Política

BRASIL

Compromissos firmados entre Trump e Bolsonaro ficam no papel

Compromissos firmados entre Trump e Bolsonaro ficam no papel

ESTADÃO CONTEÚDO

23/09/2019 - 16h10
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Desde a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro deixou claro que gostaria de reorientar a política externa brasileira e alinhar o Brasil com os Estados Unidos. Em março, uma visita do presidente ao americano Donald Trump, na Casa Branca, selou a aproximação entre os dois líderes. Na ocasião, os dois presidentes assinaram uma declaração conjunta e comemoraram uma "nova era" no relacionamento econômico e político entre as nações.

A maior parte das propostas concretas feitas por Bolsonaro e Trump ainda não saiu do papel. Um levantamento produzido pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que apenas dois de 13 compromissos firmados há seis meses foram concretizados. Os demais estão em curso.

Os dois compromissos que já saíram do papel foram a designação do Brasil como aliado extra-OTAN, pelos americanos, e a medida unilateral do governo brasileiro de isentar os turistas dos EUA de visto. Os demais ainda precisam de medidas do lado americano, brasileiro ou de algum avanço na agenda dos dois lados.

Apesar disso, a presidente da Amcham, Deborah Vieitas, vê os sinais como positivos. "Ambos os governos têm mostrado vontade de buscar maior integração comercial. Muitos compromissos demandam tempo para serem concluídos, o que não significa que as coisas não estejam acontecendo", afirmou.

Um dos compromissos mais aguardados pela comunidade empresarial é o avanço em medidas de facilitação de comércio e investimentos Na prática, os empresários brasileiros esperam a negociação de um acordo de comércio entre os dois lados. Para Deborah, da Amcham, as ações de facilitação de comércio e de investimentos são essenciais "pois atacam as burocracias e gargalos que encarecem e até mesmo inibem os negócios no dia a dia". Os dois países ressuscitaram fóruns de discussão, como o Diálogo Comercial Brasil-EUA, para avançar na discussão. Segundo ela, no entanto, é também "fundamental aproveitar a convergência política entre Brasil e Estados Unidos para iniciativas mais ambiciosas, sobretudo o início de negociações de um acordo de livre comércio".

"Embora esse objetivo não tenha entrado na lista de compromissos de março, ambos os presidentes manifestaram vontade nesse sentido. O melhor momento para alcançá-lo é agora", afirmou. O governo brasileiro já admitiu que os países não devem discutir, em um primeiro momento, isenção de tarifas. E, mesmo sem colocar na mesa o debate sobre tarifas, os americanos ainda estão reticentes nas negociações, segundo diplomatas ouvidos pelo jornal presentes nas últimas reuniões do chanceler, Ernesto Araújo, com autoridades da área econômica do governo americano.

Adesão

Do lado brasileiro, falta, por exemplo, a aprovação na Câmara dos Deputados do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas. Negociado entre os países durante 20 anos e assinado em março, o acordo permite o uso comercial da base da Alcântara, no Maranhão. O Brasil também precisa de ações da Polícia Federal e Receita Federal para permitir a adesão do País no programa Global Entry, que dá maior celeridade à entrada de brasileiros nos EUA.

Os dois países tentam fechar, até o fim do ano, um acordo para acelerar trâmites de exportação, com reconhecimento mútuo de programa de cadastro e autorização de exportadores e importadores.

Considerada uma das principais conquistas do Brasil na visita de Bolsonaro à Casa Branca, o endosso americano à entrada do País na OCDE é computada como um dos compromissos "em andamento". Do lado dos americanos, houve a manifestação de apoio dos EUA, em maio, à entrada do Brasil. Mas o processo ainda não foi iniciado por impasses sobre a quantidade de novos membros a serem aceitos Em troca do apoio americano, o Brasil concordou em renunciar ao tratamento especial e diferenciado na Organização Mundial do Comércio - o que também é considerado pela Amcham como um compromisso "em curso", já que o processo é gradual e para discussões futuras.

