Política

INTERIOR

Délia Razuk deixa frustração social e suspeita de corrupção

Gestão da prefeita Delia Razuk de Dourados está sendo marcada por prisão de secretários e avanço da Covid-19 na cidade

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Primeira mulher eleita à prefeitura de Dourados, Délia Razuk (PTB) está prestes a terminar o mandato, deixando legado nada agradável para a maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul. 

Marcada por operações que investigam corrupção, a gestão foi vista como “politicamente frágil” e com ausência de diálogo. Délia Razuk, inclusive, frustrou o seu principal eleitorado: as mulheres.

Eleita em 2016 com 40.149 votos, Délia iniciou a gestão de Dourados com promessas de melhoria nos principais pilares da administração: Educação, Saúde e Segurança Pública. 

No discurso de posse, em 2017, prometeu diálogo com categorias e sempre se preocupou em finalizar suas falas com “Deus nos abençoe”, fazendo aceno à classe religiosa.

Primeira mulher a ocupar o cargo, a então republicana, hoje filiada ao Partido Trabalhista Brasileiros (PTB), transmitia a esperança de um olhar sensível às causas pleiteadas pelas mães douradenses: saúde acessível, educação de qualidade e assistência aos mais pobres.  

No entanto, o que se viu até aqui foram dificuldades em concluir obras de Ceims (Centros de Educação Infantil Municipal), como o do Parque do Lago, deixado pela administração anterior e hoje com a estrutura de obra deteriorada. 

Ainda ficou deficitário o fornecimento de vagas na rede infantil, houve dificuldade em dialogar com a classe trabalhadora da educação e um descaso enorme com políticas públicas de valorização da categoria.

O sistema de saúde de Dourados não conseguiu ser qualificado nas mãos da atual administração. 

Ausência de médicos nos postos, serviços interrompidos por falta de planejamento e o rombo financeiro cada vez maior da Funsaud (Fundação de Saúde de Dourados), que administra as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, foram marcas da gestão.  

CORRUPÇÃO

Outro grande desgaste da mandatária à frente do executivo foram as operações de combate à corrupção, que levaram para a cadeia três secretários, justamente das Pastas mais frágeis: Saúde, Educação e Finanças. 

Ainda não há esclarecimentos finais sobre os crimes investigados, mas evidências apontadas por Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal deixam claro a vulnerabilidade em lidar com processos licitatórios. 

As investigações estão ligadas a fraudes em procedimentos de compra, como tentativa de beneficiar os secretários envolvidos.

Ainda sobre o corpo de gestores da administração Délia, ficará o legado das massivas trocas de secretários. 

Ao todo, foram mais de 40 substituições nos comandos Pastas. Trocas na gestão das fundações e das autarquias, esse número avança ainda mais.  

Para Marisa Lomba, socióloga e docente na Universidade Federal da Grande Dourados, a alta rotatividade nos cargos de confiança evidencia a falta de estrutura política na gestão de Délia Razuk. 

Marisa Lomba avalia a fragmentação como um dos fatores da falta de alcance das metas propostas em campanha.

“Foi um governo totalmente desorganizado. Não existiu um plano com diretrizes básicas, com prioridades a serem seguidas, com direcionamento justo do orçamento público, fatores que garantiriam rumo para os quatro anos de gestão. 

O governo municipal não conseguiu compor um grupo coeso e competente para possibilitar uma operacionalização de objetivos e metas, tendo força representativa para oferecer pautas e executá-las. 

As trocas de secretários deixaram ainda mais evidente a fragilidade política dessa gestão”, afirmou.  

Marisa destaca as principais falhas na administração apontando para a dificuldade de estabelecer diálogos com a sociedade civil e com as categorias trabalhadoras. Isso resultou na precarização dos serviços e na desvalorização dos servidores.  

“Foi um governo sem liderança, sem força política, sem uma representatividade que proporcionasse segurança à população. 

Um governo, a meu ver, que perdeu a confiança logo no início até de quem votou na prefeita por ser uma mulher. 

