Política

ELEIÇÕES 2024

Em Três Lagoas, disputa por prefeitura está entre dois médicos ginecologistas

Candidato a prefeito pelo PSDB, o vereador Dr. Cassiano tem uma ampla vantagem sobre o Dr. Ruy Costa Neto, do DC

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Os oito anos de gestão do PSDB na prefeitura municipal de Três Lagoas não foram suficientes para que a população ficasse saturada da administração tucana e, no pleito do dia 6 de outubro, a cidade deve eleger como prefeito mais um candidato do partido.

Conforme levantamento feito pelo Correio do Estado, levando em consideração pesquisas de intenções de voto já divulgadas e análises de especialistas políticos de Mato Grosso do Sul, o candidato tucano, o vereador Cassiano Rojas Maia, Dr. Cassiano, já estaria virtualmente eleito.

Todas as pesquisas publicadas até o momento trazem o presidente da Câmara Municipal de Três Lagoas com mais de 30 pontos porcentuais de vantagem sobre o segundo colocado, o médico Ruy Costa Neto (DC), o Dr. Ruy Costa, e isso antes mesmo de as eleições começarem para valer, pois, ainda em 2023, o nome dele já era a primeira opção na boca do povo.

De lá para cá, de acordo com os especialistas políticos, essa preferência junto aos eleitores de Três Lagoas só cresceu, tornando a eleição no município uma verdadeira barbada – termo usado no turfe para classificar um páreo fácil, ou seja, em que o cavalo vencedor já é conhecido pelos apostadores.

Mesmo assim, como em política 24 horas é uma eternidade, não se pode bater o martelo sobre a vitória do Dr. Cassiano na eleição para prefeito de Três Lagoas antes de os 86.968 votos do município serem registrados pelas urnas eletrônicas no dia 6 de outubro.

Afinal, o pleito só termina quando acaba, e é nisso que Dr. Ruy Costa aposta para continuar com a campanha eleitoral, projetando, até o momento, uma improvável virada junto à preferência dos eleitores três-lagoenses dentro dos próximos dias.

LASTRO

No entanto, a grande vantagem de Dr. Cassiano sobre os seus adversários na corrida pela prefeitura de Três Lagoas não foi construída da noite para o dia, e pode ser creditada à administração do atual prefeito, Ângelo Guerreiro (PSDB), que chega ao fim do seu segundo mandato com mais de 90% de aprovação.

Além disso, conforme os especialistas políticos, a boa gestão do Dr. Cassiano à frente da presidência da Câmara Municipal de Três Lagoas também pesa na hora de o eleitor três-lagoense optar por ele na hora de definir o candidato.

Sem contar que ele também foi secretário municipal nas pastas da Saúde, de Finanças, de Meio Ambiente, de Esportes e, por último, como secretário-geral da prefeitura, tendo uma trajetória de envolvimento intenso na administração pública local, que encerra os oito anos de mandato com ótima aprovação.

Outros fatores que pesam a favor do candidato tucano são o fato de ser médico ginecologista, tendo ajudado a trazer ao mundo muitas crianças no município, ser natural de Três Lagoas e ter, além do apoio do atual prefeito, Ângelo Guerreiro, as bênçãos do PP da senadora Tereza Cristina, que indicou a candidata a vice-prefeita, a ex-vereadora e ex-secretária municipal de Assistência Social Vera Helena.

O Dr. Cassiano tem também um amplo arco de alianças, que inclui, além do PSDB e do PP, os partidos Cidadania, MDB, PSB, Republicanos, União Brasil, PSD, Avante e PL. E, ainda, precisa ser contabilizado o fato de o candidato ser o dono da menor rejeição junto aos eleitores de Três Lagoas, algo que costuma definir eleições. 

AZARÃO

Ainda usando as gírias comuns ao turfe, o candidato Dr. Ruy Costa pode ser classificado como o azarão, ou seja, aquele cavalo em que poucos apostam por ter chances remotas de vencer a corrida, mas que, às vezes, ganha.

Renomado médico ginecologista, ele é casado com Luciana Antônio Pedroso da Costa, enfermeira, há 17 anos e é filho do funcionário público aposentado da Fazenda Sebastião Roberto José da Costa e da professora aposentada Simonia Souza Lima da Costa.

O Dr. Ruy ainda é bisneto do ex-deputado estadual, ex-prefeito de Coxim e ex-presidente da Câmara de Três Lagoas Sabino José da Costa. 

Natural de Três Lagoas, fez toda a sua Educação Básica no município e, aos 15 anos, mudou-se para Cuiabá (MT) para se preparar para o vestibular para o curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro, em São Paulo (SP).

Lá ele se formou e, depois, fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na PUC-SP. O candidato é concursado na prefeitura de Três Lagoas como médico ginecologista e obstetra há 16 anos. 

Portanto, a única certeza sobre o pleito em Três Lagoas é que o vencedor será um médico. Porém, não se pode descartar ainda as candidaturas de Juvenal Ferreira (PRD) e do Professor Vitor (PSTU), pois nada é impossível.
 