Há acertos que ainda não foram destravados e, na visão empresarial, parecem incipientes. É o caso da carne bovina. Os EUA concordaram em agendar uma inspeção em frigoríficos brasileiros no intuito de reabrir o mercado para a carne bovina in natura do Brasil. A inspeção foi feita, mas até agora não houve retomada das exportações. O Brasil se comprometeu a abrir o mercado para a carne suína dos americanos, mas ainda há negociações sobre os requisitos sanitários a serem estabelecidos

O Brasil também aceitou criar uma cota para importação de trigo, o que ainda está em estágio de implementação. No início do mês, o governo brasileiro atendeu um pleito dos americanos para reavaliar a cota de importação de etanol imposta pelo Brasil. O movimento foi avaliado no Departamento de Estado dos EUA e na comunidade empresarial como um sinal concreto de que o País está disposto a negociar e fazer as demais questões avançarem mais rapidamente.

Reuniões

Entre os compromissos firmados há ainda a recriação do Fórum de CEOs dos dois países e a criação de um fórum de energia. A reunião de assessoramento do primeiro acontece nesta semana na Amcham em Brasília e o encontro dos executivos deve acontecer em novembro, em Washington. Já o fórum de energia deve ter o primeiro encontro em outubro. Ambas também são consideradas medidas em curso no levantamento da Amcham.

Os principais compromissos firmados entre EUA e Brasil

1. Isenção de vistos para turistas norte-americanos no Brasil

2. Designação do Brasil como grande aliado extra-Otan

3. Apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE

4. Acordo de salvaguardas Tecnológicas

5. Relançamento do Fórum de CEOs

6. Ações de facilitação de comércio, investimentos e boas práticas regulatórias

7. Participação do Brasil no programa Global Entry

8. Criação do Fórum de Energia Brasil-EUA

9. Renúncia gradual ao tratamento especial e diferenciado pelo Brasil na OMC

10. Acordo para facilitação de trâmites aduaneiros

11. Criação de cota duty free para importação de trigo pelo Brasil

12. Abertura do mercado do Brasil para carne suína dos EUA

13. Retomada de exportações brasileiras de carne bovina

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

ENTREVISTA - ADRIANE LOPES

"O objetivo é melhorar a qualidade do transporte coletivo oferecido à população de Campo Grande"

A prefeita também informou que tem um projeto com o governador Eduardo Riedel para asfaltar os 43 quilômetros de linhas de ônibus que hoje não têm asfalto

28/12/2024 09h00

Adriane Lopes (PP), prefeita de Campo Grande, concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado

Adriane Lopes (PP), prefeita de Campo Grande, concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado Foto: Ana Paula Fernandes / PMCG

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A prefeita reeleita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), concedeu uma entrevista exclusiva ao Correio do Estado e destacou que para o próximo mandato pretende retomar e concluir as obras paradas e oferecer um transporte público de qualidade.
Ela ainda revelou que espera fazer, com o governador Eduardo Riedel (PSDB), o asfaltamento dos 43 km de linhas de ônibus ainda sem pavimentação.

Outra garantia da prefeita é reformar os terminais de ônibus e instalar bases da Guarda Municipal neles para garantir a segurança dos usuários, principalmente das mulheres.

Adriane também revelou que todos os seus secretários vão assinar um contrato de gestão para ser cumprido anualmente e quem não conseguir será convidado a se retirar.

A gestora ainda falou do seu futuro político e, caso termine seu mandato com uma avaliação alta, não descarta sair candidata em 2030. Questionada para qual cargo, ela não descartou até disputar uma vaga ao Senado, caso a senadora Tereza Cristina não tente a reeleição. Confira a seguir.

Prefeita, qual vai ser o principal gargalo na sua próxima gestão?

Bom, nós vamos falar primeiro de coisas positivas, né? O meu ponto de partida para fazer a cidade avançar é essa reforma administrativa. É uma reforma que traz uma reestruturação, diminuindo 30% da estrutura, e que está sendo bem complicada a construção após uma eleição onde se obtém o sucesso. Mas o ponto de partida é, de uma vez por todas, arrumar a casa para que a gente possa reinvestir na cidade, trazendo resultados positivos e efetividade dos serviços públicos.

Porém, um gargalo, vamos dizer assim, é uma situação que eu herdei e que comecei a mudar neste atual mandato, é a avaliação dos serviços públicos pela população. A efetividade dos serviços públicos desde a política no papel até chegar na casa do seu José e da dona Maria. Isso, para mim, é o que importa. Na avaliação anual de Campo Grande pelo governo federal, a governança das políticas públicas e se elas chegam até as pessoas, Campo Grande estava há 10 anos abaixo da média nacional. Tínhamos 37 pontos porcentuais. Para uma capital, isso, para mim, era motivo de vergonha.