Havia uma expectativa nela por ser mulher, fator que a levou a angariar votos. 

Pensava-se que ela responderia às demandas desse grupo, oferecendo políticas públicas. 

Esperava-se que houvesse investimento em segurança da mulher e da criança, melhorias expressivas na saúde da mulher, ampliação da Educação Infantil, renda mínima para as mulheres e grupos vulneráveis, questões que envolvem a vida de todos, mas que afetam diretamente o dia a dia das mulheres. Nada disso aconteceu”, afirmou.

Para a socióloga, Dourados é uma cidade com índice elevado de “segregação, com fronteiras rígidas entre ricos e pobres”.

Espaços urbanos são evidentemente diferenciados para os mais favorecidos, existindo inclusive bairros e favelas que sequer água tratada possuem. 

Na Comunidade Vitória, por exemplo, famílias se abrigam embaixo de lonas e madeiras, bebendo água embarrada e dividida entre vizinhos. 

Lá não existe posto de saúde, asfalto, escolas e Ceims. 

O cenário vulnerável deixa a população à mercê da miséria e das doenças provocadas pela ausência de saneamento básico.

“A prefeita poderia ter feito uma gestão com qualidade se tivesse chamado para si, como mulher, as decisões, olhando para os grupos social e economicamente vulneráveis e defendendo as pautas sociais. 

Teria ampliado apoios em torno dessas pautas e corresponderia ao que muitas mulheres que votaram nela estavam esperando”, finalizou.

Prefeita ainda não definiu quem vai apoiar nas eleições

Délia Razuk ainda não se posicionou a respeito das eleições deste ano. O nome dela não é descartado na disputa pela reeleição. 

O filho, deputado estadual Neno Razuk (PTB), chegou a dizer que a mãe está disposta a curtir o crescimento dos netos.

Mas a mandatária sempre coloca a missão de retomar o poder nas mãos do grupo político que integra.  

Nomes esperados no pleito deste ano são: deputado Barbosinha (DEM), vereador e presidente da Câmara de Dourados Alan Guedes (PP), vereadora Daniela Hall (PSD), deputado Renato Câmara (MDB), Valdenir Machado (PSDB), professor universitário e historiador João Carlos de Souza (PT), empresário farmacêutico Racib Panage Harb (PRB), entre outros.

Para o professor universitário e sociólogo Pedro Rauber, a população precisará valorizar o candidato seguro do cargo que poderá ocupar. 

“É preciso saber o que compete ao Executivo municipal”, afirma Rauber. Nesse aspecto, muitos tropeçaram e caíram.  

“Cabe então ao município não apenas planejar, definir e organizar toda a malha política que envolve nossas vidas – água, ar, educação, saúde, segurança, assistência social –, mas planejar, normatizar, organizar, fiscalizar e acompanhar tudo mais que se refere à vida em sociedade. 

Quando falamos de eleição deve então ser pensado que precisamos eleger um profissional ético, competente e comprometido com a sociedade em que vive, evidenciando temas que transcendem o ambiente próprio da formação e que são importantes para a realidade contemporânea”, afirmou.

ADIAMENTO

O pleito eleitoral foi adiado neste ano em razão da pandemia do novo coronavírus. 

A população deve ir às urnas no dia 15 de novembro para votar no primeiro turno. 

O segundo turno, caso necessário, será realizado no dia 29 de novembro. Antes as eleições ocorriam em outubro, com distância de mais de 30 dias para execução do segundo turno eleitoral.  

A proposta de emenda à Constituição (PEC) iniciada pelo Senado Federal foi concluída na Câmara dos Deputados na semana passada. 

ENTREVISTA

"Não demonizo a classe política, exceções e malfeitos estão em todas as áreas"

O ex-deputado federal também revelou que, caso seja confirmada a sua candidatura, a ex-primeira-dama do Estado Dona Gilda será a sua vice

20/12/2025 09h00

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal Marcelo Victor/Correio do Estado

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Após ser lançado como pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul pelo PT, o ex-deputado federal Fábio Trad concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado para comentar sobre esse novo desafio político na sua carreira pública.

