Política

PARA RODOVIAS

Deputados autorizam governo a emprestar R$ 2,3 bilhões junto ao BNDES

Dinheiro será para investimento em 900 km de 11 rodovias do Estado

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Os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul autorizaram o governador Eduardo Riedel (PSDB) contrate empréstimo de R$ 2,3 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para investimentos em obras em rodovias do Estado.

O projeto de lei foi aprovado na sessão desta quinta-feira (31), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul em primeira votação e discussão.

O deputado João Henrique (PL) votou contra o projeto e, em discussão, disse que o projeto não poderia ser aprovado sem garantia de que os parlamentares possam indicar projetos e condições para uso da verba.

"Ele [Riedel] vai contratar para nós um empréstimo de R$ 2,3 bilhões para pagar em 12 anos, e não sabe em quantos anos. Quer dizer, a frente do mandato dele, como se ele continuasse governador daqui a 12 anos, para que nós assumamos esse ônus sem saber se os estados serão afetados. Vamos precisar da garantia de deputados e senadores de outros estados, se sensibilizarem para que nós tenhamos as condições", disse.

João Henrique disse ainda que não haverá redução de cargas tributárias e não se sabe o valor dos juros.

"Da maneira como está sendo feita esse projeto, simplesmente autoriza a pegar R$ 2,3 bilhões, podemos pagar R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões de juros e a conta ficar para outros governadores e outras Assembleias resolverem. Da maneira como está não pode passar, eu vou votar não, vou votar contra", finalizou.

Já o deputado Pedro Pedrossian Neto, vice-líder do governo na Casa, disse que o governo tem nota A, a nota máxima no indicador chamado de Capacidade de Pagamento (Capag) e que diante desse número, é permitida a captação do empréstimo bilionário para obras de infraestrutura e que, segundo ele, o empréstimo não irá alterar a situação fiscal do Estado.

Ele também afirmou que, ao contrário do dito por Catan, o governador ouviu as indicações apontadas pelos parlamentares para investimentos.

"Penso que o nosso governador acerta quando vem a esta Casa dialogar com o colegiado dos 24 deputados estaduais para discutir, junto com os deputados, indicações onde faremos esses investimentos", disse, acrescentando que há um objeto onde será feito o investimento e não se trata de "um cheque em branco".

A proposta foi aprovada por 20 votos favoráveis e dois contrários, sendo o de João Henrique e Rafael Tavares (PRTB). O texto ainda passará por nova votação e discussão antes de ir para sanção do governador.

Investimentos

Ontem, o governo Eduardo Riedel se reuniu com os deputados para detalhar os investimentos que serão feitos com o dinheiro.

O recurso será usado para investimento na malha rodoviária, com obras em 900 km de rodovias estaduais, com objetivo de melhorar o tráfego e o escoamento da produção do Estado.

Segundo informou o deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD), vice-líder do governo na Assembleia, 600 km de rodovias que estão atualmente cascalhadas serão pavimentados, enquanto outros 300 km de rodovias já pavimentadas serão recuperadas.

Além disso, o governador também informou que o material utilizado será o concreto, que já é utilizado em outros países e aumenta a durabilidade do asfalto.

“Naturalmente que tem um investimento um pouco mais elevado, cerca de 20% a 25% no aumento do custo por quilômetro. Por outro lado, nós vamos aumentar a durabilidade para cerca de 30 anos com um asfalto com maior teor de concreto”, disse Pedrossian Neto ontem.

Com relação ao impacto da dívida, o deputado conta que Riedel esclareceu que não irá comprometer as finanças do Estado, que se encontras com nota máxima no indicador chamado de Capacidade de Pagamento (Capag).

Dentre as rodovias que receberão os investimentos, estão previstas a pavimentação da MS-134, no trecho que fica entre a MS-040 e a BR-267, no distrito de Casa Verde, e a restauração da MS-276, que vai do distrito de Indápolis ao município de Deodápolis.

Conforme antecipado pelo Correio do Estado, ao todo, serão pavimentadas 11 rodovias, e outras 5 serão recuperadas com os recursos do empréstimo. 

O recurso vai preparar vias estaduais para um grande projeto para conceder à iniciativa privada duas rodovias federais e uma rodovia estadual que ligam Campo Grande ao estado de São Paulo: as BRs 262 e 267 e a MS-040. Com isso, o Estado deve ter mais três rodovias com praças de pedágio, além da BR-163.

Empréstimo

O valor total pleiteado é de R$ 2.370.000.000,00, “para investimento em projetos de infraestrutura e de logística do transporte rodoviário, oportunizando o aumento da malha rodoviária e o escoamento de cargas da região”.

Em justificativa enviada com o projeto de lei, o governador Eduardo Riedel afirma que a operação de crédito é de baixo risco, pois tem condições facilitadas, juros reduzidos e prazo de amortização consideravelmente maior em relação às outras instituições financeiras nacionais, "sendo realizado em moeda nacional, o que imuniza o Estado do risco cambial inerente às operações de crédito internacionais". 

O agente financeiro com o qual será contratada é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através da linha Finem, de baixo risco, condições facilitadas, juros reduzidos e prazo de amortização maior em relação a outras instituições financeiras nacionais.

Segundo afirma o governador na mensagem, o empréstimo “mostra-se possível diante das condições fiscais favoráveis ao Estado, especialmente na sua capacidade de pagamento”.

