Política

FORÇA PARTIDÁRIA

Com filiação de Riedel, agora PP detém os principais cargos da política de MS

Além do governador, a sigla tem a líder do partido no Senado, o presidente da Assembleia Legislativa e a prefeita da Capital

Continue lendo...

Com oficialização da filiação do governador Eduardo Riedel ao PP ontem, no Auditório Petrônio Portela, no Senado, em Brasília (DF), durante a convenção nacional da legenda para a ratificação da federação União Progressista, o partido passou a ocupar os cargos políticos mais importantes de Mato Grosso do Sul.

Agora, além do chefe do Executivo estadual, os progressistas também contam com a líder do partido no Senado, senadora Tereza Cristina, a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), deputado estadual Gerson Claro, e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes.

Ou seja, a legenda controla os poderes Executivo e Legislativo do Estado, bem como o Poder Executivo da capital de Mato Grosso do Sul, sem contar o fato de a liderança da sigla no Senado estar nas mãos da senadora Tereza Cristina, que também acumula o cargo de presidente estadual do PP.

Além disso, Riedel e Tereza ainda foram eleitos durante a convenção como vice-presidentes nacionais da legenda, reforçando a importância das duas lideranças sul-mato-grossenses no comando nacional do partido.

A senadora progressista, que articulou a mudança partidária do gestor estadual do PSDB para o PP, foi reconduzida à vice-presidência nacional e terá a missão de comandar o processo de instalação da federação União Progressista no Estado.

Ao Correio do Estado, Tereza Cristina enfatizou que a ida de Riedel ao partido já estava acertada com o União Brasil, que compõe a federação com o PP, formalizada ontem, também em Brasília.

“Isso já tinha sido acordado lá atrás [apoio à reeleição de Riedel], quando o União Brasil e o PP sentaram para conversar sobre a federação. Assim que ela se viabilizou, foram escolhidos os estados, com critérios de deputados, senadores, enfim, da composição política de cada partido”, recordou a senadora.

Ela completou que, em Mato Grosso do Sul, como o PP é maior que o União Brasil, a presidência ficou com ela.

“A nossa ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) será a vice-presidente. O PP terá cinco cadeiras de titulares na executiva estadual e o União Brasil terá duas cadeiras, claro que todas com suplentes. Essa é a composição”, informou.

A parlamentar destacou ainda que, a partir da confirmação da federação, já iniciará o trabalho para a formação da chapa para as eleições de 2026. “Mas a configuração é essa: União Brasil e PP em Mato Grosso do Sul, quem comanda é o PP, na minha pessoa”, reforçou.

Tereza Cristina concluiu dizendo que a federação vai trabalhar com o bom senso.

“Quem tiver melhores nomes, nós vamos colocar, vão ser avaliados esses nomes sob o ponto de vista eleitoral, sob o ponto de vista de voto e, aí, a composição da chapa será feita em conjunto para a federação”, assegurou.

NOVO ENDEREÇO

Na convenção de ontem, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), deu as boas-vindas a Riedel, comemorando a chegada do terceiro governador à sigla e agradecendo a líder Tereza pelo que chamou de “presente”.

Ciro ainda destacou o trabalho de Riedel como gestor estadual ao cumprimentá-lo, ressaltando que ele é o “nosso grande governador de Mato Grosso do Sul”.

Já Tereza Cristina enalteceu a gestão de Riedel, citando que Mato Grosso do Sul “tem governança, que tem transparência, enfim, é um governador que eu estou aqui pra apoiá-lo e para também dizer que, no seu próximo mandato, com certeza será reeleito governador progressista, fazendo a diferença”.

Ela destacou que o convívio com Riedel fez crescer um respeito mútuo e “que a filiação do governador é uma contribuição fundamental ao fortalecimento do nosso partido em Mato Grosso do Sul e no Brasil”. 

“Não apenas nos planos estaduais e regionais, mas na cena nacional, é um reconhecimento positivo que a administração estadual ganha além das divisas do Estado. O PP, no meu Estado, tenho certeza, nós faremos uma bancada de deputados federais comprometidos com a ideologia do nosso partido”, garantiu.

