Política

entrevista

"Em 2022, conseguimos apresentar um balanço positivo de R$ 18 milhões"

Reconduzido à presidência da Cassems, Ricardo Ayache diz que o plano de saúde opera no azul, diferentemente de outras empresas do ramo, e também fala de regionalização da saúde e política

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Ricardo Ayache foi reconduzido, recentemente, para mais um mandato na presidência da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems).

O médico cardiologista e presidente do PSB de Mato Grosso do Sul está no comando de uma das maiores instituições privadas de saúde do Estado desde 2010 e liderou uma transformação neste segmento, sobretudo por meio da regionalização do atendimento e também de investimentos que contribuíram para elevar a Capital de patamar. 

“É importante destacar o papel da Cassems como indutor do desenvolvimento da saúde em todas as regiões do Estado”, disse. 

Gestor de um dos maiores orçamentos do setor privado de Mato Grosso do Sul, Ayache reforça que as contas da Cassems estão no azul e que as únicas dificuldades ocorreram em 2020, na pandemia.

 

“No ano de 2022, após uma série de medidas administrativas, reduzimos custos em várias áreas e conseguimos apresentar um balanço positivo de R$ 18 milhões, enquanto boa parte das operadoras brasileiras de planos de saúde teve resultados negativos”, afirmou.

Sobre política pública, o médico elogiou a volta das campanhas de vacinação. Confira a entrevista. 

 

O senhor foi eleito para mais um mandato na Cassems. Quais os planos para este novo ciclo?

Teremos uma enorme responsabilidade nos próximos quatro anos.

Entre os projetos da gestão para o próximo quadriênio está a telessaúde – atendimentos por videoconferência –, uma alternativa importante que pretende ampliar o acesso de beneficiários à assistência médica especializada, que é insuficiente no interior do Estado, mantendo, assim, o acompanhamento e o tratamento de pacientes.

É preciso usar toda tecnologia disponível para atender às necessidades dos nossos beneficiários. Vamos inaugurar o novo Hospital Cassems de Dourados, que foi ampliado e passará de 57 leitos para 157. Será um hospital moderno, com tecnologia de ponta, para atender aquela região tão importante do nosso Estado. 

Temos, ainda, o compromisso de implantar o Centro de Atenção à Pessoa com Autismo, um serviço de atenção multidisciplinar aos beneficiários da Cassems.

Queremos também implantar uma UTI e o serviço de hemodinâmica no hospital de Ponta Porã, bem como triplicar o Hospital Cassems de Naviraí, sempre atentos à necessidade de manter o equilíbrio financeiro da Cassems, principalmente neste período pós-pandemia.
 
Como a Cassems, mesmo sendo mais segmentada, contribui para a regionalização da saúde?

É importante destacar o papel da Cassems como indutor do desenvolvimento da saúde em todas as regiões do Estado.

Nos últimos anos, crescemos muito, nossos 10 hospitais levaram tecnologia, novos profissionais das mais diversas especialidades médicas, hotelaria com conceito de humanização, com destaque para a UTI neonatal do nosso hospital de Três Lagoas, a única de toda a costa leste; o serviço de Oncologia em Dourados, que também atende a rede pública; os centros de diagnósticos de Ponta Porã, Aquidauana, Nova Andradina e Paranaíba.

Recentemente, implantamos o primeiro centro de transplante de medula óssea do Estado. Vale ressaltar que o nosso hospital em Campo Grande implantou um novo conceito de assistência hospitalar, aliando tecnologia, humanização e sustentabilidade, bem como o serviço de hemodinâmica e o moderno centro de diagnósticos de Corumbá.

Temos consciência do nosso papel e da nossa responsabilidade no crescimento e no desenvolvimento da saúde em Mato Grosso do Sul.

A Cassems está entre as entidades não públicas com maior receita e dimensão de Mato Grosso do Sul. Como estão as contas da Cassems? 

A Cassems é administrada com muita seriedade, transparência e empreendedorismo, e nos últimos anos evoluímos na profissionalização da gestão. Assim, conseguimos produzir muito com o que arrecadamos.

Hoje, a nossa arrecadação per capita/mês está em torno de R$ 300, muito abaixo do que cobram planos de saúde similares, que têm médias de mensalidades entre R$ 550 e R$ 1 mil. 

A verdade é que administramos com eficiência os recursos que temos, e nesses 22 anos de história da Cassems, apenas em 2021 tivemos um balanço negativo, de cerca de R$ 37 milhões, consequência dos gastos extremos no período de pandemia. 