4,279%

Porcentual do eleitorado de Três Lagoas em relação ao do estado

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Política

Gonet defende julgamento de Bolsonaro no STF

O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu neste sábado, 12, em evento nos Estados Unidos, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância certa para julgar o ex-presidente

12/04/2025 22h00

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu neste sábado, 12, em evento nos Estados Unidos, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância certa para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos supostos crimes cometidos por ele à frente do Executivo.

"Quando se trata de alguma coisa de grande magnitude, não importa que o mandato tenha terminado ou não, é preciso que o presidente responda por aquilo que ele fez durante o seu mandato e faça isso perante a mais alta Corte do país. Acho que nós estamos vivendo esse instante", afirmou o procurador ao ser questionado sobre quais limites garantem que nem mesmo autoridades do País estejam acima da lei.

Ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, Gonet participou de um painel da 11ª edição da Brazil Conference, realizada em Harvard pela comunidade de estudantes brasileiros da instituição, nos Estados Unidos.

Além de defender o julgamento de Bolsonaro no STF, Gonet disse que existe uma ponderação entre as necessidades de um presidente "apresentar as suas razões com credibilidade" e a necessidade da Justiça em responsabilizar erros de integrantes do Executivo.

"O que existe aí é uma ponderação entre as necessidades de um chefe de governo, de um chefe de Estado forte e capaz de discutir, de apresentar as suas razões com credibilidade, e a necessidade de que todos sejam efetivamente responsabilizados por aquilo que tiver feito de errado", disse o procurador-geral da República.

Ao longo do processo da suposta tentativa de golpe de Estado, a defesa de Bolsonaro tentou tirar o caso do STF e transferir para a Justiça Federal alegando que, no dia 8 de Janeiro de 2023, ele não era mais presidente e não teria direito a foro privilegiado

Porém, em março deste ano, o Supremo ampliou o alcance do foro privilegiado e expandiu a competência da Corte para julgar crimes de políticos e autoridades que não estão mais no cargo. Em uma das recusas ao argumento da defesa de Bolsonaro, Gonet chegou a mencionar a mudança da jurisprudência.

"A tese fixada - que já contava com o voto da maioria dos ministros da Corte desde o ano passado - torna superada a alegação de incompetência trazida pelos denunciados", argumenta o procurador-geral.

Política

Inaceitável não punir crimes dessa envergadura, diz diretor-geral da PF sobre PL da anistia

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

12/04/2025 20h00

Jose Cruz / Agência Brasil

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o projeto de anistia aos condenados pelos Atos Golpistas de 8 de Janeiro. Para ele, é "inaceitável" deixar impunes crimes dessa gravidade.

Ao participar de um painel ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na 11ª edição da Brazil Conference neste sábado, 12, Andrei Rodrigues fez questão de ressaltar a gravidade dos fatos. "Havia um plano de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República e do presidente da nossa Corte Eleitoral. Isso, por si só, deveria chocar e espantar todos", disse ele, que continuou:

"Nós não estamos falando aqui da maquiagem de uma estátua. Nós estamos falando de planos de assassinato, ruptura da nossa democracia, vandalismo, depredação de patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições do Estado do Brasil que trariam consequências inimagináveis."

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

"Tenho o maior respeito e apreço pelo Congresso, que é o foro de debates e de proposituras legislativas, mas também tenho minha opinião muito consolidada", disse Andrei, mencionando a "primorosa denúncia" da Procuradoria-Geral da República à Suprema Corte. "Acho inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura."

Durante o painel, Andrei Rodrigues foi questionado sobre como sua proximidade com o governo poderia afetar a autonomia da Polícia Federal. Ele respondeu achar "engraçado" as suposições sobre sua relação pessoal com o presidente Lula, afirmando que a ligação é exclusivamente institucional.

"Esse é um cargo de confiança. E a confiança no trabalho das pessoas. Eu fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nessa função, então precisa ter a confiança", afirmou ele, destacando sua trajetória dentro da instituição. "Está na lei que é o presidente da República que nomeia. Eu acho que a gente tem que terminar de vez com isso, de que há essa relação pessoal, que eu não tenho. Minha relação com o presidente é institucional, é possível entre um servidor diretor de uma agência e o presidente da República."

Andrei destacou que a PF realiza seu trabalho com independência, sem levar em conta estatura política ou econômica. Ele acrescentou que, sob sua gestão, não há mais "espetáculos de operação" e fez diversas menções indiretas ao período da Lava-Jato.

"Vocês não vão ver presos algemados, sendo conduzidos, expostos à mídia. Não tem imprensa na porta de pessoa que está sendo investigada pela polícia. Não tem prisões espetaculosas na rua, no trânsito, expondo indevidamente as pessoas. Não há entrevista coletiva, powerpoint. Me digam vocês o nome de um delegado de Polícia Federal hoje. O "japonês da Federal", o "hipster da Federal"? Não tem. Porque nós recuperamos essa instabilidade, essa institucionalidade."

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