Política

Aluguel atrasado

André Patrola vai à Justiça para despejar cunhado de Marquinhos Trad de apartamento de luxo

Leandro Mazina, ex-secretário de Nelsinho Trad e pai do vereador Otávio Trad, deixou de pagar a conta após renúncia do cunhado Marquinhos; apartamento vale mais de R$ 3 milhões

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Empreiteiro e produtor rural André Luiz dos Santos, o conhecido André Patrola, moveu uma ação de despejo por falta de pagamento contra o médico Leandro Mazina Martins, ex-secretário de Saúde de Campo Grande.

A dívida, incluindo a dos aluguéis e parcelas do IPTU, o Imposto Predial Territorial Urbano, beira à casa dos R$ 300 mil. Mazina não paga o aluguel desde maio de 2023, hoje, perto de um ano e meio. 

Patrola e Mazina, como é mais chamado o médico, na esfera política, são pessoas bem conhecidas na capital sul-mato-grossense.  

O primeiro, amigo do ex-prefeito da cidade, Marquinhos Trad, do PSD.  

Mazina é casado com um das irmãs de Marquinhos e pai de Otávio Trad, vereador na cidade pelo PSD. 

Mazina, portanto, é, também, cunhado do senador Nelson Trad, do PSD e do ex-deputado federal Fábio Trad, outro filiado ao PSD. 

Mazina chefiou a secretaria municipal de Saúde, em Campo Grande, de 1º de abril até dezembro de 2012, último mês do segundo mandato do então prefeito da cidade, Nelson Trad, seu primo, hoje senador. 

ATRASO NOS ALUGUÉIS 

André Patrola, conforme consta na ação de despejo, alugou o apartamento a Mazina em maio de 2019 pelo prazo de dois anos. O imóvel em questão, o suntuoso e situado na Avenida Euclides da Cunha, onde fica um dos metros quadrados mais caros da cidade, é o elegante edifício Ile de France [ilha da França]. 

Pelo combinado, o aluguel foi fixado em R$ 5 mil mensais, fora a taxa do condomínio e a parcela do IPTU. No contrato, diz também, que a prestação por morar no apartamento tido de alto luxo, se pago em dia, cairia para R$ 4 mil. 

No entanto, Mazina, conforme a ação de despejo, tocada pelo escritório Ferraz, Advogados Associados, deixou de pagar a conta em maio de 2022, logo após o cunhado Marquinhos Trad ter renunciado à prefeitura. Pelo ato judicial, Patrola não quer saber de conversa. 

“Não obstante os meses em atraso, o autor implementou todos os meios possíveis à solução pacífica do imbróglio, não restando outra alternativa senão o pedido de despejo com cobrança dos haveres pendentes”, enuncia a ação. 

Segue os defensores de Patrola: 

“Esclarece-se que o réu [Mazina] possui clara disposição de, mantendo o inadimplemento, continuar inserido no imóvel em evidente desacordo contratual e em contrariedade à vontade da autora. Em vista do inadimplemento, o autor não mais possui intenção de manutenção da relação locatícia”. 

Ou seja, pelo narrado na petição, o ex-secretário municipal quer continuar morando no apartamento de Patrola, mesmo inadimplente. Já o empreiteiro, o quer fora de lá. 

CAMARADA 

O Correio do Estado, ouvindo pessoas donas de imóveis no Ile de France, disseram que um apartamento por lá, se alugado, custaria de R$ 10 mil a R$ 15 mil mensais – se Mazina pagasse em dia a soma cairia para R$ 4 mil. 

Outro dado do Ile: o apartamento de Patrola, hoje em dia, sob a avaliação no mercado mobiliário local, custaria de R$ 3 milhões a R$ 3,8 milhões. 

Ainda pela ação de despejo, que corre na Vara Cível Residual de Campo Grande, a Mazina, que ainda não foi ouvido, será proposto o pagamento da dívida e o imediato despejo do imóvel. 

HISTÓRICO RUIM

André Patrola acumula encrencas na Justiça. Dono das empreiteiras ALS dos Santos e também a ALS Transportes, foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). 

Pelo apurado pelo MPMS, o empreiteiro surge numa investigação como suposto envolvido em fraude à licitação, lavagem de capitais e ainda por ligação com organização criminosa. As empresas de Patrola locam maquinários para a pavimentação e manutenção de estradas e ruas nas cidades. 

Ainda conforme o MPMS, os contratos firmados entre Patrola e a prefeitura de Campo Grande, que arrecadaram em torno de R$ 300 milhões, foram acertados de maneira suspeita. 

Pelo negócio, as empresas de Patrola teria de conservar as vias da cidade, as sem o asfalto. A tarefa, contudo, segundo a investigação, não era concluída, mas, ainda assim, paga. 

Os principais contratos com as empresas de Patrola e a prefeitura foram ajustados no período da gestão de Marquinhos Trad, o cunhado de Mazina, que pode ser despejado, por não pagar aluguel para morar no apartamento do empreiteiro. 

