Política

BIOCEÂNICA

Crise em Itaipu não deve
refletir em novas pontes

Obras em Mato Grosso do Sul e Paraná podem ter atrasos, mas devem ser executadas, diz Marun

Continue lendo...

A crise envolvendo o governo do Paraguai e a direção da hidrelétrica binacional Itaipu não deve influenciar nas pontes que serão construídas na fronteira do Brasil com o país vizinho. Foi como avaliou o ex-ministro de Governo e ex-integrante do conselho da usina Carlos Marun (MDB). A obra sobre o Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul será na cidade de Porto Murtinho (BR), com ligação a Carmelo Peralta (PY). Ela é financiada pela Itaipu Binacional Paraguai, com custo estimado em US$ 75 milhões, e deve ficar pronta em 2022, com uma extensão de 680 metros.

Possíveis problemas no acordo bilateral sobre a contratação a contratação da potência da Usina de Itaipu Binacional, assinado em 24 de maio com o Brasil, fez com que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) aceitasse a decisão “unilateral e soberana” do país vizinho de anular o acordo. “Não há porque um [acordo] interferir no outro. O que desejamos é que esse desacerto causado pela celebração do acordo de comercialização de energia seja superado; que outro acordo ou esse volte a ter efeito. Desejamos que a nova diretoria tenha, com relação à nossa ponte bioceânica, o mesmo carinho e a mesma prioridade”, destaca.

Ainda de acordo com Marun, a possibilidade de ter um atraso na construção das pontes é mínima. Além da construção em Mato Grosso doSul, uma das pontes será construída no Rio Paraná, em Foz do Iguaçu e o município paraguaio de Puerto Franco.

“Não vejo risco para o projeto da ponte bioceânica. Deve haver um tempo de arrumação. Teremos uma nova diretoria paraguaia em Itaipu, mas a minha posição é que em brevíssimo tempo as coisas estejam andando em ritmo normal. Tenho certeza que não vão acontecer atrasos porque o nome do novo diretor agradou, porque temos excelentes referências”, disse citando o empresário Ernst Bergen como o novo indicado a diretor do lado paraguaio na binacional. 

No site da Itaipu Binacional, a informação é de que amanhã começam as obras na fronteira do Paraná. A ordem de serviço foi assinada no dia 1º de agosto pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior e pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna. O contrato prevê um prazo de 36 meses para a execução.

No mesmo dia, o governo assinou a anulação do acordo com o país vizinho. Segundo o documento que saiu da reunião realizada em Assunção, altas partes contratantes instruíram suas equipes técnicas a retomar as reuniões com o objetivo de definir o cronograma de potência a ser contratada pela Eletrobras e pela Administración Nacional de Electricidad (Ande) no período de 2019 a 2022. Agora, a chamada Ata Bilateral vai “voltar às instâncias técnicas para novas negociações sobre a contratação da energia elétrica de Itaipu”.

Um dia depois, o cientista político Miguel Carter divulgou dados de um estudo apresentado no Centro para a Democracia, a Criatividade e a Inclusão Social, fundado por ele, em que mostra que o Paraguai deixou de ganhar US$ 75,4 bilhões por vender ao Brasil a energia excedente produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu e não consumida pelo país a preços abaixo dos valores de mercado. Mais do que isso: de 1985, quando a usina começou a operar, a 2018, o Brasil manteve 86% da riqueza de Itaipu, e o Paraguai, 14%. O levantamento foi feito com dados oficiais do governo brasileiro e da Eletrobras. 

Marun avalia que os problemas do outro lado da fronteira não devem atrapalhar os trabalhos, uma vez que o país vizinho também tem interesse. “A ponte interessa a nós brasileiros, mas de forma ainda mais especial ao Paraguai. O Paraguai está fazendo grande investimento, que é a rodovia que atravessa o chaco paraguaio, que é fator importante na Rota Bioceânica”.

negociações

Federação entre PP e União Brasil pode nascer rachada em Mato Grosso do Sul

Ex-deputada federal Rose Modesto promete continuar cobrando as promessas feitas em campanha pela prefeita Adriane Lopes

14/03/2025 08h00

A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), durante debate

A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), durante debate Reprodução

Continue Lendo...

Com provável desfecho na próxima semana, a possível federação entre dois dos maiores partidos do Brasil – PP e União Brasil – pode já nascer rachada em Mato Grosso do Sul, em razão da disputa pelo comando do Executivo municipal de Campo Grande nas eleições do ano passado entre a atual prefeita Adriane Lopes (PP), que acabou reeleita, e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

Caso seja consolidada essa federação, o bloco, que funcionaria como um único partido por pelo menos quatro anos, colocaria no mesmo barco as duas adversárias, que travaram uma disputa acirrada, principalmente no segundo turno das eleições municipais, quando os ânimos de ambas ficaram mais exaltados, atingindo o ápice no último debate televisivo.