“Posso dizer que cheguei a este momento com certa maturidade política, experiência no trato com a coisa pública e conhecimento do funcionamento do Estado brasileiro”, declarou.

Ele também destacou que suas prioridades serão as áreas essenciais que mais afetam a vida cotidiana das pessoas: saúde, educação e segurança pública.

Já na área ambiental, Fábio Trad disse que o Pantanal é patrimônio ambiental e ativo econômico. “Preservá-lo não é obstáculo ao desenvolvimento, mas condição para que ele seja sustentável e permanente”, ressaltou.

Para a segurança pública, o ex-deputado federal disse que agirá com inteligência, rigor, integração entre forças, cooperação federativa e investimento em tecnologia.

“Segurança pública não se faz apenas com discurso, mas com estratégia, coordenação, legalidade e profissionalismo. Polícia valorizada é garantia de segurança para a sociedade”, afirmou o pré-candidato a governador.

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O que levou o senhor a disputar o governo de Mato Grosso do Sul neste momento da sua trajetória política?

Por enquanto, sou pré-candidato. Pré! Portanto, não falo como candidato, mas respondendo à sua pergunta, posso dizer que cheguei a este momento com certa maturidade política, experiência no trato com a coisa pública e conhecimento do funcionamento do estado brasileiro.

Entendo que Mato Grosso do Sul precisa dar um salto de qualidade na gestão pública, com mais sensibilidade social, planejamento e compromisso democrático.

Penso que, confirmada a candidatura, posso contribuir para um debate público com equilíbrio, diálogo e responsabilidade, até porque Mato Grosso do Sul precisa ter uma campanha eleitoral de verdade, honesta, leal, franca.

Caso contrário, os quatro anos do atual governador não serão submetidos a qualquer escrutínio público e isso não é bom para a população e para o Estado.

Qual é a principal diferença entre o seu projeto de governo e o da atual administração estadual?

Sendo confirmada a candidatura, proporei um modelo totalmente diferente da atual gestão. Isto porque a diferença central está na concepção de Estado.

Defendo um governo que enxergue desenvolvimento e justiça social como dimensões inseparáveis, com políticas públicas avaliáveis, transparência real e foco em resultados concretos para a população, especialmente nas áreas essenciais.

Quais serão as três prioridades do seu governo nos primeiros cem dias, se eleito?

Se confirmar minha candidatura, porque sou pré-candidato, as prioridades serão as áreas essenciais que mais afetam a vida cotidiana das pessoas: saúde, educação e segurança pública.

Na saúde, organizar a rede para reduzir filas e melhorar o acesso. Na educação, garantir condições adequadas de funcionamento das escolas e valorização dos profissionais. Na segurança, fortalecer ações integradas e inteligentes para ampliar a proteção da população.

Enfim, estabelecer um pacto institucional com os municípios para revisar prioridades orçamentárias e garantir que recursos públicos cheguem onde a população mais precisa.

Como o senhor pretende gerar emprego e renda em um estado fortemente dependente do agronegócio?

Se confirmar a candidatura, valorizando o agronegócio, mas diversificando a economia. Isso passa por incentivar cadeias produtivas locais, agregar valor à produção, fortalecer a indústria, a bioeconomia, a ciência, a inovação e apoiar pequenas e médias empresas.

De que forma seu governo pretende conciliar produção agrícola e preservação do Pantanal?

Se for confirmada a candidatura, com base na ciência, no cumprimento da lei e no diálogo. O Pantanal é patrimônio ambiental e ativo econômico. Preservá-lo não é obstáculo ao desenvolvimento, mas condição para que ele seja sustentável e permanente.

Mato Grosso do Sul vive conflitos históricos envolvendo terras indígenas. Qual será a sua postura como governador diante desse cenário?

Se for candidato, proporei uma atuação com firmeza institucional, respeito à Constituição e diálogo permanente.

