Política

ELEIÇÕES 2022

Correio explica: Entenda a discussão sobre o apoio de Jair Bolsonaro na corrida do Governo de MS

Porque os candidatos em Mato Grosso do Sul disputam não só a chefia do Executivo Estadual, mas "quem tem mais proximidade" com presidente

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Mato Grosso do Sul, no próximo dia 30 de outubro - junto de outros 11 Estados - define as eleições tanto para Presidente da República quanto para Governador. Enquanto no cenário nacional a polarização é vista na disputa presidencial, em Mato Grosso do Sul, a disputa se volta especificamente para Jair Bolsonaro, com ambos os candidatos disputando o apoio do atual presidente. 

Um dos motivos para tal disputa se deve às características demográficas do Estado, que aparece com 13 municípios entre os mais ricos do agro no País, setor esse beneficiado com a desburocratização de aplicação de defensivos agrícolas; abertura para novos mercados e ampliação de políticas ao grande produtor e em detrimento da agricultura familiar, entre outras medidas da atual gestão, conforme aponta material da Gazeta do Povo.

Diante deste cenário, os dois candidatos que permanecem na disputa pelo cargo de Governador em Mato Grosso do Sul, Capitão Renan Contar e Eduardo Riedel, disputam, desde o início da campanha, a posição de quem tem maior “proximidade” com o atual presidente do Brasil, almejando, inclusive, seu apoio na corrida eleitoral. 

Início da disputa pelo apoio

Ainda em maio deste ano, antes do início das convenções partidárias (20/07), como apontou o Correio do Estado, a mídia local anunciava que Jair iria oficializar apoio a Riedel na pré-campanha ao cargo. 

Meses depois, em 1.º de julho, o então presidente da República veio até Campo Grande para a inauguração de 300 casas populares, além da realização da tradicional motociata que executa por onde passa. 

Na ocasião, Riedel e Contar disputaram, desde a chegada no aeroporto, cada segundo das - aproximadamente - quatro horas que Bolsonaro esteve na Capital (entre 09h e 13h).

Ainda que a motociata em Mato Grosso do Sul tenha sido organizada por Capitão Contar, momento em que o candidato foi visto com Bolsonaro, durante o evento foi o candidato tucano quem esteve presente. 

“Quem está com ele [Bolsonaro] aqui?”, indagou o então pré-candidato, Eduardo Riedel, antes de desfilar em carro aberto com Bolsonaro, quando foi perguntado sobre o apoio do presidente, como destacou o Correio do Estado. 

Posteriormente, em outra ocasião, ainda durante a campanha de primeiro turno, no último debate dos presidenciáveis à TV Globo, a então candidata Soraya Thronicke (União Brasil) força Bolsonaro a fazer uma declaração de Bolsonaro em favor de Contar, o que gerou uma crise entre aliados em MS, segundo a Folha.

Capitão Contar passou a usar a declaração ao seu favor, exibindo a fala do atual presidente em propaganda, mesmo passado a data do primeiro turno - quando Capitão Contar e Eduardo Riedel contabilizaram 26,71% (384.275 votos) e 25,16% (361.981 votos), respectivamente, em 02 de outubro. 

Ainda nos primeiros dias após o pleito, pressionado entre os aliados em Mato Grosso do Sul, Jair Bolsonaro vem à público anunciar “neutralidade” na disputa para o governo, entre Eduardo Riedel e Capitão Contar. 

“Os dois candidatos nos apoiam, e por um dever de lealdade, do bom ensinamento político, ficaremos neutros em Mato Grosso do Sul neste segundo turno. Torceremos para que a população escolha o melhor candidato”, disse Jair Bolsonaro. 

Apoiado nisso, o candidato tucano (que faz parte da coligação que integra PSDB/CIDADANIA / 10-REPUBLICANOS / 11-PP / 40-PSB / 22-PL / 12-PDT) ingressou com representação para que a inserção fosse excluída da TV e rádio. 

Conforme publicou o Correio do Estado sobre a decisão, o magistério entendeu que a propaganda cria, “artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais disformes da realidade atual”, segundo o juiz José Eduardo Chemin Cury. 

Entretanto, posteriormente, o juiz Ricardo Gomes Façanha, titular no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), revogou a decisão anterior. 

O juiz argumenta que, de acordo com resolução do TSE, a mensagem para ser qualificada como falsa “deve conter inverdade flagrante que não apresente controvérsias”. Desse modo, Contar segue autorizado a veicular o vídeo de Bolsonaro ao proferir apoio no debate. 

Ainda, na linha em apresentar uma ideologia que corresponda aos ideais de Bolsonaro, Eduardo Riedel fez questão de sinalizar, ainda em julho, que não daria palanque ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em eventual cenário de 2.º turno. 

