Política

CONSTITUINTE

Em 40 anos, MS só teve oito deputadas estaduais

Em 2019, Assembleia Legislativa comemora elaboração da primeira Constituição do Estado

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Mesmo compondo a maior parcela do eleitorado, conforme estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres ainda estão bem distantes de alcançarem a equidade na representação no Poder Legislativo em relação aos homens. 
Apesar das centenas de opções disponíveis, de diversas correntes ideológicas, nas urnas em 2018, elas mantiveram a tendência de confiar o voto em candidatos do sexo masculino. 

Em Mato Grosso do Sul, fato que não ocorria desde o pleito de 1990 acabou se repetindo. Mesmo diante do crescimento expressivo em âmbito nacional no ano passado, nenhuma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa é ocupada por elas. 
Simone Tebet (MDB) ascendeu de servidora de carreira da Casa de Leis à líder da maior bancada do Congresso Nacional e presidente da principal comissão permanente do Senado Federal. “Eu já trabalhava há seis anos na Assembleia Legislativa. Fui diretora legislativa, consultora, conhecia o regimento interno, às vezes mais que um deputado, porque eu tinha obrigação, estava inserida no ambiente, foi muito tranquila essa passagem. Isso se deve ao fato de ser servidora e depois eleita”, narra. 

Apesar deste cenário, na avaliação da presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, as mudanças nos regramentos eleitorais podem dar novo fôlego à luta das mulheres por maior representatividade na máquina pública. 
Ela cita o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que partidos políticos deverão, a partir de 2020, reservar a elas 30% do tempo de propaganda eleitoral e verbas dos fundos partidário e eleitoral.  

“Essa vai ser a primeira eleição com o avanço do STF de que não basta ter apenas 30% de candidatas mulheres, [há]cota de 30% do tempo de TV e do fundo eleitoral e partidário. A gente sabe que vai ter uma estrutura compatível e mínima de igualdade. Espero que a gente tenha uma surpresa como teve no Congresso. Em 2018, já tinha essas regras e o número de mulheres eleitas é o maior de todos os tempos”. 

Tebet acredita que tanto ela como as demais mulheres que passaram pelo Parlamento estadual pavimentaram o caminho àquelas que ainda estão por vir. “Se nossos esforços servirem para abrir portas, se nós provarmos que somos vitoriosas, competentes, na área que mais discrimina, mais machista, abrimos portas para a mulher ser líder em qualquer situação”. O caminho, finaliza, está no olhar para as bases. “Exigir que dirigentes invistam em novas candidatas, busquem nas fábricas, nos bairros, onde mulheres assumem a liderança até por necessidade”. 

Presidente da Casa de Leis, Paulo Corrêa (PSDB) esclarece que, apesar da triste realidade, a contribuição deixada por aquelas que ali passaram marcou a história do Estado. “Durante esses 40 anos da Assembleia Legislativa, essas mulheres contribuíram muito para a estruturação da nossa Casa de Leis e desenvolvimento do nosso estado. Ações conduzidas por elas, como a CPI do Cimi, comandada brilhantemente pela deputada Mara Caseiro, na qual tive a oportunidade de ser relator”, destaca.  

A ausência de mulheres, segundo o tucano, não muda a atuação pelo direito delas. “A Assembleia Legislativa conta com a Comissão Permanente em Defesa dos Direitos da Mulher e Combate à Violência Doméstica e Familiar, além da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher. Ao longo do ano, também desenvolvemos ações contra violência doméstica, pela prevenção ao câncer de mama no Outubro Rosa e firmamos parceria entre a TV Assembleia e a Subsecretaria de Políticas Públicas para a Mulher para veiculação de conteúdos especiais sobre esses e outros temas”, finaliza. 

Mara Caseiro se despediu em janeiro – ao menos por hora, já que é a primeira suplente da coligação feita entre PSDB e Democratas, com reais chances de retornar à Casa, com eventual eleição de Barbosinha (DEM) à prefeitura de Dourados –, mas confia na “evolução” e sensibilidade futuras do eleitorado feminino. 

“Ainda estamos em processo de evolução e, se a gente pensar que há 84 aos não podíamos votar, estamos avançando. Temos que fazer um trabalho no sentido de as mulheres confiarem mais nas mulheres. É um processo evolutivo mesmo, mas a gente está se descobrindo, as mulheres estão começando a entender a importância de ocupar espaços de poder”, pontua. 