Vale frisar que, durante a pandemia, tivemos um índice de recuperação de pacientes internados de 89%, muito acima da média nacional, que foi 62%, o que demonstra a qualificação das nossas equipes.

Já no ano de 2022, após uma série de medidas administrativas, reduzimos custos em várias áreas e conseguimos apresentar um balanço positivo de R$ 18 milhões, enquanto boa parte das operadoras brasileiras de planos de saúde teve resultados negativos. 

O pós-pandemia tem sido muito desafiador para os planos de saúde, pois os custos assistenciais continuaram muito elevados.

Esses dados serão apresentados na Assembleia Geral Ordinária de Prestação de Contas, no dia 14 de abril, e estão disponíveis em nosso Portal da Transparência, que, aliás, já tem 10 anos e foi o primeiro de um plano de saúde do País.

A expansão que a rede particular teve na última década no Estado ajudou a tirar um pouco da pressão sobre os hospitais públicos ou de fundações que atendem particular e pelo SUS? Qual a sua opinião?

Com certeza, a ampliação de leitos privados no Estado contribui para reduzir a sobrecarga do nosso sistema de saúde, e contribuímos para isso com os serviços oferecidos em todo o Estado, como disse na resposta anterior.
 
A pandemia de Covid-19 foi um fato marcante para toda a população. O que mudou na gestão hospitalar depois da pandemia?

A pandemia mostrou a importância de todo o sistema de saúde estar preparado para desafios crescentes. Investimentos em saúde serão cada vez mais importantes, diante do envelhecimento populacional e da pandemia de obesidade que enfrentamos. 

Vivemos uma transição epidemiológica que merece atenção especial dos gestores. O grande ensinamento da pandemia de Covid-19 foi a ratificação de que o conhecimento científico deve sempre ser o balizador das condutas em saúde, assim conseguimos reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida da população.

A aprovação do piso nacional da enfermagem no ano passado gerou muita polêmica, sobretudo porque não se discutiram as formas de financiamento. Qual a sua opinião sobre o piso?

É importante ressaltar que nós acreditamos que é de extrema importância a valorização dos profissionais da enfermagem e a implantação do piso.

O que deve ser enfrentado também é a questão do financiamento desses custos para as instituições de saúde, haja vista que este é um setor cujas margens de lucro são pequenas e os custos com a assistência têm se elevado, ano a ano, muito acima da inflação geral, então, é preciso desonerar o setor para viabilizar o aumento salarial da enfermagem. Este é um ponto importante.

O senhor continua à frente do PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e integra o governo Lula. Comente sobre a política de saúde pública federal, de retomada maciça da vacinação e da repaginação do Mais Médicos.

O Brasil, com seu plano de imunização, sempre foi referência mundial e também referência em combate às doenças infecciosas.

A retomada das vacinações como um programa do governo federal é de fundamental importância para que a gente não tenha consequências graves como o retorno de doenças infecciosas já erradicadas, como a poliomielite. 

O avanço da vacinação ao longo das décadas foi uma grande conquista da ciência porque permitiu minimizar os efeitos das doenças infeccionas na mortalidade precoce da população, portanto, é algo muito importante. 

É importante dizer que é preciso dar atenção à má distribuição de médicos, principalmente nas menores cidades do País e nas comunidades mais distantes e de difícil acesso. 

Vale ressaltar que, no nosso entendimento, é preciso uma avaliação da qualificação dos médicos, que poderão atender os mais diversos programas, como o Mais Médicos, e a revalidação do diploma de médicos estrangeiros é fundamental para garantir atendimento de qualidade à população.
 
O PSB tem uma liderança forte no município.  O partido pretende ter algum alinhamento com a atual prefeita, como teve com o antecessor dela?

O presidente da Câmara e presidente municipal do PSB, vereador Carlão, tem absoluta capacidade para conduzir os posicionamentos do PSB no Município de Campo Grande.

O seu nome foi cogitado para ser vice-governador nas eleições passadas, mas você acabou não concorrendo. Tem planos de voltar a disputar eleições?

Não tenho, nosso compromisso é com a gestão da Cassems. 

Perfil

Ricardo Ayache

Ricardo Ayache é médico formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Médico do Hospital Regional de MS. Participou ativamente da fundação da Cassems e preside a entidade desde 2010. Recentemente, foi reconduzido à presidência da Cassems, para mandato que tem validade até 2027. 