Tanto que, prontamente quando uma falsa imagem começou a circular por grupos de Whatsapp - associando o tucano à Lula em um “santinho” -, a equipe do candidato ressaltou (ao projeto Correio Verifica) “que a imagem não foi produzida pela equipe de Riedel e que é “pura fake news”.

Histórico bolsonarista em MS

Dados do TSE, sobre as eleições de 2018, apontam que Jair Bolsonaro conquistou 769.116 votos em Mato Grosso do Sul, no 1.º turno, ficando com 65,22% dos votos (872.049), diante de 34,78% (465.025 votos) de Fernando Haddad (PT), na decisão do 2.º. 

Com base no portal Resultados do Tribunal Superior Eleitoral, Jair Bolsonaro conseguiu um desempenho melhor em Mato Grosso do Sul, no primeiro turno das eleições deste ano. 

Jair Bolsonaro contabilizou 794.206 no 1.º turno em Mato Grosso do Sul, neste 2022, um total de 25 mil e 90 votos a mais em comparação com o primeiro turno de 2018. 

Já o partido adversário, representado por Fernando Haddad, contabilizou 333.407 votos em Mato Grosso do Sul (no primeiro turno de 2018), enquanto que, neste ano, Lula obteve 588.323 neste 02 de outubro em MS. 

* Alterado às 12h30, do dia 12 de outubro, para atualização de informação. 

ELEIÇÕES 2024

Candidato a prefeito de Nova Andradina é réu em ação milionária por estelionato

O médico Leandro Fedossi, que concorre ao pleito pelo PSDB, não teria pago R$ 2,1 milhões na compra e na venda de gado

20/09/2024 08h00

Dr. Leandro é vereador e disputa a cadeira de prefeito de Nova Andradina pelo PSDB

Dr. Leandro é vereador e disputa a cadeira de prefeito de Nova Andradina pelo PSDB Foto: Reprodução

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Candidato a prefeito de Nova Andradina (MS), o médico Leandro Ferreira Luiz Fedossi, o Dr. Leandro, da coligação “Unidos por Nova Andradina”, composta pela Federação PSDB/Cidadania, Republicanos, MDB, Podemos, PL, PSB, Avante, PP e PSD, é réu em ação declaratória de cobrança e indenização por danos morais e tutela de urgência, no valor de  R$ 2.162.262,65, referente à compra e à venda de gado, impetrada pelo casal de pecuaristas de Costa Rica (MS) Marcos José Campos e Renata Barbosa Lima Campos.

Além disso, o casal de produtores rurais também registrou notícia-crime (boletim de ocorrência) por estelionato, apropriação indébita e associação criminosa contra Dr. Leandro, o pai dele, o pecuarista Diomar Ferreira Luiz Fedossi, e o irmão dele, o pecuarista Diomar Ferreira Luiz Fedossi Júnior, ambos moradores de Campo Grande (MS), que são sócios e teriam praticado uma série de condutas ardilosas e premeditadas contra os autores da ação.

Segundo os autos, aos quais o Correio do Estado teve acesso com exclusividade, o candidato Dr. Leandro, que já recebeu do PL e do PSDB, via Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), mais de R$ 560 mil para campanha eleitoral, o pai e o irmão teriam se apossado de uma grande quantidade de dinheiro relativo à venda do mesmo rebanho bovino para duas pessoas diferentes, deixando de entregá-lo aos compradores.

Ainda conforme os autos, simultaneamente, o trio dilapidou o patrimônio “oficial” e registrou os ativos milionários em nome apenas do Dr. Leandro, que é vereador e presidente da Câmara Municipal de Nova Andradina, figurando quase como um “sócio oculto”. 

Diante dessa conduta, o casal de pecuaristas solicitou à Justiça que os réus sejam declarados e reconhecidos como sócios de fato e, portanto, possam ser condenados, solidariamente, ao devido ressarcimento em favor dos autores da ação.

ENTENDA O CASO

Os três réus se associaram informalmente em algum momento anterior a fevereiro de 2019 e formaram uma sociedade de fato para compra e venda de gado. 

Além disso, eles usavam a Fazenda São Jorge, pertencente a Diomar Ferreira Luiz Fedossi, para o exercício da atividade e como local principal onde realizavam suas transações, compartilhando entre si os resultados positivos da próspera sociedade, os quais não se restringiam apenas ao âmbito profissional, mas também a um estilo de vida marcado pelo desfrute de itens de luxo, como propriedades imobiliárias, veículos como SW4 e Dodge RAM, jet skis e frequentes viagens.

Nesse contexto, por conta de sua reputação como grandes pecuaristas da região, em 23 de fevereiro de 2020, o casal de pecuaristas Marcos José Campos e Renata Barbosa Lima Campos optou por investir seu capital, no valor de 
R$ 478.500, na aquisição de 165 vacas paridas, com bezerros no pé, negociando diretamente com Diomar Ferreira Luiz Fedossi Júnior.