Ao longo do tempo, candidatas se revezaram nas cadeiras do Legislativo

Ao longo dos 40 anos da Casa de Leis, oito mulheres foram eleitas para representar o povo. Em 1986, as precursoras foram Marilu Guimarães e Marilene Coimbra, com 11.850 e 6.434, respectivamente. No pleito seguinte, houve resistência do eleitorado e nenhuma foi eleita. Em 1994, Celina Jallad obteve 20.551 votos e foi a terceira mais votada entre os parlamentares eleitos. 

Quatro anos depois, ela conquistou a confiança de outros 23.605 eleitores e foi a segunda mais votada. Em 2002, Celina teve uma companheira em plenário, quando os sul-mato-grossenses elegeram Simone Tebet, com 25.251 votos. 

Na eleição seguinte, Dione Hashioka foi empossada para seu primeiro mandato de deputada estadual, após obter 19.843 votos. No segundo, os votos aumentaram para 24.636, tendo, ao seu lado, Mara Caseiro, com 19.888 votos. 

Em 2014, Mara foi reeleita ao lado de Graziele Machado e Antonieta Amorim, com 23.532, 39.374 e 21.860 votos, respectivamente. Em 2018, apesar de ter obtido mais votos do que 12 dos eleitos (23.813), a tucana não teve a oportunidade de legislar por mais quatro anos.

 

FIM DO IMBRÓGLIO

Executiva nacional do PSDB designa Beto Pereira para liderar a sigla em MS

O deputado federal Geraldo Resende foi escolhido para ser vice-presidente do partido no Estado até o próximo ano

05/12/2025 08h40

O deputado federal Beto Pereira é o novo presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul até o próximo ano

O deputado federal Beto Pereira é o novo presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul até o próximo ano Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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Terminou ontem o imbróglio sobre quem vai presidir a executiva provisória do PSDB em Mato Grosso do Sul, após a saída do ex-governador Reinaldo Azambuja para o PL.

O presidente nacional do partido, deputado federal Aécio Neves (MG), designou o deputado federal Beto Pereira para comandar a legenda até o próximo ano.

Em entrevista ao Correio do Estado, o parlamentar sul-mato-grossense explicou que assume a liderança do ninho tucano com a missão de preparar a sigla para as eleições gerais do próximo ano no Estado. 

“Assumimos com o compromisso de entregar ao partido uma chapa competitiva para a Câmara dos Deputados e também para a Assembleia Legislativa”, declarou.

O parlamentar, que já era um dos cotados para comandar a legenda no Estado pelo menos até a abertura da janela partidária do próximo ano, informou ainda que o deputado federal Geraldo Resende ficará com a vice-presidência estadual do PSDB, enquanto o deputado federal Dagoberto Nogueira assumirá a secretaria-geral da legenda e o deputado estadual Paulo Corrêa, a tesouraria da sigla.

Os demais integrantes da comissão executiva estadual do PSDB são: os deputados estaduais Jamilson Name e Lia Nogueira, os vereadores Silvio Pitu, Victor Rocha e Flávio Cabo Almi, os prefeitos Marçal Filho (Dourados), Márcia do Amaral (Brasilândia) e Leandro Fedossi (Nova Andradina), o vice-prefeito Leonardo de Arruda (Rio Brilhante), o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de MS, Ricardo Senna, e o advogado Rogelho Massud Júnior.

Além de Beto Pereira, também estavam interessados no comando do PSDB de Mato Grosso do Sul o deputado federal Geraldo Resende e o deputado estadual Pedro Caravina: o primeiro continuou na vice-presidência, enquanto o segundo nem ficou na comissão executiva estadual da legenda.

Na semana passada, também em conversa com a reportagem, o novo presidente estadual dos tucanos tinha adiantado que a escolha seria feita em consenso, para evitar atritos desnecessários às vésperas das eleições gerais do próximo ano, ainda mais depois que o partido perdeu suas duas maiores lideranças, o ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel, que trocaram o ninho tucano pelo PL e PP, respectivamente.

Questionado se ser escolhido para assumir a executiva provisória do PSDB em Mato Grosso do Sul não atrapalharia seus planos para as eleições do próximo ano, o deputado federal negou e reforçou que é um político de grupo.