Procurada pelo Correio do Estado para comentar a convocação feita pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (Piauí), aos deputados federais, senadores e presidentes de diretórios da legenda que não sejam parlamentares para uma reunião na terça-feira, em Brasília (DF), para trata da possível federação com o União Brasil, Rose Modesto não deixou de marcar posição.

“Não tenho problemas com o PP, até porque no PP tem muita gente. Se isso acontecer, terei uma boa relação com todos os partidos da federação, porém, vou manter minha independência de continuar cobrando as melhorias e as promessas de campanha que foram feitas nas eleições do ano passado”, adiantou a presidente estadual do União Brasil, referindo-se à gestão da prefeita Adriane Lopes.

A ex-deputada federal ainda deixou claro que não é porque possivelmente os dois partidos vão caminhar juntos pelos próximos quatro anos que vai esquecer tudo o que se passou durante as eleições municipais do ano passado em Campo Grande. “Meu compromisso maior será sempre com os meus eleitores”,
argumentou.

A prefeita Adriane Lopes foi procurada pelo Correio do Estado, mas, até o fechamento desta edição, não retornou as ligações. No entanto, o espaço continuar aberto para a chefe do Executivo municipal.

NACIONAL

Em nível nacional, já há consenso entre Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, sobre a união dos dois partidos, e a ideia é dividir os comandos estaduais da federação entre as siglas, seguindo o critério de tamanho das bancadas no Legislativo.

Já a presidência nacional seria exercida de forma intercalada, e não há objeção para que esse esquema se inicie pelo PP, com o comando do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), um desejo de Nogueira. “Se a federação acontecer, a presidência vai ser um rodízio”, afirmou. 

Falta, porém, consenso entre as bancadas dos partidos, pois uma ala do União Brasil, por exemplo, reclama de que não foi ouvida por Rueda. Na última reunião do grupo, realizada na Câmara dos Deputados, o líder do partido, deputado federal Pedro Lucas Fernandes (Maranhão), foi instado a trazer o presidente da sigla para o próximo encontro.

Além de União Brasil e PP, a nova federação pode ter ainda o reforço do Republicanos, pois Ciro Nogueira e o presidente nacional republicano, Marcos Pereira, encontraram-se nesta semana, em Brasília, para debater se a sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Paraíba), faria parte do novo bloco. Ficou decidido que os partidos devem caminhar juntos nas eleições de 2026, mas, neste momento, a conversa sobre federação vai seguir apenas entre União Brasil e PP.

PRESIDÊNCIA

Uma aresta que precisará ser resolvida entre os três partidos é o candidato de consenso para disputar o cargo de presidente da República nas eleições gerais do próximo ano. O Republicanos tem entre seus quadros o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos mais bem colocados para ser o candidato da direita.

Enquanto isso, o União Brasil conta com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que vai lançar uma chapa, no dia 4 de abril, ao lado do cantor sertanejo Gusttavo Lima. 

Para não abrir mão da candidatura, aliados de Caiado têm se colocado contra a federação com o Republicanos, temendo que o governador de Goiás seja preterido em uma disputa de forças interna.

Paralelamente, Ciro Nogueira tem sinalizado apoio a uma candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para depois tentar se viabilizar como vice de um dos dois filhos de Bolsonaro.

Assine o Correio do Estado.

Na bronca

Não sou contra emendas parlamentares, mas neste patamar sou contra, diz Simone Tebet

Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos

13/03/2025 23h00

Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento

Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, fez críticas ao crescimento descontrolado das emendas parlamentares, que podem virar "um caso de polícia".

"Eu já vi essa história antes, eu já vi esse filme antes. Não sou contra as emendas parlamentares, acho que elas são saudáveis Neste patamar que sou contra", afirmou a ministra, em entrevista exibida pela GloboNews na noite da quarta-feira, 12.

Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos.

É preciso, segundo a ministra, encontrar um maior equilíbrio em relação às emendas, sob o risco de a situação atual levar a um cansaço da população brasileira com a classe política.

Nesse sentido, Tebet disse que sua maior preocupação para as eleições do ano que vem é com o surgimento de candidatos de fora da política tradicional. "Não tenho medo da direita ou da esquerda tradicional, tenho medo de um outsider, que vem com ideias mirabolantes de um mundo totalmente distópico."

Assine o Correio do Estado 
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).