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Em eleição suplementar, Celso Abrantes é eleito prefeito em Bandeirantes

Eleição aconteceu após decisão do TSE tornar inelegível o prefeito Álvaro Nackle Urt, que venceu a última eleição em outubro

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O candidato Celso Abrantes, do PSD, foi eleito o novo prefeito de Bandeirantes, em realização suplementar realizada neste domingo (6). O vice é Marinho Serpa, também do PSD, da coligação Juntos por Bandeirantes (Republicanos/PDT/Pode/PL/PSD).

Com 100% das urnas apuradas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Abrantes eleito, com 53,90% dos votos válidos. Em números absolutos, foram 2.486 votos.

A candidata Tatyane Miyasato, do MDB, foi a segunda colocada, com 40,24% (1.856) dos votos válidos. Em terceiro, ficou o Flavio Paiva, do DC, que teve 5,85% (285).

Houve ainda 76 votos nulos e 47 brancos, que representam 1,61% e 0,99%, respectivamente.

Neste domingo, as eleições ocorreram das 7 às 16h, no horário local, assim como foi nas eleições de 2024. Conforme dados da 1ª Zona Eleitoral (1ª ZE), o município conta com 6.621 eleitores aptos a votar, em 23 seções.

A abstenção foi de 28,49%, com 1.886 eleitores que não compareceram às urnas.

Cassação

Os eleitores do município retornaram às urnas para eleger o novo prefeito e vice-prefeito após a cassação do registro de candidatura do prefeito eleito em 2024, Álvaro Nackle Urt (PSDB), por suspeita de envolvimento em crimes contra a administração pública municipal (corrupção). 

Uma comissão foi instaurada na Câmara do município após uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que recebeu o nome de “Sucata preciosa”, investigar crimes de fraude em licitação e corrupção em junho do ano passado.

De acordo com o Ministério Público, a prefeitura de Bandeirantes teria pagado por supostos serviços de manutenção em veículos, mas que nunca aconteceram, pois boa parte dos carros estava sucateada ou abandonada. 

Na investigação, o MPMS teria encontrado inúmeras irregularidades, desde documentação até veículos que não deveriam estar em operação. 

Na época, o então prefeito afirmou que o caso se tratava de perseguição política. 

Apesar dos escândalos, Álvaro Urt concorreu às eleições de 2024 e venceu. Recebeu 2.807 votos, o equivalente a 38,45% dos votos válidos, superando o concorrente Celso Abrantes (PSD), que teve 1.692 votos válidos. 

Em dezembro de 2024, o MP se manifestou a favor da manutenção do mandato do prefeito, alegando que sua candidatura foi aceita por ele não estar impedido de se candidatar. 

Porém, em 29 de maio de 2025, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a inexigibilidade de Urt, revertendo a decisão anterior do Ministério Público, determinando a realização imediata de uma nova eleição. 

O juiz Diogo de Freitas, da 1ª Zona Eleitoral de Amambai, atendeu ao pedido feito pela chapa do ex- prefeito de Paranhos, Donizete Viaro (PSDB), e impugnou a candidatura de Heliomar Klabunde.

O magistrado aceitou a tese da chapa tucana de que Klabunde, mesmo ciente de sua inelegibilidade, decidiu, ainda assim, concorrer à prefeitura de Paranhos.

Klabunde chegou à condição de inelegível depois de ter sido condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por mau uso do Fundo Nacional de Assistência Social.

Desde 1º de janeiro de 2025 o presidente da Câmara de Vereadores assumiu o cargo de prefeito do município de Paranhos, de forma interina, e irá exercê-lo até a posse do novo prefeito.

* Colaborou Karina Varjão

Política

Camila Jara aciona PGR contra Jair e Eduardo Bolsonaro por crimes militares

Deputada defende responsabilização de pai e filho por articulação de sanções internacionais contra o Brasil

11/07/2025 14h00

Deputada federal Camila Jara

Deputada federal Camila Jara Foto: Divulgação

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A deputada federal Camila Jara, ao lado dos deputados Dorinaldo Malafaia (PDT/AP), Duarte Jr (PSB/MA) e Duda Salabert (PDT/MG) protocolou, nesta quinta-feira (10), uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por possíveis crimes militares e ações que colocam em risco a soberania nacional.

A denúncia aponta que os dois atuaram na articulação de sanções internacionais contra o Brasil, culminando no anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A representação tem como base o Código Penal Militar e o Código Penal Comum, e cita crimes como provocação a país estrangeiro, entendimento para gerar conflito internacional e tentativa de submeter o território nacional à influência externa. Para os parlamentares, a conduta dos dois representa uma grave ameaça às instituições brasileiras e não pode passar impune.

“É inadmissível que pessoas usufruam do estado para prejudicar o Brasil, especialmente políticos que se dizem patriotas. A tarifa de 50% imposta por Donald Trump é uma tentativa explícita de interferência em nosso país, uma afronta ao Judiciário e ao povo brasileiro. Nossa economia, as exportações e o poder de compra das famílias serão diretamente impactados por esse capricho político dos bolsonaristas”, explica Camila Jara em nota. 

Além da representação criminal, o grupo também encaminhou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), cobrando providências diplomáticas diante da ameaça feita por Trump, motivada por pressões de brasileiros no exterior contra o Supremo Tribunal Federal. Eduardo Bolsonaro, inclusive, afirmou publicamente que se mudou para os Estados Unidos com o objetivo de buscar sanções contra ministros do STF, atitude que já está sob investigação do Supremo no Inquérito 4995.