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CÓDIGO DE CONDUTA

CNJ proíbe juiz coach e limita participação em eventos e cursos

Conselheiro da OAB-MS no CNJ, Mansour Karmouche explicou que a medida foca quem faz promoção pessoal

13/12/2025 08h00

Mansour Elias Karmouche durante sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília (DF)

Mansour Elias Karmouche durante sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília (DF) Divulgação

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou em setembro e entrou em vigor este mês a Resolução nº 650/2025, que regulamenta em todo o Poder Judiciário como os magistrados podem atuar como docentes e participar de eventos, reforçando limites para evitar conflitos com o expediente forense e com a independência judicial.

Pelo texto, magistrados da União e dos estados continuam proibidos de exercer outro cargo ou função, ainda que com disponibilidade, com exceção do magistério.

Mesmo assim, a atividade docente fica condicionada à compatibilidade de horários com o trabalho no fórum.

A regra vale também para o ensino a distância (EAD), que deverá seguir os mesmos princípios do formato presencial, incluindo a exigência de conciliação com o expediente forense.

A resolução determina ainda que cada tribunal deverá regulamentar o limite máximo de carga horária semanal dedicada à docência de EAD, levando em conta “peculiaridades locais”.

Além disso, fica vedado ao magistrado exercer cargo administrativo ou técnico em instituição de ensino, com exceção de funções como coordenação de curso, projetos de pesquisa e extensão, ou atividades em escolas de aperfeiçoamento dos próprios tribunais e entidades vinculadas.

Um dos pontos centrais é a proibição explícita da prática de coaching e atividades similares para preparação de candidatos a concursos, mesmo quando envolvam conteúdos jurídicos.

O CNJ estabelece que esse tipo de serviço – descrito como treinamento organizado e oneroso voltado a “objetivos predefinidos”, como aprovações e ganhos – não é considerado docência e, por isso, é vedado a magistrados.

A norma equipara ao coaching a assessoria coletiva via mídias e redes sociais quando houver monetização digital ou captação de clientela para venda de produtos e serviços.

Há, porém, uma ressalva: mentoria gratuita, individual ou coletiva, direcionada a alunos de políticas afirmativas construídas no âmbito do CNJ e voltada à pluralização do perfil da magistratura, não é tratada como coaching, mas deverá ser formalmente comunicada ao tribunal competente, em registro eletrônico.

Para atividades regulares de docência em instituições de ensino, o magistrado terá de registrar eletronicamente no tribunal informações como entidade, horários e disciplinas ministradas, preferencialmente no início de cada semestre, mantendo os dados atualizados.

O CNJ e a Corregedoria Nacional de Justiça farão acompanhamento periódico dessas informações.

A resolução também amplia o conceito de atividade docente para fins de controle: participação de magistrados como palestrantes, conferencistas, moderadores, debatedores, integrantes de comissão organizadora, membros de bancas de concurso e de comissões de juristas (inclusive instituídas pelo Legislativo ou o Executivo) passa a ser considerada docência.

EVENTOS

Uma exceção é criada para participações virtuais breves e não remuneradas: eventos online (ao vivo ou gravados) de até 20 minutos, em horário compatível com o expediente, ficam dispensados do registro eletrônico.

No capítulo sobre eventos, o CNJ estabelece que congressos, seminários, simpósios e encontros similares promovidos, realizados ou apoiados por conselhos e tribunais devem observar princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

O texto permite patrocínio de empresas com fins lucrativos até o limite de 30% do custo total do evento e autoriza patrocínio parcial ou total por entidades filantrópicas e fundações de direitos humanos, desde que compatíveis com o tema.

Já quando o evento for promovido ou subvencionado por entidade privada com fins lucrativos e houver custeio de transporte e hospedagem, a participação de magistrados fica limitada a papéis específicos, como comissão organizadora ou atuação como palestrante, moderador e debatedor – com exceção para eventos custeados exclusivamente por associações de magistrados.

A resolução ainda prevê a possibilidade de magistrados receberem premiação da administração pública ou de entidades sem fins lucrativos por obra jurídica ou prática inovadora de interesse da administração judiciária, desde que não haja comprometimento da independência funcional.

Também admite o recebimento de itens de cortesia em situações específicas, desde que o valor patrimonial não descaracterize o caráter simbólico.

ANÁLISE

Segundo Mansour Elias Karmouche, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional em Mato Grosso do Sul (OAB-MS) e conselheiro federal no CNJ, essas restrições aos magistrados foram o último ato do ministro Luís Roberto Barroso, antes de se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A medida foca os magistrados que costumam promover e oferecer cursos paralelos de mentoria e coaching, e, a partir de agora, essa prática foi completamente vedada. A proibição está alinhada a um código de conduta para magistrados, com o magistério ainda sendo aprovado, mas não podendo mais participar das redes sociais na capacidade de empreendedores”, detalhou.

