Política

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Direita e esquerda perdem abrangência para o centro em Mato Grosso do Sul

Pesquisa do Correio do Estado/IPR entrevistou 1.700 pessoas nos 12 maiores municípios de MS no período de 1º a 6 de dezembro

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A prisão do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e o receio de uma possível repetição da polarização política entre direita e esquerda nas eleições de 2026, como a ocorrida no pleito de 2022, já começam a transparecer entre os eleitores sul-mato-grossense, conforme demonstrou pesquisa realizada pelo Correio do Estado e o Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) sobre como as pessoas se consideram mais alinhadas politicamente.

De acordo com o levantamento, nos últimos três meses, o número de pessoas que se consideram mais alinhadas com o centro aumentou, enquanto o número daquelas que se consideram mais à direita ou mais à esquerda caiu no Estado.

No caso da direita, o porcentual diminuiu de 40,00%, em agosto, para 34,76%, em dezembro, ou seja, queda de 5,24 pontos porcentuais no período.

Já a esquerda caiu de 13,75%, em agosto, para 11,06%, em dezembro, isto é, redução de 2,69 pontos porcentuais, enquanto o centro subiu de 23,25% para 28,82%, aumento de 5,57 pontos porcentuais.

O porcentual das pessoas que não sabem ou não quiseram responder também cresceu, saindo de 23,00% para 25,35%, crescimento de 2,35 pontos porcentuais.

Segundo análise do diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, essa questão da identificação das pessoas com direita, esquerda ou centro precisa ser avaliada com cuidado.

“Tanto o pessoal que é de direita quanto os que são de esquerda, com o tempo, parecem que estão diminuindo em Mato Grosso do Sul. Por outro lado, o número de quem se diz de centro ou de nenhuma corrente política tem crescido consideravelmente”, assegurou.

Para o diretor do IPR, isso só pode significar que quem está falando que é de centro ainda tem uma ideologia, ou seja, era de direita ou esquerda, se decepcionou e fala que é de centro porque ficou desapontado com alguma ação, alguma atitude da ideologia da qual era partidário.

“E esse ‘nenhum deles’ é do tipo de pessoas que não quer se alinhar à política. Eles são indiferentes, tanto faz a direita quanto a esquerda”, analisou.

Conforme Aruaque Barbosa, o porcentual somado dos que se declararam de centro mais os que não sabem ou não quiseram responder deu 54,17% neste mês, ou seja, “quem conseguir transitar para um espaço de não radicalismo vai pegar uma fatia grande desse eleitorado”.

“Porque, se você pegar os porcentuais da direita, que tem quase 35%, e da esquerda, com quase 12%, não são suficientes para eleger um governador ou um senador. Pois para se eleger um senador vai precisar dos votos desse pessoal de centro ou que se identifica como nenhum deles. E esse pessoal não está satisfeito com o extremismo, nem de um lado nem do outro”, afirmou.

O diretor do IPR apontou que os entrevistados estão cheios dessa questão da reeleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da ampla anistia para o ex-presidente Bolsonaro, que já está cumprindo uma pena de mais de 27 anos de prisão.

“Eles querem virar a página. Por isso que eles não estão se identificando com esse tipo de tema, não está tendo um clamor popular por esses temas”, assegurou.

A PESQUISA

O levantamento ouviu, no período de 1º a 6 de dezembro de 2025, 1.700 pessoas com 16 anos ou mais, distribuídas pelos municípios de Campo Grande, Dourados, Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Amambai, Paranaíba, Aquidauana, Três Lagoas, Naviraí, Maracaju e Corumbá, tendo grau de confiança de 95%, com margem de erro de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Apesar de ter sido feita nos 12 maiores municípios sul-mato-grossenses, a pesquisa cobre a maior parte da capacidade eleitoral do Estado, ou seja, oferece uma fotografia extremamente fiel do cenário real, já que os pequenos municípios têm baixo peso estatístico.

Como as 12 cidades pesquisadas concentram mais de dois terços de todos os eleitores, a ausência dos municípios pequenos não distorce a tendência geral.

Dois terços do eleitorado representam cerca de 1,25 milhão de eleitores, enquanto o Estado tem cerca de 1,88 milhão de eleitores (dado utilizado nas análises de 2022-2024).

