pelos povos indígenas, comunidades tradicionais e outros grupos afetados) e prejudica a gestão de recursos destinados à mitigação e compensação. Nesse sentido, produz violações de direitos humanos que devem ser abordados de forma estrutural, o que é inviabilizado pela mencionado processo de desestruturação de mecanismos legais e institucionais anticorrupção no Brasil", sustenta.

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