O que eu fiz para mudar isso? Como eu conquistei essa mudança em um curto espaço de tempo e coloquei Campo Grande como a única capital do Brasil a ser premiada com a nota máxima? Levar os serviços até as pessoas. Eu criei um programa, o Todos em Ação, em que tiro os secretários dos gabinetes e levo eles a cada 15 dias para a comunidade, para uma região, um bairro da cidade, para atender às reivindicações da população.

Eu também criei o Café com os Conselheiros, quando ouço a opinião, a indicação de quem realmente mora nas regiões e nos bairros de Campo Grande. E quando eu levo esses serviços até as pessoas, a gente tem a mudança e as coisas começam a acontecer. Porque não é só a prefeita buscando uma demanda nos bairros, são os secretários atendendo em uma mesa montada em uma escola a demanda dos moradores.

Depois de um certo tempo, nós voltamos para dar o feedback dos serviços. Se era uma faixa de pedestre, ou uma lombada, ou uma sinalização no bairro, ou a gerência da unidade de saúde que não está dando resultado, ou a diretora da escola, ou um funcionário, ou um servidor que trabalha na região. Então, quando você leva os secretários para vivenciar a realidade das pessoas, você faz com que aquele serviço seja mudado e atenda realmente quem precisa ser atendido, que é a população da nossa cidade.

O meu objetivo é fazer com que a população não só se sinta atendida, mas tenha esse resultado a partir do serviço prestado. Essa é a minha maior missão, continuar com essa proximidade das pessoas e das comunidades, obtendo um resultado positivo. O que eu fui mais cobrada, duramente cobrada, foram as obras de infraestrutura.

No momento, como nós estamos passando pelo período das chuvas, não dá para acelerar a parte de pavimentação asfáltica, que é muito antiga e basta chover que abre um buraco. A gente vem depois, passando dois ou três dias de sol, para tapar o buraco, mas com as ruas que não têm pavimento, os moradores cobram a gestão pública para asfaltar.

Porém, nos últimos dois anos e oito meses como prefeita, nós avançamos com 300 km asfaltados, sendo 150 km de asfalto novo e 150 km de recapeamento. Quando você passa em uma via como a 25 de Dezembro e verifica que ela está sendo totalmente recapeada, é uma vitória. Na Maracaju, onde os motoristas trafegavam como se estivessem em uma rua sem pavimento, porque era toda remendada, mas hoje está toda recapeada.

Também recapeamos parte da Av. Ernesto Geisel, que há 30 anos só recebeu tapa-buracos. A gente vem com recapeamento e mudando a vida de mais de 100 mil pessoas que transitam diariamente pela via para ir e voltar do trabalho ou da escola. Nosso foco como gestora pública é trazer resultados para a cidade e para as pessoas.

Como a senhora falou sobre a Av. Ernesto Geisel, há uma previsão para recuperar o trecho mais precário?

Nós já estamos realizando as obras de contenção de enchentes e, nesse período de chuva, o ritmo teve de ser desacelerado, porque a dificuldade é muito grande e o risco de desbarrancamento é enorme. Terminando essa etapa, nós vamos avançar na outra etapa, que fica nas imediações do Ginásio Guanandizão. Também vamos dar andamento, por meio do Consórcio Central MS, que integra os municípios de Campo Grande, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Terenos e Jaraguari, no recapeamento das principais vias e avenidas da cidade.

No caso do recapeamento da Av. Mascarenhas de Moraes, por onde andei na semana passada, o pedido não foi só do comércio, mas de quem mora naquela região, de quem mora nos condomínios próximos ao São Francisco e até de outros condomínios. É uma cobrança da população, portanto, temos de andar, ouvir a demanda e levar o resultado para a população. Para trazer as demandas, você precisa andar por toda a cidade, pois, quando se coloca o pé no chão e ouve a população, fica mais fácil.

Esse é o meu perfil de trabalho e é assim que nós pretendemos avançar pelos próximos quatro anos, trazendo resultado e trazendo para Campo Grande uma avaliação melhor na qualidade do serviço, na qualidade de vida dos moradores da nossa cidade. Porém, o meu maior gargalo será mesmo concluir todas as obras paradas, as quais vou retomar e terminar todas. Esse é o meu compromisso para os próximos quatro anos.

Prefeita, falando sobre a reforma administrativa, pelo projeto que veio para a senhora sancionar, há, pelo menos, três secretarias que vão ficar muito fortes porque aglutinaram outras que foram suprimidas. É isso mesmo?