A carta enviada por Trump ao presidente Lula, no último dia 9 de julho, oficializa a aplicação da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, e exige o fim dos processos contra Jair Bolsonaro. Para Camila, o episódio apresenta grandes riscos para a população brasileira.

“Bolsonaro, que se autoproclamava defensor da pátria, age de forma oposta: em vez de proteger os interesses nacionais, está sacrificando o agronegócio e outros setores estratégicos para atender aos seus próprios interesses egoístas.”, disse a deputada. 

Saiba 

As sanções dos EUA ao Brasil durante o governo de Donald Trump foram um tema controverso e complicado. Embora o Brasil não tenha sido alvo direto de sanções significativas como outros países, o governo Trump, de fato, utilizou várias medidas econômicas e políticas que afetaram a relação bilateral entre os dois países, algumas das quais poderiam ser interpretadas como sanções ou pressões.

Trump sempre enfatizou a importância de reduzir o déficit comercial dos EUA com outros países, e isso afetou diretamente a relação com o Brasil. Embora o Brasil não tenha sido alvo de tarifas especificamente em relação a outros países, o governo Trump impôs tarifas sobre aço e alumínio de várias nações, incluindo o Brasil. Isso gerou tensões e levou o Brasil a tentar negociar isenções, embora em alguns casos não tenha sido bem-sucedido.

Em 2018, os EUA impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados de vários países, incluindo o Brasil. Esse movimento causou uma pressão econômica significativa, já que o Brasil é um grande exportador de aço e alumínio. O país teve que negociar com os EUA para tentar reverter essas tarifas, que afetaram negativamente algumas indústrias brasileiras.

Em outro momento, o presidente americano, que tinha uma postura bastante cética em relação ao meio ambiente, foi crítico sobre a preservação da Amazônia, mas ao mesmo tempo, o governo Bolsonaro (do qual Trump apoiou algumas ações) tentou alinhar-se com os EUA. A pressão internacional, sobre as políticas ambientais do Brasil, também gerou tensões, especialmente no contexto das políticas ambientais de Bolsonaro que resultaram em aumento do desmatamento da Amazônia.

O governo Trump demonstrou apoio ao governo Bolsonaro, o que, de certa forma, trouxe uma espécie de "aliança ideológica". A parceria foi vista por alguns como uma forma de pressão do lado dos EUA para que o Brasil adotasse políticas mais alinhadas com os interesses americanos, especialmente em relação à economia e à política externa. 
 

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em cima do muro

Tucano, Riedel foge da polêmica sobre tarifaço de Trump

De olho nas urnas em 2026, o governador disse que nem mesmo ficou surpreso com a taxação e assim tentou agradar bolsonaristas ou lulistas

11/07/2025 11h29

Durante coletiva na manhã desta sexta-feira, Eduardo Riedel (PSDB) dedicou apenas 70 segundos ao tema do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil

Durante coletiva na manhã desta sexta-feira, Eduardo Riedel (PSDB) dedicou apenas 70 segundos ao tema do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil Marcelo Victor

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Ao contrário da grande maioria dos políticos e dos brasileiros como um todo, o governador tucano Eduardo Riedel afirmou nesta sexta-feira (11) que não ficou surpreso com o tarifaço ou com a carta que o presidente dos Estados Unidos enviou ao Brasil “porque desde que o presidente Trump assumiu ele enviou para vários países e falou que iria enviar depois”.

Com esse discurso, Riedel tenta se desvincular do debate político e ideológico que tomou conta do tema depois que o próprio presidente dos Estados Unidos usou a suposta perseguição das autoridades brasileiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro como uma das razões para aplicar o tarifaço às exportações brasileiras a partir de primeiro de agosto.  

Mas, pelo menos no que se refere aos efeitos econômicos do tarifaço, o governador candidato à reeleição em 2026 e de olho no voto de lulistas e bolsonaristas tem a mesma opinião dos demais brasileiros.

“É muito ruim para o Brasil. O Mato Grosso do Sul é afetado diretamente. Ano passado nós exportamos 700 milhões de dólares aos Estados Unidos, um pouco menos que isso. Entendo que a gente tenha que usar o caminho da negociação diplomática. Ele tem feito isso com vários paceiros”, afirmou Riedel.

Desse modo, ele evita relacionar o tarifaço a uma possível pressão de Bolsonaro e seus aliados sobre o Governo dos Estados Unidos, livrando-os da pecha de traidores da pátria, e ao mesmo tempo evita jogar a culpa no Governo Lula. 

Além de ignorar o fato de o presidente Trump ter citado a questão da “caça às bruxas”, referindo-se à suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Riedel também ignorou o fato de o Brasil ter sido alvo da maior tarifa entre todos os países taxados nesta semana. 

E para continuar agradando gregos e troianos, ao longo dos exatos 70 segundos que dedicou ao tema que está tomando conta do país desde quarta-feira, o governador também evitou críticas ao próprio Trump, apesar de lembrar que o Brasil tem déficit na balança comercial com os Estados Unidos. 

Riedel enfatizou que os norte-americanos, apesar de importantes parceiros comerciais de Mato Grosso do Sul, representaram apenas 6% das exportações no primeiro semestre de 2025 (US$ 315 milhões). Enquanto isso, a China foi destino de 47% (R$ 2,48 bilhões). 
 
 

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