Mansour Karmouche reforçou que a resolução chega em um momento de necessidade de mais transparência no sistema judicial brasileiro e foca a preocupação sobre potenciais conflitos de interesse dos magistrados.

“A partir de agora, todos os magistrados que participam de eventos precisam registrar e comunicar informações, incluindo valores recebidos e patrocinadores. Isso é importante para a segurança da sociedade, porém, infelizmente, a resolução se aplica apenas até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois o STF está fora do alcance das regulamentações do CNJ”, pontuou.

O conselheiro federal da OAB no CNJ destacou que o ministro Luiz Edson Fachin, presidente do STF, pela limitação do conselho, propôs uma resolução específica para disciplinar a participação dos magistrados do Supremo.

“Essa proposta surgiu, em parte, após uma viagem controversa do ministro Dias Toffoli, que gerou grande polêmica”, recordou.

Fachin tem apresentado a ministros da Corte a intenção de criar um código de conduta para integrantes de tribunais superiores, como na Alemanha, onde o Tribunal Constitucional elaborou um código de conduta em 2017.

São 4 artigos e 16 itens no total, que são um conjunto de regras para os integrantes da Corte considerada a guardiã da Constituição alemã e que tem inspirado o ministro Fachin.

O primeiro artigo do Código de Ética alemão diz que: “Juízas e juízes devem se comportar, dentro e fora de suas funções, de modo a não prejudicar o prestígio do Tribunal, a dignidade do cargo e a confiança em sua independência, imparcialidade, neutralidade e integridade”.

O texto afirma que precisa existir um “zelo para que não surja qualquer dúvida quanto à neutralidade perante grupos sociais, políticos, religiosos ou ideológicos”. Ele cita também o cuidado com as “relações pessoais”.

O código tem, ainda, um parágrafo sobre a ética de aceitar presentes: “Juízas e juízes só aceitam presentes e benefícios de qualquer tipo apenas na medida em que isso não possa gerar dúvidas sobre sua integridade pessoal e independência”.

Diz também que os magistrados podem “receber remuneração por palestras, pela participação em eventos e por publicações somente e apenas na medida em que isso não prejudique o prestígio do Tribunal nem gere dúvidas quanto à independência, à imparcialidade, à neutralidade e à integridade de seus membros” e que “os rendimentos obtidos em atividades extrajudiciais devem ser divulgados”.

Por determinação do Código de Ética alemão, esses dados são públicos e ficam liberados para consulta. A tabela de 2024 é a mais recente disponível.

Mostra exatamente o quanto cada integrante do Tribunal Constitucional da Alemanha ganhou em atividades fora do Judiciário – publicação de livros e artigos, palestras, participações em eventos independentes.

O código também determina que os magistrados da Corte não podem emitir pareceres sobre questões de direito constitucional nem fazer previsões sobre o resultado de processos pendentes ou que podem vir a ser decididos pelo Tribunal.

O texto prevê ainda regras para depois do término do mandato. Fala, por exemplo, que os juízes não podem assumir atividades de consultoria nem emitir pareceres técnicos no primeiro ano fora do Tribunal e que, mesmo depois desse período, está vedada a atuação em casos da Corte para não dar a impressão de utilização indevida de conhecimentos internos.

O Reino Unido também tem código de ética para magistrados de tribunais superiores.

O documento determina que os juízes são expressamente proibidos de aceitar remuneração por atividades extrajudiciais e tem uma parte específica que fala o que é preciso ser levado em conta para que um magistrado se declare impedido de julgar uma determinada ação.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte adotou um código de ética em 2023, depois que reportagens revelaram que juízes ocultaram ter recebido presentes e benefícios de empresários. Um dos magistrados é Clarence Thomas, que está na Corte desde 1991.

Segundo investigações de agências de notícias do país, ele aceitou, durante anos, viagens de luxo pagas por um bilionário texano, que comprou uma casa do juiz. A transação não foi informada às autoridades. O código americano estabelece, por exemplo, que juízes precisam explicar os motivos de se declararem impedidos de julgar um caso.

Logo no início, o texto afirma: “A ausência de um código levou à falsa impressão de que os juízes desta Corte se consideram imunes a regras éticas. Para acabar com essa percepção enganosa, estamos publicando esse código, que representa uma codificação dos princípios que nós sempre respeitamos”.