Na verdade, nós tiramos as subprefeituras e as subsecretarias para criarmos as secretarias maiores. Na prática, diminuímos os recursos humanos, a parte jurídica e a comunicação para otimizarmos uma secretaria maior, com suporte técnico, porque nós vamos acompanhar de perto a execução de cada secretaria e de cada diretoria. Por quê? Porque nós vamos ter um contrato de gestão com cada secretário municipal com o tempo de execução das políticas. Se não houver um resultado naquele tempo determinado, nós vamos convidar o secretário a se retirar para que a gente possa substituir por alguém que traga resultados positivos para a cidade.

Eu penso que o nosso trabalho está muito focado no resultado para as pessoas, e isso nós vamos cobrar duramente. Quando você diminui a estrutura da máquina pública, você tem mais controle sobre a estrutura, você coordena mais de perto, porque não é tão grande.

Nós tínhamos mais de 30 estruturas, e era muito difícil para gerir, sem falar que ficava muito mais dispendiosa para a cidade, para o município e para os cofres públicos. Além disso, vamos diminuir a máquina pública em 30%, algo muito difícil de fazer após uma eleição, mas a gente está conseguindo e a nossa nova estrutura está pronta. O projeto foi aprovado e nós vamos entrar em 2025 já com a máquina enxuta para que a gente possa trazer impactos positivos para a cidade.

O Consórcio Guaicurus trocou de administrador e colocou um especialista em gestão que já comandou a Águas Guariroba. A senhora acha que esse é o primeiro passo do consórcio para fazer as melhorias necessárias?

Bom, esse consórcio é alvo de críticas há muitos anos, mas nesses dois anos e oito meses em que eu estou no comando da prefeitura, busquei caminhos para melhorar a qualidade do serviço e, se necessário for, rever o contrato. Isso ficou bem claro com o consórcio. E nós propusemos com o governador Eduardo Riedel, em janeiro deste ano, a modernização do transporte público, e isso vem acontecendo desde então.

Nós temos um projeto com o governo do Estado para asfaltar os 43 km de linhas de ônibus que hoje não têm asfalto. Nós começamos essa pavimentação porque o que acontece nessas linhas que não têm asfalto é a quebradeira dos ônibus, e o custo é muito alto para consertar. Nós também começamos a reforma dos terminais de ônibus, que é uma reclamação antiga das empresas.

Essas reformas dos terminais vão melhorar a qualidade de vida do usuário, pois vamos colocar bases da Guarda Civil Metropolitana em cada terminal para que os usuários tenham mais segurança, principalmente para as mulheres, porque 70% dos usuários são mulheres. Então, elas precisam de segurança também para que não sofram violência dentro do ônibus.

A proposta de modernização começou, e eu pretendo, já em janeiro de 2025, sentar de novo com o governador para saber qual o próximo passo que vamos tomar juntos, trazendo o consórcio para a discussão das melhorias que são necessárias, como ônibus já com a mudança da matriz energética, que eu propus com a MSGás. Nós temos o gás natural passando na porta da nossa casa e a utilização ainda do óleo diesel, que é um combustível mais caro e poluente.

Hoje, o transporte público é o meio que mais polui o meio ambiente em Campo Grande. Já foi testado o ônibus movido a gás natural, e o resultado foi positivo, com economia considerável. E acredito que logo em janeiro a gente já senta com o governador para entender quais os próximos passos, porque eu acredito que a modernização desse transporte público é um projeto de Estado. E essa troca de comando é um sinal que eles querem também fazer parte.

O Themis de Oliveira é um executivo muito experiente, e nós tivemos uma excelente relação com ele enquanto estava na Águas Guariroba. E acredito que vai ser diferente, sendo uma pessoa mais fácil ainda de tratar, por conhecer a pessoa e por entender também o posicionamento que vai trazer em relação ao consórcio. Mas o objetivo é melhorar a qualidade do transporte coletivo oferecido à população de Campo Grande.

Eu acredito que, como a gente já começou essa tratativa no primeiro ano do meu mandato como prefeita, terá mais resultados positivos, como a entrega dos terminais totalmente reformados. E, com a mudança da matriz energética, será possível entregar ônibus com ar-condicionado, algo que deixou de ser um luxo para ser uma necessidade diante das mudanças climáticas. E o teste que foi feito, nas principais linhas, trouxe resultado positivo.