“A marca do governo de Riedel é o compromisso com a prosperidade. Esta palavra, de apenas cinco sílabas e muita significação, está nas raízes do PP. Nós do PP, agora tendo o governador nas fileiras, defendemos o choque de prosperidade, mirando um Brasil que busque a realização plena de seu grande potencial. Eduardo, você é muito bem-vindo”, completou a senadora.

Por sua vez, Riedel agradeceu por terem o recebido tão bem no PP. “Minha filiação ao PP foi um processo debatido, discutido. Agradeço muito ao meu partido anterior, que é o PSDB, porque foram 20 anos de conversas e, principalmente, ações em torno de uma agenda para o Brasil”, pontuou.

O governador ressaltou que o País mudou.

“O Brasil, nesses últimos anos, está no momento absolutamente crítico de decisão de seus rumos e eu me sinto muito confortável de vir ao PP e encontrar um grupo de lideranças políticas, que carrega dentro de seus valores, da sua diretriz essencial, os mesmos que eu carrego na minha vida pública”, disse, citando o crescimento econômico do Estado, com baixos índices de desemprego e ações para erradicar a exclusão social.

Ele também afirmou que em Mato Grosso do Sul o PP tem a liderança da senadora Tereza Cristina, que carrega em suas propostas “seus valores, bem como um propósito muito claro de desenvolvimento e uma agenda absolutamente transparente”.

“E é essa frente que nós estamos construindo lá em Mato Grosso do Sul, em uma majoritária. Ela tem no PP, sem dúvida nenhuma, um dos grandes partidos nacionais e locais para compor com outros aliados, o que vai ser construído até o ano que vem. Eu fico feliz de estar presente e vir aqui hoje na convenção nacional do PP para participar desse momento”, finalizou.

BÔNUS

Na convenção, o presidente nacional do PP anunciou que vai realizar uma reunião online com os diretórios estaduais para apresentar metas a serem atingidas, que vão resultar em bônus de 30% dos recursos do fundo de participação.

“Esta semana nós iremos arrumar a questão dos futuros diretórios. Nós devemos fazer uma reunião virtual para apresentar as metas que dizem respeito à comunicação do partido e isso, ressalto mais uma vez, será como prêmio a todos os diretórios que concluírem as metas que teremos. Um acréscimo de até 30% no repasse do fundo de participação para todos os estados”, contou.

Tereza Cristina afirmou que o diretório estadual vai se esforçar para atingir os novos parâmetros da executiva nacional.

“Eu não sei ainda [quais são as metas]. Ele [Nogueira] anunciou hoje [ontem] e eu não sei quais são, mas eu acho que é de filiação. Tem várias coisas que contam nesse recurso que vem da executiva nacional. Agora eu vou saber quais são as metas novas que nós teremos para cumprir”, informou.

Ela completou que, se forem metas possíveis, Mato Grosso do Sul, com certeza, vai estar entre os que receberão esses 30%. “Até porque nós temos batido recordes de filiações, inclusive entre mulheres, que é uma coisa mais difícil e nós todo ano estamos batendo as nossas metas”, revelou.

UNIÃO PROGRESSISTA

Também ontem o União Brasil e o PP realizaram suas últimas convenções antes da formalização da federação partidária, em Brasília. Pela manhã, a reunião da executiva do União Brasil foi realizada no Auditório Águas Claras, do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

No mesmo momento, o PP se reuniu no Auditório Petrônio Portela, no Senado. No período da tarde, as duas legendas se reuniram no Centro de Convenções para a primeira convenção oficial da Federação União Progressista (UPb).

Os partidos União Brasil e PP somam 109 deputados federais e 15 senadores. É a maior bancada da Câmara dos Deputados e uma das maiores do Senado.

A UPb também registrou nas urnas 12.398 vereadores, 1.335 prefeitos, 186 deputados estaduais e 4 distritais. Conta, ainda, com 6 governadores, 4 vice-governadores e 1.183 vice-prefeitos.

Assine o Correio do Estado

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

Continue Lendo...

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

Assine o Correio do Estado

Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

Continue Lendo...

Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

Assine o Correio do Estado 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).