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advogados e juristas

Prerrogativas homenageia Tebet e a convida para integrar chapa lulista em SP

"Nesta política do Brasil precisa ter coragem. E coragem não me falta", declarou Simone depois de ser convidada para mudar domicílio eleitoral para SP

13/12/2025 07h23

Simone Tebet recebeu homenagem de grupo de juristas ao lado de Geraldo Alckmin e Fernando Hadad

Simone Tebet recebeu homenagem de grupo de juristas ao lado de Geraldo Alckmin e Fernando Hadad

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Uma homenagem do grupo Prerrogativas a Simone Tebet (MDB), Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) voltou a flertar com a possibilidade de ter os três ministros em uma chapa em São Paulo como palanque de Lula na eleição do ano que vem. Atualmente, o título eleitoral de Simone Tebet está em seu Estado natal, o Mato Grosso do Sul. 

Em evento com tom de campanha eleitoral, os três foram citados pelo coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, como representantes da frente ampla que deu a vitória a Lula em 2022 e como trunfos para a eleição de 2026. O Prerrogativas é formado por advogados e juristas pró-PT e ampliou sua influência no governo com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nós vamos ganhar em São Paulo e no Brasil, em todos os Estados. Essa é a aliança pela democracia que vai vencer as eleições em 2026", disse Carvalho. Em uma referência indireta às crises recentes envolvendo o Congresso, ele também afirmou que Lula é o único adulto na sala e não quer "abocanhar" as competências dos outros Poderes.

"É um luxo para São Paulo ter três opções. É uma chapa que representa a união da direita civilizada, da centro-direita, centro-esquerda e esquerda em torno das instituições e da defesa da democracia", disse Carvalho ao Estadão.

Questionado se a ministra do Planejamento estaria disposta a mudar o domicílio eleitoral para São Paulo, respondeu: "Eu acho que ela estava esperando o chamado. Hoje nós fizemos o chamado para ela se apresentar à população de São Paulo. O Prerrogativas dá sorte". O grupo fez parte da articulação que levou Alckmin a vice de Lula em 2022.

Apesar de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter lançado sua pré-candidatura à Presidência há poucos dias, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue sendo alvo preferencial do PT e foi citado pelo menos duas vezes em discursos no palco.

Haddad lembrou a declaração de Lula direcionada ao governador mais cedo nesta sexta-feira, de que os prognósticos de especialistas para a economia não se concretizaram. Marco Aurélio também fez críticas à gestão de Tarcísio em São Paulo.

"Hoje o presidente Lula falou uma coisa muito importante. Ele falou olhando pro governador de São Paulo: ‘Você viu Tarcísio que todos os prognósticos feitos por economistas não deram certo?’", disse Haddad. "Não é comemorar que o caras que apostaram contra o Brasil estavam errados. É comemorar que nós demos certo", continuou.

Haddad resiste a ser candidato novamente. Nesta semana, ele disse em entrevista ao jornal O Globo que pode deixar o ministério para ajudar na campanha de Lula no ano que vem, mas que já avisou ao presidente que não quer disputar uma nova eleição.

O petista é cotado tanto para disputar o governo de São Paulo quanto o Senado pelo Estado. Ao ser questionado novamente por jornalistas na noite desta sexta-feira, Haddad disse que já havia falado sobre o tema na entrevista.

Ex-presidente do PT e ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann afirmou a jornalistas no evento que ainda não há uma definição.

"É óbvio que qualquer lançamento de nome, de composição, a gente tem que conversar. Não se faz de uma hora para a outra. Mas, com certeza, são 3 nomes muito potentes, muito importantes na política nacional e local aqui em São Paulo", afirmou.

Apesar de seu partido, o MDB, ainda não ter definido qual caminho seguirá em 2026, Tebet foi taxativa e disse que estará no palanque de Lula. A ministra do Planejamento recebeu aplausos da plateia ao dizer que Lula é maior presidente que o Brasil já teve. O MDB já teve José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer como presidentes.

Para estar no palanque de Lula em São Paulo, ela teria que deixar o Mato Grosso do Sul e mudar de partido, já que o MDB paulista apoia Tarcísio. Tebet é cotada para uma vaga ao Senado, mas ao final de seu discurso algumas pessoas na plateia gritaram "governadora".

"Nesta política do Brasil precisa ter coragem. E coragem não me falta", declarou.

No caso de Alckmin, a prioridade é repetir a chapa com Lula para o Palácio do Planalto. Ele afirmou que o petista salvou a democracia ao derrotar Bolsonaro em 2022 e foi o orador mais aplaudido ao iniciar seu discurso cumprimentando a plateia com "companheiros e companheiras", marca do presidente.

Além dos três, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), já manifestou o desejo de ser candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Ele não compareceu ao evento.

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