A gente trouxe o ônibus movido a gás natural e ele circulou um mês em Campo Grande. Agora, estou pedindo uma avaliação feita com os usuários para que a gente possa compilar esses dados para a mudança acontecer no próximo ano.

Ao terminar, e bem, o seu segundo mandato como prefeita, a senhora pretende continuar na política? 

Eu trabalho com propósito. Fui reeleita prefeita e eu pretendo trabalhar os próximos quatro anos consecutivos com bons resultados para a cidade. Acredito que, do resultado do meu trabalho ao fim do mandato, é que vou poder entender se vou dar um novo passo na política ou não. Mas o meu maior desafio é ter uma Campo Grande boa para se trabalhar, mas, melhor ainda, para se viver. 

Se a senadora Tereza Cristina não tentar a reeleição em 2030 e a senhora terminar a gestão com uma aprovação alta em 2028, poderia ser a sucessora dela no Senado?

Bom, eu tenho uma líder no meu partido e uma inspiração na minha vida pessoal, que é a senadora Tereza Cristina. Foi a mulher que segurou na minha mão, que me apoiou e que me fez chegar até aqui. Então, eu tenho uma gratidão eterna com ela e, com certeza, se a senadora Tereza entender, no término do meu mandato, lá na frente, que eu possa vir a fazer um trabalho com ela, estou disposta e estarei disponível.

Mas eu acredito que, primeiro, preciso trazer um resultado positivo para a cidade com o meu trabalho. Aí, então, depois, a gente poderá pensar no meu futuro político. E eu vou dar o meu melhor pelos campo-grandenses e pela minha cidade, que eu amo tanto.

Perfil - Adriane Lopes

Nascida em Grandes Rios (PR), ela é filha de Antônio Ferreira Barbosa e Gisleni Garcia Barbosa. Casada com o deputado estadual Lídio Lopes, tem dois filhos, Matheus e Bruno. Adriane Lopes é formada em Direito e Teologia e pós-graduada em Administração Pública e Gerência de Cidades.

Assumiu a Prefeitura de Campo Grande no dia 4 de abril de 2022 e foi reeleita para mais quatro anos de mandato no dia 27 de outubro de 2024. Antes, foi vice-prefeita em duas gestões, de 2017 a 2022.

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CÂMARA MUNICIPAL

Sem apoio suficiente, Beto Avelar teria comunicado desistência de disputar presidência

Com apenas seis votos, incluindo o próprio, o vereador não tinha nomes suficientes nem para registrar chapa

28/12/2024 08h19

Os vereadores reeleitos Papy (PSDB) e Beto Avelar (PP) iriam disputar a presidência da Casa de Leis

Os vereadores reeleitos Papy (PSDB) e Beto Avelar (PP) iriam disputar a presidência da Casa de Leis Montagem

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O vereador Beto Avelar (PP) teria comunicado, neste sábado (28), à prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), a desistência de concorrer à presidência da Mesa Diretora da Câmara Municipal, cuja eleição está marcada para as 19 horas do dia 1º de janeiro de 2025.

Conforme o Correio do Estado publicou na edição imprensa deste fim de semana, a quatro dias do pleito, Beto Avelar ainda não tinha os nomes suficientes para registrar uma chapa para competir contra a montada pelo vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o “Papy”.
 
Para registrar uma chapa, o que precisa ser feito até uma hora antes da eleição, o parlamentar precisa ter sete nomes – presidente, 1º secretário, 2º secretário, 3º secretário, 1º vice-presidente, 2º vice-presidente e 3º vice-presidente – e Beto Avelar conta apenas com o próprio nome e dos colegas Professor Riverton (PP), Delei Pinheiro (PP), Maicon Nogueira (PP), Wilson Lands (Avante) e Leinha (Avante), totalizando seis parlamentares.

A reportagem procurou o parlamentar para confirmar a informação, mas, até a publicação da matéria, não obteve sucesso, entretanto, o espaço continua aberto. Já o vereador Papy disse ao Correio do Estado que teria conversado ontem (27) com Beto Avelar, quando trataram sobre uma chapa de consenso, o que deve ser confirmado ainda hoje.

“Ele deixou encaminhado a possibilidade de desistir de bater chapa, mas somente hoje bateria o martelo sobre essa questão. Caso se confirme, ainda dá tempo de abrir uma vaga na Mesa Diretora, pois já falei com o PT e com o União Brasil e ambos estão dispostos a ceder uma vaga para o PP”, adiantou Papy.