Durante as negociações, agindo com evidente dolo premeditado à frente da sociedade, ele ofereceu ao casal o uso de pastagens para manutenção das vacas adquiridas por algum tempo, para posterior retirada. 

No momento subsequente acordado para a retirada dos animais, Diomar Ferreira Luiz Fedossi Júnior começou a dizer que não poderia entregá-los nem emitir a nota fiscal de venda, alegando que seu irmão, o Dr. Leandro, estava lhe processando judicialmente.

Além disso, o casal destacou que, durante o período de cobrança, Diomar Ferreira Luiz Fedossi Júnior alegou, ainda, estar enfrentando dificuldades financeiras. Entretanto, foram identificadas diversas contradições entre suas declarações e a realidade dos fatos. 

Um funcionário da família Fedossi ainda revelou para Marcos José Campos e Renata Barbosa Lima Campos que o patrão tinha vendido as vacas para outro pecuarista.

A defesa do casal acrescentou à ação que, mesmo alegando suposta dificuldade financeira, Diomar Ferreira Luiz Fedossi Júnior não deixou de efetuar gastos supérfluos, destinando R$ 24.400 para a aquisição de itens para seu quadriciclo, incluindo um novo sistema de som, desembolsando, ainda, a quantia de R$ 600 para mão de obra.

O trio ainda declarou para a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) a existência de 1.187 bovinos, três muares e 30 suínos na Fazenda São Jorge, mais 3.786 bovinos na Fazenda Alvorada e mais 1.861 bovinos na Fazenda Três Barras, totalizando mais de 6.800 reses nas três propriedades dos sócios, comprovando contradições entre as alegações de dificuldades financeiras feitas pela sociedade e a situação real de seus negócios.

OUTRO LADO

A reportagem procurou o Dr. Leandro para ouvir uma declaração dele sobre as graves acusações, porém, o candidato solicitou que fosse feito contato com os seus advogados. 

O Correio do Estado ligou para os dois advogados indicados por ele e foi informado que o cliente teria sido arrolado indevidamente na ação. Segundo a nota enviada pela defesa, “ele foi arrolado indevidamente no polo passivo da ação, pois nunca negociou nenhum tipo de rebanho com o autor da ação”. 

“O meu cliente não o conhece e nunca conversou pessoalmente ou por telefone. Trata-se de uma negociação feita exclusivamente com o irmão Diomar Júnior. Aliás, em audiência, o próprio autor da ação reconheceu que nunca negociou com o Dr. Leandro, inclusive apresentamos defesa nos autos pedindo a exclusão do polo passivo da ação”, declarou a defesa.

Saiba

O município de Nova Andradina tem cinco candidatos a prefeito nas eleições municipais deste ano. São eles: Dione Hashioka (União Brasil), Dr. Leandro (PSDB), Marcos Dan (PT), Marcos Guimarães (Novo) e Milton Sena (PDT). O município tem ao todo 35.765 eleitores, sendo 20.677 com biometria (57,81%) e 15.088 sem biometria (42,19%).

Política

Moraes exige que a PF encontre e notifique usuários do X que abusaram após bloqueio

Investigadores devem comunicar usuários sobre suspensão da plataforma pelo STF e sobre aplicação de multa em caso de reincidência.

19/09/2024 23h00

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Divulgação/ Agência Brasil

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 O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia Federal monitore quem tem feito o "uso extremado" do X (ex-Twitter) no Brasil desde que a plataforma foi bloqueada no país, em 30 de agosto.

Segundo a decisão do magistrado, a PF deve identificar o usuário e notificá-lo de que o uso da rede social foi proibido pelo Supremo. Este seria o primeiro passo. Na ordem, o ministro escreve que, se for mantido ou reiterado o comportamento, caberá a aplicação de multa de R$ 50 mil.

Além de ter mandado suspender o X, Moraes já havia estabelecido o pagamento de R$ 50 mil a quem usasse o VPN (rede virtual privada) para conseguir acesso à plataforma. A decisão foi confirmada pela Primeira Turma do Supremo no início deste mês.

Segundo investigadores, a nova decisão de Moraes não especifica o que seria o uso extremado da plataforma, mas integrantes da PF imaginam que isso se refira a acessos ou publicações constantes na rede social.

Alguns políticos, sobretudo críticos ao ministro do STF, têm usado a plataforma e deixado isso claro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, fez um post no X em português e inglês no qual convocou seguidores para os atos de 7 de Setembro.

"Se estou fazendo este post, assumindo todos os riscos, é porque acredito que vale a pena lutar pela nossa liberdade e a de nossos filhos", disse. E deixou claro: "Estou postando no X, escrevendo do Brasil".

Foi o mesmo tom da também deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). "Postando aqui, direto do X", para anunciar a própria presença no ato do próximo sábado em São Paulo", escreveu ela.
 

*Informações da Folhapress 

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