Conflitos não se resolvem com omissão nem com radicalismo, mas com mediação qualificada, segurança jurídica e presença efetiva do Estado. Os direitos serão conciliados com muita escuta, diálogo paritário, respeito e estrito cumprimento da lei.

A saúde pública é uma das maiores queixas da população. O que o senhor fará para reduzir filas e melhorar o atendimento?

Sendo confirmada a candidatura, o tripé será: gestão, planejamento e integração. É preciso melhorar a regulação, fortalecer a atenção primária, otimizar o uso da rede existente e apoiar com muita força os municípios, que são a porta de entrada do sistema de saúde pública.

Como enfrentar o crime organizado e o tráfico nas regiões de fronteira do Estado?

Sendo confirmada a candidatura, com inteligência, rigor, integração entre forças de segurança, cooperação federativa e investimento em tecnologia. Segurança pública não se faz apenas com discurso, mas com estratégia, coordenação, legalidade e profissionalismo. Polícia valorizada é garantia de segurança para a sociedade.

Caso não tenha maioria na Assembleia Legislativa, como pretende governar e aprovar projetos?

Se se confirmar a minha candidatura, asseguro que haverá permanente diálogo institucional, respeito às diferenças e construção de consensos em torno do interesse público. Governar não é impor, mas construir o que é possível visando o bem comum. O Legislativo será respeitado e valorizado.

Não demonizo a classe política, exceções e malfeitos estão em todas as áreas humanas.

Só se avança em gestão se conjugarmos as ações na primeira pessoa do plural, nunca no personalismo. Será um governo de parcerias institucionais sólidas, transparentes e republicanas focadas nos interesses da população.

Por que o eleitor sul-mato-grossense deve confiar no senhor para governar o Estado?

Essa pergunta deve ser feita ao eleitor. De minha parte, só posso dizer que não proporei nada que não possa ser cumprido.

Como o senhor pretende contornar o fato de o seu irmão senador Nelsinho Trad disputar a reeleição apoiando a direita?

Com serenidade e respeito. Somos pessoas públicas com trajetórias, posições e responsabilidades próprias. O eleitor sabe distinguir relações familiares de projetos políticos. Não nascemos irmãos para sermos aliados na política, mas no afeto e no amor. Isso é inquebrantável!

Quem está cotado para ser seu pré-candidato a vice-governador?

Será a ex-primeira-dama do Estado Dona Gilda, esposa do deputado estadual Zeca do PT. A Dona Gilda é muito querida, respeitada, eticamente conceituada e trabalhadora, com experiência bem-sucedida em programas sociais de redistribuição de renda.

Ela dialoga bem com povos originários, quilombolas e indígenas, focando nos mais vulneráveis e na grande quantidade de pessoas pobres no Estado.

Como o senhor avalia a gestão do presidente da República?

O governo federal teve um bom desempenho, apesar de ser atrapalhado e sabotado por um congresso inimigo do povo. A conquista da isenção do Imposto de Renda para 58% da classe trabalhadora [até R$ 5.000, com benefício adicional até R$ 7.500] equivale a um 14º salário para muitos.

Essa medida é crucial para aumentar a renda da classe média trabalhadora e dos mais vulneráveis, embora possa não fazer diferença para salários mais altos”.

O senhor se sente à vontade no PT defendendo seus projetos de Estado?

Fui recebido com carinho e respeito pelos militantes do PT e do campo da esquerda, em virtude de minhas posições críticas ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) desde 2019.

Com relação ao preconceito que as pessoas têm em relação ao PT, posso desmistificar essa ideia dizendo que é um partido muito aguerrido e combativo.

O PT é uma legenda programática, propositiva, muito preocupada com a questão social e a maior da América Latina.

O Brasil, sob o governo do presidente Lula, experimentou profundas transformações econômicas. O País saiu do mapa da fome, retirou 2 milhões de famílias do Bolsa Família, reduziu a taxa de desemprego e controlou a inflação, que hoje está compatível com a meta.