Ele também já estaria em contato com o atual presidente, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o “Carlão, que será o novo 1º secretário da Casa de Leis, para alinhar a inclusão do PP na chapa de consenso, evitando, dessa forma, uma disputa pelo comando da Câmara.

Até ontem, além do próprio Papy, os demais vereadores que estão com ele são: Marquinhos Trad (PDT), Rafael Tavares (PL), Carlão (PSB), Silvio Pitu (PSDB), Veterinário Francisco (União Brasil), Fábio Rocha (União Brasil), Junior Coringa (MDB), Dr. Victor Rocha (PSDB), Professor Juari (PSDB), Flavio Cabo Almi (PSDB), Luiza Ribeiro (PT), André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Neto Santos (Republicanos), Herculano Borges (Republicanos), Dr. Jamal (MDB), Landmark (PT), Clodoilson Pires (Podemos), Jean Ferreira (PT), Dr. Lívio (União Brasil), Ronilço Guerreiro (Podemos) e Otávio Trad (PSD).
 
SEM DIGITAL

Em entrevista concedida ontem ao Correio do Estado, a prefeita Adriane Lopes afirmou que, até o momento, não se manifestou sobre a eleição na Casa de Leis porque o pleito é responsabilidade do Poder Legislativo, que é independente e isso ela respeita. 
 
“Já conversei com o vereador Papy (PSDB), conversei com o Beto Avelar (PP), com os outros três vereadores progressistas e com os dois do Avante, bem como com os dos outros partidos, mas eu dei a liberdade ao vereador reeleito Beto Avelar para ele trabalhar como independência. Se ele tem o posicionamento de buscar a presidência da Câmara e entende que pode ser, eu não vou barrar o sonho de ninguém”, declarou.
 
A gestora completou que não disse “ao Papy e nem ao Beto que eles não podem ser o presidente”. “Dei liberdade para os quatro vereadores do Partido Progressista e aos dois do Avante construírem as respectivas candidaturas. Agora, a construção é deles, não é da prefeita. Eu estou no partido, mas a construção não é minha. Eles têm que se viabilizar, ir atrás dos votos para colocar o nome à aprovação para a presidência da Câmara”, argumentou.
 
Ela também acrescentou que não deu prazo para Beto Avelar viabilizar a candidatura. “Não dei porque não partiu de mim a candidatura, partiu do próprio vereador. Porém, pelo que eu ouvi, se o Beto tiver só seis votos, mesmo assim, talvez ele já teria retirado a candidatura dele. Porque esse negócio de ter uma lista prévia para a eleição de Câmara, a gente já conhece como termina a história”, ressaltou.
 
Adriane Lopes relatou que seu ponto de vista é o mesmo, ou seja, se o vereador Beto Avelar, chegando mais próximo da eleição, entender que deve ir para o embate ou recuar, terá total liberdade para tomar a decisão. “No PP, eu não vou impor que ele seja candidato, porque é a minha vontade, ou da vontade da senadora Tereza Cristina, já que, desde o primeiro momento, o Beto teve total liberdade para construir”, apontou.
 
A prefeita completou que, se Beto Avelar verificar que não vai conseguir disputar, tem de sentar com o outro grupo e alinhar uma chapa de consenso. “Eu acredito que todas as eleições da Câmara Municipal acontecem assim. Na eleição da Assembleia Legislativa, cujo presidente é o deputado estadual Gerson Claro, do PP, os outros abriram mão da disputa para que ele fosse eleito. A composição acontece até na véspera, até no último dia, mas eu continuo dando liberdade para que, tanto o Papy, quanto o Beto possam disputar o cargo”, repetiu.
 
Para finalizar, a gestora lembrou que se dá muito bem, tanto com o Papy, quanto com o Beto Avelar. “Inclusive, o Papy me apoiou na campanha eleitoral, não tenho nada contra ele, muito pelo contrário, professamos a mesma fé e ele me apoiou no segundo turno. Por isso, eu sou muito grata e deixo essa construção aberta entre ambos. Mas não, a prefeita não tem a sua digital nem na candidatura do Papy, nem na do Beto. A partir do momento que for chegando na véspera, aí talvez a gente sente e converse com ambos, mas não tenho nenhum preferido”, analisou.

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