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Política

Preço para desistir de candidatura é 'Bolsonaro livre, nas urnas', diz Flávio Bolsonaro

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível

08/12/2025 14h26

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse em entrevista à TV Record que o preço para desistir de ser candidato a presidente em 2026 é ter o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "livre, nas urnas". Flávio afirmou, de acordo com a TV Record, na entrevista que foi exibida neste domingo, 7, que o "preço é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com Jair Messias Bolsonaro".

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível. "Óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente", declarou.

Mais cedo, Flávio afirmou que tinha "um preço" para retirar a candidatura e que a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 fazia parte da negociação. O senador do PL, no entanto, disse na ocasião que não era apenas a anistia, sem divulgar quais outras eventuais reivindicações".

Flávio revelou a nova condição para retirar sua candidatura - "Bolsonaro livre e nas urnas" -, ao ser perguntado se a anistia já seria o suficiente para desistir. O senador rejeitou a possibilidade de renunciar à pré-candidatura em favor de outra chapa neste momento. "O nome Flávio Bolsonaro está colocado e não sai", declarou. Jair Bolsonaro cumpre pena após condenação de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

violência política de gênero

Gleice Jane recebe ameaça de morte e registra boletim de ocorrência

Caso foi registrado como "ameaça" na Depac-Cepol

08/12/2025 08h55

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane Reprodução Instagram Gleice Jane

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Deputada estadual de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane (PT), compartilhou em suas redes sociais que recebeu ameaça de morte, motivada por violência política de gênero, neste domingo (7), em um aplicativo de mensagens.

A identidade da pessoa que lhe enviou as mensagens não foi revelada.

Com isso, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL), em Campo Grande. O caso foi identificado como “ameaça”.

“Acabei de registrar um boletim de ocorrência contra uma ameaça que eu recebi no meu WhatsApp, no meu número pessoal, de uma pessoa que me chama de vários nomes que não vou falar aqui e por último diz “você vai morrer”. Dentre as mensagens ele também me manda vários links de pessoas de perfis relacionados a pessoas do PL e dentre as mensagens questionando a minha posição política, pela minha condição de ser mulher e de ser política. Portanto, é uma violência política de gênero", disse.

"Esse movimento da extrema direita de querer negar a nossa existência, de não querer dialogar, de querer impedir que a gente faça parte da política, é esse movimento também que gera violência contra as mulheres e que também é responsável pelo alto índice de violência e de feminicídio aqui no nosso país", complementou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) emiti nota de repúdio sobre a ameaça de morte que a deputada recebeu.

“O Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, através do presidente, Vítor Alegre, vem a público repudiar veementemente as ameaças de morte e a violência política de gênero sofridas pela nossa companheira Deputada Estadual Gleice Jane. A intimidação e o machismo usados para tentar silenciar mulheres na política são um ataque direto à nossa democracia. É inaceitável que uma parlamentar eleita, que representa a voz popular, seja alvo de tamanha covardia. Exigimos: Rápida e rigorosa investigação das autoridades para identificar e punir os agressores e garantia de segurança para a Deputada Gleice Jane. Estamos em luta contra o ódio e o machismo. Nossa solidariedade é total!”, afirmou, por meio de nota.

O vereador de Campo Grande, Landmark Rios, prestou solidariedade à deputada, por meio das redes sociais.

“Nossa total solidariedade à Deputada Gleice Jane, que foi covardemente ameaçada pelo WhatsApp.
Ataques, intimidações e violência não podem fazer parte da política, nem da convivência na nossa sociedade. Quem luta por justiça social, por direitos e por dignidade não pode ser silenciado pelo medo. Seguiremos firmes, lado a lado, defendendo a democracia, a vida e a liberdade de fazer política com coragem. Gleice não está sozinha”, disse o vereador, em suas redes sociais.

A vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro, repudiou o ataque à colega.

"Inaceitável a violência política sofrida pela deputada Gleice Jane! Nossa Gleice Jane sofreu violência política de gênero e outras graves ameaças tudo em razão de sua atuação política! Exigimos toda atenção dos órgãos de segurança para rápida apuração e que garantam toda segurança a ela!", compartilhou, em tom de revolta, em suas redes sociais.

Violência política de gênero abrange atos, condutas ou omissões destinados a excluir mulheres do espaço político, ou a impedir/restringir sua participação e atuação. A legislação define essa violência como ações que visam obstaculizar o exercício de direitos políticos por mulheres.

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