Patrola foi, ainda, multado em R$ 1,3 milhão por desmatamento ilegal na região do Pantanal sul-mato-grossense.

SEM MANIFESTO 

O jornal tentou conversar com o ex-secretário de Saúde, mas até a publicação, não tinha localizado ele. Assim que houver manifesto, este material será atualizado. 

  

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Política

Kits de robótica: ex-assessor de Lira pede de volta R$ 107 mil que PF confiscou

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra a liberação dos valores

21/09/2024 21h00

Fabio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar no plenário virtual recursos de investigados para resgatar valores apreendidos pela Polícia Federal no inquérito dos kits de robótica. São reivindicados R$ 3.799.840,00 e US$ 24 mil, além de cheques. O dinheiro foi encontrado pela PF em cofres, malas e mochilas durante as buscas na Operação Hefesto, em junho de 2023.

O ministro Gilmar Mendes é o relator do processo e abriu a votação. Ele já havia negado, em decisão individual, a devolução do dinheiro. O ministro manteve o posicionamento e defendeu que, por "cautela", os valores permaneçam depositados em uma conta judicial até que os investigados comprovem a origem.

"Como condição para liberação do dinheiro, os interessados deverão ingressar com ação cível contra a União e comprovar a origem lícita do numerário", defendeu o ministro.

Em seu voto, Gilmar argumenta que "o contexto de desvio de verbas públicas e a existência de dúvida razoável acerca da origem dos recursos, justificam a remessa das partes ao juízo cível, para que ali discutam sua titularidade".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra a liberação dos valores. Em manifestação enviada ao STF, o órgão afirmou que a apreensão de altas somas de dinheiro vivo, no contexto da investigação sobre desvios de verbas públicas e lavagem de capitais, "suscita dúvidas razoáveis sobre a origem dos recursos e pressupõe um juízo de valor sobre a sua titularidade".

O julgamento foi aberto na sexta-feira, 20, e vai até o próximo dia 27. Integram a Segunda Turma, além de Gilmar Mendes, os ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

O ex-assessor parlamentar Luciano Ferreira Cavalcante, e a mulher dele, Glaucia Cavalcante, pediram a restituição de R$ 107,5 mil. O motorista Wanderson Ribeiro Josino de Jesus requer a devolução de R$ 150 mil. O policial civil Murilo Sergio Juca Nogueira Junior busca recuperar R$ 3,5 milhões e US$ 24 mil, encontrados em um cofre.

A investigação se debruçou sobre suspeitas de desvios em contratos para a compra de kits de robótica para escolas municipais de Alagoas. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e aliados entraram na mira da PF. O inquérito foi arquivado por Gilmar Mendes, que considerou que a apuração não poderia ter começado na primeira instância.

Bens apreendidos, como automóveis e computadores, foram devolvidos. O dinheiro em espécie encontrado pela PF, no entanto, permanece sob custódia da Justiça.

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Política

Lula segue para 79ª Assembleia da ONU, em Nova York

Combate à fome e à crise climática serão temas de seu discurso

21/09/2024 20h00

Ricardo Stuckert / PR

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca na noite deste sábado (21) em Nova York (EUA), onde participa da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Lula discursará na terça-feira (24) na abertura do evento e deve falar sobre o combate à fome e à crise climática. Por tradição, desde a 10ª sessão da cúpula, o presidente do Brasil é sempre o primeiro país a discursar.

Na última terça-feira (17), o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Carlos Márcio Cozendey, falou sobre os temas prioritários presentes no discurso de Lula. “Podemos esperar que eles [temas] sigam um pouco a agenda que o Brasil propôs para o G20, ou seja, que falem de inclusão, combate à fome, transição energética e reforma da governança global”, afirmou Cozendey.

A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Para o Brasil, a abertura do Debate Geral da AGNU permite apresentar as prioridades do país, tanto internamente quanto internacionalmente.

Uma nova sessão da Assembleia Geral é iniciada anualmente, em setembro, com a abertura do debate geral. A 79ª AGNU será presidida pelo embaixador Philémon Yang, de Camarões, que conduzirá os trabalhos da Assembleia até setembro de 2025. É esperada a participação de chefes de Estado ou de governo, criando uma oportunidade para fortalecer relações e diálogos entre os líderes mundiais.

Pacto para o Futuro

Antes da Assembleia na terça, porém, Lula participa da abertura Cúpula do Futuro, que ocorrerá neste domingo (22). Ele será o segundo a discursar no encontro de dois dias. O evento reunirá líderes mundiais para debater formas de enfrentar as crises de segurança emergentes, acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e abordar as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais.

Como resultado, a Cúpula do Futuro deve produzir o documento Pacto para o Futuro, negociado entre os estados-membros para reforçar a cooperação global e estabelecer compromissos para uma melhor adaptação aos desafios atuais, para o futuro do multilateralismo renovado e eficaz, para benefício das gerações futuras.

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