Houve uma diminuição significativa da desigualdade social, um problema histórico no Brasil. Os indicadores econômicos apontam para uma era de prosperidade, aumentando a renda e a dignidade das pessoas mais vulneráveis no nosso Estado.

*PERFIL

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federalFábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado
 

Fábio Trad

É advogado e professor universitário, com atuação reconhecida nas áreas de Direito Penal e Constitucional. Foi deputado federal por três mandatos consecutivos, período em que se destacou nacionalmente pela qualidade técnica de sua atuação parlamentar, sendo reiteradamente apontado como um dos melhores legisladores do País.

No Congresso Nacional, teve participação relevante em comissões estratégicas e nos principais debates sobre democracia, direitos fundamentais, justiça social, saúde, educação e segurança pública, sempre com postura independente, republicana e fiel à Constituição.

Na advocacia, atua no foro e nos tribunais, inclusive em instâncias superiores. Na docência, dedica-se à formação jurídica com foco na técnica e na função social do Direito. É palestrante e articulista, participando ativamente do debate público sobre temas jurídicos e institucionais.

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INVESTIGAÇÃO

Beto assina o pedido para prorrogação da CPMI do INSS por mais quatro meses

A comissão termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas poderá chegar até julho com a possibilidade de alongamento

20/12/2025 08h20

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS Waldemir Barreto/Agência Senado

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Em razão da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira e que resultou nas prisões de Romeu Antunes – filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS – e de Éric Fidelis – filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) André Fidelis –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve ser prorrogada por mais 120 dias.

A informação é do deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB), membro titular da CPMI do INSS, que assinou, na quinta-feira, o pedido de alongamento dos trabalhos, em função dos desdobramentos dos últimos dias.

“Assinei o pedido proposto pelo deputado federal Marcel van Hattem [Novo-RS] e acredito que a CPMI do INSS será prorrogada por mais 120 dias”, declarou.

O parlamentar explicou ao Correio do Estado que os novos fatos têm de ser fiscalizados pela Câmara dos Deputados e o Senado.

“Essa ação é necessária para que possamos desvendar e entregar à população o fim dos descontos aos aposentados e pensionistas de uma vez por todas”, pontuou.

Beto Pereira ainda apresentou o paradoxo de que o cidadão comum para aposentar enfrenta uma burocracia sem tamanho e para as empresas poderem aplicar descontos há uma facilidade sem precedentes. 

“Para aposentar é tão difícil, pois o trabalhador tem de apresentar tantos documentos, entretanto, para descontar é tão fácil, não precisa nem enfrentar nenhuma fila”, ironizou.

ASSINATURAS

A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já conseguiu obter o número mínimo de assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPMI do INSS. Foram obtidas, até esta sexta-feira, as assinaturas de 175 deputados federais e 29 senadores.

Segundo o deputado Marcel van Hattem, não houve assinatura de petistas dessa vez. “Em menos de 24 horas conseguimos obter todas as assinaturas”, disse o parlamentar pelas redes sociais.

“Protocolamos esse requerimento ainda nesta sexta-feira, para que nós possamos submeter à leitura do presidente do Congresso Nacional para que os trabalhos não parem”, declarou.

A CPMI do INSS termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas, com a possibilidade de prorrogação, ela poderia se estender até julho do próximo ano.

A operação da PF mirando o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e as revelações ligando Fábio Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, ao esquema de roubo de aposentadorias deram um novo fôlego ao colegiado. Tanto que o relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), pediu a convocação de Lulinha.

Durante a operação de quinta-feira, foram presos o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, o ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha Romeu Carvalho Antunes, o filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

Como mostramos, a CPMI do INSS apontava o senador Weverton Rocha como um dos chamados “peixes grandes” no esquema.

O outro nome na mira da comissão é o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Sobre Weverton, a esperança da CPMI era de que a PF pudesse desdobrar eventuais relações dele com o empresário Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor do senador.

Ele é apontado não somente como homem de confiança de Rocha, mas como quem teria assinado um documento que dava amplos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela PF como o “carregador de mala” do Careca do INSS.

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