“O time vai definir, se for melhor eu continuar no partido para fortalecer a legenda para o pleito de 2026, ficarei, mas, se o grupo entender que é melhor eu ingressar em um outro partido, farei isso”, assegurou.

A resposta do parlamentar é em decorrência dos boatos darem conta de que ele estaria de mudança para o Republicanos para tentar a reeleição no próximo ano, entretanto, ao ser escolhido por Aécio Neves para presidir a executiva provisória do PSDB no Estado, ficaria complicado para Beto Pereira abandonar o ninho tucano com o jogo eleitoral em andamento.

Além disso, a boataria também dá como certa as saídas do deputado federal Geraldo Resende, para o PV, do deputado federal Dagoberto Nogueira, para o Republicanos, e do deputado estadual Paulo Corrêa, para o PP, ou seja, a cúpula inteira da executiva provisória do PSDB pode deixar a sigla, sem falar dos demais deputados estaduais da legenda.

Afinal, Jamilson Name, Zé Teixeira e Mara Caseiro também estariam com as malas prontas para entrar no PL para disputar as eleições de 2026.

O certo é que, por enquanto, até que a janela partidária seja aberta em março do próximo anos, todos os seis deputados estaduais e os três deputados federais do PSDB vão continuar no ninho tucano em Mato Grosso do Sul.

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Justiça

STF vai julgar Lei do Marco Temporal no plenário físico

Aapós receber críticas sobre a falta de debate no ambiente virtual, o ministro Gilmar Mendes, relator das ações, decidiu levar o caso ao plenário físico

04/12/2025 19h54

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar a julgar as ações que tratam sobre a constitucionalidade da Lei do Marco Temporal das Terras Indígenas a partir da próxima quarta-feira, 10. O julgamento havia sido marcado para começar nesta sexta-feira no plenário virtual, mas, após receber críticas sobre a falta de debate no ambiente virtual, o ministro Gilmar Mendes, relator das ações, decidiu levar o caso ao plenário físico.

O primeiro dia foi marcado exclusivamente para a leitura do relatório e a apresentação das sustentações orais de advogados e terceiros interessados. As ações têm dezenas de amicus curiae e as sustentações podem durar mais de uma sessão. Além disso, interlocutores do ministro apontam que o seu voto deve ser longo. Esses fatores indicam que o desfecho do julgamento deve ficar para 2026.

O tema foi discutido em uma comissão no Supremo que buscou uma conciliação sobre o assunto ao longo de 23 audiências. A comissão foi encerrada em junho com poucos avanços, sem excluir a tese do marco temporal por falta de consenso. O Supremo deve avaliar se homologa ou não o acordo e também irá se pronunciar sobre pontos em que não houve consenso.

Em setembro de 2023, o Supremo invalidou a tese do marco temporal - que diz que os indígenas só têm direito às terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 outubro de 1988. Dias depois, o Congresso aprovou uma lei que recria a tese O caso voltou ao STF por meio de ações que questionam ou pedem para confirmar a validade da lei. Gilmar, então, enviou as ações para conciliação para dar um fim ao que chama de “espiral de conflito”.

Gilmar tem indicado que deve descartar a tese do marco temporal em si, porque ela já foi declarada inconstitucional pela Corte. Mas o ministro deve buscar manter as mudanças propostas na comissão sobre os procedimentos de demarcação. Um desses pontos é a obrigatoriedade de participação de Estados e municípios onde se localiza a área reivindicada, em todas as etapas do processo

Ao derrubar a tese do marco temporal, o Supremo definiu que os proprietários que ocupavam as terras de boa-fé têm direito à indenização, a ser paga pela União. Em audiência realizada em junho, o gabinete de Gilmar apresentou uma proposta para tirar do arcabouço fiscal as indenizações por desapropriação. Essa proposta também pode ser levada por Gilmar ao plenário do Supremo.

A sugestão de Gilmar para acelerar os processos de desapropriação envolve a emissão de precatórios negociáveis no mercado que poderiam ser usados para abater o pagamento de tributos. De acordo com o juiz auxiliar do ministro, Diego Veras, a sugestão foi elaborada com economistas e especialistas em contas públicas e seria mais atrativa do que a negociação de precatórios que já existe atualmente.

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