“A operação de crédito sobre a qual se requer autorização confere ao Estado a possibilidade de destinar e equalizar os gastos e investimentos públicos com mais dinamismo e celeridade, dentro dos limites legais, resultando em um gerenciamento que se reflete em benefícios à população sul-mato-grossense”, afirma o Executivo.

O projeto foi protocolado no dia 23 de agosto na Assembleia Legislativa. 

Política

Gonet defende julgamento de Bolsonaro no STF

O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu neste sábado, 12, em evento nos Estados Unidos, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância certa para julgar o ex-presidente

12/04/2025 22h00

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu neste sábado, 12, em evento nos Estados Unidos, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância certa para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos supostos crimes cometidos por ele à frente do Executivo.

"Quando se trata de alguma coisa de grande magnitude, não importa que o mandato tenha terminado ou não, é preciso que o presidente responda por aquilo que ele fez durante o seu mandato e faça isso perante a mais alta Corte do país. Acho que nós estamos vivendo esse instante", afirmou o procurador ao ser questionado sobre quais limites garantem que nem mesmo autoridades do País estejam acima da lei.

Ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, Gonet participou de um painel da 11ª edição da Brazil Conference, realizada em Harvard pela comunidade de estudantes brasileiros da instituição, nos Estados Unidos.

Além de defender o julgamento de Bolsonaro no STF, Gonet disse que existe uma ponderação entre as necessidades de um presidente "apresentar as suas razões com credibilidade" e a necessidade da Justiça em responsabilizar erros de integrantes do Executivo.

"O que existe aí é uma ponderação entre as necessidades de um chefe de governo, de um chefe de Estado forte e capaz de discutir, de apresentar as suas razões com credibilidade, e a necessidade de que todos sejam efetivamente responsabilizados por aquilo que tiver feito de errado", disse o procurador-geral da República.

Ao longo do processo da suposta tentativa de golpe de Estado, a defesa de Bolsonaro tentou tirar o caso do STF e transferir para a Justiça Federal alegando que, no dia 8 de Janeiro de 2023, ele não era mais presidente e não teria direito a foro privilegiado

Porém, em março deste ano, o Supremo ampliou o alcance do foro privilegiado e expandiu a competência da Corte para julgar crimes de políticos e autoridades que não estão mais no cargo. Em uma das recusas ao argumento da defesa de Bolsonaro, Gonet chegou a mencionar a mudança da jurisprudência.

"A tese fixada - que já contava com o voto da maioria dos ministros da Corte desde o ano passado - torna superada a alegação de incompetência trazida pelos denunciados", argumenta o procurador-geral.

Política

Inaceitável não punir crimes dessa envergadura, diz diretor-geral da PF sobre PL da anistia

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

12/04/2025 20h00

Jose Cruz / Agência Brasil

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o projeto de anistia aos condenados pelos Atos Golpistas de 8 de Janeiro. Para ele, é "inaceitável" deixar impunes crimes dessa gravidade.

Ao participar de um painel ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na 11ª edição da Brazil Conference neste sábado, 12, Andrei Rodrigues fez questão de ressaltar a gravidade dos fatos. "Havia um plano de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República e do presidente da nossa Corte Eleitoral. Isso, por si só, deveria chocar e espantar todos", disse ele, que continuou:

"Nós não estamos falando aqui da maquiagem de uma estátua. Nós estamos falando de planos de assassinato, ruptura da nossa democracia, vandalismo, depredação de patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições do Estado do Brasil que trariam consequências inimagináveis."

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

"Tenho o maior respeito e apreço pelo Congresso, que é o foro de debates e de proposituras legislativas, mas também tenho minha opinião muito consolidada", disse Andrei, mencionando a "primorosa denúncia" da Procuradoria-Geral da República à Suprema Corte. "Acho inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura."

Durante o painel, Andrei Rodrigues foi questionado sobre como sua proximidade com o governo poderia afetar a autonomia da Polícia Federal. Ele respondeu achar "engraçado" as suposições sobre sua relação pessoal com o presidente Lula, afirmando que a ligação é exclusivamente institucional.

"Esse é um cargo de confiança. E a confiança no trabalho das pessoas. Eu fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nessa função, então precisa ter a confiança", afirmou ele, destacando sua trajetória dentro da instituição. "Está na lei que é o presidente da República que nomeia. Eu acho que a gente tem que terminar de vez com isso, de que há essa relação pessoal, que eu não tenho. Minha relação com o presidente é institucional, é possível entre um servidor diretor de uma agência e o presidente da República."

Andrei destacou que a PF realiza seu trabalho com independência, sem levar em conta estatura política ou econômica. Ele acrescentou que, sob sua gestão, não há mais "espetáculos de operação" e fez diversas menções indiretas ao período da Lava-Jato.

"Vocês não vão ver presos algemados, sendo conduzidos, expostos à mídia. Não tem imprensa na porta de pessoa que está sendo investigada pela polícia. Não tem prisões espetaculosas na rua, no trânsito, expondo indevidamente as pessoas. Não há entrevista coletiva, powerpoint. Me digam vocês o nome de um delegado de Polícia Federal hoje. O "japonês da Federal", o "hipster da Federal"? Não tem. Porque nós recuperamos essa instabilidade, essa institucionalidade."

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